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Curtindo Rock numa boa


Com a declaração herética do vocalista da banda Rosa e com o advento do RockinRio, alguns católicos aproveitam para fazer sua apologia anti-rock em geral como se o mesmo filho do diabo, como ensinou Raul Seixas. Gostar do rock ou do pop não significa absorver a cultura que existe em torno de algumas figuras que propagam esse gênero musical.

Como distração, eu acredito que seja uma coisa em si neutra, mas que, dadas as obrigações que temos que assumir com o nosso tempo, pode resultar em futilidade ou até mesmo ser pecado, caso se esteja tirando o tempo de uma coisa útil ou necessária, por exemplo, os estudos, a oração, os deveres cotidianos, para ouvir rock. 
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A princípio, gostaria de lembrar que este tema é uma questão em aberto, não fechada pelo Magistério, portanto, DISCUTÍVEL. Há pessoas que fundamentam bons argumentos contra? Ótimo! Mas podemos discordar e colocar nosso ponto de vista sobre a questão. Cabe ao leitor concordar ou não, afinal opiniões por mais bem trabalhadas que fossem, não gozam de infabilidade nem obriga adesão de fé. Não nos tratem como no desenho abaixo:


Algumas pessoas optam em deixar de escutar esse estilo musical com base no que disse disseram: 
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Pe. Bertrand Labouche FSSPX:

Basta um pouco de senso comum para compreender que o cristianismo e o rock são incompatíveis: o cristianismo é a religião da ordem, porque trabalha com a finalidade de restaurar todas as coisas em Nosso Senhor Jesus Cristo. O rock é uma música desordenada, pois a hierarquia dos elementos musicais (melodia – harmonia – ritmo) está invertida. É a revolução na música e a música da revolução. Um “rock cristão” é algo tão contraditório quanto um “sofisma arrazoado”. (Pe. Bertrand Labouche, Bach e Pink Floyd, Música clássica e Música Rock)
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Dom Williamson, da Resistência:

O Rock estimula a secreção do hormônio epinefrina, faz diminuir no sangue o cálcio de grande importância para dirigir os sistema nervoso, e o açúcar, único alimento do cérebro. Daí os nervos ficarem esgotados e o cérebro desarranjado, após um concerto de Rock. A forte estimulação da sensualidade, e concomitante depressão da inteligência e da razão desemboca no erotismo e na violência; ora este suicídio da razão tende ao suicídio propriamente dito (Cf. Mons. R. Willianson, in Semper no. 2 Revista da Fraternidade Sacerdotal S. Pio X, Portugal, pag, pag. 28-29) 

Cardeal Ratinzer:

Com relação a isso, a música "rock" é a expressão de paixões elementares, que nas grandes reuniões de música rock assumiram características cultuais, isto é, de um contra culto que se opõe ao culto cristão (Cardeal Joseph Ratzinger, Introduzione allo Spirito della Liturgia, ed. San Paolo, Milano, 2.001, p. 144. )

Os dois primeiros são basicamente desconhecidos e suas opiniões são irrelevantes. Quanto ao Cardeal, ninguém é obrigado a concordar com o Cardeal Ratzinger escreveu num livro só com sua autoridade de teólogo. Isso não significa que tenha dito algo errado. Somos obrigados a concordar com o Papa. Não com o Papa antes de ser Papa. Quem escrevia ali era o Cardeal Ratzinger, e não como Prefeito da Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé, mas sim como teólogo. Como teólogo, ele tem autoridade, mas não é vinculante. Temos que levar em conta que é um grande teólogo e sacerdote falando, mas não mais do que isso.

Somente somos obrigados a concordar (talvez a melhor palavra não seja concordar, mas assentir) com o ensinamento do Papa em seu magistério. As opiniões privadas de um Papa ou mesmo a sua doutrina enquanto teólogo privado não são obrigatórias. Elas têm a autoridade de uma pessoa estudada, como um médico falando de Medicina. Talvez por isso Pe. Paulo Ricardo as cite em seus vídeos. Mas não mais do que isso.

Ser algo negativo não significa ser algo que leve alguém a pecar.

O cigarro é negativo para a saúde mas não leva por si ao pecado.

Ser
negativo, fazer mal aos ouvidos, instigar instintos não fazem com que uma pessoa peque logo não é mal em si.  
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Alguns acusam os puritanos de não separar adequadamente as coisas. Eu penso justamente no contrário. O puritano é o que separa demais, analisa demais, desmembra demais as coisas da amálgama que existe e compõe a própria realidade. Para um tratado de metafísica, seria ótimo, mas para uma avaliação da vida espiritual, não adianta de nada. Nem tudo é separável, e praticamente tudo o que é separável existe apenas como abstração (ou seja, não existe por si só na realidade).

A separação, a análise, a dissecação de princípios acaba mais contribuindo para criar a impressão de que certas coisas são boas e outras más, e que não há ligação entre elas. Tudo muito organizadinho, na sua devida gaveta, que escolhemos abrir conforme nos convier no nosso laboratório mental. O problema é que a vida não se passa em laboratório. E é isso que o Pe. Paulo, Chesterton, Olavo de Carvalho e outros grandes pensadores procuram sempre transmitir: o que importa é o que existe, é a totalidade de nossas vidas, de nossa existência. 


Princípios e tratados não levam ninguém para o céu, nem mesmo decorar a Suma Teológica. Mas enxergar a vida como meta, como projeto, como caminho para a santidade, e precaver-se de tudo o que possa obstrui-la (sem perder tempo com debates pseudo-intelectuais), isso sim é necessário e essencial ao cristão para se salvar.  

Há algum tempo, porém, descobri que o rock deve o seu nascimento a igrejas evangélicas dos EUA: surgiu como um ritmo explosivo que acompanhava fortes experiências religiosas. Isso não o tornava anti-cristão de forma alguma: ao menos não surgira para se opor ao cristianismo. Não discuto aqui a questão da validade de ter surgido ou não em igrejas, mas o fato é que o rock como ferramenta anti-cristã foi um fenômeno posterior ao próprio estilo, e não se pode dizer que o rock existe para acabar com o cristianismo, embora essa seja a visão de muitos dos próprios
rockeiros, rótulo que costumam atribuir a alguns rapazes pelo cabelo comprido, mas que recusam exaustivamente.
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Essa necessidade de fazer tal distinção, a meu ver (aceito críticas em contrário), é totalmente desnecessária e exaustiva. Primeiro porque não adianta explicar muito em termos técnicos, musicais, rítmicos e históricos, o que é rock e o que não é. Até os músicos estão em desacordo quanto a isso. Segundo, por mais puritano que seja alguém que fale mal do rock, não consigo imaginar essa pessoa dizendo: Rock é satânico, rock é algo horroroso, abominável, todo e qualquer tipo de rock, inclusive aquela banda Anjos de Resgate, Vida Reluz, é tudo farinha do mesmo saco, são subversivos disfarçados!     

Ora, há bandas e bandas, e não se pode generalizar. Mas, se ninguém é louco de fazer essa generalização grosseira, do que adianta explicação? É simplesmente chover no molhado e subestimar a capacidade intelectual mínima dos nossos leitores. Se ninguém confunde Kiss com Eliana Ribeiro, de que adianta dizer que Kiss é uma coisa, e Eliana Ribeiro é outra? Simplesmente não consigo compreender como linhas e linhas são escritas para tentar esclarecer algo que é óbvio. 

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Ora, a cada época satanás muda o estilo e maneira de nos enganar. Agora estamos em outro tempo, tempo de achar que lavagem é bom e que fora dela não há mais nada que preste. Isso é verdade, basta olharmos em volta. O homem apesar de só falar em amor, felicidade, igualdade, fraternidade, amor à natureza, está se lixando para ele mesmo e o caminho que tem escolhido para chegar a isso que prega e que "acredita", só o levará a desilusão e a morte eterna. 
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Se você quer optar por se afastar completamente de toda e qualquer coisa que pode leva-lo ao pecado recomendo:

1) Desligue o facebook;
2) Desligue seu computador completamente;
3) Inscreva-se em um mosteiro de clausura;
4) Nunca mais saia de sua cela e mesmo assim, mesmo assim evite pensar.

É sim necessário conhecer os riscos que nos cercam para que possamos nos relacionar com o mundo da forma correta o que não significa se afastar do mundo. Se quisermos ser santos fazendo a vontade de Deus, teremos que necessariamente nos mortificarmos e termos uma visão espiritual de nossa caminhada, e isso é católico. 

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Vamos raciocinar - há uma guerrilha desnecessária contra o Rock - cujo reação de fãs em shows no que se diz respeito a uso de drogas entre outras coisas, pode acontecer com qualquer outro ritmo e  qualquer outra aglomeração de pessoas, que estão entrando na onda anti-cristã e que não são poucas.

Vamos ver o contexto do ensinamento, que a meu ver é perfeito no que tange a ascética e a busca da santidade que todos nós, que queiramos ou não, teremos que passar para chegar a Deus.

Para comer manjares celestes, devemos odiar sim a lavagem dos porcos que se tem servido aqui na terra. A lavagem não é para nós, cristãos, podem crer.  


PARA CITAR ESTE ARTIGO:

Curtindo Rock numa boa David A. Conceição   08/2013 Tradição em Foco com Roma.

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http://migre.me/f52mT



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