Futebol e religião quase sempre caminharam juntos. No Vasco, isso é ainda mais certo. Fundado por portugueses, o clube carioca não esconde seu culto à fé católica.
O Vasco é o único time grande brasileiro com uma capela dentro do estádio. A capela Nossa Senhora das Vitórias fica atrás de um dos gols e já inviabilizou inúmeros projetos de ampliação do estádio de São Januário.
A diretoria não admite destruir o templo para fechar o anel da arquibancada.
O clube não funciona nos feriados católicos. Há só três anos, o time foi autorizado a treinar no estádio nessas datas. Até nas entrevistas, os jogadores são obrigados a falar diante da imagem de Nossa Senhora Aparecida.
"Essa fé é importante para o clube. Nos últimos dias, estamos rezando ainda mais, para o Vasco conquistar o título [do Campeonato Brasileiro]", afirmou o frei Eneas Berilli, 75, responsável pela capela em São Januário.
O local é uma das atrações do estádio antigo. Uma de suas atribuições é celebrar missas e batizados. O presidente Roberto Dinamite se casou lá.
O templo foi inaugurado em 1955. Sua construção contou com a ajuda de dez clubes portugueses, que mandaram caixas com terras de suas sedes. Porto, Benfica e Sporting foram alguns deles.
No próximo ano, o Vasco vai começar a dar aulas de catequese aos atletas das categorias de base cruzmaltinas.
"Encaminhar os meninos na fé cristã é importante", afirmou o frei, que é torcedor do time de São Januário.
O culto a Nossa Senhora das Vitórias começou em 1923. Durante a conquista do primeiro campeonato carioca, o então presidente Antônio Campos oferecia medalhas da santa aos jogadores do time antes dos jogos.
"A capela está também na história da seleção", disse o frei. "Em 1958, os jogadores foram ao templo antes da viagem para a Suécia pedir proteção. Após a conquista, eles voltaram para agradecer."
No elenco atual, os meias Felipe e Juninho Pernambucano são os jogadores mais ligados às tradições católicas. Eles chegam até a frequentar as reuniões na capela.
Entretanto, a maior parte dos jogadores é evangélica, mas não se opõe aos cultos católicos em São Januário.
Felipe é dúvida para o clássico com o Fluminense, amanhã, no Engenhão. Os cruzmaltinos precisam da vitória para permanecer na luta pelo título do Brasileiro. Também é importante rezar para o Corinthians tropeçar.
"O Vasco é um clube muito católico, mas não vejo problema nisso. Tudo ajuda", disse o técnico Cristóvão Borges, que sempre dá entrevistas coletivas de frente para a imagem de Nossa Senhora Aparecida
Extraído da Folha de São Paulo
Parabéns aos torcedores vascaínos e pelo fato da Cruz de Malta significar o apoio do catolicismo as expedições para colonizações e evangelizações de novos povos, mais pela a coragem do presidente do Vasco que nos dias atuais vai tornar o catecismo matéria obrigatória para as crianças do clube, o que hoje e ainda mais como deputado seria "politicamente incorreto". Tomara que essa atitude seja repetida por todos os presidentes de clubes com origem católica no Brasil.