O povo católico já não conhece mais a Fé da Igreja, e precisa de nova catequese, para não haver falta de entendimento por motivo tolo. Se a Missa cai de pára-quedas na paróquia, é evidente que algumas "lideranças", já doutrinadas na Teologia da Libertação ou qualquer outra espécie de progressismo vão se opor. Uma solução é a paróquia oferecer uma exposição da Missa, que pode ser ministrada por qualquer leigo bem informado.
Vários padres bem intencionados resolvem aprender o Rito. Porém, foram educados no Modernismo, e apesar de se admirarem muito com a Missa, mal conhecem a doutrina ortodoxa da Igreja sobre o Sacrifício eucarístico. Como a lex orandi é inseparável da lex credendi, os fiéis leigos tradicionais devem ajudar os sacerdotes na explicação do Rito que enfatizasse toda a doutrina subjacente na celebração, a fim de que os padres compreendessem profundamente que aquele Rito é a expressão de uma Fé, e não uma mera cerimônia vazia.
Por isso, faremos uma sequência catequética sobre a Missa da Forma Extraordinária do Rito Romano, e você leitor pode indicar essa catequese ao seu pároco e amigos, para uma maior difusão dela como pede constantemente Bento XVI.

Sacrifício, em geral, é a oferta de alguma coisa a Deus, com a destruição da mesma, para honrá-lo e adorá-lo como Senhor supremo.
Houve desde o começo do mundo sacrifícios e o Antigo Testamento nos mostra que eles foram rigorosamente ordenados por Deus.
Estes sacrifícios, porém, deviam ser abolidos, porque não passavam de figuras do verdadeiro sacrifício da Nova Lei, tanto assim que Daniel predisse o fim dos tempos com bastante clareza. ( C. IX, v. 26-27 ) .
O sacrifício da Nova Lei é do próprio Jesus Cristo no patíbulo da cruz. E quanto a isso não há divergência alguma entre católicos e protestantes.
A divergência consiste nisso que nós católicos sustentamos que este sacrifício é comemorado, representado, reproduzido na Santa Missa, e que, por isso mesmo, a Santa Missa, é um verdadeiro e próprio sacrifício, o que de nenhuma forma admitem os protestantes.
Quem é que tem razão? Consultemos a Bíblia.

Um sacerdócio difere de outro sacerdócio em razão de sacrifício; pois, conforme nos diz S. Paulo na Epistola aos Hebreus, cap 5, o sacerdócio é instituído para oferecer sacrifícios a Deus.
Se, pois, Jesus Cristo é sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque, resulta que deve oferecer semelhante ao que oferecia Melquisedeque. Ora, lemos no gênesis ( 16, 18 ) que o sacrifício de melquisedeque consistia em oferecer pão e vinho. Portanto Jesus Cristo devia o seu sacrifício sob as espécies do pão e do vinho. O que se realiza na Santa Missa. Logo a Missa é um verdadeiro sacrifício.
A Santa Missa não é um sacrifício diferente do sacrifício da Cruz : É o próprio sacrifício da Cruz ; nem se oferece para completar os méritos da redenção, e sim para nos serem aplicados estes méritos.
Outro argumento com que se pode provar que a Santa Missa é um sacrifício se deduz na tradição. Segundo a tradição o Apóstolo S. André disse ao procônsul, que o conjurava a sacrificar aos ídolos : " Eu ofereço todos os dias no altar do verdadeiro Deus onipotente não a carne dos touros, nem o sangue dos bodes, mas o Cordeiro Imaculado de Deus ; e quando todo o povo dos fieis se alimentou com a Carne consagrada, o Cordeiro que foi oferecido fica sempre intacto e vivo".
Na sua primeira apologia ao Imperador romano, S. Justino que faleceu no ano 150 fez menção das partes do sacrifício cristão : Leitura e explicação da Sagrada Escritura, oferta do pão e do vinho, transubstanciação das ofertas e sua distribuição aos fiéis.
Todos os afrescos das catacumbas provam este sacrifício, assim como as mais antigas liturgias, isto é, os livros que encerram as orações usadas neste sacrifício e as cerimonias que se deviam observar para o oferecer.
Este testemunho e muitos outros, que poderia alegar, serão suficientes para nos convencermos de que a cristandade sempre acreditou na Missa como sacrifício.
I) Ciclo do Natal:
1 - Tempo do Advento
2 - Tempo Natalício:
2.1 - Tempo do Natal: do Natal ao dia 5 de janeiro
2.2 - Tempo da Epifania: da Epifania ao Batismo de Jesus (6 a 13/01)
→ TEMPUS PER ANNUM (depois da Epifania)
II) Ciclo da Páscoa:
1 - Tempo da Septuagésima
2 - Tempo Quaresmal:
2.1 - Tempo da Quaresma
2.2 - Tempo da Paixão (Semana Santa)
3 - Tempo Pascal:
3.1 - Tempo da Páscoa
3.2 - Tempo da Ascensão
3.3 - Tempo de Pentecostes: festa e oitava
→ TEMPUS PER ANNUM (depois de Pentecostes)

2) A segunda parte é formada pela longa seqüência dos domingos de Pentecostes, o chamado tempo durante o ano, no qual a oração e o ensino da Igreja nos são ministrados com base permanente de sua vida, independente de qualquer circunstância particular. Podemos ver nessa segunda seção a vida da Igreja de sua fundação em Pentecostes até a vinda de Cristo nos últimos tempos.
Claro, no meio dessas duas seções também temos as festas dos santos e da Virgem Santíssima.

Espiritualidade
As quatro semanas do Advento representam o Antigo Testamento: os séculos nos quais os Santos Patriarcas, Reis e Profetas aspiravam pela vinda do Messias prometido por Deus.
Este tempo litúrgico celebra as três vindas de Nosso Senhor, como explica São Bernardo:
"No primeiro advento, Ele vem em carne e enfermidade; no segundo, Ele vem em espírito e poder; no terceiro, Ele vem em glória e em majestade; e o segundo advento é o meio pelo qual se passa do primeiro ao terceiro."
O primeiro advento já passou: foi o nascimento de Jesus em Belém, fato passado na história; nele, Jesus foi julgado injustamente pelos homens. Atualmente estamos no segundo advento, que é a vinda de Jesus pela graça em nossas almas: Nosso Senhor vem para nos tornar justos. O terceiro advento irá ainda realizar-se, mas não sabemos o dia nem a hora: é o juízo final, no qual Cristo julgará todas as coisas com eqüidade.
Estrutura e normas litúrgicas

b) As férias são de terceira classe: assim, quando não há nenhuma festa dos santos, deve-se celebrar a Santa Missa do tempo, usando os textos do domingo anterior.
c) A partir de 17 de dezembro começam as chamadas férias maiores, que são de segunda classe: já não permitem as festas comuns dos santos (terceira classe).
d) O Advento é tempo de penitência, porém é menos rigoroso que a Quaresma. Nas missas do tempo não se ornamenta o altar com flores, exceto no terceiro domingo, quando se usam paramentos róseos. É muito importante destacar este espírito penitencial durante as funções litúrgicas.
e) Coro e organistas: durante o Advento (salvo o terceiro domingo) não se permite tocar o órgão, a não ser para acompanhar o canto. É importante fazer com que o canto expresse o tempo litúrgico, por isso é bom usar mais os hinos próprios desse tempo.
Celebrações de destaque
a) Festa da Imaculada Conceição (8/12 - primeira classe): é dia santo de guarda e uma das principais festividades marianas. A tradicional novena (que se aconselha fazer em todas as paróquias) começa no dia 29 de novembro.
b) Festa de Nossa Senhora de Guadalupe (12/12 - primeira classe): é a padroeira da América Latina. Embora não seja uma devoção muito popular entre nós, é sempre bom lembrar que se trata de nossa padroeira também.
c) Novena do Santo Natal (16 a 24/12): é a mais tradicional das novenas. É interessante cantar durante elas as "Antífonas Maiores" (também chamadas "Antífonas O") que a liturgia coloca no ofício das Vésperas. Normalmente é para o começo da novena que se monta o Presépio nas igrejas.
d) Vigília do Natal (24/12): é de grande valor restaurar a importância dessa vigília como um dia dedicado mais a oração e penitência, como preparação imediata para o Santo Natal.

Espiritualidade
Depois da preparação de quatro semanas do Advento, chega o grande dia do Natal. A festa do Natal tem um ordenamento litúrgico muito especial: celebram-se três santas missas, tal é a grandeza do mistério. E isso, principalmente, porque Aquele que hoje nasce manifestou-se em três nascimentos. Ele nasce nesta noite da Virgem Bendita; Ele vai nascer por sua graça nos corações dos pastores, que são as primícias de toda a cristandade; Ele nasce eternamente no seio do Pai, nos esplendores dos santos. Este triplo nascimento deve ser honrado com uma tripla homenagem.
Nas três missas podemos ver presentes estes três aspectos do mistério do Natal; porém, podemos assinalar a cada Missa um aspecto principal. D. Guérranger, baseando-se no Evangelho que é lido em cada uma delas, ensinava:
A Missa da meia-noite honra o nascimento de Jesus segundo a carne, narrado no Evangelho de São Lucas.
A Missa da aurora honra o segundo nascimento de Cristo: o nascimento da graça e da misericórdia, que se realiza no coração de cada fiel, como aconteceu no coração dos pastores que foram visitar Jesus.

Festa do Santo Nome de Jesus: celebra-se no domingo entre 2 e 5 de janeiro, ou, caso não haja domingo, no dia 2 de janeiro.
A Missa do dia honra o nascimento eterno do Filho de Deus no seio do Pai, explicado de maneira maravilhosa no Prólogo do Evangelho de São João.
Estrutura e normas litúrgicas
a) A festa do Natal é de primeira classe, com oitava de segunda classe, sendo o oitavo dia (01/01) de primeira classe. Assim, durante toda a oitava (de 25/12 a 01/01) deve-se ornamentar o altar e a igreja de modo festivo.
b) A imagem do Menino Jesus pode ser exposta sobre o altar do dia 25/12 até o dia 01/01.
c) Coro e organistas: usar os hinos próprios do tempo do Natal. Tocar o órgão com melodias festivas.
d) Depois de 01/01 até a Epifania: são dias feriais comuns (quarta classe).
Celebrações de destaque
a) Durante a oitava do Natal, celebram-se festas de santos de muita devoção na Igreja Universal:
26/12 - Santo Estevão, Protomártir da Igreja
27/12 - São João Evangelista
28/12 - Santos Inocentes
b) Último dia do ano: há o costume de cantar o Te Deum de ação de graças diante do Santíssimo Sacramento exposto (quem participa pode lucrar indulgência planária).
c) O dia 01/01: é a oitava do Natal (primeira classe) e dia santo de guarda: festa da Circuncisão do Senhor e Solenidade de Santa Maria Mãe de Deus.