Em uma discussão no Skype sobre o tema RockinRoll, foi argumentado que uma vertente dos roqueiros como os punks prega a Anarquia em suas músicas, uma das bandas punk nacional - extinta - mais conhecida que utilizava dessa forma eram os Ratos de Porão.
Nisso o debatedor em questão está certo. Mas qualquer estilo musical é usado para propaganda de ideologias e o rock tem sido um instrumento mais viável nessa questão pela roupagem de rebeldia que os próprios roqueiros fazem questão de externizar e vestir.
Mas não podemos, a priori, estabelecer somente como definição de Anarquismo o que vemos e ouvimos pelos punks. Anarquia para eles é uma vida sem regras, para poderem se drogar, furtar, praticar atos vis sem terem o "incômodo" de serem recriminados pelas leis do Estado. Em síntese:
O Socialismo parte do pressuposto de que o governo sempre jaz nas
mãos da elites e por isso oprime o proletariado. Por isso prega a
ausência de governo e um Estado comandado pelo povo,aonde toda produção
pertence ao Estado/povo,em nome do bem estar social.
O Comunismo seria uma segunda fase do Socialismo,aonde acabam definitivamente as classes sociais e o papel do Estado como instituição é apenas o de regular a sociedade.
O Anarquismo prega a ausência do Estado,por compreendê-lo como o verdadeiro opressor,e a ideia de que o ser humano é pacífico por natureza e por isso não precisa ser governado.
Apesar de parecerem-se um pouco cada um trabalha de um jeito. Todos tem em comum o fato de compreenderem que o povo/proletário encontra-se sempre em uma posição de explorado. O que diferencia-se é o explorador: no Socialismo e no Comunismo,o Governo. No Anarquismo, o Estado.
O Comunismo seria uma segunda fase do Socialismo,aonde acabam definitivamente as classes sociais e o papel do Estado como instituição é apenas o de regular a sociedade.
O Anarquismo prega a ausência do Estado,por compreendê-lo como o verdadeiro opressor,e a ideia de que o ser humano é pacífico por natureza e por isso não precisa ser governado.
Apesar de parecerem-se um pouco cada um trabalha de um jeito. Todos tem em comum o fato de compreenderem que o povo/proletário encontra-se sempre em uma posição de explorado. O que diferencia-se é o explorador: no Socialismo e no Comunismo,o Governo. No Anarquismo, o Estado.
Há quem defenda ao afirmar que o Anarquismo é uma "volta à Antiguidade,aonde não
existiam leis". Lembre-mos que o período histórico que denominamos como
Antiguidade é aquele que dura até a queda do Império Romano do Ocidente.
Ou seja: já existiam leis em diversas civilizações antigas.
Anarquismo é basicamente o mesmo que o comunismo idealizado. Ou seja,
duas utopias. Pressupõe-se o cumprimento de convenções sem ter quem
garanta o cumprimento destas, como faz o estado com as leis. E o
socialismo é uma transição para o comunismo.
Muito lindo na teoria, mas na prática tivemos mais de 30 países tentaram implementar o comunismo e em TODAS as tentativas houve repressão, miséria, genocídio, totalizando 100 milhões de mortos.
Já o anarquismo foi implementado em pequenas comunidades de menos de 10.000 habitantes, comunidades que se aproveitam de toda a infraestrutura que o estado proporcionou, diga-se de passagem. E mesmo nestas pequenas comunidades a coisa não está dando certo.
Muito lindo na teoria, mas na prática tivemos mais de 30 países tentaram implementar o comunismo e em TODAS as tentativas houve repressão, miséria, genocídio, totalizando 100 milhões de mortos.
Já o anarquismo foi implementado em pequenas comunidades de menos de 10.000 habitantes, comunidades que se aproveitam de toda a infraestrutura que o estado proporcionou, diga-se de passagem. E mesmo nestas pequenas comunidades a coisa não está dando certo.
O socialismo não é uma doutrina homogênea. Cada escola socialista afirma
ser o "verdadeiro socialismo". O socialismo marxista é a forma mais
conhecida e difundida hoje.
Como explicou Mário Ferreira dos Santos: "Em face da propriedade dos bens de consumo e de producção, distinguem-se as diversas escolas e doutrinas socialistas, o que permite [década de 1950], neste ponto, a seguinte classificação:
1) Negação de toda e qualquer propriedade sobre os bens de consumo e de producção é o que prega o comunismo negativo. Tudo de Todos, nada de Ninguém, é o lema desse socialismo. ...
2) Negação de toda propriedade privada, tanto quanto dos bens de consumo como dos de producção, mas admite a propriedade pública, devendo todos entregar os bens produzidos e os meios de producção à comunidade, que os repartirá segundo as necessidades de cada um. Foi experimentado em Creta e Esparta, e teve, no ocidente europeu, inúmeros partidários e propagandistas, como vemos na obra de Thomas Morus, Campanella, Babeuf, Saint-Simon, Cabet, Fourier e Owen, com variantes acidentais. Modernamente, é defendido apenas por pequenos grupos anarquistas, de menor importância. Essa doutrina é chamada de comunismo positivo absoluto.
3) Negação da propriedade privada de alguns bens, não todos, e aceitação da propriedade pública. Os bens de consumo seriam de propriedade privada, enquanto pertenceriam à comunidade os bens de producção. Esta doutrina toma o nome de comunismo positivo moderado, e se divide em anarquismo e colectivismo. ..."
Como explicou Mário Ferreira dos Santos: "Em face da propriedade dos bens de consumo e de producção, distinguem-se as diversas escolas e doutrinas socialistas, o que permite [década de 1950], neste ponto, a seguinte classificação:
1) Negação de toda e qualquer propriedade sobre os bens de consumo e de producção é o que prega o comunismo negativo. Tudo de Todos, nada de Ninguém, é o lema desse socialismo. ...
2) Negação de toda propriedade privada, tanto quanto dos bens de consumo como dos de producção, mas admite a propriedade pública, devendo todos entregar os bens produzidos e os meios de producção à comunidade, que os repartirá segundo as necessidades de cada um. Foi experimentado em Creta e Esparta, e teve, no ocidente europeu, inúmeros partidários e propagandistas, como vemos na obra de Thomas Morus, Campanella, Babeuf, Saint-Simon, Cabet, Fourier e Owen, com variantes acidentais. Modernamente, é defendido apenas por pequenos grupos anarquistas, de menor importância. Essa doutrina é chamada de comunismo positivo absoluto.
3) Negação da propriedade privada de alguns bens, não todos, e aceitação da propriedade pública. Os bens de consumo seriam de propriedade privada, enquanto pertenceriam à comunidade os bens de producção. Esta doutrina toma o nome de comunismo positivo moderado, e se divide em anarquismo e colectivismo. ..."
A Wikipédia faz uma colocação até bem bonita e história do Anarquismo. Mas qualquer forma de anarquismo é uma utopia. É preciso ser muito ingênuo
de achar que um dia 6 bilhões de pessoas vão conviver em perfeita
harmonia, a ponto de ninguém mais precisar de leis.
Conflitos são inerentes á uma sociedade. Logo, uma sociedade sem Estado
se torna insustentável na medida em que os conflitos que ocorrerão serão
solucionados pela autotutela - ou seja - pela força.
Vejo os conflitos que ocorrem na sociedade na prática. Um conflito vai
desde uma mera ofensa verbal à um assassinato, por exemplo.
Quem solucionaria uma briga? Uma ofensa verbal? Um não pagamento de um valor?
Na verdade, o Anarquismo é um tiro no pé. Os mais espertos ou mais fortes sempre vencerão já que em um conflito, a vontade destes seria imposta.
A utopia está lá no horizonte. Me aproximo dois passos, ela se afasta dois passos. Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos. Por mais que eu caminhe, jamais alcançarei. Para que serve a utopia? Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar.
Quem solucionaria uma briga? Uma ofensa verbal? Um não pagamento de um valor?
Na verdade, o Anarquismo é um tiro no pé. Os mais espertos ou mais fortes sempre vencerão já que em um conflito, a vontade destes seria imposta.
A utopia está lá no horizonte. Me aproximo dois passos, ela se afasta dois passos. Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos. Por mais que eu caminhe, jamais alcançarei. Para que serve a utopia? Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar.
Sonhar com os pés no chão é sensato. Sonhar coisas absurdas não é. O
utópico é o extremo do pragmático, o primeiro sonha com o absurdo e vive
no mundo da lua, o último não sonha. Já dizia Aristóteles, cada
um na sua época: a virtude está no meio.
Apesar de não ser exatamente aquilo que gostariamos de ver, o Estado
ainda assim tem a sua importância, principalmente não só como um
organizador das relações sociais, mas também como um mediador dos
conflitos pessoais. Além disso, é fundamental apresença do Estado na
sociedade, sobretudo porque ele cria um padrão de vivência e
convivência, como ratificador das diferenças culturais dos vários
grupos sociais.
Como diz uma frase muito interessante "Disciplina sem liberdade é tirania. Liberdade sem disciplina é o caos"
É lógico que não estamos fazendo propaganda da tirania, o que está longe do pensamento cristão, mas é preciso estabelecer um tipo de comportamento que seja partilhado por todos, na tentativa de garantir direitos e deveres.
Como diz uma frase muito interessante "Disciplina sem liberdade é tirania. Liberdade sem disciplina é o caos"
É lógico que não estamos fazendo propaganda da tirania, o que está longe do pensamento cristão, mas é preciso estabelecer um tipo de comportamento que seja partilhado por todos, na tentativa de garantir direitos e deveres.
Uma "sociedade" anarquista seria completamente caótica. O Estado é
necessário. Não aquele Estado monstruoso defendido pelos
marxistas-leninistas e pelos nazistas, mas um Estado que zele pelo
cumprimento das leis e garanta a segurança dos cidadãos honestos. Devemos levar em consideração que a grande maioria das sociedades- da
Antiguidade até hoje- sempre teve a presença do Estado. A
anarquia uma projeto extremamente inviável, que levaria a sociedade a um
caos total, em que o homem seria o lobo do próprio homem .
Por que o repúdio a esse sistema "Hierarquia"? Toda relação onde há obediência encerra uma hierarquia: um manda, outro obedece. Quaquer empresa, para funcionar, precisa disso. Qualquer governo para funcionar precisa disso. Qualquer família para funcionar precisa disso. Não há ordem sem hierarquia, apenas anarquia. Essa estrutura é tão básica que qualquer civilização, por mais primária, salvagem e bárbara que fosse, necessitou dela. Existe hierarquia até no céu, de pelo menos nove coros angelicais.
Até na natureza existe hierarquia. O ouro é mais precioso que a prata e
esta mais preciosa que o ferro. O mogno é mais precioso que o eucalipto e
assim por diante.
Quando o Papa João Paulo II esteve pela primeira
vez no Brasil, em 1980, disse aos jovens de Belo Horizonte alguma coisa
que permanece atualíssima hoje: "Aprendi que um jovem deixa de ser jovem,
e há muito não é cristão, quando se deixa seduzir por doutrinas ou
ideologias que pregam o ódio e a violência. Pois não se constrói uma
sociedade justa sobre a injustiça....aprendi que um jovem começa
perigosamente a envelhecer quando se deixa enganar pelo princípio fácil e
cômodo, de que "O fim justifica os meios", quando passa a acreditar que
a única esperança para melhorar a sociedade está em promover a luta e o
ódio entre grupos sociais, na esperança de uma sociedade sem classes,
que se pode revelar bem cedo na criação de novas classes....Se o jovem
que eu fui, chamado a viver a sua juventude num momento crucial da
história, pode dizer algo aos jovens que vocês são, penso que lhes
diria: Não se deixem instrumentalizar!" B.H, 1-01-1980
Referências:
A Reforma Social Revista "A Ordem" de 1950.
Lógica Menor Jacques Maritain
Entre Camponeses – Errico Malatesta
O Indivíduo, A Sociedade e o Estado – Emma Goldman
Os Sovietes Traídos pelos Bolcheviques – Rudolph Rocker
Mulheres Anarquistas: O Resgate de Uma História Pouco Contada – Mabel Dias
Anarquismo, Roteiro da Libertação Social – Edgar Leuenroth
O Anarquismo Hoje – Edgar Rodrigues
Colônia Cecília e Outras Utopias – Giovanni Rossi
História das Idéias e Movimentos Anarquistas vol. 1 – George Woodcock
História das Idéias e Movimentos Anarquistas vol. 2 – George Woodcock
O Que É a Propriedade – Pierre Joseph Proudhon
A Filosofia da Miséria – Pierre Joseph Proudhon
Deus e o Estado – Mikhail Bakunin
A Conquista do Pão – Piotr Kropotkin
O Princípio Anarquista e Outros Ensaios – Piotr Kropotkin
Escritos Revolucionários – Errico Malatesta
ARISTÓTELES. Arte Retórica e Arte Poética. Introdução Goffredo Telles Júnior. Tradução Antônio Pinto de CARVALHO. Rio de Janeiro: Editora Ediouro - Tecnoprint, 1979.
THOREAU, Henry David. A Desobediência Civil. Tradução Manuel João GOMES. Editora Antígona, 2005.
BAKUIN, Mikhail. Estatismo e Anarquia. São Paulo: Editora Imaginário, 2003.
DOM LUIZ DE ORLEANS E BRAGANÇA - Sob o Cruzeiro do Sul - Lith. Montreux, Montreux, 1913, p. 460.
SCHWARCZ, Lilia Moritz, As Barbas do Imperador, Companhia das Letras, 2002
SCHWARCZ, Lilia Moritz, As Barbas do Imperador, Companhia das Letras, 2002
JOLIVET, Regis. Tratado de Filosofia: Moral. Rio de Janeiro: Agir, 1966.
SIMON, René. Moral: Curso de Filosofia Tomista. Barcelona: Herder, 1968.
LECLERCQ, Jacques. As grandes linhas da Filosofia Moral. São Paulo: Herder/Editora da Universidade de São Paulo, 1967.
DERISI, Octávio Nicolas. Los Fundamentos Metafísicos del Orden Moral. Buenos Aires: Monografias Universitárias, 1941.
PARA CITAR ESTE ARTIGO:
Anarquismo http://twixar.com/SPc0 David A. Conceição, outubro de 2012, blogue Tradição em Foco com Roma.
CRÍTICAS E CORREÇÕES SÃO BEM-VINDAS:
tradicaoemfococomroma@hotmail.com





