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Sexo oral


O sexo dentro do casamento tem seu caráter unitivo e procriativo. Sendo impossível dissocia-los.

Partindo dessa premissa, o coito em local fora da vagina estaria separando o caráter procriativo, ficando apenas o unitivo. Entretanto, dentro de uma relação saudável em que há amor e respeito mútuo, é permitido aos casados que se estimulem para criar mais desejo de um pelo outro.

Entre os estímulos, estaria incluso o uso de roupas e danças sensuais (que não seria proibido, sabendo que há uma relação de respeito ali.)

O sexo oral, visto como uma preliminar seria, então permitido, mas o coito deve ser dentro da vagina.

Existe aí um problema: se o sexo oral pode ser visto como uma preliminar e, portanto, permitido. A masturbação sem coito dentro da relação também o é?
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Negativo, a masturbação é um ato intrinsecamente mau, portanto pecaminoso em qualquer circunstância, qualquer que seja o motivo (palavras do Catecismo, procurem no capítulo referente ao Sexto Mandamento). Há circunstâncias que podem reduzir a gravidade da culpa, mas nunca fazer com que deixe de ser pecado, em outras palavras, conforme o caso (conforme o Catecismo explica mais detalhadamente), masturbação pode ser um pecado mais ou menos grave, mas sempre pecado, nunca ato neutro, nem muito menos bom.

Como se define se uma pessoa praticou ou não masturbação? Só se ela chegou ao orgasmo ou é culpada por masturbação ainda que interrompa o 
procedimento bem antes que possa haver orgasmo (ou seja, se os cônjuges fizerem preliminares com movimentos tipicamente empregados em masturbação, porém interrompendo bem antes que haja o perigo de atingir orgasmo fora da relação sexual normal)?

Um contra-argumento fundamentado na Lei Natural e da essência das coisas diz o seguinte:

Parece-me suficientemente claro que a natureza do pênis não é servir de alimento, apreciado pelo paladar. Poder-se-ia ainda considerar que, dos sentidos humanos como audição, gustação, tato, olfato e visão, a boca não possua, na sua essência, função primária relacionada ao tato. Assim, a inclusão do órgão reprodutor masculino na boca, a título de carícia, revela-se contra a natureza das coisas, e de modo duplo.”

Contra argumentando dessa forma, o beijo também deveria ser condenado, pois a boca não tem como função primária o beijo:

O beijo não envolve o uso da 
faculdade sexual, que, fora das relações conjugais normais contradiz sua finalidade.

Em outros termos, o corpo se apóia nas pernas para ficar de pé, mas plantar bananeira não é intrinsecamente mau, apesar de a mão não ter essa função primária.

O beijo ainda que seja um uso da boca fora da função primária não é moralmente condenável por que não está dentro da faculdade sexual.

O que define que a boca está fora da faculdade sexual, se é um objeto que desperta tanto erotismo entre as pessoas?

E quem disse que uma transgressão à Lei Natural das coisas como o beijo, só por estar fora da esfera sexual o permite excluir de um ato intrinsecamente mau?

O sexo oral sem coito (como forma de preliminar) dentro do casamento é ou não permitido?

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Esse é um assunto controverso entre os moralistas. Eu me situo entre aqueles que, discordando de alguns, aceitam as diversas formas de estímulos preliminares como válidas, entre elas, o uso de distintas partes do corpo para estímulo erógeno, desde que isso se realize dentro de uma relação plena: uma relação aberta à união e à procriação. Alguns moralistas estão de acordo com essa posição.

O que está em questão é o sexo oral e a masturbação (por assim dizer) dentro do ato sexual e ainda sem o coito. O que fere a Lei Natural é o coito fora do seu local apropriado, i.e., o canal vaginal. É pecado se atingir esse ponto fora da relação natural, caso contrário não, exceção feita ao 
sexo anal, entre aspas porque sexo é natural, e essa coisa não é, e, ainda que dentro do casamento, imita a sodomia, portanto é sempre uma abominação, ainda que não inclua orgasmo.

Ainda que se chegue à conclusão de que determinado comportamento de casal não é pecado contanto que pare antes do orgasmo, é bom frisar que deve parar bem antes, caso contrário é uma gravíssima imprudência pois, transgressões dos Mandamentos nesses aspectos constituem pecados muito graves.

Portanto, o principal nessas coisas é prudência extrema. Se esse tipo de coisa te leva a pecar, ainda que te agrade, arranca e lança para bem longe de ti e de tua esposa! E para que possa ser feito com absoluta segurança, é necessário um extremo respeito mútuo entre o marido e a esposa. Quando ele ou ela diz 
pára, é para parar imediatamente, e esse comando deve ser dado muito antes do perigo tornar-se evidente.

O pecado dá-se quando o orgasmo é atingido fora da relação sexual conjugal normal, independente de haver ou não ejaculação.

Se assim não fosse, a masturbação seria lícita às mulheres, mas se é pecado a elas provocar o orgasmo fora da relação sexual conjugal normal (como de fato é), não haveria evidentemente de ser pecado fazê-lo por masturbação e lícito de outras formas, pois isso seria incoerência, e a moral católica, por ser perfeita, é plenamente coerente, em todos os aspectos.

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Quando o sêmen foi lançado fora da genitália feminina
caracterizou o famoso pecado de Onã. Mas ocorreu dessa forma porque a atitude dele foi praticamente uma masturbação, daí esta ser chamada de onanismo. Ora, não é exatamente o que ocorre quando de uma relação (atenção às aspas!) com preservativo? Por isso que eu digo: com preservativo não existe sexo, mas sim uma espécie de masturbação recíproca, um pecado realmente muito grave.
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O lugar onde é lançado o sêmen é uma conseqüência do ato (de Onã, por exemplo) pecaminoso (provocar orgasmo fora da relação sexual conjugal normal), e não o pecado em si, por isso que mulheres também pecam se provocarem voluntariamente orgasmo fora da relação normal, porque não é a conseqüência que conta, mas sim o ato em si.

Há essa citação de Torre Del Greco, inapropriada para a questão do artigo, mas que pode servir de comparação:
Excluído o efeito sodomítico, a sodomia não é mortal se o homem começa o ato no lugar inatural para depois consumá-lo no lugar natural. (Manual de Teologia Moral, p. 750)

Logicamente, ele está aqui tratando da sodomia imperfeita (entre o casal).

Se o simples fato de o sêmen ser lançado fora do corpo do homem fosse pecado, então até a polução o seria.

Pecado é a atitude que tem como conseqüência o despejo do sêmen fora do devido lugar, ou seja, masturbação e relações anti-naturais ainda que dentro do casamento. A atitude é pecaminosa, a conseqüência em si não o pode ser, pois se fosse, então a polução também o seria (e todos sabemos que polução não é pecado).

Ainda que se por exemplo fosse pecado venial não é motivo para não se importar. Ainda que seja difícil, evitar qualquer pecado venial é incomparavelmente mais fácil do que repará-lo depois no Purgatório.

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Só o fato de não matar a graça de Deus, permitir a inabitação da Santíssima Trindade, já mostra a imensa diferença que há entre um pecado mortal e um venial. Em seu Dicionário de Teologia Dogmática, Pietro Parente diz que o pecado venial é chamado pecado por analogia (por extensão), por não ser uma aversão ao fim último, mas um retrocesso no caminho até ele.

Mas principalmente quando se trata de relação matrimonial, onde o objetivo é viver o amor, se tivermos em vista que 
o amor vem de Deus (I Jo 4,7) facilmente concluiremos que tudo o que não vem de Deus não é amor verdadeiro, todas as atitudes pecaminosas, ainda nos casos de pecado venial, não são atos de amor, embora o inimigo das almas queira passar essa falsa impressão.

Logo, tudo o que é pecaminoso dentro das relações matrimoniais há de ser facilmente repugnado pelos casais que têm a consciência de viver no Amor de Deus toda a sua vida matrimonial, pois para os católicos esclarecidos é fácil compreender que não tem o menor sentido levar para o leito matrimonial atitudes que vão contra, ainda que só como retrocesso, a vivência do verdadeiro amor (algo que vem de Deus, como frisa São João).

Por isso, diz a Sagrada Escritura: 
Vós todos considerai o Matrimônio com respeito e conservai o leito conjugal imaculado, porque Deus julgará os impuros e os adúlteros (Heb 13,4).

Tendo isso em vista, quem há de querer levar para seu leito matrimonial algo pecaminoso? Por isso, acho mais importante frisar o fato de que sodomia é sempre pecado, do que o fato de que só é mortal se for consumado no local não natural, muito embora ambas as informações sejam evidentemente importantes.

O que a Sã Doutrina ensina é que o sexo tem duas finalidades: a unitiva (manifestar o amor entre o casal) e a procriativa (perpetuação da espécie). 
finalidade procriativa não significa que de toda relação sexual tenha que sair um filho. Significa que aquela relação está aberta à possibilidade de uma nova vida. E possibilidade todo mundo sabe o que é: significa que tanto pode quanto não pode acontecer.
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Se o contato entre a boca e o órgão sexual for apenas preparatório para a cópula, como modo de estimulação dos cônjuges, e não ocorra (nem exista a intenção) de ejacular antes da penetração e fora da cavidade vaginal, o que se chama sexo oral não é considerado pecado por todos os moralistas. Discute-se isso.

O pecado certo é o sexo oral pensado em si mesmo, isolado, sem relação com a conjunção carnal natural e completa, ou quando, mesmo ligado a ela, há ejaculação fora da vagina.

Quanto ao contato entre o ânus e o órgão sexual, discute-se se é lícito mesmo como ato preparatório. Os que o defendem dizem não se diferir da preparação oral. Os que o condenam dizem que, diferentemente do 
sexo oral, neste há penetração, o que importa em não ser mero preparo.

Resumidamente, neste ponto, o raciocínio parte do princípio de que a excitação voluntária dos órgãos sexuais é intrinsecamente má fora de seu lugar; que não há razão suficiente para isso (portanto sem causa com duplo efeito); que a ejaculação não é elemento essencial para se caracterizar uma masturbação (ou mulheres não são passíveis disso); que o risco é desproporcional (ausência de causa de duplo efeito); que é antinatural (a boca não faz parte do sistema reprodutor; o pênis não foi feito para penetrar na boca; não existe no tubo digestivo rodovia 
federal que ligue um sistema ao outro); que extrapola o limite da devida moderação e do ato sexual praticado de maneira verdadeiramente humana.
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Os moralistas não chegam a detalhes, então precisamos raciocinar com base nos princípios, e, no máximo, com as analogias de Del Greco (que é uma fonte indireta).

Se a Igreja tivesse uma lista pronta do que pode e do que não pode, não existiria espaço para a formação da consciência: bastaria consultar a lista. A vida interior seria mecânica.

Claro que há coisas objetivamente pecaminosas, mas outras só o são em determinadas circunstâncias.

Por exemplo, a Igreja condena a masturbação. Mas o que é a masturbação condenada pela Igreja? É o ato solitário do prazer, praticado quer pelo solteiro, quer pelo casado, mas desvinculado da relação sexual natural. Agora, se uma esposa faz carícias usando os mesmos movimentos da masturbação (ou seja, masturbando o esposo), apenas como atos preparatórios incompletos (ou seja, sem ejaculação), vindo então a completar o ato no local natural, não há pecado. Por que seria pecado? Não é o mero movimento estimulativo no órgão sexual que a Igreja condena, e sim o prazer venéreo deslocado da relação sexual com vistas à procriação e à união do casal dentro do matrimônio.

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Já em relação à masturbação do esposo na esposa, a coisa é um pouco mais complexa, de vez que a mulher não tem sêmen a derramar. Assim, a condenação da sua masturbação solitária é apenas quanto à desvinculação do prazer de seu ambiente natural matrimonial, não do derramamento onanístico. Bem, com base nisso, podemos concluir que o homem, ao masturbar sua esposa, também não comete pecado tanto ao estimulá-la com vistas ao coito, como, após o coito, completa o prazer da mulher se ela, com a ejaculação do homem, não se satisfez. Acreditem, os termos são do moralista e canonista Pe. Del Greco. Além disso, como a psicologia da mulher é diversa da do homem, o estímulo a ela pode ser no contexto da preparação remota ao sexo (não necessariamente nos instantes anteriores ao sexo).

Alguns acham que preliminares são coisa 
animal, mas é justamente o contrário: nunca vi cachorro fazendo sexo oral em cadela, por exemplo. Os carinhos mais íntimos, SE ORDENADOS À RELAÇÃO NATURAL, são parte da relação. Mas tirar a roupa e fazer o que se tem que fazer, assim, na seca, é que é coisa de bicho.

Não se defende a relação oral ou a masturbação, mas que, como carícias PRELIMINARES com vistas À RELAÇÃO SEXUAL, se possa usar dos chamados 
atos imperfeitos de luxúria. A maioria dos mais respeitados moralistas considera que são lícitos.

Masturbar-se é errado. Sabemos disso.

Agora, a mulher, DURANTE UM ATO UNITIVO E PROCRIATIVO, fazer carinhos e carícias no pênis do homem, não é errado.
Separar artificialmente significa usar métodos artificiais de contracepção ou, por extensão, ISOLAR a carícia do ato sexual.
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Exemplo: o cara vai lá no banheiro, solteiro ou casado, e se masturba, completando o ato com isso, sem relação sexual. Pecado. Outro exemplo: a mulher faz carícias com a boca no pênis do marido e ele ejacula. Pecado. Houve isolamento.

Sem o amor, sem as carícias, o sexo não passaria de um estupro. Para as mulheres, o carinho é tão importante quanto o dever cumprido para com nossos esposos. E quanto mais o tempo passa, mais precisamos deles.

Os carinhos podem muito bem ser feitos com respeito e num limite que nada contrarie o que nos pede a vida cristã, basta ter sabedoria e saber o que fazer.

De fato somos cristãos e como tal devemos agir. Enquanto somos jovens, temos todo um organismo a nosso dispor e se nos pautarmos na santidade, veremos que não precisamos de muito - se tivermos amor, companheirismo, respeito -, para nos relacionarmos de maneira que nos satisfaça e ainda possamos cumprir o fim que envolve a sexualidade. É justamente aqui que nos educamos para uma sexualidade dentro da normalidade, já que ninguém perde o sentido enquanto se relaciona.

Com o passar do tempo, perdemos aos poucos o vigor, mas fica o que conquistamos e aprendemos com o tempo e sabemos por isso ainda viver a sexualidade de maneira santa.

Nada complicado e pecaminoso.

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PARA CITAR ESTE ARTIGO:

Sexo oral

12/2011 Tradição em Foco com Roma RS.


Domine Iesu, quem velatum nunc aspicio, Oro, fiat illud, quod tam sitio, Ut te revelata cernes facie, Visu sim beatus tuae gloriae. Amem.
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CRÍTICAS E CORREÇÕES SÃO BEM-VINDAS:

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