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Polução noturna


Um dos requisitos do pecado é a liberdade. Voluntas pro facto reputatur.
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Polução noturna é, para os homens, semelhante à menstruação para as mulheres: é um lançar fora dos gametas não utilizados. Ela ocorre involuntariamente mas pode ser incentivada. Tal como a menstruação, é uma reação natural do corpo: o esperma precisa ser guardado, mas a produção é diária. O corpo, portanto, joga fora para dar espaço para a nova produção.

A polução noturna não acompanha sempre um sonho erótico. O sonho erótico pode, por excitar o corpo, adiantar a polução. Mas é plenamente possível a polução noturna sem sonhos eróticos, principalmente naqueles que guardam a castidade.
 
A polução noturna tem um efeito de curtíssimo prazo em que diminui os níveis hormonais do corpo, diminuindo o desejo. Mas ainda a curto prazo (ao contrário da masturbação ou da relação sexual) os hormônios voltam a seu nível normal. A polução noturna não diminui o desejo sexual, exceto nos poucos momentos que a sucedem.
 
Os sonhos eróticos podem ser involuntários ou indiretamente voluntários: quando aquele que os sofre imagina cenas eróticas ou sugestões sensuais antes do sono.
 
Da mesma forma que um sonâmbulo quando causa um dano ao patrimônio de outrem não é culpado, quem passa por polução noturna também não é. Aquele que deseja, por conseqüência do sonambulismo, prejudicar o patrimônio de outrem peca, aquele que deseja a polução noturna também peca. Os trechos de teologia moral do Pe. del Grego (ou Greco) matam a questão.
 
A polução noturna, ao contrário do que dizem os gnósticos (kundaline e outras besteiras), não pode ser evitada. Uma mente casta atrasa-a ao máximo, mas o corpo precisa abrir espaço para a produção diária de gametas e, por isso, ela ocorre. 

O homem que tem vida sexual ativa não tem polução. Por isso a polução noturna é um indicativo q o sujeito vive a castidade.  Uma coisa é pecado quando é feita conscientemente, nesse caso, não é pois não faz por consciência e é algo natural.

Lembrando que independentemente dos efeitos da mastrubação na saúde, sejam eles quais forem, trata-se de ação intrinsecamente má.
 
Que a polução noturna involuntária é isenta de pecado, é certo. Que o fato de se ter sonhos eróticos não constitui pecado, é igualmente certo. Não questiono de forma alguma estas assertivas.

No entanto, a nível reflexivo, se uma pessoa se percebe na condição de ter muitos sonhos eróticos, frequentemente, bem como poluções noturnas igualmente frequentes, isso não poderia ser um indício de que seus pensamentos estão inclinados, mesmo que inconscientemente, ao desejo sexual desordenado? Afinal, os sonhos são produto dos nossos pensamentos e desejos. É claro que há toda a problemática de que seria difícil disciplinar pensamentos que não são identificáveis conscientemente, mas que afloram somente durante o sono. Além de que podem haver exceções. Mas não seria, pelo menos, um indício?

Não se pretende insinuar que é obrigação moral da pessoa se preocupar com isso e combater a situação, uma vez que consegue frear seus instintos no nível consciente, mas não no inconsciente. Seria, talvez, absurdo se exigir qualquer esforço para se combater algo que atua no inconsciente (digo talvez porque não sou psicólogo, então não arrisco firmar nada, rs), a não ser, talvez com a oração. Mas também não se pretende insinuar que esta situação constitua prejuízo para a alma do indivíduo (embora acredite que isto seja discutível, mas não é o que levanto aqui). Alguns poderiam perguntar: não seria, pelo menos, um indício?  

Tipo:

Seja a pessoa X.

Intenção de X: Não desejo ter uma polução noturna.

X teve polução noturna.

A intenção de X é sadia.

Toda ação que se proponha como fim, antes, durante ou no desenrolar das consequências (em qualquer das partes) do ato conjugal, impedir a procriação é intrinsecamente má.

Não vejo como ter uma intenção sadia ao querer que uma parte do ato conjugal atue contra a ordem inerente à sua própria natureza. Que não seja intenção, mas efeito exclusivo de um processo fisiológico ao qual não se assente.

No Compêndio de Teologia Moral do Padre Teodoro Del Grego, nas páginas 258-59, temos o seguinte:

SOBRE POLUÇÃO 

"É voluntária, se diretamente desejada; involuntária, se provém de causas naturais, sem o consentimento da vontade. A polução pode ser direta ou indiretamente voluntária, segundo se tenha a intenção, ao praticar uma ação que a provoque, ou seja consentida quando ocorre involuntariamente, ou então, quando é prevista como conseqüência de determinada ação, mas tem a intenção de provocá-la.

Da polução, se distingue, a destilação, que consiste na emissão de outro humor menos copioso e menos denso, que facilita a saída do sêmen e que costuma produzir-se tanto na puberdade quanto na impuberdade.

A destilação voluntária é sempre pecado mortal, que não admite parvidade na matéria; se é indiretamente voluntária, a sua malícia deve presumir-se da causa; se é involuntária não constitui pecado.

MALÍCIA DA POLUÇÃO

a) A polução diretamente desejada é sempre pecado mortal "ex toto genere suo".

Não importa o modo pelo qual é provocada a polução, pois não constitui malícia especificamente diversa, desde que não exista alguma circunstância que acrescente uma nova malícia, por exemplo, sedução, desejo por pessoa de outro sexo, etc.

b) A polução indiretamente voluntária pode ser pecado grave, leve ou não constituir pecado.

c) A polução noturna, se involuntária não é pecado.

É pecado grave ao contrário, se alguém antes de dormir toma medidas capazes de suscitar no sono a polução. Se a causa foi prevista mas não desejada, será pecaminosa ou não, ou mais ou menos pecaminosa segundo o que se disse para a luxúria indiretamente voluntária.

A polução que advém no semi-adormecidos, por causa da advertência imperfeita não é pecado grave, embora a ela se preste consentimento.
 
Deus é eterno. Por isso, não importa se Sua Palavra foi dita há 10, 5 ou 2 mil anos. É atual, e se aplica ao presente e à vida dos que crêem e também dos que não crêem.

O relativismo, a principal arma do diabo para nos roubar a Verdade, existe desde a criação do mundo. Não há nada de moderno. É por meio deste instrumento que o diabo "desdiz" o que Deus disse.

Em nome de um prazer mundano de "aspecto agradável" (Gn 3,1s) os homens e as mulheres, ao relativizarem os preceitos eternos de Deus, querem se fazer "como deuses, conhecedores do bem e do mal" (Gn, 3,5)

Esse foi o primeiro e maior pecado da humanidade: mesmo conhecendo os preceitos divinos (Gn 2,16-17) abandonou-os, depôs o Deus verdadeiro de suas vidas e colocou no lugar o deus prazer.

É triste ver pessoas ligadas à religião, e até se dizem atuantes, definirem o pecado como algo que "não faz mal nenhum". Como desculpa comodista para viverem uma vida de pecado, dizem que tal e tal pensamento da Igreja é "atrasado" e precisa se "modernizar". Essa mentalidade produz resultados funestos e deve ser evitada e até combatida.

Sei que não sou nada, e que nada sei. Mas, do nada que eu sei, digo para aqueles que acham sabem até mais que Deus: sejam humildes e aceitem Deus por inteiro em suas vidas. Não existe Deus pela metade. Uma meia verdade é uma mentira completa. Um meio-deus, adequado a necessidades particulares, é um demônio completo.


PARA CITAR ESTE ARTIGO:

Polução noturna David A. Conceição 06/2013 Tradição em Foco com Roma.

Grupo Tradição - Vaticano II acesse:
http://migre.me/f52mT



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