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Padres Cum Petro et Sub Petro da semana

Prezados leitores, amigos, irmãos. Damos continuidade na divulgação de sacerdotes retos diante da Tradição Católica e na reinauguração dessa sequência apresentamos o Reverendíssimo Pe Augusto Zanin , sacerdote religioso do Instituto Missionário Servos de Jesus Salvador.

Seu Instituto com a própria pessoa do padre, "assombra" os protestantes ao trabalharem na Patrística, mostrando a fé dos cristãos dos primeiros séculos, bem como a legítima e histórica Sucessão Apóstólica presente na Igreja Católica que têm sido fundamentais para verdadeiras e belíssimas conversões!

Natural de Londrina, Padre Augusto é missionário na França - Six-Fours-la-Plage, país ímpeto secularista que se dobra aos desejos do homem, ao invés de preservar a postura correta, que é o homem se adequar aos desígnios de Deus.

Um dos grandes desafios dos católicos da França moderna é enxergar o sentido sobrenatural da realidade "laicas" : o trabalho, a família, o lazer, etc. Esse é o único meio de combater o secularismo. E essas próprias realidades ganham e se enriquecem quando colocadas sob a perspectiva correta.



Padre Augusto e sua família salvista.


A França e o Islã

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Não há como poder "tolerar" ver a França descristianizada. O Islã não é um paradigma religioso: é puro ódio, assassino e destruidor. É uma sanha malévola.

Não quero saber, diante disto, se o ocidente está um caco detonado: acho que está, mas vou defendê-lo assim mesmo. O cristão quer o caco detonado
para o Cristo, para o Cristianismo. Não entrego para o Islã.

Não se trata de um brado, apenas: se trata de um sentimento.

Abram as portas das catedrais, iluminem ícones e vitrais, rezem no interior dos seus corações, cristãos. Os católicos, os ortodoxos, os protestantes, os não-denominados. Todo mundo. E juntem-se a nós todos os filhos da Civilização do Ocidente, que um dia iluminou o mundo. A destruição
moral é o estopim de outras destruições, da destruição física, material, cultural, civilizacional: tudo irá junto. O Ocidente será uma lembrança apagada, e a sombra substituirá a luz extinta.

A Cruz do Cristo será trocada pelo crescente islâmico. Os Evangelhos serão proibidos, a antiquíssima Torah será rasgada. Será que queremos isso?

O Islamismo é religião do demônio, não é de Deus.

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A Verdade é única, não pode ser "alterada", "açucarada", "amansada" ou "roseada" ou qualquer coisa do gênero. Não podemos fazer apostolado com os outros levando-os na conversa mole e fiada, mas apenas na Verdade. E a Verdade, nua e crua, pode ser chocante para alguns, mas Ela o É desde o início dos tempos. Cristo é o único Caminho, Verdade e Vida, e NINGUÉM (N-I-N-G-U-É-M) vai ao Pai senão por ele. Isso tem de ser dito, tem de ser proclamado, não pode ser ignorado.

Isto não é EXTREMISMO. Extremismo seria forçar as pessoas à conversão (coisa que, by the way, os muçulmanos fazem). A Verdade não se permite tal aberração, o homem possui a liberdade dada por Deus para conhecê-La e decidir se vai aceitá-La ou não, e assim definir seu caminho e seu destino ao fim de sua vida. Qualquer outra religião ou filosofia de vida decente (satanismo e ateísmo são piadas caricaturais de mau gosto), aliás, compartilha do mesmo princípio (desde o budismo até judaísmo, passando pelas inúmeras seitas que existem por aí).

Quem é fiel não tem suas estruturas abaladas, pois firmou-se sobre a rocha firme e segura, reconhecida e representada na pessoa do Santo Padre por outorga do próprio Senhor Nosso; assumiu de fato o Batismo único, na Fé una do Uno e Trino Deus.

Tendo em vista que Fé é adesão, aquele que não sabe ao quê aderiu tende a não ser um bom fiel: eis a importância de se conhecer a Doutrina que se professa, pois Fé também é Doutrina. Ou melhor, Fé é a adesão à Doutrina. Doutrina Santa esta, chamada "Doutrina dos Apóstolos" nas Sagradas Escrituras. Sem mácula alguma; perfeita. Se o indivíduo não a conhece por completo, fica vulnerável a contradizê-la no decorrer da vida, a não dar frutuoso testemunho e a perder-se.

Cabe a mim e a todos através da evangelização, da Ortodoxia, da Tradição e da Doutrina Católica converter os infiés e instruir os católicos que são pouco informados sobre sua fé.





A espiritualidade carismática

Pe Augusto segue a linha da RCC e mantém nela um fluxo tradicional que tem dado frutos e só veio confirmar o que tenho meditado nestes dias, sobre nossa postura diante do chamado de Deus que é levar Seu nome Santo e de Sua Igreja também Santa aqueles que não conhecem e para firmar os pés daqueles que já pertencem a nosso Deus Pai maravilhoso.



Sabemos que os dias são maus e que o inimigo de Deus tem tentado destruir a todo custo a unidade e o amor entre os filhos de Deus, por isso urge que não o percamos de vista e com humildade e docilidade ao Santo Espírito possamos fazer de fato a vontade do Pai, que quer que todos se salvem e cheguem ao conhecimento da Verdade.

Isto que desejo a nós, que foquemos no apostolado que Cristo nos chamou a fazer na certeza de que Ele colabora conosco, sempre na busca do vínculo da paz, mas sem abrir mão da verdade.

Santa Teresa disse uma vez: "Quando desejamos fazer algo para Deus, por mais difícil que seja, Ele nos ajudará a fazê-lo"



Reverendíssimo Pe Augusto! Louvo a Deus pela sua vida, pelo seu ministério presbiteral e pelos seus dons, dons esses que Deus vos concedeu para que todos pudéssemos nos santificar para alcançar nosso fim último que é vê-lO face a face no céu. Para isso fomos criados, para glorificá-lO e um dia estar nele e com Ele.

Ao sermos batizados recebemos de Deus a graça santificante que de uma forma acidental nos modifica para que nos tornemos semelhantes a Ele, capaz de atingi-lo pela visão beatífica, quando esta graça for transformada em glória e de o ver face a face, como Ele se vê a Si mesmo.

Participamos, por ela, da natureza de Deus, -, e nos tornamos capazes de crer e esperar n'Ele e O amar, pelas virtudes teologais; (fé,esperança e caridade)
 – que nos dá o poder de viver e agir sob a moção do Espírito Santo e pelos dons do Espírito Santo;
 – nos permitindo crescer no bem, pelas virtudes morais.

Através do Batismo, nos tornamos filhos de Deus capazes de realizar atos sobrenaturais e atos meritórios de vida eterna com os auxílios do próprio Senhor que agora habita em nós. Tudo isso por mérito de Cristo, que através de sua redenção veio em favor do homem caído e condenado, para refazer este homem desfigurado pela culpa o repondo em certo sentido, num estado melhor que o anterior à queda.

Além de todos os bens interiores que o Senhor nos deu, tambem muitos auxílios externos nos ajudam, em particular a Igreja Visível, que fundou e organizou, nos iluminando com sua autoridade doutrinal, para nos guiar e santificar nossas almas com os Sacramentos, sacramentais e indulgências.

Esta vida sobrenatural que recebemos e que foi inserida em nossa alma pela graça habitual, exige, para operar e se desenvolver, faculdades de ordem sobrenatural que são as virtudes infusas e dons do Espírito Santo:Já disse o Papa Leão XIII, "O homem justo, que vive da graça e opera por meio das virtudes que nele desempenham as faculdades, necessita igualmente dos sete dons do Espírito Santo".





As virtudes nos dão força e capacidade, são as asas com que devemos subir até Deus, deixando para trás nossa natureza e sob a direção da prudência, nos permitem operar sobrenaturalmente com o concurso da graça atual, que é um auxílio sobrenatural e transitório que Deus nos dá para nos iluminar e por em movimento, a inteligência e fortalecer a vontade na produção dos atos sobrenaturais.

E os dons trazem-nos as velas, que ele mesmo enche e faz avançar com poderoso vento (no dia de Pentecostes, manifestou-se ele desta forma). Ele próprio, como vento impetuoso que desce do céu e a ele sobe, deve sustentar nosso voo, e fazendo-nos subir como que apoiados em sua mão.

Precisamente, segundo a doutrina de Santo Tomás, a estas velas ou aptidões, pelas quais pode nossa alma ser facilmente movida pelo Espírito Santo para as mais nobres atividades, chamamos os sete dons do Espírito Santo. (S. Theol. 1-11, q. 68) -, que nos tornam tão dóceis à ação do Espírito que, guiados por uma espécie de instinto divino, somos, por assim dizer, movidos e dirigidos por este divino Espírito.

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Sua finalidade consiste em fortalecer e firmar as sete virtudes principais e, ao mesmo tempo, afastar de nossa alma a serpente dos sete pecados capitais, dominando-a com uma força irresistivel.

Mas é preciso dizer que estes dons, - segundo Tanquerey -, que nos são conferidos com as virtudes e a graça habitual ou santificante, não se exercem de modo freqüente e intenso senão nas almas mortificadas, que,
por longa prática das virtudes morais e teologais, adquirem essa maleabilidade sobrenatural que as torna completamente dóceis às inspirações do Espírito Santo.

A diferença essencial entre as virtudes e os dons vem, pois, pela maneira diferente de operar em nós.

Mediante os atos das sete virtudes; realizados sob o impulso e o auxílio dos sete dons do Espírito Santo, adquirimos tambem as Bem Aventuranças, prometidas pelo Senhor, no sermão da Montanha. Segundo a doutrina de Santo Tomás, gozaremos “já parcialmente, nesta vida, destas bem-aventuranças, que o exercício cuidadoso dos dons do Espírito Santo e das virtudes sobrenaturais nos promete para a outra vida.”

Veja que itinerário lindo de santidade, proposta por nosso Deus. Assim Ele age em nós, assim ele trabalha em nós.

Continuemos:


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A doutrina do dom das línguas em Santo Tomás de Aquino.


Santo Tomás de Aquino, ao comentar o Capítulo XIV da primeira carta de São Paulo aos Coríntios, escreveu:

“Quanto ao dom de línguas, devemos saber que como na Igreja primitiva eram poucos os consagrados para pregar ao mundo a Fé em Cristo, a fim de que mais facilmente e a muitos se anunciasse a palavra de Deus, o Senhor lhes deu o dom de línguas” (S. Tomas de Aquino, Comentario a la primera espistola a los Conrintios, Tomo II, pag 178.)

Vê-se, portanto, que o dom de línguas foi dado aos primeiros cristãos para que anunciassem a religião verdadeira com mais facilidade. Os Coríntios, por sua vez, desvirtuaram o verdadeiro sentido do dom de línguas:

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“Porém, os coríntios, que eram de indiscreta curiosidade, prefeririam esse dom ao dom de profecia. E aqui, por ‘falar em línguas’ o Apóstolo entende que em língua desconhecida e não explicada: como se alguém falasse em língua teutônica a um galês, sem explicá-la; esse tal fala em línguas. E também é falar em línguas o falar de visões tão somente, sem explicá-las, de modo que toda locução não entendia, não explicada, qualquer quer seja, é propriamente falar em língua” (S. Tomas de Aquino, Comentario a la primera espistola a los Conrintios, Tomo II, pg 178-179.).Temos aqui uma consideração importante. Para São Tomás, o “falar em línguas” pode ser entendido de duas formas:.
.a) falar em uma língua desconhecida, mas existente, como no caso de Pentecostes, no qual pessoas de várias línguas compreendiam o que os apóstolos pregavam.
.b) a pregação ou oração sobre visões ou símbolos.

E o doutor angélico confirma isso mais adiante:

“ suponhamos que eu vá até vós falando em línguas’ (I Co 14, 6). O qual pode entender-se de duas maneiras, isto é, ou em línguas desconhecidas, ou a letra com qualquer símbolos desconhecidos” (Santo Tomas de Aquino, Comentario a la primera espistola a los Conrintios, Tomo II, pg 183.)

Haja vista que a primeira forma de falar em línguas é suficientemente clara – ou seja, que é um milagre pelo qual uma pessoa, que tem por ofício pregar às almas, fala numa língua existente sem nunca a ter estudado – consideremos a segunda forma de manifestação desse dom, segundo São Tomás. Neste caso, falar em línguas é uma simples predicação numa linguagem pouco clara, como, por exemplo, falar sobre símbolos, visões, em parábolas, etc:

“(...) se se fala em línguas, ou seja, sobre visões, sonhos (...)” (Santo Tomas de Aquino, Comentario a la primera espistola a los Conrintios, Tomo II, pg 208.).

E ainda:

[lhes falarei] “ ‘Em línguas estranhas’, isto é, lhes falarei obscura e em forma de parábolas” (Santo Tomas de Aquino, Comentario a la primera espistola a los Conrintios, Tomo II, pg 200).

“(...) em línguas, isto é, por figuras e com lábios (...)” (Santo Tomas de Aquino, Comentario a la primera espistola a los Conrintios, Tomo II, pg 200.)

Para São Tomás, quem assim procede, isto é, usa de símbolos nas práticas espirituais, tem o mérito próprio da prática de um ato de piedade. Caso o indivíduo compreenda racionalmente o que diz, lucra, além do mérito, o fruto intelectual da ação.

No sentir de São Tomás, é este o motivo pelo qual fala o Apóstolo dos frutos do Espírito Santo, cuja doçura e suavidade podemos apreciar ainda nesta vida, e não de flores, que so ama-durecem no tempo da colheita, e cujo fruto só mais tarde se colhera. Quer ele indicar, com tais frutos, o exercício e o uso das virtudes sobrenaturais e dos dons do Espírito Santo.

Com razão, portanto, podemos aplicar ao Espírito Santo e a sua graça, as belas palavras que na Sagrada Escritura diz de si mesma a Sabedoria eterna. O Espírito Santo é o Espírito da Verdade e da Sabedoria eternas, e a sabedoria é seu mais precioso dom!


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Padre Augusto, estaremos em contínua oração pelo seu ministério e pedimos para que lembre dos vossos filhos quando estiver oferecendo o Santo Sacrifício da Missa! Rogamos sua benção!

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David A. Conceição
tradicaoemfococomroma@hotmail.com

Referência corpus textual: Tanquerey e M. J. Scheeben

 

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