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Conservador de direita, com muito orgulho


O cenário da cultura política tupiniquim é tão sombrio que palavras como direitista, conservador e reacionário soam, pelas terras de Vera Cruz, como verdadeiros xingamentos. O horror que a ideia de um direitista causa no imaginário popular é tão veemente que até oposição faz questão de dizer, num claro golpe midiático, que está à esquerda do governo. Essa situação é fruto do patrulhamento ideológico pelo qual passou a cultura brasileira desde que o esquerdistas tomaram as universidades e os editoriais dos jornais. Demonizar o adversário talvez tenha sido o meio que a esquerda achou de mitigar seus próprios crimes, haja vista ter ela em suas costas o peso da matança de 100 milhões de pessoas no século XX, constituindo esse crime a maior carnificina da história humana conhecida.

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O que é, entretanto, ser um conservador de direita? Seria o conservadorismo uma doutrina tão maléfica a ponto de causar vergonha em quem possua a mínima tendência de aceitá-la?
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Não existe, evidentemente, unidade absoluta no pensamento conservador, como não existe unidade em praticamente nenhuma tendência de pensamento humano. Podemos, outrossim, elencar algumas ideias comumente defendidas pela maioria dos conservadores, a fim de traçar um panorama geral do que seja um conservador de direita, categoria a qual pertenço com muito orgulho, diga-se de passagem.
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Os tópicos a seguir não representam o pensamento de nenhum grupo conservador específico, e a única pessoa responsável por eles sou eu mesmo.
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1. Os conservadores defendem, em geral, a moral judaico-cristã expressa nos Dez Mandamentos como modelo ético ideal para a sociedade. Isso não quer dizer, evidentemente, que todos os conservadores sejam santos e que pratiquem integralmente os Mandamentos da Lei de Deus: quer dizer apenas que reconhecem esse paradigma moral como norte comportamental ideal para a sociedade.
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2. Creem os conservadores que o Direito não é fruto do consenso, mas da própria natureza humana. Acreditam por exemplo, como consequência disso, que o assassinato e o roubo são condenáveis não porque a maioria dos homens os julga condenáveis, mas porque são condenáveis em si mesmos, e que tais práticas ainda continuariam condenáveis mesmo que a maioria das pessoas defendesse o contrário.
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3. Os conservadores de direita defendem as liberdades individuais, pois acreditam que o homem, feito livre à imagem e semelhança de Deus, não pode ser coagido exteriormente a fazer algo a que sua consciência se opõe. Não obstante, os conservadores defendem que que a liberdade humana tem por limitação o bem comum, por isso aceitam o jugo da lei e dos costumes estabelecidos legitimamente.
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4. Os conservadores de direita defendem que a democracia verdadeira, que não se confunde que a demagogia atual, é uma boa forma de governo. Acreditam que a democracia pode viver em perfeita harmonia com a monarquia e com a aristocracia. Uma monarquia parlamentar talvez seja o modelo político de Estado preferido por considerável parcela dos conservadores, embora não haja unanimidade nenhuma nesse quesito.
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5. Os conservadores defendem, em geral, que o Estado deve ser mínimo e que deve, consequentemente, interferir minimamente na vida dos indivíduos. Creem, por exemplo, que não é papel do Estado, mas das famílias e das associações de famílias (como Igrejas, Associações, etc), o provimento da educação e da formação dos jovens.
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6. Na esteira do tópico anterior, os conservadores defendem, em maior ou menor grau, a liberdade econômica, isto é, a não intervenção do Estado em assuntos econômicos. Apoiam as privatizações e querem a diminuição da carga tributária, que geralmente consideram confiscatória. Acham, em maior ou menor grau, que o capitalismo e a meritocracia são uma forma justa de organização econômica da sociedade, e que o socialismo é uma abominação. Os conservadores estão no extremo oposto da tendência global de aumento da influência estatal nas sociedades.
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7. Os conservadores se opõe veementemente à ação política revolucionária, que pretende reinventar completamente o mundo no qual vivemos, pela imposição vertical de um novo padrão de vida politicamente correto. Como exemplos de ação política revolucionária podemos citar o anti-tabagismo, o abortismo, o lobby homossexual, o ecologismo, os movimentos raciais de ação afirmativa, entre outros.
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Muito sinteticamente, são essas as ideias defendidas pelos conservadores. Por causa delas somos demonizados e comparados aos nazistas e aos fascistas (quando, na verdade, esses dois movimentos revolucionários são co-irmãos ideológicos do comunismo...), somos excluídos do debate acadêmico (no Brasil particularmente), dos meios de comunicação, ridicularizados na mídia e enxotados da política. Em muitos países os conservadores são perseguidos politicamente, presos, torturados e mortos, como na China, na Coréia do Norte, em Cuba, na Venezuela.
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PARA CITAR ESTE ARTIGO:

Conservador de direita, com muito orgulho

Sergio Meneses, 11/2011 Tradição em Foco com Roma.

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