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Cristiada - Um filme que promete!




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Com Andy Garcia, sobre a guerra cristera no México



No século passado o México foi dominado por governos maçons e radicalmente anticatólicos. O pior de todos foi o de Plutarco Elias Calles, judeu e maçon, cognominado o “Nero do México”, que jurou extirpar o catolicismo desse país. Aos poucos foram aprovando leis persecutórias contra a Igreja, até que em 1927 (salvo engano), no tempo desse tirano, proibiram a Missa e todos os sacramentos! Acho que isso nunca havia acontecido antes na história.

Como o México sempre foi um país maciçamente católico e devotíssimo da Virgem de Guadalupe, o povo simples pegou em armas para defender a fé.

Ficaram com o nome de “Cristeros” porque quando eram fuzilados gritavam o lema que adotaram para a luta: “Viva Cristo Rei!”.

Foi uma epopéia gloriosa demais. Poucas vezes se viu tanto heroísmo e tanto martírio. Aquilo foi um rastilho de pólvora que contaminou todo mundo. Até as crianças pequenas queriam ser cristeras e morrer por Deus. Conto só um caso para ilustrar:

O pequeno José Luís Sanches Del rio, menino de 14 anos que aparece no vídeo vestido de terno e gravata, foi cercado junto a um general cristero pelas tropas do governo. Ele entregou seu cavalo ao general para que este fugisse, dizendo-lhe que ele era mais importante no prosseguimento da luta. O general não queria, mas acabou aceitando e José Luis se entregou. Os verdugos decidiram fazer com ele uma demonstração pública da crueldade que receberiam os “rebeldes”. Cortaram-lhe a sola dos pés e fizeram que ele atravessasse toda a cidade rumo ao cemitério. No caminho prometiam que seus sofrimentos acabariam e ele seria poupado se renegasse a fé. O pobre menino chorava de dor, mas permanecia firme como uma rocha. Chegados ao cemitério, fizeram-no cavar a própria sepultura. Depois, ofereceram-lhe uma última chance. José Luis bradou “Viva Cristo Rei”, a artilharia ecoou e sua alma voou para o Céu (acho até que já foi canonizado).

Apesar de o governo contar com apoio financeiro e ajuda militar aérea dos Estados Unidos (que também queriam erradicar o catolicismo do México), em poucos anos os cristeros haviam dominado quase todas as cidades e o governo estava derrotado.

O governo, perdido, propôs um acordo. Os cristeros não aceitavam acordo nenhum, pois queriam livrar o México para sempre da maçonaria e das leis anticlericais.

Infelizmente alguns bispos traíram o povo e ordenaram que se aceitasse o acordo, que consistia no seguinte: os cristeros abandonavam a luta e entregavam as armas, e o governo, por seu lado, não aplicava as leis anti-religiosas e perdoava todo mundo.

O povo obedeceu, embora desconfiasse de traição. Não deu outra: uma vez que os cristeros entregaram as armas, todos os seus chefes foram perseguidos e massacrados pelo governo. Morreu mais chefes cristeros depois que foi selada a paz do que durante toda a guerra cristera.

Sobre essa guerra, por sinal, baixaram uma cortina de silêncio. Tanto que até no México poucos conhecem bem essa história.

O vídeo e a música contam um pouco dessa epopéia do heroísmo católico. Vale a pena assistir até o fim.

Há muito mais conteúdo no clássico em 3 vol. de Jean Meyer, "La Cristiada".

Aliás, a Cristiada e os Legionários de Cristo/Regnum Christi possuem uma íntima ligação:

a) o fundador se espelhou na espiritualidade dos cristeros para transmitir o carisma da Legião;

b) o fundador foi o líder da abertura das igrejas em Oaxaca e Michoacán, ainda adolescente, em plena guerra;

c) a mãe do fundador era da Ação Católica e dos grupos de oração e suporte de mantimentos aos cristeros;

d) um dos grandes generais cristeros (na verdade, general do Exército, mas que rompeu com o governo por conta de sua fé) e comandante-geral do "Ejercito de Liberación Nacional" católico era tio do fundador, o Gen. Jesús Guízar;

e) um dos Bispos apoiadores dos cristeros era tio-avô do fundador, e hoje é canonizado, São Rafael Guízar y Valencia;

f) o melhor amigo do fundador era um adolescente que servia como batedor e cozinheiro dos cristeros, e hoje é beatificado, o Bem-Aventurado José Luis Sanhez del Rio;

g) a devoção fundamental dos cristeros era a Cristo Rei e ao Sagrado Coração de Jesus, que são o pilar da espiritualidade legionária.

Muitos dos rebeldes eram antigos FAVORECIDOS pela reforma agrária de Carranza e Calles, mas se RECUSARAM a ganhar terras dos outros, terras desapropriadas pelo governo e dadas as eles. Eram pessoas pobres, mas honradas e, verdadeiros católicos, não se achavam no direito de estar nas terras que não lhes pertenciam.

Era comum entre eles se dizer: "queremos, sim, terra, mas como produto do nosso trabalho, do nosso suor, não ganhando do governo uma terra que é legitimamente de outros."

Quanta diferença para com o nosso MST...

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Outro dado muito curioso: Gorostieta, o primeiro general cristero, era mercenário e nada católico. Mas se converteu no campo de batalha, vendo a piedade de seus comandados. Lutava a Cristiada por dinheiro, não por Cristo Rei, mas, com o tempo, abraçou a bandeira do Sagrado Coração de Jesus e morreu católico fervoroso. Como dizia o Beato José Sanchez del Rio: "Nunca foi tão fácil, como na Cristiada, ganhar o céu."

 

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