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Não era o Roberto De Mattei que estava certo



Após minha postagem neste blog esclarecendo nos seus devidos detalhes a atitude do Papa Francisco a respeito da proibição da celebração no Rito Tridentino à Fraternidade Da Imaculada. Quando pensava que havia esclarecido algo, apareceu-me mais conversas ainda, até mesmo ataques pessoais e difamatórios a mim, por pessoas que não tinham nada a ver, nem com a notícia, nem mesmo com a crítica ao sensacionalismo do Fratres in Unum.
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O incrível é que a nota da comunidade religiosa que traduzimos demonstra claramente que a decisão é específica e por circunstâncias particulares para aos Frades Franciscanos da Imaculada. Sim, houve uma restrição à Missa Tridentina aprovada pelo Papa Francisco, e daí? Desde quando o Papa em determinações particulares perdeu esse poder? 
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E quem disse que um decreto restrito ab-rogaria o Motu Proprio Summorum Pontificum, por sua natureza geral, do Papa Bento XVI? Então, por exemplo, em 1920 quando a Igreja Católica concedeu que os católicos da Tchecoslováquia pudessem celebrar a Missa de certas festas em língua páleo-slávica, contrariou o Concílio de Trento?! Que proibia a Missa ser celebrada em vernácula? Outra coisa, não é questão de ficar cego ou não. O que foi demonstrado é que não há base alguma para dizer que o Papa Francisco fez isso por querer o fim da Missa Tridentina (absurdo, contrário aos seus atos e discursos) em si mesma, achar velha e ultrapassada. Pelo contrário, o indício é que se trata de um assunto particular deles e que não afeta o resto do mundo católico.
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Ainda que não tivesse sido publicada aquela nota tão clara dos próprios interessados sobre a atitude do Papa, não caberia julgar o Papa com tão grave denúncia. O dever da caridade nos obriga a presumir sempre em favor do próximo até que seja manifestamente provado o contrário. E quando se trata do Nosso Pastor comum essa obrigação se eleva, obviamente.
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Nossa atitude foi mostrar que o Papa pode fazer isso, e temos que obedecê-lo, sem isso contradizer o que disse Bento XVI.

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MAS A BULA “QUO PRIMUM TEMPORE” DE PIO V, NÃO DIZ QUE A MISSA NÃO PODE SER PROIBIDA, DE MODO ALGUM?
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Sim, porém em casos gerais e sem razão. Esta mesma Bula de São Pio V a qual eu publico no meu site, diz que nenhuma oração poderia ser posta dentro do Missal instituído para aquela Missa:
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Nós indicados no presente Missal, e na celebração da Missa, não tenha a audácia de acrescentar outras cerimônias nem de recitar outras orações senão as que estão contidas neste Missal.
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No entanto o Papa Leão XIII no seu pontificado foi lá e adicionou a oração de São Miguel Arcanjo. Por que então os que se dizem contra o Rito de Paulo VI, oram a oração de São Miguel, já que em 1540 o papa Pio V havia proibido adicionar orações?
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Leão XII não contradisse o que escreveu Pio V, apenas utilizou sua autoridade de pontífice para adicionar algo necessário a missa, sem isso ferir a autoridade de Pio V. Para isso o próprio Papa Leão explica em sua famosa carta: 
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Da mesma forma, é prova de uma submissão pouco sincera, estabelecer uma como que oposição entre um Pontífice e outro. Aqueles que, entre duas direções diversas, repudiam o presente para prender-se ao passado, não dão prova de obediência à autoridade que tem o direito e o dever de guiá-los: e sob um certo aspecto se assemelham aos que, condenados, quisessem apelar ao Concílio futuro ou a um Papa melhor informado.


Sob esse aspecto, o que é necessário fixar é que no governo da Igreja, salvo os deveres essenciais impostos a todos os Pontífices por seu cargo apostólico, cada um deles pode adotar a atitude que julgar a melhor, segundo os tempos e outras circunstâncias. Disto é ele o único juiz; considerando que para isso ele tem não somente luzes especiais, mas ainda o conhecimento de condições e necessidades de toda a catolicidade a que convém que condescenda sua previdência apostólica.” (Carta ao Cardeal Guibert)

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A SEGUNDA NOTA DA FRATERNIDADE
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Fora os ataques de cunho pessoal com os mais estapafúrdios argumentos Ad Hominem, um dos ataques foi que estaríamos mentindo e que um historiador chamado Roberto De Mattei tinha escrito um artigo, no qual contrariava expressamente o artigo que postamos e dizia que os frades iriam se opor a decisão do Papa à fraternidade,  disseram até que esta nota teria sido forjada e outros até que tinha sido um padre da “ala progressista”  da fraternidade e que não figurava o pensamento da fraternidade. Pois bem, agora veremos então qual é o pensamento real da Fraternidade com uma nota que o próprio fundador postou e que também foi publicada pelo Fratres In Unum
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Com referência ao Decreto da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica, de 11 de julho de 2013 (Prot. n. 52741/2012), Pe. Stefano M. Manelli, com todo o Instituto dos Frades Franciscanos da Imaculada unido a ele, obedece ao Santo Padre e confia que desta obediência nos virão graças maiores”.

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Será que a nota que postamos era forjada mesmo? Porque vemos aqui o próprio fundador obedecendo à atitude do Papa e concordando claramente com a nota que postamos? Será que invadimos o site da Fraternidade para postar algo que eles não queriam dizer? 
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O fato não está se foi boa ou ruim a atitude do Papa em relação a Fraternidade, e sim que ele não pretende acabar com a Missa Tridentina, como os alardes que se fazem, e também que não podemos acusar o Papa de erro se ele tem autoridade para isso. 

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Parece-me que ao contrário do que fazem os rebeldes, a própria Fraternidade se mostra obediente, enquanto eles, praguejam, a Fraternidade dá frutos e eles discórdia. Depois dessa nota, não duvido muito que chama a Fraternidade de modernista, por acatar o decreto do Papa.
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CONCLUSÃO
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Será que proibir o Rito Tridentino fará com que os frades da Imaculada se tornem mesmo “tradicionais” e mais “modernistas”, será que se eles celebrassem o Rito Maronita, Melquita, Bizantino ou qualquer outro, seriam menos “tradicionais”? 
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Disse na outra matéria e repito aqui, o que também diz um Padre da FSSPX, se a Missa Tridentina resolvesse algo, não existiria nenhum Cardeal, ou Bispo modernista, antes do Concílio Vaticano II, já que antes dele, todos celebravam a Missa Tridentina, logo seria incoerente dizer que por causa de um rito algo se torna “modernista’ ou “tradicionalista”.
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PARA CITAR ESTE ARTIGO:

Não era o Roberto De Mattei que estava certo Rafael Rodrigues   07/2013 Tradição em Foco com Roma.

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