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João XXIII não perseguiu São Pio de Pietrelcina

Não existiu perseguição do Papa João XXIII contra Padre Pio de Pietrelcina: esta é a tese de Stefano Campanella, documentada no livro "‘Obedientia et Pax'. A verdadeira história de uma acusação falsa". Diretor da ‘Tele Radio Padre Pio', o autor explicou seu trabalho em Roma, em 22 de março, na sede da ‘Rádio Vaticano'.

O volume reconstrói um período da vida do Padre Pio em que ninguém tinha entrado, até agora, nas biografias oficiais e que derruba as hipóteses capciosas lançadas por algumas publicações recentes.

É a história do capuchinho que foi objeto de calúnias tão graves que chegaram ao Santo Ofício e, por meio dele, foram referidas a Roncalli. No entanto, as medidas tomadas pelo Papa - demonstram os documentos - revelam sua disposição benevolente para com o frade, assim como a confiança nos testemunhos da sua defesa.

No início da chamada "segunda perseguição" do Padre Pio, que ocorreu entre 1960 e 1961, estava Umberto Terenzi, pároco romano do Divino Amor, que queria proteger o frade e sua Casa de Alívio do Sofrimento, das ingerências dos que mostravam muito interesse pelo dinheiro.

Terenzi recebeu do Santo Ofício a tarefa verbal de investigar, mas, apresentando-se a San Giovanni Rotondo como representante papal, certamente exagerou: deixou que se acreditasse (mas não foi assim) que era preciso referir os fatos ao Pontífice. Foram colocados microfones e um gravador no local em que o Padre Pio - fora do confessionário - se reunia com os fiéis e, em uma conversa com uma mulher chamada Cleonice Morcaldi, os ouvintes pensaram ter ouvido "um beijo".

As gravações foram enviadas ao Santo Ofício. A iniciativa irritou o Papa, que, por isso, ordenou a retirada dos microfones. Não só isso, mas desde então evitou qualquer encontro com Terenzi. Foi nomeado, assim, como visitador apostólico, Carlo Maccari. Também ele - que, no entanto, tinha a simples tarefa de coletar informações para referir ao seu superior - sentiu-se tão apoiado pelo Papa, que se atreveu a falar em seu nome. E, finalmente, provou as acusações falsas contra o Padre Pio.

O que é realmente inédito, relatado por Campanella, é, no entanto, a visita apostólica, de um só dia, feita em fevereiro de 1961 pelo padre dominicano Paolo Philippe. Chegando à cidade de Gargano, o futuro cardeal e consultor do Santo Ofício, interrogou o Padre Pio. O relatório deste acontecimento não deixa margem para outras interpretações.

"O Padre Pio passou imperceptivelmente de pequenas manifestações de carinho a atos cada vez mais graves, até chegar ao ato carnal. E agora, depois de tantos anos de vida sacrílega, pode não perceber a gravidade do mal. Esta é a história de todos os falsos místicos que caíram no erotismo."

"O Padre Pio não é apenas um falso místico, que está ciente de que os estigmas não são de Deus, e, apesar disso, deixa que se construa toda a sua ‘fama sanctitatis' sobre si mesmo; pior ainda: é um infeliz sacerdote que se aproveita da sua reputação de santo para enganar as suas vítimas." Em suma, o Padre Pio era, para o dominicano, "a maior fraude que se pode encontrar na história da Igreja".

E pensar que foi suficiente um só dia de investigação, construída exclusivamente por boatos, para colocar no papel tanta animosidade. O Papa, hesitante, chamou o arcebispo de Manfredonia para uma consulta. Da conversa, que Campanella relata em seu livro, fica claro que João XXIII entendeu que as acusações feitas contra o Padre Pio tinham sido artificialmente construídas e, por isso, ordenou ao Santo Ofício que não aumentasse as sanções do frade estigmatizado.


Não sabemos por qual motivo, mas essa matéria foi excluída do Zenit após poucos minutos de publicação, nesse meio tempo conseguimos salvar o conteúdo.


PARA CITAR ESTE ARTIGO:

 

João XXIII não perseguiu São Pio de Pietrelcina David A. Conceição 04/2011 Tradição em Foco com Roma.



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