Essa heresia sobre a ignorância da parte de Jesus de sua natureza divina, foi listada pelo Papa São Pio X em uma de suas encíclicas.
Nosso Senhor, como Deus, era onisciente e onipotente desde a concepção.
Jesus conhecia perfeitamente, por exemplo, o Dia do Juízo, seja como Deus, seja também como homem, por causa da união íntima entre a natureza divina e a humana na única pessoa do Verbo; aqui, porém, fala como enviado de Deus e, não tendo a missão de revelar aquele dia aos homens, diz que ignora; um embaixador pode dizer que não conhece aquilo que está fora de seu mandato. A chave exegética que melhor leitura faz desta passagem é aquela que leva em conta a missão histórica de Nosso Senhor.
Sendo assim, vemos que Deus não incumbiu nem ao seu próprio Filho, nem aos anjos, revelar aos homens o dia do Juízo e, por conseguinte, são inteiramente destituídas de valor as inúmeras profecias e conjecturas que sobre o fim do mundo têm surgido através dos séculos.
Cristo não precisava de nenhuma educação ou tutor para aprender o ofício da carpintaria ou qualquer outra coisa que nós, humanos, apredendemos pela experiência, assim como não precisava do "batismo" de João Batista ou cumprir qualquer ritual judaico. Fez isso para ser homem em tudo que não ofendesse o Pai e nos dar uma lição de humildade.
Nosso Senhor, como Deus, era onisciente e onipotente desde a concepção.
Jesus conhecia perfeitamente, por exemplo, o Dia do Juízo, seja como Deus, seja também como homem, por causa da união íntima entre a natureza divina e a humana na única pessoa do Verbo; aqui, porém, fala como enviado de Deus e, não tendo a missão de revelar aquele dia aos homens, diz que ignora; um embaixador pode dizer que não conhece aquilo que está fora de seu mandato. A chave exegética que melhor leitura faz desta passagem é aquela que leva em conta a missão histórica de Nosso Senhor.
Sendo assim, vemos que Deus não incumbiu nem ao seu próprio Filho, nem aos anjos, revelar aos homens o dia do Juízo e, por conseguinte, são inteiramente destituídas de valor as inúmeras profecias e conjecturas que sobre o fim do mundo têm surgido através dos séculos.
Cristo não precisava de nenhuma educação ou tutor para aprender o ofício da carpintaria ou qualquer outra coisa que nós, humanos, apredendemos pela experiência, assim como não precisava do "batismo" de João Batista ou cumprir qualquer ritual judaico. Fez isso para ser homem em tudo que não ofendesse o Pai e nos dar uma lição de humildade.
Se Jesus era onisciente desde pequeno, quer dizer que não aprendeu nada?
Já sabia falar desde pequeno, só estava fazendo isso para ficar tudo "bonitinho"?
Ele não teria entendido sua real natureza somente aos poucos?
Por que os evangelistas dizem que Jesus crescia em graça, isso é possível?
A Sagrada Escritura testifica que o Filho de Deus se diz homem por ser da descendência de Davi e de uma mulher, ou seja, ao ser concebido e dado à luz; Rom. I, 2-3 “este Evangelho Deus prometera outrora pelos seus profetas na Sagrada Escritura, acerca de seu Filho Jesus Cristo, nosso Senhor, descendente de Davi quanto à carne”; Gal. IV, 4 “Mas quando veio a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, que nasceu de uma mulher e nasceu submetido a uma lei”.
Essa questão e esse erro dado no curso de formação se referem ao começo da união hipostática e a consciência dessa.
Diz a doutrina (Manual de Teologia Dogmática, Ludwig Ott):
A união hipostática da natureza humana de Cristo com o Logos divino teve lugar no instante da concepção (de fé).
Historicamente, foram opostas a essa verdade o origenismo, segundo a qual a alma de Cristo preexistia já antes da Encarnação e estava unida com o Logos divino, e a concepção gnóstica de que o Logos baixou sobre o Divino Mestre no momento do “batismo”.
Todavia, fica bem claro que os símbolos da fé enunciam a concepção passiva do Filho de Deus e não do homem Jesus, como seria de esperar se a união hipostática se desse depois. O símbolo apostólico confessa: Filium eius unicum Dominum nostrum, qui conceptus est de Spiritu Sancto.
Santo Agostinho disse: Desde o instante em que começou a ser homem, é também Deus (De Trin. XIII 17, 22). São Cirilo de Alexandria ensina que o Logos-Deus uniu consigo desde o instante da concepção o templo [a natureza humana] que havia tomada da Virgem (Ep. 39); Jamais havia existido um puro homem Jesus antes que Deus se unira com Ele (Adv. Nolentes confieri s. Virginem esse deiparam 4).
A verdadeira maternidade de Maria exige que a concepção e a união hipostática coincidam temporalmente.
Desse modo, vemos que a consciência de Jesus como Deus vem do próprio instante da concepção.
Além disso, a consciência da divindade fica bem clara no episódio em que Jesus se perde de seus pais no templo. Ele responde a indagação de Nossa Senhora (Luc. II, 49): “Respondeu ele: Por que me procuráveis? Não sabíeis que devo ocupar-me das coisas de meu Pai?”.
E sobre Lucas II 51-52 São Beda pergunta:
Que havia de fazer o mestra da virtude, senão legar esse dever de piedade? Que havia de fazer entre nós senão aquilo mesmo que desejava que fizessemos?
São Gregório Nazianzeno (Orat. 20 in laudem Basilii) explica:
Ele cresceu em sabedoria perante Deus e os homens, não porque ele recebeu algum acréscimo, desde que ele era, do início, absoluto em graça e sabedoria, mas essas gradualmente se tornaram aparentes aos homens inconscientes delas.
Theophylecto diz:
o brilho vindo de Sua sabedoria é esse progresso
Assim como o Sol, que sempre proporciona o mesmo grau de luz e, mesmo assim, nós dizemos que fica mais forte quando se aproxima o meio-dia, era o crescimento da sabedoria e graça em Cristo.
Quando vamos analisar Nosso Senhor na sua humanidade, devemos notar que há na alma de Cristo três tipos de conhecimento:
1)O beatífico, no qual Ele vê Deus e todas as coisas em Deus e, então, rende graças.
2)O infuso por Deus.
3)O experiencial, guiado pelo uso diário.
Os dois primeiros foram implantados em Cristo num grau tão perfeito, no primeiro momento de sua concepção, que não podiam crescer mais. No que tange ao conhecimento experiencial, houve realmente um crescimento, já que com o uso ele adquiriu experiência. “Embora fosse Filho de Deus, aprendeu a obediência por meio dos sofrimentos que teve” (Heb. V, 8). Cristo não cresceu em graça habitual, mas cresceu na graça atual e na sabedoria prática.
Entre outras diferenças entre a graça que Cristo tem e a que nós temos estão as seguintes:
1)Nosso Senhor tinha graça, naturalmente, tanto pela união hipostática quanto pela sua concepção pelo Espírito Santo; quanto a nós, a graça é indevida, gratuita, adventícia e sobrenatural.
2)Em nós a graça limpa o pecado original e os pecados atuais, fazendo-nos agradáveis a Deus; em Cristo, a graça existe não só previamente ao pecado, mas sem isso, santificando Ele per Se primo, pois a da graça da união com o Verbo emana a graça habitual.
3)Em nós a graça é peculiar ao indivíduo, justificando o homem na qual reside; mas a graça de Cristo é a graça da Cabeça, que nos santifica. “Todos nós recebemos da sua plenitude graça sobre graça” (João I, 16).
4)A graça cresce em nós (mesmo no caso da Virgem Maria) pelas boas obras; mas em Jesus ela não crescia, pois procedia da união com o Verbo.
Talvez, para entendermos melhor esse assunto, em especial no que tange ao crescimento do conhecimento dito experiencial, caiba lembrar que cada uma das naturezas de Cristo possui uma própria vontade física e uma própria operação física.
Apesar da dualidade física de vontades, existiu e existe unidade moral, porque a vontade humana de Cristo, de maneira perfeitíssima, se conforma com a livre subordinação a vontade divina.
Houve uma heresia, o monotelismo, que dizia que, embora em Cristo houvesse duas naturezas, havia uma só vontade e um só gênero de operação divina (a natureza humana seria um mero instrumento nas mãos do Logos divino). Em defesa da doutrina católica saíram principalmente São Sofrônio (Patriarca de Jerusalém desde 634) e São Máximo Confessor (+662). O monotelismo foi condenado pelos papas, pelo sínodo Lateranense (649) e pelo VI Concílio universal de Constantinopla (680-681), que declarou:
“Proclamamos igualmente, conforme os ensinos dos Santos Padres, que Nele há duas vontades físicas e duas operações físicas indivisamente, inconvertivelmente, inseparavelmente, inconfusamente. E estas vontades físicas não se opõem uma a outra como afirmaram os ímpios hereges” (Dz. 291).
Vale salientar, que do dogma de que Nosso Senhor tem uma vontade verdadeiramente humana se deriva a conclusão teológica de que tal vontade é livre. No entanto, não podemos atribuir a Cristo a liberdade de contrariedade, ou seja, a liberdade para escolher entre o bem e o mal, pois uma pessoa divina não pode ser sujeita ao pecado.
Sobre a liberdade da vontade nos fala São Pio X pelo seu catecismo:
"Tinha Jesus Cristo vontade livre?Sim, Jesus Cristo tinha vontade livre, mas não podia fazer o mal, porque fazer o mal é DEFEITO, e não perfeição da liberdade".
Na Paixão, Cristo não deixou de ser Deus, nem a divindade abandonou a natureza humana à qual estava unida. A partir da Encarnação, a única Pessoa divina de Cristo é PARA SEMPRE uma união de duas naturezas.
Em Jesus Cristo há duas naturezas, a humana e a divina. Ambas as naturezas estão unidas na única Pessoa (divina) de Cristo. Ou seja, Jesus é uma só Pessoa, não duas, mas possui duas naturezas. É justamente essa união de duas naturezas na mesma Pessoa (Hipóstase, em grego) que chamamos "União Hipostática".
Pois bem, tu confundiste as coisas, e pareces dizer que a natureza humana, em Jesus, é o corpo, e a divina é a alma. Nada mais errado! O ser humano é a união substancial entre o corpo e a alma. A alma é HUMANA. Em Cristo também. Se Cristo não tivesse alma humana, não seria igual a nós em tudo exceto no pecado. A alma, em Cristo, NÃO é a sua natureza divina, mas parte de sua natureza humana.
Em Cristo, há corpo, sangue e alma (humanidade) e divindade. A natureza divina é uma coisa. A natureza humana é outra, e nela é que está a alma.
Não podemos confundir a natureza divina de Cristo com a sua alma.
Enfim, quando Cristo morre, a natureza divina NÃO se separa da humana. Isso é impossível. Deus não pode deixar de ser Deus. E, se Cristo é Deus, Ele não pode deixar sua natureza divina, não pode não ser mais Deus.
Na morte de Cristo, a alma, que é humana, se separa do corpo, igualmente humano. A alma vai para o limbo pregar e resgatar os justos, e o corpo padece no sepulcro. Mas a divindade, a natureza divina, QUE NÃO PODE SE SEPARAR JAMAIS DA NATUREZA HUMANA EM VIRTUDE DA UNIÃO HIPOSTÁTICA, continua tanto unida à alma que vai ao limbo quanto ao corpo que padece no sepulcro. E é por conta dessa união que ocorrerá a ressurreição tão brevemente: é como se a natureza divina unida à alma "chamasse" a natureza divina unida ao corpo.
Está claro que Cristo morreu enquanto homem, mas não é absolutamente necessário fazer essa distinção. Veja-se o caso da Virgem Maria. Ela é mãe de Deus segundo a carne, e não segundo a divindade. Mas utilizamos o título "mãe de Deus" sem fazer nenhuma distinção.
Vejam o que diz o Catecismo Romano VI,b: “Não cremos simplesmente que o Corpo de Cristo teve sepultura; mas confessamos antes de tudo que o próprio Deus foi sepultado. De maneira análoga dizemos em toda a verdade, e conforme a regra de fé católica, que foi Deus quem morreu, e quem nascera de uma Virgem. De fato assim como a Divindade nunca se apartou do corpo, quando encerrado no sepulcro, assim temos também toda a razão de confessar que Deus foi sepultado”
Não seria melhor dizer que Cristo "morreu como homem"?
Não, por conta do dogma da comunicação de idiomas. É uma conseqüência lógica da Encarnação que tudo na divindade pode ser atribuído à humanidade e tudo na humanidade à divindade. Daí que o Cristo-Homem possa ter feito milagres, e o Cristo-Deus possa ter chorado.
Separar tanto as naturezas como se as ações fossem exclusiva e absolutamente atribuídas a cada uma delas equivaleria a distinguir duas Pessoas, e esse é o erro do nestorianismo.
É bem verdade que a natureza humana é que morreu, não a natureza divina, mas a natureza humana - junto da divina - estava na única PESSOA divina. E quem morreu foi a Pessoa de Cristo, não uma parte dele. Não faz sentido dizer que uma parcela de Cristo morreu, pois isso não seria verdadeira morte e chegaria até perto de outra heresia: o docetismo.
O Segundo Catecismo diz que "Jesus Cristo padeceu e morreu enquanto homem, porque enquanto Deus não podia padecer nem morrer".
Isso no sentido de que a natureza divina não morre. Mas não esqueçamos que o Segundo Catecismo é dirigido a crianças e adolescentes.
Já os manuais de apologética mais aprofundados, como o Boulanger, são claros ao mencionar a "comunicação de idiomas": em Cristo, as duas naturezas estão unidas de tal modo em uma só Pessoa divina que, morrendo Cristo, e Cristo sendo Deus, podemos dizer que Deus morre (não sua natureza divina, mas a natureza humana que a ela está unida e que está na única Pessoa divina, ou, noutros termos, a Pessoa de Cristo morre).
Parece uma explicação suficiente. Se perguntarmos quem nasceu da Virgem Maria, a resposta é a 2ª pessoa da Trindade, mas isso só se tornou possível pela natureza humana.
Sobre a passagem em que Cristo diz que "nem o Filho, mas somente o Pai" tem conhecimento do Dia do Julgamento, há várias interpretações: o Filho não tem conhecimento do Dia que possa ou deva comunicar em sua missão; o Filho não tem conhecimento do Dia que proceda de Sua natureza humana enquanto tal; ou o Filho não tem conhecimento desse assunto que não tenha sido comunicado a Ele pelo Pai.
Parece que em alguns casos as Escrituras usam a expressão "Filho" significando a natureza humana de Cristo, ou o Filho enquanto realizador de uma missão. Por exemplo: quando Jesus diz ao Pai que "a vida eterna consiste em que conheçam a ti, um só Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo que enviaste" (Sto. Tomás vê nessa passagem a descrição da vida eterna como contemplação da natureza divina - "o Pai" - e da natureza humana do Cristo - "o Filho"); quando usa fórmulas como "Deus e Seu Filho" (primitivamente, os Padres reservavam a palavra "Deus" ao Pai); ou quando Cristo diz que "o Pai é maior do que eu" (segundo a maioria dos Padres, significaria a subordinação do Filho ao Pai em sua missão profética e redentora).
Agora, um pouco de confusão: acham possível um homem com duas almas?
Pois, especulando sobre o poder divino na Encarnação, Santo Tomás diz ser mais provável que, se uma Pessoa divina assumisse duas naturezas humanas numericamente distintas, tratar-se-ia de um único homem (em razão da unidade do suposto) com duas naturezas humanas numericamente distintas (S. Th., III, q.3, a.7, ad. 2), portanto, com dois corpos, duas almas, duas vontades humanas, etc.
Algo só possível pela união hipostática. Mas se discute essa questão.
Sto. Tomás compara a natureza humana de Cristo a uma roupagem (S. Th., III, q.3, a.7, C), mas ainda assim é a mais perfeita das uniões criadas.
Há que se ter cuidado com essa comparação também, pois, em outra passagem, Santo Tomás anatematiza a comparação da união do Verbo à natureza humana com o ato de vestir um vestido, porque, com isso, se supõe uma união acidental (III, q.2, a.6). No trecho anteriormente citado, ele diz que a natureza humana, em algum sentido, se comporta à maneira de um vestido, ainda que a semelhança não seja completa.
Voltando àquela especulação acerca da união da Pessoa divina com duas naturezas humanas, há que se ter em conta também que o dogma da Encarnação não é totalmente acessível a razão. Santo Tomás especula que seria um único homem, dado existir apenas um suposto ou hipóstase.
Por outro lado, se duas Pessoas divinas assumissem uma única natureza humana, seria um único homem, por causa de haver uma única natureza humana, do mesmo jeito que é verdadeiro dizer que as três Pessoas são um único Deus, devido a uma única natureza divina.
Pode parecer contraditório, mas as razões são diferentes: no primeiro caso, há uma unidade de subsistência, em virtude da qual a natureza humana assumida carece de subsistência a não ser a própria Pessoa do Verbo; no segundo caso, há a pluralidade de Pessoas divinas, mas, em contrapartida, não de naturezas humanas, de sorte que a razão dessa pluralidade não é tomada da natureza, que é uma só.
É mais confortável dizer "Deus morreu" por causa da comunicação de idiomas, mas, quando dizemos que a Pessoa de Cristo morreu, estamos dizendo que morreu algo que se identifica com a essência divina.
Parece que uma expressão como "Deus morreu" é estranha para a Bíblia e os Padres, mas é perfeitamente lógica em vista da comunicação de idiomas. Como disse, não é a natureza divina que morre, mas tampouco podemos dizer que, por conta da natureza humana morrer, só uma "parte" de Cristo tenha padecido, pois isso anularia o grau de satisfação na Paixão, o próprio mérito, e, em última instância, a Encarnação mesma, aderindo a uma espécie de nestorianismo.
No Concílio de Calcedônia foi definido que o mesmo Filho - a 2ª pessoa da Trindade - teve uma geração eterna e outra no tempo. Mas quando louvamos a Virgem Maria como "mãe de Deus", usamos a palavra Deus para o que, na realidade, é o Verbo, e não a natureza divina em absoluto, certo? De qualquer maneira, a expressão do mistério da encarnação vai trazer "elipses metafísicas", inevitavelmente. Por exemplo, a expressão "o Verbo teve origem no tempo", não nega que a pessoa do Verbo (e não apenas a natureza divina) não pode ter origem no tempo por ser eterna, pois está implícito que o Verbo teve origem no tempo enquanto homem ou através da natureza humana.
Comparar a natureza humana de Cristo a uma roupagem não pode gerar um tipo de docetismo?
Segundo Sto. Tomás, em III, q.2, a.6, ad.1, a natureza humana de Cristo se compara a um hábito ou vestido, não para aludir a uma união acidental, mas para dar a entender que Cristo se faz visível pela natureza igual a um homem com seu vestido. E também enquanto que o vestido muda, amoldando-se à figura de quem o veste, sem que este se altere em sua natureza, ao usá-lo. E, de maneira semelhança, a natureza humana assumida pelo Verbo foi enobrecida, sem que o Verbo tenha sofrido qualquer mudança, como explica Agostinho no livro "Octoginta trium quaestionum".