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Co-Redentora e Mediadora de Todas as Graças


A BEM-AVENTURADA VIRGEM MARIA FOI ASSOCIADA A CRISTO REDENTOR NA REALIZAÇÃO DA OBRA DA REDENÇÃO E PORTANTO É CHAMADA COM TODA RAZÃO CORREDENTORA.

Valor dogmático. A tese é doutrina católica certa, proposta constantemente durante um século inteiro por todos os Pontífices de toda a Igreja.

A BEM-AVENTURADA VIRGEM MARIA É VERDADEIRAMENTE A DISPENSADORA DE TODAS AS GRAÇAS.

Valor dogmático. Que a mediação de Maria no que tange à dispensação das graças é completamente especial e antecede de muito a mediação dos santos, parece que é de fé pelo magistério ordinário. Que isto se refere a todas as graças de modo geral, é ao menos doutrina católica.

E embora não seja dogma, parece-me ser de assentimento obrigatório para todos os católicos. A primeira tese é uma doutrina proposta durante um século inteiro por todos os Pontífices.

Sobre "Co-Redentora":

1. Dizer que Maria é Co-Redentora significa dizer que ela, junto ao Cristo, realizou nossa redenção?

2. Que sem ela a redenção seria incompleta?

3. Que nossa redenção foi feita por duas pessoas: Jesus e Maria?

4. Se fosse só o sentido de que ela, de maneira ímpar, padeceu com o sofrimento de Cristo o título
de Compadecida não bastaria?

5. Co-participante do plano da salvação não seria diferente de Co-Redentora?

Sobre "Dispensadora de todas as Graças":

1. Significa dizer que não recebemos graça nenhuma que não seja concedida ou intermediada por Maria?

2. Que ela seria um canal único para Deus dispensar suas graças?

3. Ou então seria dizer que todas graças (de todos os tipos) podem ser dispensadas por ela e que não há graça que ela não possa dispensar?

4. As graças intermediadas por outros Santos e Anjos seriam, por assim dizer, limitadas, e as de Maria não?

Deus em absoluto não precisava de ninguém pra fazer homem, esofrer por nós, e nos resgatar. No entanto, não por necessidade, mas por disposição da misericordiosa vontade divina, quis Deus precisar de Maria para tormar nossa humana natureza e realizar a obra da Redenção.

Deus não precisava, mas quis depender, por isso Maria é corredentora, pois dEla nasceu o Redentor, e para que isto acontecesse Deus ainda pede o concntimento dEla. A obra da redenção do gênero humano só se inicia com "Fiat" de Maria.

Maria está ao lado de Jesus da Manjedoura a Cruz, do presépio ao Gólgota, oferencendo-O ao Pai em expiação de nossos pecados.

Já ouviu dizer que Maria é a Onipotência suplicante? Pois assim é, não há graça que Maria Santíssima não possa alcançar de Deus.

Jesus Cristo é o único mediador e essa mediação beneficia a prórpia Virgem Maria. A mediação de Maria é para a aplicação das graças. Ela foi canal que levou Jesus a merecer por nós todas as graças; E Ela é ponte necessária que faz com que todas estas graças até nos cheguem.

CONSTITUIÇÃO DOGMÁTICA LUMEN GENTIUM

III. A VIRGEM SANTÍSSIMA E A IGREJA

O influxo salutar de Maria e a mediação de Cristo

60. O nosso mediador é só um, segundo a palavra do Apóstolo: «não há senão um Deus e um mediador entre Deus e os homens, o homem Jesus Cristo, que Se entregou a Si mesmo para redenção de todos (1 Tim. 2, 5-6). Mas a função maternal de Maria em relação aos homens de modo algum ofusca ou diminui esta única mediação de Cristo; manifesta antes a sua eficácia. Com efeito, todo o influxo salvador da Virgem Santíssima sobre os homens se deve ao beneplácito divino e não a qualquer necessidade; deriva da abundância dos méritos de Cristo, funda-se na Sua mediação e dela depende inteiramente, haurindo aí toda a sua eficácia; de modo nenhum impede a união imediata dos fiéis com Cristo, antes a favorece.

(...)

A natureza da sua mediação

62. (...). Por isso, a Virgem é invocada na Igreja com os títulos de advogada, auxiliadora, socorro, medianeira (186). Mas isto entende-se de maneira que nada tire nem acrescente à dignidade e eficácia do único mediador, que é Cristo (187).

Efectivamente, nenhuma criatura se pode equiparar ao Verbo encarnado e Redentor; mas, assim como o sacerdócio de Cristo é participado de diversos modos pelos ministros e pelo povo fiel, e assim como a bondade de Deus, sendo uma só, se difunde vàriamente pelos seres criados, assim também a mediação única do Redentor não exclui, antes suscita nas criaturas cooperações diversas, que participam dessa única fonte.

Esta função subordinada de Maria, não hesita a Igreja em proclamá-la; sente-a constantemente e inculca-a aos fiéis, para mais intimamente aderirem, com esta ajuda materna, ao seu mediador e salvador.

Até as graças que recebemos por intermédio dos santos, passaram com certeza, pelas mãos maternais de Nossa Senhora.

O Papa Leão XIII, ensina, "Tendo prestado seu ministério na redenção dos homens, ela exerce paralelamente o mesmo ministério na distribuição da Graça que daquela Redenção perpetuamente decorre, investida para esse fim de um poder quase imenso"

É exatamente isso que significa a mediação universal de Maria: uma mediação plena, mas subordinada a Cristo.

Algumas doutrinas relacionadas a esses títulos são "sentença certa" e outras já são dogmáticas.

Assim, devemos, no mínimo, prestar assentimento da vontade e da inteligência, e, no máximo, fé. Não temos escolha.

A co-redenção e a mediação universal não significam colocá-la ao lado de Cristo como igual!

Nossa Senhora é co-redentora porque sofreu com Cristo, não porque tivesse méritos DE SI MESMO. Os méritos da Virgem são advindos de sua união com Cristo. Da mesma forma que nós, ora! Negar a co-redenção é negar que nós tenhamos méritos de condigno, que possamos nos unir a Cristo e sofrer com Ele pela humanidade. E isso é protestantismo, que não o vê o homem capaz de merecer. Se nós, unidos à graça, podemos merecer, Maria muito mais: pois ela é a "cheia de graça". Veja, isso não a iguala a Cristo, pois Cristo é Redentor por si só, mereceu por sua própria condição, enquanto Nossa Senhora é co-redentora por união a Cristo, merecendo por estar na graça, não por sua própria condição.

Já a mediação universal também não é igualar a Mãe de Deus ao próprio Deus. Cristo é o mediador, claro, mas as graças que nos são dadas por Cristo passam pela intercessão de Maria. Por que? Porque ela é nossa mãe, e, nisso, está interessada em pedir boas coisas aos filhos.

Os títulos estão certíssimos: se Maria fosse igual a Cristo, seria simplesmente Redentora, não Co-Redentora. A partícula "co" faz toda a diferença. De certa forma, todos somos co-redentores se estamos em graça e unimos nossos sofrimentos aos de Cristo. Muito mais a Virgem. Veja o filme do Mel Gibson e perceba como Nossa Senhora vais sofrendo, com a Cruz de Jesus: isso é ser Co-Redentora!

E se Maria fosse igual a Cristo, a sua mediação universal não seria colocada sempre como subordinada, e sim como principal. A universalidade não impede a subordinação, pois são categorias diferentes. A de Cristo é universal e principal. A de Maria é universal e subordinada. A dos demais santos é tópica ( caso a caso, não-universal) e subordinada.

A Santíssima Virgem é Co-Redentora, então, tanto por ter dado à luz Cristo, Nosso Senhor, e, por causa disso, não ser possível a salvação sem o concurso da livre vontade de Maria, quanto, além do mais, por ter unido suas dores às do Salvador, merecer para nós com Cristo, uma vez que estava "plena de Sua graça".

São Pio X o que nos diz a Enciclica "Ad diem illum" , 2 fev de 1904:

Maria como mediadora das graças

Por causa desta comunhão de dores e vontade entre Maria e Cristo, ela "mereceu tornar-se da maneira mais digna a reparadora do mundo perdido e, daí também, a dispensadora de todos os bens que Jesus nos adquiriu por sua morte e seu sangue.”

Decerto não negamos que as dispensação desses bens seja o direito particular e próprio de Cristo; pois são o fruto exclusivo de sua morte, e ele mesmo é, em razão de seu poder, o mediador entre Deus e os homens
. Contudo, por causa desta supradita comunhão de dores e angústias entre Maria e o Filho, foi dado à augusta Virgem ser “ junto a seu Filho unigênito a muito poderosa mediadora e conciliadora de todo o orbe terrestre”

A fonte, portanto, é Cristo “ e de sua plenitude todos nós recebemos” (Jo 1,6), “ e a partir dele todo o corpo, unido e articulado por todas as junturas de mútuo apoio,...realiza o aumento do corpo para sua edificação na caridade” (Ef 4,16). Ora, Maria..é o
“ aqueduto” ou também, o pescoço pelo qual o corpo está unido à cabeça”

Assim é claro que estamos longe de atribuir à Deípara uma força que produza a graça sobrenatural, a qual provem de Deus só. mas ela, como supera todos em santidade e união com Cristo e foi associada por Cristo à obra da salvação humana, de congruo, como dizem, nos merece o que Cristo mereceu de condígno e é a ministra principal da distribuição das graças.

Todos os santos, na eternidade, sabem do que se passa na terra "em" Deus. Eles não são onipresentes e nem oniscientes, e "escutam" as preces que lhe são dirigidas de modo "oblíquo", através de Deus, e então intercedem. O mesmo ocorre com Nossa Senhora, que tampouco é onisciente ou onipresente. Acontece, porém, que ela é a única redimida cuja missão específica está relacionada com a salvação de todos os fiéis, pois é a Mãe de Deus, aquela que com seu "fiat" permitiu que o Senhor Se encarnasse.
Deus, então, pode permitir que ela, e apenas ela, escute todas as preces que a Ele são dirigidas por meio dos pedidos aos santos; cada santo ouviria apenas aquelas preces que lhe são dirigidas, ao passo que a Virgem ouviria todos os pedidos dos fiéis, mesmo aqueles que não são feitos por meio dela, e sempre intercederia junto a Deus, em companhia dos santos.

Todas as graças que Deus concede por "iniciativa própria", por outro lado, seriam realizadas pela mediação de Maria, a quem o Senhor faria conhecer a necessidade de seu filho, para que ela então intercedesse.

Vale lembrar que os dois tipos de mediação, Corredentora e Dispensadora de todas as graças, estão ligados pelo fato de que um é o movimento ascendente e o outro é o descendente. Se se afirma que Maria é Corredentora, se está dizendo da mediação ascendente pela qual ela teve participação na redenção da humanidade. Ao mesmo tempo, o mesmo laço que a liga como Corredentora faz surgir a mediação descendente, pelo qual por ela passam as graças alcançadas na cruz. São como dois lados da mesma doutrina. Esta é a razão por que uma está ligada a outra.

Todos somos co-redentores SE ESTAMOS em graça. Mas a Virgem sempre está em graça (portanto é sempre co-redentora), e, além disso, é co-redentora por excelência.

A Santíssima Virgem é a Co-Redentora por antonomásia, por excelência, em um grau superlativo, diria. Pois é cheia de graça, então se uniu ainda mais a Cristo. E porque esteve aos pés da Cruz oferecendo TODAS as suas dores, em união mística com Cristo, por nós. Além disso, sem ela, não nos viria o Salvador. E, assim, podemos dizer, como Santo Afonso de Ligório, em um arroubo místico propositadamente exagerado: "fomos salvos pelo leite de Maria!"

Mas, quando nós estamos em graça, PODEMOS oferecer a Cristo nossas dores e trabalhar para Ele, e, assim, nos tornamos, na ocasião co-redentores também. Inferiores, sem a dignidade de Maria, e eventualmente. Mas também somos.

Existe uma certa cautela no uso do termo co-redentora, pois, argumentam alguns dá margem a certa ambigüidade.

É de se notar que o Papa João Paulo II, embora tenha usado algumas vezes a expressão, a tenha evitado no seu principal documento sobre Maria:

http://www.vatican.va/edocs/POR0063/__P6.HTMhttp://www.vatican.va/edocs/POR0063/__PA.HTM

Dom Estevão é um dos que preferem cautela quanto ao termo: Cf. Curso de Mariologia, pg. 92-94 A cautela é em relação à proclamação solene de um novo dogma, pois isto, de acordo com D. Estevão, poderia dar margem a interpretações errôneas, e inviabilizaria, segundo o mesmo, o esforço ecumênico pela conversão de protestantes e ortodoxos.

Nesse artigo Arthur Burton Calkins recapitula o uso do termo pelo magistério:

http://www.mercaba.org/ARTICULOS/M/maria_corredentora.htm

Independente do termo a ser usado o conteúdo da doutrina é certa.

Mais de São Pio X

Maria, a Co-redentora dos homens

8. Mas não foi apenas para seu próprio louvor que a Virgem ministrou a matéria de sua carne ao Filho unigênito de Deus, que haveria de nascer com membros humanos (S. Beda Ven. lib. IV in Luc. XI), e que ela preparou, desta forma, uma vítima para a salvação dos homens; sua missão foi também velar por esta vítima, nutri-la e apresenta-la ao altar, no tempo estabelecido. Por isto, entre Maria e Jesus reinou perpétua sociedade de vida e sofrimentos, que nos permite aplicar a ambos estas palavras do Profeta: A minha vida vai se consumindo com a dor e os meus anos com os gemidos (Sl 30, 11). E quando chegou a hora derradeira de Jesus, vemos a Virgem "aos pés da cruz", horrorizada certamente ante a visão do espetáculo, "mas feliz porque seu Filho se oferecia como vítima pela salvação dos homens e, ademais, de tal modo partícipe de suas dores que teria preferido padecer os tormentos que cruciavam o seu Filho, tal lhe fosse dado fazer" (S. Bonav., 1 Sent., d. 48, ad Litt., dub. 4). — Em conseqüência dessa comunhão de sentimentos e de dores entre Maria e Jesus, a Virgem fez jus ao mérito de se tornar legitimamente a reparadora da humanidade decaída (Eadmeri Mon., De Excellentia Virginis Mariæ,c. IX) e, portanto, dispensadora de todos os tesouros que Jesus nos adquiriu por sua morte e por seu sangue.

Mediação universal de Maria.

Sabemos que todas as graças nos vêm por Jesus Cristo. Como Jesus nos é dado por Maria, já por este título ela é o meio pelo qual nos são concedidas todas as graças, tanto mais que voluntariamente aceitou ser Mãe de Jesus, ao dar seu consentimento ao anjo Gabriel (Lucas I, 38). Além desta razão, é doutrina comum entre os teólogos que Maria é medianeira de todas as graças, como universal intercessora, para que se nos concedam. Maria é, evidentemente, medianeira mais universal e eficaz que qualquer santo por cuja intercessão pedimos e esperamos alcançar os benefícios de Deus.

É também certo que Jesus Cristo é o único mediador absolutamente necessário para nos serem concedidas as graças ou favores sobrenaturais. Maria é a medianeira que nos ajuda a conseguir essas mesmas graças mais rápido, fácil e seguramente.

Leão XIII, na sua Encíclica Octobri mense, de 22 de setembro de 1891, ensina o seguinte: pode-se dizer com verdade e propriedade que, por disposição de Deus, nada se nos dá do grande tesouro de graça que o Senhor nos trouxe, senão por meio de Maria (D. 1940a).

E São Pio X, na Encíclica Ad diem, de 2 de fevereiro de 1904, diz que Maria
mereceu ser dispensadora de todas as graças que Jesus nos trouxe com seu sangue e morte (D. 1978a).

Maria como co-redentora.

A Virgem Santíssima
abdicou dos seus direitos maternais e imolou o seu Filho, quanto era da sua parte, por aplacar a justiça divina; sofreu de tal modo e quase morreu com o Filho que sofria e morria, que se pode com razão dizer que remiu, com Jesus Cristo, o gênero humano(letras apostólicas Inter Sodaditia de Bento XV, de 22 de março de 1918 - D. 1978a na nota).

A Virgem dolorosa participou com Jesus Cristo na obra da sua redenção (Pio XI, nas letras apostólicas Explorata res, de 2 de fevereiro de 1923 - D. 1978a na nota).

São Pio X, em 22 de janeiro de 1914, concedeu indulgências a uma oração na qual se chama Nossa Senhora de Co-redentora do gênero humano (D. 1978a na nota).

Nossa Senhora pede o quinto dogma*

É o tema central das mensagens de Amsterdã. Nossa Senhora falou isso, logo após haver ensinado a Oração pelo Espírito Santo.

Eis as palavras da Mãe à vidente:
Eu estou aqui de pé, e desejo ser a Senhora de todos os povos, não somente de um determinado povo, e sim de todos. Agora vou te explicar, por isso escuta bem: Trata-se de compreender o significado do conteúdo da mensagem. Eu estou ao pé da Cruz, com a cabeça, com os pés e as mãos, como as de qualquer ser humano. Meu corpo, porém, é como saído do Espírito. Porque estou assim? Meu corpo foi levado ao Céu como o de meu Filho. E agora me encontro oferecendo diante da Cruz, porque eu sofri com meu Filho espiritualmente, e também, de um modo especial, fisicamente. Este será um Dogma muito combatido.

Ida [vidente] então, manifesta seu temor de transmitir esta mensagem, mas Maria diz:

Filha: comunica isso, e diz que com este Dogma se encerrarão os Dogmas Marianos. Eu já lhes disse: a Teologia deve agilizar os assuntos de meu Filho. Com isso quero dizer: teólogos, o Filho vai buscar os pequenos e os humildes para Sua obra. Acreditais vós que os pequenos e os humildes, podem ensinar algo a vós? Crede com humildade! Não podemos esperar muito tempo mais. Este tempo é o nosso tempo. (01/04/1951).

Muitas vezes Maria voltou a falar a Ida sobre a importância deste novo Dogma, como aconteceu em 02 de julho de 1951.

Como Co-redentora, Medianeira e Advogada, eu estou de pé sobre o mundo, diante da Cruz do Redentor. Pela vontade do Pai e do Redentor, vim ao mundo, mas para isso o Pai quis se servir da Senhora. Portanto, o Redentor recebeu da Senhora, somente – e sublinho a palavra somente – a Carne e o Sangue, para dizer, o seu Corpo. De Meu Senhor e Mestre o Redentor recebeu Sua divindade. Do mesmo modo, a Senhora se fez Co-redentora. Eu disse antes “este é nosso tempo”, o que significa que o Pai e o Filho querem neste tempo enviar ao mundo inteiro a Co-redentora, Medianeira e Advogada.

[...]

Recordando que a própria Mãe de Deus entregou esta mensagem a Ida – e a nós todos – pouco tempo depois de proclamado o quarto Dogma, o da Assunção – que foi proclamado pelo Papa Pio XII – Maria coloca importância e mesmo prioridade em proclamar o quinto Dogma. Com isso tem a finalidade de cumprir a missão da Igreja a respeito dos Dogmas de Maria, verdadeira coroa da Rainha dos Céus. Em 15 de agosto de 1951 ela disse a Ida:

Hoje venho como Senhora de Povos os Povos. Eu já esmaguei a serpente com meu pé. Estou unida ao meu filho, como sempre tenho estado. Na história da Igreja, este Dogma – o Dogma da Assunção – deve preceder ao que segue. Como Co-redentora, Medianeira e Advogada, estou agora neste tempo, no nosso tempo. O Dogma da Assunção teve que precedê-lo. Virá depois o outro que é maior. Neste tempo, a Eucaristia está e estará sempre no centro dos acontecimentos mundiais.

Disse Ida: Agora, a Senhora se afasta da Cruz e eu de novo me sinto tomada de violentas dores. Ato contínuo, a Senhora volta a se colocar diante da Cruz, e eu sinto uma grande compaixão ao contemplar seus sofrimentos. Vejo então uma intensa luz que brota da Cruz. E a Senhora diz:
Os homens foram recomendados à Mãe. Pois o Filho disse: “Mulher, aí tens teu filho. Filho aí tens tua Mãe!” Portanto, sou Co-redentora, Medianeira e Advogada. Diga isto aos teólogos. Diga-lhes que quero ser e que serei Co-redentora, Medianeira e Advogada.

* devoção privada, não obriga assentimento, colocado no artigo em caráter de informação, diz então o Cardeal Alfons Stickler, em carta, aos participantes de um encontro,
em Amsterdam, no dia 13/05/1997:

Considero um grande dom as Aparições que houve em Amsterdam, desde 1945. À
vidente Ida foi revelando, sobretudo a vontade de Deus em venerar MARIA, Sua
Mãe, como Co-Redentora, Medianeira e Advogada. Nossa Senhora anuncia que o Santo Padre deve proclamar estes títulos como dogma, para a renovação da Igreja e de toda a humanidade, no ESPÍRITO SANTO. A Igreja deveria submeter estas mensagens a sério exame à luz dos acontecimentos que se verificarem na Igreja e no mundo nestes 50 anos: Uma impensável crise de fé, da moral, da política e da economia. Quando a Senhora de Todos os povos veio a Amsterdam, em 1945, ninguém podia imaginar em que medida seriam realizadas estas profecias”.

Vendo o texto de Santo Agostinho[http://www.newadvent.org/fathers/1801035.htm],) fica claro por uma leitura completa que Santo Agostinho fala da morte que é consequência do pecado, e não do pecado em si.

Então a morte, que é causada pelo pecado, é chamada pecado; como nós falamos 'a língua grega', 'a língua latina', querendo dizer com isso não o membro de carne, mas o que é feito pelo membro de carne. (So then death, which is caused by sin, is called sin; as we say the Greek tongue, the Latin tongue, meaning not the very member of flesh, but that which is done by the member of flesh.)

Então o pecado do Senhor é o que foi causado pelo pecado; porque Ele assumiu a carne, da mesma natureza que havia merecido a morte pelo pecado. Para falar mais brevemente, Maria, que era filha de Adão, morreu devido ao pecado, Adão morreu devido ao pecado, e a Carne do Senhor nascida de Maria morreu para apagar o pecado (So then the sin of the Lord is that which was caused by sin; because He assumed flesh, of the same lump which had deserved death by sin. For to speak more briefly, Mary who was of Adam died for sin, Adam died for sin, and the Flesh of the Lord which was of Mary died to put away sin.)

Se os protestantes fossem analisar honestamente a obra de Santo Agostinho, não poderiam deixar de notar o Capítulo 42 do "Da Natureza e Graça", onde ele diz:

Exceto a Santa Virgem Maria, da qual não quero, por honra do que é devido ao Senhor, suscitar qualquer questão ao se tratar de pecados (...) Exceto, digo a esta Virgem, se tivéssemos podido congregar todos os santos e santas que aqui viviam e perguntássemos se jamais tinham pecado, o que teriam respondido? (...) Não é verdade que teriam unanimemente exclamado: 'Se dissermos que não pecamos, enganamo-nos, e a verdade não está em nós'?

Havia, na Idade Média, uma idéia de que a alma humana só era infundida no embrião algum tempo após a concepção (40 dias para os homens, 80 dias para a mulher).

Tal ideia tinha defensores até pouco tempo, e eu mesmo não vejo incompatibilidade nela.

Mas eu não acho que são essas as razões por que Santo Tomás escreveu isso. Ele diz que Maria contraiu o pecado original, para refutar um erro da época, segundo o qual Maria não precisou dos méritos de Cristo (ou seja, Maria seria irredenta), e também porque não entendia como tais méritos poderiam ser aplicados a uma criatura por antecipação. Na visão de Santo Tomás, Maria tinha que existir primeiro, para depois ser santificada, o que independe da sua teoria da animação tardia. Caso ele não diferenciasse o débito do pecado (dever ser redimida) do próprio pecado, mesmo defendendo a animação imediata, ele chegaria ao mesmo raciocínio.

Dom Odilão Moura diz que a opinião de Santo Tomás conheceu três fases (nota de rodapé do "Compêndio de Teologia" traduzido por ele): no início, Santo Tomás conhece e ensina a Imaculada Conceição (I Sent., d. 44, q. 1, a. 3); depois, assume posição contra a Imaculada Conceição na Suma Teológica e no Compêndio de Teologia; enfim, Santo Tomás assume finalmente a defesa da Imaculada Conceição na "Expositio super salutatione angelicae".

Como a Purificação não se poderia dar num corpo onde não havia uma alma racional (Suma III, q27 - 2), por razões óbvias, Tomás de Aquino defendia que Maria só foi purificada após a infusão da alma humana no embrião.

Com o abandono dessa mentalidade sobre o momento da infusão da alma e com a noção de Redenção Preventiva (Maria preservada do pecado original em virtude dos méritos futuros de Cristo) desenvolvida principalmente por João Duns Scotus no século XIV, além de outras sutilezas, pôde-se chegar à Imaculada Conceição de Maria.

E o que Santo Agostinho disse continua verdadeiro: Maria, filha de Adão, morreu devido ao pecado. Se não fosse o pecado, Cristo não teria assumido uma natureza passível. Logo, Maria não teria assumido uma natureza passível, como seu Filho, se é verdade que ela só o assumiu apenas por conveniência, embora seja verdadeiro dizer também que Maria teve o débito do pecado, pois precisou de redenção.

Mas alguns santos realmente chegaram a negar a Imaculada Conceição, o que não se pode afirmar que se dê aqui com Santo Agostinho.

Se Santo Tomás chegasse a distinguir o próprio pecado do débito do pecado, na Suma Teológica, teria chegado a conclusão de que o débito do pecado poderia ser redimido por antecipação, ao passo que o pecado não poderia (pois tem que existir pecado, para esse ser limpo). Acho que assim, fica melhor explicado.

Mediadora de Todas as Graças


O título significa que na realidade do Céu, é somente através das mãos de Maria que chegam ao mundo, direta ou indiretamente, todas as graças divinas.

Diretamente "tudo quanto é objeto imediato da prece precatória, como são os auxílios de que carecemos para atingir nosso fim último, auxílios internos e externos, naturais e sobrenaturais, principalmente as graças atuais.

Indiretamente depende a graça santificante, tanto sua primeira infusão como o seu aumento. Indiretamente, pois, a graça santificante e seu aumento são frutos das boas obras e dos sacramentos. Mas tudo para a boa obra como para a digna recepção dos santos sacramentos, precisamos de inúmeras graças atuais e estas nô-las obtém a intenção de que em nós aumente a graça santificante."

(in.: Nossa Senhora Medianeira de Todas as Graças[http://www.paginaoriente.com/titulos/nsmed3105.htm])

Prefiro ficar com a tese de que Nossa Senhora não conheceu a morte física, estava lendo um artigo sobre Mariologia e vi esse trecho de comparações bíblicas para confirmação:

Lucas 1,46-49

E Maria disse: Minha alma glorifica ao Senhor, meu espírito exulta de alegria em Deus, meu Salvador, porque olhou para sua pobre serva. Por isto, desde agora, me proclamarão bem-aventurada todas as gerações, porque realizou em mim maravilhas aquele que é poderoso e cujo nome é Santo.

Salmos 15,9-10

"Por isso meu coração se alegra e minha alma exulta, até meu corpo descansará seguro, porque vós não abandonareis minha alma na habitação dos mortos, nem permitireis que vosso Santo conheça a corrupção"

E mais ainda com Pio XII quando proclamou o dogma da Assunção:

“Declaramos ser dogma por Deus revelado que a Imaculada Mãe de Deus e sempre Virgem Maria, tendo terminado o curso da vida terrestre foi elevada à glória celeste, em alma e corpo"

Então compreendo que a Assunção pode ter sido com o corpo ressucitado ou com o corpo preservado da morte, como aconteceu com Enoque e Elias.

É verdade que na Revelação a morte se apresenta como castigo do pecado. Todavia, o fato de a igreja proclamar Maria liberta do pecado original por singular privilégio divino não induz a concluir que Ela recebeu também a imortalidade corporal.

A mãe não é superior ao Filho, que assumiu a morte, dando-lhe novo significado e transformandoa em instrumento de salvação. Empenhada na obra redentora e associada à oferta salvífica de Cristo, Maria pôde compartilhar o sofrimento e a morte em vista da redenção da humanidade.

Também para Ela vale quanto Severo de Antioquia afirma a propósito de Cristo: “Sem uma morte preliminar, como poderia ter lugar a ressurreição?” (Antijulianistica, Beirute 1931, 194 s.). Para ser partícipe da ressurreição de Cristo Maria devia compartilhar antes de mais a Sua morte.

Nalguns Padres da Igreja encontramos a descrição de Jesus mesmo que vem acolher a sua Mãe no momento da morte, para introduzir na glória celeste. Assim, estes apresentam a morte de Maria como um evento de amor que a levou a alcançar o seu Filho divino para participar da Sua vida imortal.

No final da sua existência terrena, ela terá experimentado, como Paulo e mais do que ele, o desejo de se libertar do corpo para estar com Cristo para sempre (cf. Fl. 1,23).

A experiência da morte enriqueceu a pessoa da Virgem: passando pela comum sorte dos homens, ela pode exercer com mais eficácia a sua maternidade espiritual em relação àqueles que chegam à hora suprema da vida.


DO Livro: A VIRGEM MARIA - 58 CATEQUESES DO PAPA JOÃO PAULO II

Objeção protestante sobre a Imaculada Conceição

Acompanhando o site CACP, eles aproveitam de frases de Santos para tentar criar uma suposta contradição nos ensinamentos católicos, e citam alguns para tentar provar que a Nossa Senhora não foi isenta do pecado original ao ser concebida.

Eusébio de Cesaréia: "Ninguém está isento da mancha do pecado original, nem mesmo a mãe do Redentor do mundo. Só Jesus achou-se isento da lei do pecado, mesmo tendo nascido de uma mulher sujeita ao pecado."

Santo Ambrósio , comentando Salmos 118: "Jesus foi o único a quem os laços do pecado não venceram; nenhuma criatura concebida pelo contato do homem e da mulher foi isenta do pecado original; só foi isento Aquele que foi concebido sem esse contato e de uma virgem, por obra do Espírito Santo."

Santo Agostinho, comentando Salmos 34:3, diz: "Maria, filha de Adão, morreu por causa do pecado; e a carne do Senhor, nascida de Maria, morreu para apagar o pecado."

A contra resposta que devemos dar é que a doutrina da Imaculada conceição ainda não estava desenvolvida e até o século XIX, antes da definição do Dogma, qualquer um podia dar a opnião que quisesse.

Estes eminentes Pais apostólicos deram suas opniões. E quem define dogma é o Papa e sabemos que São Jerônimo, Santo Ambrósio nunca o foram, e mesmo se fossem, sem definir algo vale apenas como uma opinião.


Maria: Nova Eva

Cedo na história do cristianismo os Padres falaram da Santíssima Virgem Maria como a Nova Eva.

Santo Irineu esceveu (tradução livre):

Era certo e necessário que Adão fosse restaurado em Cristo… que Eva fosse restaurada em Maria, como a Virgem, que fosse defensora da virgindade, que apagasse e abolisse a desobediência de uma virgem pela obediência como a Virgem.

O título de Nova Eva, mesmo não sendo achado na Bíblia, tem uma forte ressonância escritural. São Paulo, em várias passagens de suas Epístolas, identifica Cristo como o Novo Adão (esse, inclusive, é o motivo teológico para o Verbo ter se encarnado como alguém do sexo masculino) e o contrasta com Adão. Enquanto o pecado de Adão trouxe a morte, a ação salvífica de Jesus, o Novo Adão, redimiu e ofereceu a graça da vida eterna. Assim como Adão não agiu sozinho, já que Eva cooperou substancialmente na queda, Jesus associou a Redenção paga pelo Seu Sangue com o “sim” de Maria.

Os Padres, falando da Nova Eva, trabalharam a idéia de que a obediência de Nossa Senhora à vontade de Deus foi uma parte integrante da economia da salvação. A obediência da Virgem reparou a desobediência de Eva e, pela vontade eterna de Deus, se tornou um elemento necessário da nossa Redenção. Disse São Jerônimo:

Morte por Eva, vida através de Maria

Adão pôs à sua mulher o nome de Eva, porque ela era a mãe de todos os viventes. (Gêneses 3, 20)

Eva foi a mãe dos viventes; similarmente, Maria, como Nova Eva, é a mãe dos que vivem na ordem da graça. Nossa Senhora provou sua obediência fiel não só na Anunciação, mas também em toda a sua vida terrena, especialmente quando ela deu seu silêncio nos momentos excruciantes da Paixão.

Alguns dos Soberanos Pontífices também escreveram sobre Maria Santíssima como a Nova Eva. Pio XII disse na Munificentissimus Deus:
E convém sobretudo ter em vista que, já a partir do século II, os Santos Padres apresentam a virgem Maria como nova Eva, sujeita sim, mas intimamente unida ao novo Adão na luta contra o inimigo infernal. E essa luta, como já se indicava no Protoevangelho, acabaria com a vitória completa sobre o pecado e sobre a morte, que sempre se encontram unidas nos escritos do apóstolo das gentes (cf. Rm 5; 6; lCor 15,21-26; 54-57).

Desse modo, o título de “Nova Eva” mostra a posição de exaltação de Nossa Senhora na Igreja seguindo seu papel na história da salvação, reforçando as idéias de co-redentora e medianeira de todas as graças.

Segundo D.Estêvão, os antigos e medievais julgavam que a semente vital masculina era o unico principio ativo na conceicao de um novo ser humano. O útero feminino seria um recipiente passivo para essa semente. O pecado de Adão se transmitiria pela semente masculina. Este principio explicava bem porque Jesus fora isento de pecado original: Não era filho de José no plano biológico.


Quando se fala sobre a “morte” ou não de Nossa Senhora, podemos tomar como exemplo o que ocorreu na proclamação do dogma da Assunção.

Na Constituição Apostólica Munificentissimus Deus, com a qual Pio XII proclamou o dogma da Assunção de Maria aos Céus (1º de novembro de 1950), o Pontífice mostra que não se tratava de criar um novo dogma, uma nova verdade sobre Nossa Senhora, mas que esta verdade já estava na consciência e na tradição da Igreja, sendo crida por todo o povo fiel.

A fórmula dogmática define que Nossa Senhora subiu aos Céus em corpo e alma, porém evita dizer se, antes de tal subida, Ela passou ou não pela morte, que é uma questão importante mas colateral à verdade definida.

Toda uma corrente teológica dentro da Igreja propendia então para afirmar que Nossa Senhora não morrera, pois, em virtude de ter sido preservada do pecado original (a Imaculada Conceição), não precisava passar pela morte, uma vez que esta é um castigo decorrente do pecado original.

Outra corrente, pelo contrário, admitia a morte de Nossa Senhora, argumentando inclusive, alguns de seus integrantes, que Ela própria tinha desejado morrer para assemelhar-se mais a seu Divino Filho.

Não havendo unanimidade, na reflexão teológica da Igreja a respeito desse ponto, Pio XII contornou a dificuldade, afirmando: “
Declaramos ser dogma por Deus revelado que a Imaculada Mãe de Deus e sempre Virgem Maria, TENDO TERMINADO O CURSO DA VIDA TERRESTRE foi elevada à glória celeste, em alma e corpo”.

Como se vê, a frase “tendo terminado o curso da vida terrestre” deixou em aberto a questão da morte ou não-morte de Maria Santíssima, até que a reflexão teológica da Igreja adquira plena firmeza nesse ponto.

Escreve a respeito (defendendo a tese da morte) o Pe. Gino Concetti, teólogo da Casa Pontifícia: “
Assim como Cristo preservou Maria do pecado mediante uma única e singular Redenção, precisamente de igual modo concedeu a Maria o privilégio único a um ser humano, de ser subtraída, preservada da corrupção do sepulcro. O seu corpo não se dissolveu na sepultura, mas foi elevado ao Céu pelos méritos e pelo poder de Cristo” (Observatório Romano, edição em português, 4/11/00).

Porém, “
até a véspera da proclamação dogmática, era muito viva uma corrente mariológica que afirmava a não-morte de Nossa Senhora”. Tais teólogos eram chamados de “imortalistas”.

De qualquer forma, ressalta o Pe. Concetti: “
para Nossa Senhora a morte não foi um drama ou um trauma, mas uma suave dormição [como chamavam os Padres da Igreja], da qual foi desperta pelo Filho, que transformou o seu corpo passível em corpo glorioso e não mais sujeito nem à morte nem a corrupção”.

Compreendendo melhor o assunto, São Josemaria Escrivá também fala da co-redenção:

http://www.escrivaworks.org.br/book/forja/ponto/674.

http://www.escrivaworks.org.br/book/forja/ponto/55.

http://www.escrivaworks.org.br/book/sulco/ponto/863.

http://www.escrivaworks.org.br/book/via_sacra/ponto/2

Algumas questões discutíveis:

Nossa Senhora realizou com Cristo a obra da salvação?Nós somos salvos com os méritos dela também?

É necessário entender a diferença entre merecer de côngruo e merecer de condigno. Só Cristo pode merecer de condigno a salvação para outrem.

Mérito de condigno é quando a recompensa corresponde ao merecimento por uma questão de justiça. Já mérito de côngruo é quando a recompensa é muito maior do que o merecimento.

Por que esse título seria dogma?

Não é dogma. É doutrina católica. O que não significa que seja lícito duvidar, pois o católico não está obrigado a seguir só o que a Igreja ensina como verdade de fé divinamente revelada.

O fato dos santos dizerem que Nossa Senhora é necessária a salvação significa que a pessoa que não pede a intercessão dela irá para o inferno?

Não. Este ensino significa que a cooperação intercessora de Maria tem por objeto todas as graças que se concede ao homem (dispensadora de todas as graças), o que é doutrina do magistério ordinário da Igreja. No entanto, não significa que por força tenhamos que pedir todas as graças por intercessão de Maria, ou que a intercessão de Maria seja intrinsecamente necessária para a aplicação da graça, mas apenas que, por ordenação positiva de Deus, ninguém recebe nenhuma graça de Cristo sem a atual cooperação intercessora de Maria.

Eu também poderia ser um co-redentor?

Devendo tudo a Deus, inclusive suas próprias forças, e em sentido muito inferior ao de Maria Santíssima, sim.

Sem Nossa Senhora poderia haver rendenção?

Sim, pois a cooperação de Maria não é intrínseca, essencial à redenção objetiva, nem à subjetiva, mas sim por uma positiva ordenação de Deus.

"Contudo, porque Maria excede a todos em santidade e em união com Cristo, e por ter sido associada por Ele à obra redentora, ela nos merece de congruo, segundo a expressão dos teólogos, o que Jesus Cristo nos mereceu de condigno, sendo ela ministra suprema da dispensação das graças."

(citação da encíclica Ad diem illum, de S. Pio X).

A Bem-Aventurada Virgem Maria foi associada a Cristo Redentor na realização da obra da Redenção e, portanto, é chamada com razão Co-Redentora.

Valor dogmático: A tese é doutrina católica certa, proposta constantemente durante um século íntegro por todos os Sumos Pontífices de toda a Igreja.

A Bem-Aventurada Virgem Maria é verdadeiramente a Dispensadora de Todas as Graças.

Valor dogmático. Que a mediação de Maria enquanto à dispensação das graças é completamente especial e antecede em muito a mediação dos santos, parece que é de fé pelo magistério ordinário. Que isto se refere a todas as graças de modo geral, é ao menos doutrina católica.

Fonte: Suma de la Sagrada Teología Escolástica

Levantando outra questão:

"Entrando, o anjo disse-lhe: 'Ave, cheia de graça, o Senhor é contigo'" - Lc 1,28

"Estevão, cheio de graça e fortaleza, fazia grandes milagres e prodígios entre o povo" - Atos 6,8

Poderíamos entender o contexto entre o "cheia de graça" dito pelo anjo à Maria, e o "cheio de graça" de Estevão. Até porque o único que permaneceu imaculado fora Maria Santíssima foi São João Batista.

Não quererá dizer santificado desde o ventre? Bem, nesse caso, há pelo menos três pessoas de que se tem notícia: o profeta Jeremias, São João Batista e a Santíssima Mãe de Deus. Agora, concebido sem pecado, só a Mãe de Deus.

O foco mesmo na frase "cheia/o de graça", mas não atentei que não podemos apenas nos fixar na tradução portuguesa.

No grego é usado um termo unicamente para Nossa Senhora:
kekarítomenê. A tradução correta não seria "cheia de graça", mas "sempre cheia de graça". Maria permaneceu pura antes, durante e depois do parto de Cristo.

Já Estevão, segundo a tradução do grego, "cheio de graça (
eplésthe) e poder, fazia prodígios". Ele abriga, portanto, a graça presentemente.

Em Maria, a primeira graça foi também habitual e não atual, como é conosco. Assim, a negação de toda espécie de mérito próprio em relação à primeira graça tem valor, para a Virgem Maria, em relação àquela que foi a sua primeira graça, que é precisamente a da Imaculada Conceição.

 

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