Com rotinas apertadas e
um mundo avesso e diversas vezes hostil às práticas de oração, nós como
católicos acabamos restringido nossa fé ao participar da missa no domingo.
Entretanto, a Igreja nos diz que “o lar é, assim, a
primeira escola de vida cristã e ‘uma escola de enriquecimento humano’. É aqui
que se aprende a tenacidade e a alegria no trabalho, o amor fraterno, o perdão
generoso e sempre renovado, e, sobretudo, o culto divino, pela oração e pelo
oferecimento da própria vida” (§1657,
CIC). É aqui onde entra o conceito de Igreja doméstica – Ecclesia
domestica
Uma
prática bastante simples para fortalecer na família este vínculo com a Igreja,
ao trazer para o dia-a-dia da família a oportunidade de vivenciar os diversos
tempos e estimular a devoção, é a criação de um Calendário da Igreja Doméstica.
Mas como fazê-lo?
Pode ser feito no computador ou como um trabalho de
artesanato que envolva a todos. Escolhido o meio, o primeiro passo é
identificar cada um dos dias de preceito, indicando se há necessidade de jejum,
abstinência ou se há alguma indulgência. Depois, com cores, cada tempo
litúrgico para assim ir adotando ao longo do ano as práticas de cada um deles.
Em seguida, as festas de Nossa Senhora. Por fim, as devoções particulares:
aniversários de batismo, matrimônio, santos de devoção, onomásticos,
aniversários natalícios etc. Inclusive, neste ponto, identificar os dias para
início de novenas.
O mais estimulante é permitir que todos os membros da
família contribuam para a criação deste calendário, em especial as crianças. Podem-se
redescobrir datas geralmente esquecidas, como os batizados ou guardar que tal
dia é o aniversário do onomástico ou adotar práticas novas como acender e rezar
em família as velas da Coroa do Advento. Também nosso recanto de oração,
conforme definido no §2691 do Catecismo, deve acompanhar este calendário com
mudança de toalhas, cores, decorações e flores.
A Igreja nada mais é do que a “família de Deus” (§1655, CIC),
por que não trazer um pouco mais desta Igreja-família para dentro de nossas
casas?