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Sobre a juventude na JMJ 2013


Falta mesmo um conhecimento mais profundo a respeito da fé católica, da história a Igreja, etc, para que não nos deixemos levar apenas por emoções, pois se assim for, quando esta acabar (que é o que acontece em algum momento), não haverá mais motivo para permanecermos na Igreja, e não é assim que deve ser.
 
O Padre Paulo Ricardo, em suas palestras e pregações, vez ou outra comenta que é natural ficarmos empolgados quando aderimos a algo novo, mas alerta para nos prepararmos para o que virá depois, a curto ou longo prazo: a perda da empolgação, o novo vai ficando "velho".


Ele inclusive exemplifica com o matrimônio: no início são só flores, mas depois vem aquela vida rotineira (alguns dizem que "acaba o amor"; o Padre responde que o amor se prova justamente com o que vem depois).

E é aí que entra a graça da perseverança unida ao acolhimento da cruz: quando o novo for se tornando velho e cansativo, mais do mesmo; saber perseverar, saber sacrificar-se, saber entregar a vida, e não ficar por aí buscando gostos sensíveis, que passam.

Deus não passa. Deus não muda. Deus permanece. Deus não precisa ser sentido, mas sim crido, adorado, servido.


Esperamos que a Liturgia Papal seja solene e não uma oba-oba como estão acostumados os jovens de paróquias. Eles buscam a satisfação própria, e não propriamente Deus. Claro, pois Deus se deixa encontrar sob o véu do pão e do vinho, em Corpo e Sangue, Alma e Divindade, todinho ali!

Ah! se os jovens entendessem isso verdadeiramente! Ah! se buscassem a Deus de verdade, acatando tudo quanto Ele mesmo revelou à humanidade através da Sagrada Escritura e Sagrada Tradição! Ah! se não buscassem o mero "sentir-se realizados", mas sim o fazer a vontade de Deus acima da vontade pessoal!

Quanto à "Missa padrão", só é monótona para quem não entende, para quem não crê verdadeiramente. E aqui entra -- de novo! -- a importância da formação, a importância de saber, de conhecer aquilo em que cremos.

Ora, jamais que uma pessoa crente e conhecedora da maravilha que é a Santa Missa, achá-la-ia monótona, nem se o sacerdote tivesse uma má oratória, pois ela vai ali para assistir ao Sacrifício do Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo; ela vai ali para completar a ação ritual do Sacrifício, comungando da Carne do Deus Sacrificado; ela vai ali para adorar a Deus no culto máximo que Ele mesmo estabeleceu, no qual Ele é a Vítima e o Sacerdote.

Obviamente os sacerdotes precisam ser bem instruídos, e fiéis à Igreja, tanto no ensinar, quanto no celebrar. A Sagrada Liturgia é belíssima! E qualquer um que a assista sem invencionices e desobediências às normas, pode constatar isso facilmente. A Liturgia é Bela.

Ademais, oxalá que a Santa Missa seja sempre "padrão"! No padrão da Santa Igreja Romana, do jeitinho que está no Missal Romano, só assim será de fato "católica"; só assim estaremos em profunda comunhão com todo o mundo, ao celebrarmos a mesma coisa, nos mesmos moldes, num mesmo espírito, na mesma Mãe Igreja. 

Algo que surgiu na década de 70/80 foram as Missas dos jovens em que a garotada ficava nos primeiros bancos das igrejas, o músico com seu violão e a menina do microfone com sua belíssima voz. 

O tempo passou... e onde estarão esses jovens que "animavam" as missas? Cadê a geração desses grupos jovens? (criação de padre Zezinho que foi até copiado pelos protestantes e espíritas)

Pois é, depois que crescem e amadurecem, passam a ver a religião como um simples auê de grupo jovem e migram para o ateísmo ou para uma seita que externamente aparenta uma fé sólida. 

Nada contra as organizações de juventude, mas a história já deu prova que auê não fortalece fé de ninguém. Não é a toa que o refúgio para os que amam a Igreja e querem continuar sendo seus filhos longe do auê é o catolicismo tradicional.

É um martírio doloroso este, porque sabemos que trazemos a verdade, lutamos por ela, e no final das contas somos taxados de intolerantes e até de anti-cristãos. Como se ser cristão fosse aceitar tudo e todos por conta de sermos bonzinhos.

É uma beleza para o nosso ego e vaidade, sermos ridicularizados, porque quanto mais nos ridicularizam, mais nos deixamos quebrantar e mais tomamos posição para com a verdade... isto é no fundo, mais que ser doloroso, muito bom!

Caridade sempre, sem contudo esconder a verdade.

O que o Catecismo diz ser verdade, reafirmamos sempre. O que ele diz que é erro, dizemos que é erro, sem medo. A melhor maneira de se fazer isso, é com clareza, retidão, mas sempre colocando de uma forma que chama o outro a pensar.

Para cada tipo de argumentação e de pessoa uma maneira de se debater, mas sem medo de reafirmar a verdade, mesmo que doa.

Agora, há casos que é melhor se calar e esperar nova oportunidade, caso o Senhor nos dê outra.

O outro problema é que para esses nenhum outro documento, nenhuma outra posição, nem ao menos a própria doutrina vale para desmoronar as suas falsas verdades, é preciso entrar no trauma, na frustração no motivo que fez essas pessoas se desvirtuarem.

Acredito que seja por causa da visão de mundo que nos é imposta pela sociedade moderna. Sabe, do Status, da busca pelo prazer, do sucesso, do sentir bem e por aí vai. Claro que ninguém gosta de sofrer, de ficar isolado, ou de sentir-se mal. Claro que todo mundo quer ter uma vida confortável. Mas o ponto chave é que atualmente, busca-se tudo isso como se isso fosse a finalidade, o bem absoluto. Ora, quantos são os que buscam a Deus, não por Deus em si só, mas porque acreditam que de algum modo isso lhes vai trazer paz e conforto? Deseja-se tirar o "carregar a Cruz" do cristão, quando sabemos que isso não é impossível. O bem e felicidade absolutos não estão aqui neste mundo, ora.

Assisti a uma reportagem na Record agora há pouco na qual falam sobre um apelo de Roma aos bispos brasileiros para que estes não meçam esforços para recuperar os católicos que abandonam a Igreja. O Santo Padre disse que esta migração é devido a "uma emoção" por parte dos fiéis. Daí nota-se que muito mais do que buscar a Deus, os fiéis buscam o bem-estar acima de tudo...

Meus pais dizem que antigamente, as pessoas eram "mais conformadas" com doenças, sofrimentos e morte. Tratavam isso como processos naturais e inerentes à vida humana. Não fugiam disso. Talvez, por isso tinham mais fé e humildade. Hoje, pelo contrário, o que importa é "sentir-se bem não importa como". Daí também essa resistência dos que estão no erro em assumir seus erros: "de algum modo, acreditar em suas falsas verdades, os fazem sentir bem, então porque mudar?"

De fato, talvez estejamos presenciando a super valorização do "eu" como nunca antes na história.

Infelizmente hoje em dia é muito fácil um indivíduo encontrar um grupo "que o aceite como ele é" e ali se firmar no seu pensamento errôneo. Vemos aí o gayzismo, por exemplo: o rapaz não é aceito pela família, é ridicularizado por seus amigos, é chamado à castidade pela Igreja... Então ele se revolta, sai de casa e vai à procura "daqueles que o entendam". O resultado é milhões de pessoas se aglomerando numa avenida para reafirmarem aquilo que pensam...

Não abrem mais espaço para a pergunta "será que o que estou fazendo é certo?". Isto também graças ao maldito relativismo, onde "o que vale é o amor"...

As pessoas são atraídas facilmente pelo que é encapado de bonito e certo: o politicamente correto. E se fecham nisso, e acham que na verdade elas sim, estão com a mente mais aberta e tomando uma postura correta. E quando vem alguém e lhe diz coisas relativas à Moral, esta é arcaica, retrógrada.

Quando isto acontece, e o bloqueio para uma outra visão é voluntário, é quase impossível conseguir algo.
 
Para esses devemos trabalhar em primeiro lugar a atração... a famosa "vejam como eles se amam" e buscar relação com os pontos em comum, demonstrando como o "em comum" está incompleto na fé deles e a totalidade do Bem reside em Deus, que se apresenta pela Igreja.
 
Quantos de nós já presenciou algo do qual poderia verdadeiramente dizer "vejam, como se amam!"?

O modo como viviam os primeiros cristãos atraía muita gente. Notava-se neles algo diferente dos demais grupos da época.

O "retorno às origens", aplicado por muitas Ordens históricas de nossa Santa Igreja para resgatar a essência, deveria ser trabalhado também em nossas vidas. Pois seguir a Cristo exige um amor incondicional tanto à Verdade quanto aos irmãos; afinal "Se alguém disser 'Amo a Deus', mas odeia seu irmão, é mentiroso. Porque aquele que não ama seu irmão, a quem vê, é incapaz de amar a Deus, a quem não vê" (I Jo IV,20).
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PARA CITAR ESTE ARTIGO:

Sobre a juventude na JMJ 2013 David A. Conceição   07/2013 Tradição em Foco com Roma.

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