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Recentemente, Kate Middleton, a Duquesa de Cambridge, pariu
seu bebê de modo natural, sem anestésicos. De acordo com a revista
“Cosmopolitan UK”, a esposa do príncipe William teve um parto calmo.
Infelizmente, aqui no Brasil, as mulheres atendidas pelos planos de saúde que
desejam parir de forma humanizada dificilmente conseguem. A maioria é submetida
a uma cesariana, e as que conseguem um parto normal, geralmente, sofrem uma
série de intervenções dolorosas e desnecessárias.
No cenário do atendimento à gestante brasileira, há um
personagem controverso, que está à espreita em cada esquina: o lobistetra. Nas primeiras consultas,
ele se faz de cordeiro, sinalizando com a possibilidade de realizar um parto
normal, conforme o desejo manifestado por muitas gestantes. Porém, conforme a
gestação evolui e vai se aproximando da data provável do parto, ele começa a
apresentar os mais variados empecilhos para o parto normal.
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- Doutor, que bisturi grande você tem!
- É pra te cortar melhor!
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E os empecilhos apresentados pelo lobistetra são os mais
disparatados: “É provável que não seja possível o parto normal, porque você é
muito baixinha/magrinha/gordinha...”; “Na sua idade (depois dos 30), é
difícil...”. E por aí vai.
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Aproveitando-se da desinformação e do estado de fragilidade
emocional da gestante, esse tipo de obstetra não encontra dificuldades em
convencê-la de que o seu caso é de risco, e somente uma cesariana poderá salvar
o bebê.
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Quando esperava a minha primeira filha, correndo o dedo pelo
livrinho do meu plano de saúde, tentei em vão encontrar uma alma viva que
topasse acompanhar parto normal. Cada consulta marcada me trazia uma nova
decepção. A coisa tava tão preta que cheguei ao ponto de ficar feliz quando, de
primeira, a secretária do outro lado da linha avisou: “A doutora fulana só faz
cesárea!”. A transparência e a sinceridade dos cesaristas assumidos me poupavam
tempo e sola de sapato.
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O fato é que a mulher que deseja parir deve conhecer as
características inconfundíveis de um lobistetra, e sair correndo toda a vez que
se deparar com uma criatura dessas pela frente. Logo na primeira consulta, faça
as perguntas certas e observe se o bicho vai mostrar as garras. Você pode estar
na presença de um lobistetra quando ele afirma:
- Parto normal? Sim, é bom... Mas não vamos discutir isso
agora, ainda é muito cedo!
- O tipo de parto não importa; o importante é o bebê
nascer bem [essa é uma “meia verdade”, que esconde o fato de que a
saúde de muitos bebês é prejudicada por cesarianas desnecessárias].
- Gestantes magras, obesas ou de estatura baixa, em
geral, não consegues ter um parto normal.
- Gestante com hemorróidas ou diabetes gestacional não
pode ter parto normal.
- Bebê com cordão umbilical enrolado no pescoço sempre
requer cesariana.
- Gêmeos?! Parto normal é arriscadíssimo!
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Essas afirmações são muito comuns, mas NÃO possuem qualquer respaldo científico. Induzir a mulher que
deseja parir normalmente a se submeter a uma cesariana desnecessária,
pressionando-a com diagnósticos de riscos imaginários, é uma verdadeira
violência obstétrica.
Pra ficar segura de que seu obstetra só lhe indicará uma
cesariana em caso de real necessidade, pergunte se ele concorda com a recomendação da Organização Mundial de
Saúde, que diz que o parto normal é três vezes mais seguro do que a cesariana e que as cirurgias
devem corresponder a, no máximo, 15% dos partos (no entanto, na rede particular
do Brasil, esse índice de cesarianas ultrapassa os 80%). Fonte: Delas iG
Enfim, dando à luz por parto normal ou cesariana, o
importante é não fazer o papel de ovelhinha embromada. Precisamos saber o que
esperar do nosso obstetra, para nos sentirmos seguras e confiar no profissional
que nos assistirá em um dos momentos mais importantes da nossa vida.
Creio que o tema do parto humanizado deva interessar
especialmente aos casais católicos,
que são chamados a aceitarem os filhos que o Senhor lhes enviar. Afinal, muitos
médicos afirmam que três cesarianas é o limite máximo para manter a vida da
mulher em segurança, e assim se limita o número de filhos (Fonte: ABC.med).