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Curiosidades católicas sobre o Natal

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Prezados leitores, sabemos que toda a cultura ocidental está toda enraízada na fé católica, mas pequenos detalhes não são conhecidos pela população de um modo geral.

Deixo transcrito o capítulo inteiro do livro do Evaristo Eduardo de Miranda, Guia de Curiosidades Católicas, sobre o Advento e o Natal. Boa leitura e Salve Maria!

Quais os sinais e símbolos do Natal?

Construídos através dos séculos, dentre os principais sinais e símbolos natalinos estão: a árvore de Natal, o presépio e seus personagens, a guirlandas nas portas das casas, a coroa do Advento com suas quatro velas, a estrela de Belém, os enfeites natalinos, a figura do Papai Noel as meias e sapatos na janela ou na lareira, os sinos, os cânticos, as velas, a iluminação da árvores, das casas, e dos locais públicos, a ceia familiar com seus pratos típicos e a troca de presentes. Cada um tem seus significados e suas curiosidades. A maioria dos símbolos natalinos busca ajudar as pessoas a penetrarem um mistério impenetrável: a encarnação do Verbo Divino. Isso não é nada simples. Para os cristãos, o Deus Único tinha um filho e o enviou ao mundo.Não foi uma aparição. Ele se fez homem lá na Palestina. Pode? Nenhum período do ano tem tantos símbolos católicos. Exigências desse mistério.

Quem inventou a árvore de Natal?

O inventor da árvore de Natal foi São Bonifácio, o apóstolos dos germanos ou o evangelizador da Alemanha. Ele nasceu na Inglaterra em 672 e faleceu martirizado em 5 de junho de 754. Seu nome religioso, em latim [í]Bonifacius, quer dizer aquele que faz o bem, e retoma o mesmo significado do seu nome saxão Wynfrit.

Em 718 ele esteve em Roma e o Papa Gregório II enviou-o à Alemanha, com a missão de reorganizar a Igreja. Por cinco anos ele evangelizou territórios que hoje fazem parte dos estados alemães de Hessen e Turíngia. Em 722, foi feiro bispo dos territórios da Germânia e, um ano depois, inventou a árvore de Natal, causando um certo impacto no meio ambiente germânico.

Quando surgiu a árvore de Natal?

Sem maiores preocupações ambientais ou com os costumes locais, em 723 São Bonifácio derrubou um enorme carvalho dedicado ao deus Thor, perto da atual cidade de Frizlar, na Alemanha, Para convencer o povo e o druidas de que não era uma árvore sagrada, ela abateu-a.

Esse acontecimento é considerado o início formal da cristianização da Alemanha. Algum dia estudarão o impacto ambiental da evangelização: na queda, o carvalho destruiu tudo que ali se encontrava menos um pequeno pinheiro. Segundo a tradição, Bonifácio interpretou esse fato casual como um milagre. Era o período do Advento e, como ele pregava sobre o Natal, declarou: Doravante, nós chamaremos esta árvore de árvore do Menino Jesus, O costume de plantar pequenos pinheiros para celebrar o nascimento de Jesus começou a estendeu-se pela Alemanha e de lá para o mundo, dizem.
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Árvore de Natal causa impacto ambiental?

Pergunta difícil. O costume da árvore de Natal dentro de casa pode levar ao plantio de pinheiros e também ao corte. A simbologia da árvore é uma das mais espalhadas em todas as culturas. A árvore está presente na Bíblia, desde as árvores do jardim do Éden até a árvore da cruz de Jesus. Existem várias explicações para a origem do costume de cortar a árvore, levá-la para dentro de casa e enfeita-la, baseada na tradição bíblica e até em costumes pagãos na Europa, O simbolo da árvore de Natal é bem anterior ao do presépio e mais universal. A ecologia recomenda incentivar o plantio das árvores, mesmo que seja para cortá-las no Natal. E tem gente, sobretudo na América do Norte, que se dá ao discute o impacto ambiental do Natal ao promover o corte de árvores nas florestas pelas famílias.

No Natal é melhor um carvalho ou um pinheiro?

Para madeira ou lenha, melhor o carvalho.Já para a árvore de Natal, melhor usar o pinheiro. Ele cresce mais rápido, fica verde mais tempo e ambientalmente é mais correto, mesmo. Várias comparações do pinheiro cristão com o carvalho pagão foram destacadas pela Igreja, desde o inicio dessa tradição. O pinheiro mantém-se verde, em pleno inverno, face a todas as dificuldades, quando todas as outras árvores, inclusive os carvalhos, amarelecem e perdem as folhas. seu crescimento é lento e constante. Sua forma triangular foi vista como um símbolo de Trindade por São Bonifácio. Em 732, em Roma, o Papa Gregório II deu a São Bonifácio o pálio de arcebispo com autoridade sobre a Alemanha. Ele é representado com vestes episcopais, mitra, um livro atravessado por uma espada e um pé sobre o tronco do carvalho abatido, símbolo do esmagamento da religião pagã. Sem pinheiro os enfeites de Natal.

Para que tanto enfeite na árvore de Natal?

A tradição cristã assimilou a árvore de Natal com uma nova árvore da vida, aquela do jardim do Éden, lá no Paraíso (Gn 2,9). É costume enfeitá-la com bolas coloridas, como se fossem frutos, e com outros adornos natalinos. Os enfeites alegorizam virtudes, desejos, vínculos e sonhos das pessoas e da casa onde está a árvore de natal. Já no tempo de São Bonifácio, as árvores de Natal eram enfeitadas com maçãs, evocando a nova frutificação e o antigo pecado original. Ao contrário do mito do Éden sobre a serpente e a maçã, a árvores de Natal passou a evocar vida e salvação, plantada nas casas. As árvores também eram decoradas com velas, representando Jesus, a luz do mundo. O costume difundiu-se pela Europa. Uma das primeiras referências registradas dos enfeites é do século XVI e vem da Igreja da Alsácia. As famílias decoravam os pinheiros com papéis coloridos, enfeites, frutas e doces. Espalhada por toda a Europa, a tradição de enfeitar a árvore de Natal chegou ao continente americano por volta de 1800

Qual o simbolismo das bolas?

Desde o século VI, a tradição da árvore de Natal evolui: trocaram-se as perecíveis maçãs da árvore do Éden por bolas e enfeites, como sinal dos frutos da vida. As tradições familiares variam. Alguns colocam 12 bolas ou múltiplos de doze para evocar os doze apóstolos. Outros colocam 33 bolas, para lembrar os anos da vida de Jesus. Outros adornam progressivamente a árvore de Natal com 24 a 28 bolas, dependendo do número de dias do Advento. Outros ainda adornam a árvore de uma só vez, as crianças elaboram suas próprias bolas. em outras famílias, as bolas são colocadas com uma oração ou um propósito em cada uma, até o nascimento de Jesus, para certas comunidades religiosas, as bolas simbolizam as orações do período do Advento: as azuis são de orações de arrependimento, as prateadas de agradecimento, as douradas de louvor e as vermelhas de prece.

Por que as bengalas, os 3 sinos e os 7 anjinhos?

Os enfeites da árvore de Natal são um espaço de liberdade, arte e poesia para a criatividade familiar. Alguns são tradicionais e merecem destaque. Os 3 sininhos simbolizam a Santíssima Trindade e também costumam adornar guirlanda do Natal, na entrada das casas. Os 7 anjinhos representam os espíritos angélicos, os anjos dos pequeninos diante de Deus, contemplando e intercedendo por todos (Mt 18,10)

As bengalinhas evocam a caminhada, o trabalho de cada um e também o pastoreio de Jesus, o cajado do bom pastor. Também colocam-se pequenos e bonitos pacotinhos e presentinhos pendurados na árvore ou aos seus pés. eles representam as boas ações e os sacrifícios, os "presentes" que serão dados a Jesus no Natal.

O que faz uma estrela no topo da árvore de Natal?

Ela ilumina, orienta e aponta para os céus. na ponta do pinheiro, no alto da árvore de Natal, costuma-se colocar uma estrela, luminosa. Na parte mais elevada, ela lembra a estrela de Belém, a estrela-guia dos magos do Oriente (Mt 2,2.9.10)

Para os católicos, no topo da árvore de Natal a estrela também representa a fé que deve iluminar a guiar as vidas dos cristãos, coroando suas cabeças. Essa estrela-guia, com jeito de cometa, também é colocada ou representada por luzes desde a manjedoura de Jesus no presépio até o alto de edifícios nas cidades.

Quem inventou o presépio?

Foi São Francisco de Assis quem armou o primeiro presépio da história, na noite de Natal de 1223, na localidade de Greccio, lá na Itália. Ele é o inventor do presépio, mas nunca cobrou direitos autorais, nem de propriedade intelectual.

São Francisco de Assis quis celebrar o Natal de forma mas realista possível e, com a permissão do Papa, montou um presépio de palha, com uma imagem do Menino Jesus, da Virgem Maria e de José, juntamente com um boi e um jumento vivos.

Nesse canário, foi celebrada a missa de Natal. O costume espalhou-se pela Europa e de lá pelo mundo. A Igreja Católica considera um bom costume cristão armar presépios no período do Natal em igrejas, casas e até em praças e locais públicos.

Quais os personagens originais do presépio?

Os personagens originais do presépio representavam, no estábulo em Belém, as cenas ocorridas após o nascimento de Jesus. inicialmente, os presépios limitavam-se ás figuras do Menino Jesus, Maria e José. Só, somente só. Com o tempo, os católicos foram enchendo seus presépios com figuras de pastores, Reis Magos, artesãos, lavradores, pescadores e outras dos relatos evangélicos e apócrifos.

Esses personagens, jamais São Francisco teria podido imaginar. Até pipoqueiros estão nos presépios populares do Brasil. Inicialmente, a presença no presépio do jumento e do boi resultou de uma interpretação cruzada de uma passagem do livro de Isaías (1,3) com outra de Habacuc (3,2) Logo muitos animais chegaram ao presépio, sem precisarem de autorização dos textos bíblicos. Há presépios célebres, com centenas de imagens de barro ou de outros materiais. O presépio é, dos símbolos do Natal, o mais inspirado nos evangelhos.
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Existe um jeito ideal de montar um presépio?

Sim, em família, para quem pode e quer. Os personagens do presépio saem aliviados daquele exílio de um ano fechado numa escura caixa de papelão.

Aos poucos, pequenos pacotes de papel, embrulhando as figuras do presépio, são abertos ansiosamente pelas crianças. surge uma ovelha, um anjo, uma Maria, um boi, um camelo, um José, um pastor, um Rei Mago... Os personagens, antes guardados, agora são aguardados. Eles são procurados, identificados e assumem seu lugar no presépio organizado e também no coração de adultos e crianças.

O melhor jeito de montar presépios é em família e com aqueles cujo coração ainda é capaz de maravilhar-se. Uma das alegrias da infância, associada ao período do advento do Natal, é a montagem do presépio. Comprar montado não vale.

Qual o trabalho dos anjos e anjinhos?

Não é fácil ver um anjo. Ao longo do ano eles vivem ocupadíssimos, até por que ninguém lembra deles. Salvo em casos de perigo, ameaças e enfermidades. Chegado o tempo do Natal, oa anjos surgem de todas as partes: em decoração nas ruas, vitrines, casas e.. nos presépios.

Entre os personagens do presépio estão os anjos e anjinhos. Um anjo maior costuma ocupar a parte superior do presépio. Ele representa o Anjo Gabriel, o da anunciação, o mensageiro da anunciação de Jesus e de Maria. Agora, ele contempla, em silêncio, o seu anúncio. Ele não fala, mas centenas de milhões de pessoas repetem suas palavras: Ave, Maria, cheia de graça! Outros anjos menores, mas tagarelas, ocupando posições variáveis nos presépios, cantam e anunciam: Gloria in excelsis Deo! Paz na terra aos homens de boa vontade.

Mensageiros celestes, os anjos do presépio dizem: esta criança é uma Palavra que ainda não fala, mas que já se vê.
Você tem um tipo predileto de presépio?

Não tem? Não sabe? Opções não faltam. existem muitos tipos de presépios pelo mundo afora. Alguns são verdadeiras obras de arte, de alto valor. São famosos os presépios napolitanos e sicilianos. Alguns presépios são enormes, outros são miniaturas. No Brasil, essa pequena construção parece a maquete de uma cena de teatro, um cenário em miniatura. Nos presépios populares brasileiros, as figuras singelas são feitas de materiais diversos (barro, madeira, louça, papelão ,palha de milho, tecidos etc) e expressam a diversidade da realidade humana e animal. Vários museus reúnem essas peças maravilhosas da tradição religiosa católica do Brasil, na América Latina, na Africa e na Europa. E existem até concursos de presépios.

O boi e o burro eram vaquinhas de presépio?

Segundo a tradição cristã, Jesus veio ao mundo entre os animais. Nasceu numa espécie de estábulos, um lar de animais. Além dos pais, os primeiros a vê-lo e acolhê-lo são os animais domésticos, o burro e o boi. Pela mesmo tradição, num ambiente castigado pelo frio do inverno, boi e burro prestam serviços a Maria e José ao soprar sobre o bebê o hálito quente. Até hoje eles ajudam a aquece o Divino Infante, naquele rude e centoso inverno mediterrânico, nas maravilhosas histórias e contos de Natal. Aparentemente não havia vaquinha naquele presépio. Esses dois animais são também um dos primeiros sinais de que a Lei será ultrapassada. Boi e burro estão juntos, atados, prontos para mover o arado desse menino, ultrapassando a Lei. Até então, a Lei impedia tal junta de animais (Dt 28,10).

Por que o boi é o simbolo do Evangelista Lucas?

Desde a antiguidade, o Evangelista Lucas é representado pelo boi, enquanto Marcos por um leão e João por uma águia. Em Lucas, o boi é o emblema do animal dos sacrifícios, como na palavra hecatombe (sacrifício de 100 bois). Ele é quem mais insiste no sacerdócio e na missão sacrifical de Jesus Cristo. A imagem do boi também evoca a mansidão e a obediência. São Jerônimo (342-420) descreve Lucas como aquele que privilegia o tema da mansidão e da misericórdia e o chama de escritor da mansidão de Cristo, Para alguns autores não se  trara de um boi e sim de um touro, e evoca força e fertilidade. Tudo para honra e glória dos bovinos.

O boi do presépio é ator do bumba-meu-boi?

Sim, de certa foram. A Tradição católica fez o pacato boi do presépio dançar. O bumba-meu-boi ou boi-de-reis é um auto teatral e uma dança dramática do ciclo natalino, difundida em todo o Brasil com variedades locais. seu personagem central é um boi. Ele morre e ressuscita. A história alegoriza, sem menção explícita, toda a vida de Jesus: do nascimento á paixão, morte e ressurreição. ele é particularmente festejado no Nordeste e no Maranhão. O personagem central do bumba-meu-boi ( e outros afins) é representado por um simulacro de boi, montado numa armação, sob a qual dança um home. O grande ator dessa peça é um boi, o boi do padre. E, de certa forma, é também o autor.

Como o boi do presépio foi parar no bumba-meu-boi?

Pelas mãos dos amazonenses e nordestinos. Vários elementos imaginários e maravilhosos do Tempo do Natal estão presentes na manifestação do bumba-meu-boi. É como se o boi do presépio, cansado de ser vaquinha de presépio, tivesse decidido ocupar um espaço próprio e dinâmico nas festividades natalinas, com conteúdos de natureza pascal (morte e ressurreição, matracas) e pastoral ( cuidados com o rebanho, fraternidade ). O bumba-meu-boi tem uma grande diversidade de nomes e variação artística, conforme a região: boi-de-orquestra, boi-de-reis,boi-de-zabumba, boi-pintadinho, bumba, cavalo-marinho e tanto outros. E assim, com essa fuga do boi do presépio para o bumba-meu-boi, seu tempo ultrapassou de longe o Natal.

Existe tempo nos presépios?

Não. se o Natal é tempo de presépios, não há tempo nos presépios. Não é que o tempo tenha parado nos presépios. Simplesmente não há tempo. Na tradição e na piedade popular, como na eternidade e no inconsciente humano, os presépios desconhecem o tempo. Eles existem livre dessa quarta dimensão da criação e prefiguram a eternidade. Em vários lares católicos e em igrejas, a manjedoura fica vazia até o Natal, quando a imagem do Menino Jesus é colocada solenemente. Nesses casos, enquanto o Natal não chega, Reis Magos, pastores, José, Maria, anjos, camelos, asnos ,bois ,galos e cachorros aguardam pacientemente a vinda do Menino Jesus. Fora do tempo. Contemplando o invisível.

Existe um espaço dos presépios?

Sim, mas fica fora do tempo. Os personagens dos presépios populares traduzem a vida da comunidade: lenhadores, pescadores, agricultores, gente tirando água do poço, padre celebrando missa, pipoqueiros, cidades enfeitadas e igrejas tocando sinos. Muitos desses presépios, chamados de geringonças, de forma um tanto precária e frágil, mas com muita criatividade. Muito visitados onde ficam expostos, esses presépios ou geringonças trazem, de forma simples e maravilhosa, O Mistério da Encarnação do Verbo Divino ao cotidiano das comunidades, no dia-a-dia do povo.

Talvez seja assim que, lá do alto, Deus nos veja: agitados personagens de uma frágil geringonça.

Que reinos reúnem as velas de Natal?

Os da natureza. As velas reúnem o reino animal ( na cera de abelha ), o reino vegetal ( no algodão ou linho do pavio ) e o reino mineral (na chama e nas cinzas). No Natal, as velas simbolizam Jesus Cristo, a luz do mundo. as velas acesas em volta e até na árvores de Natal são de origem nórdica. Mas as velas nos ritos religiosos são uma tradição de origem judaica, presente até hoje, inclusive nas celebrações domésticas dos judeus. A ceia de Natal é quase sempre acompanhada por velas acesas. No início, as famílias fabricavam suas velas com a cera pura das abelhas, em sua cor natural. Se a cor vermelha predomina, existe uma enorme variedades de outras velas coloridas no mercado, passíveis se serem utilizadas em luminosos arranjos e decorações natalinas.

Qual o significado das luzes de Natal?

Para os cristãos, as luzes do Natal expressam a iluminação trazida ao mundo pelo nascimento de Jesus. Essa iluminação está presente na árvore de Natal, nas fachadas das casas e lugares públicos (calçadas, árvores, prédios, lojas etc). Todas essas luzes saúdam o início de uma nova era, a Era Cristã. As velas, por serem perigosas, foram substitutas pelos pisca-piscas com a generalização da eletricidade. Graças a competitividade da China pagã, as luzinhas ficaram baratas. Seu uso ampliou-se. Elas cintilavam de forma variada a alcançam locais e durações inimagináveis para as velas. As luzes natalinas trazem alegria e encantamento.

Qual o simbolismo das cores do Natal?

O verde, o vermelho e o dourado são as cores dominantes no Natal. O verde é simbolo primaveril de renovação, esperança e regeneração. O verde das plantas capta a energia solar e pelo processo d fotossíntese a transforma em energia vital. O vermelho está ligado ao fogo, á redenção a o amor divino. O dourado também é utilizado e está associado ao sol, á luz, á sabedoria e ao Reino vindouro. Para a tradição católica há uma relação entre essas três cores e os presentes  dos Reis magos: ouro (dourado), incenso (vermelho) e mirra (verde).

A flor do Natal é um presente tropical?

Sim. E um dos poucos. O Brasil e os trópicos importaram diversos símbolos e costumes natalinos das regiões temperadas da Europa e do Mediterrâneo: pinheiros, Papai Noel agasalhado, lareiras. Até neve de algodão. Mas os trópicos exportavam uma planta como simbolo natalino para a Europa. Trata-se da flor do Natal ou Poinsétia, também conhecida como bico-de-papagaio, rabo-de-arara, cardeal ou estrela-do-natal, Originária do México, ela tem base na folhas verdes e acima, coroando a hastes, folhas semelhantes as pétalas de flores vermelhas. O seu nome científico é Euphorbia pulcherrima e significa a mais bela das eufóbias. Tomou conta do Natal dos países temperados e resistentes ao inverno, dentro das casas.

Quem criou a flor de Natal?

Em primeiro lugar a natureza. Em segundo lugar, esse símbolo vegetal não vem dos astecas e sim dos franciscanos, especialistas em criar novidades para o Natal. A partir do século XVII, no México, a flor da poinsétia começou a ter um significado natalício. Os frades franciscanos a utilizaram em comemorações natalinas e associaram a forma de sua brácteas vermelhas à estrela de Belém. A Planta é muito utilizada para afins decorativos na Europa e América do Norte, especialmente no Natal. Como é uma planta de dia curto, floresce exatamente no solstício de inverno e coincide com o Natal no Brasil, a não ser nas regiões Sul e Sudeste, onde cresce como arbusto nos jardins.

Qual a relação do Menino Jesus com o IBGE ?

Por que Jesus nasceu em Belém? Por que José, de forma quase irresponsável, deixou em pleno inverno a cidade de Nazaré na Galileia, onde tinha casa, amigos e parentes? Por que esse carpinteiro saiu de viagem com Maria, nos últimos dias de sua gravidez, rumo a Belém? Ele tinha sua razões. Naqueles tempos, o Imperador César Augusto (30 a.C a 14 d.C) realizava o censo do Império romano e todos iam se  inscrever, cada um em sua cidade (Lc 2,3). E a cidade de nascimento de José não era Nazaré e sim Belém, onde ele apresentou-se para o recenseamento. Pois é. Foi culpa do censo romano, do IBGE daqueles tempos, se Jesus nasceu em Belém e não em Nazaré. O censo era levado muito a sério, naquela época, tanto por imperadores quanto por  carpinteiros.

Você acha que sabe onde fica Belém?

Belém: esse nome parece barulho de sino. Jesus nasceu em Belém (Mt 2,1-6; Lc 2,4-15; Jo 7,42) e cumpriu uma profecia messiânica: !E tu, Belém, terra de Judá, não és de modo nenhum o menor dentre os principais lugares de Judá. Porque de tinha de sair o Chefe que há de pastorear o meu povo, Israel (Mq 5,2). A Belém de Judá fica a 10km a sila de Jerusalém e foi fundada pelos cananeus. tem uma outra Belém na tribo de Zabulão (Js 19,15). Em 1350 a.C, um governador egípcio da região mencionou a cidade, em carta ao Faraó Amenhotep III, como importante ponto de repouso para viajantes. seu nome em hebraico, beit lehém, significa casa do pão.

Com a expressão do cristianismo, surgiram muitas Beléns mundo afora. No Brasil há uma dezena: a capital do Pará, distritos nas cidades de São Paulo e Cachoeira, na Bahia, municípios de Alagoas, Paraíba, Piauí, Minas Gerais e Pernambuco. Os católicos gostam de batizar suas cidades com nomes bíblicos e, além das Beléns, tem-se muitas Nazarés, Jerusálens, Betânias etc. Brasil afora.

Que sinos já tocavam antes de serem inventados ?

Os de Belém,segundo a tradição católica. Veja: apenas após o ano 313 o Imperador Flávio Constantino (280-337 d.C), o primeiro imperador cristão romano, iniciou a construção de vários igrejas na Terra Santa. E os sinos vieram bem depois. De sua obra, em Belém, destaca-se a Basílica da Natividade, erguida sobre a gruta onde Jesus nasceu. Isso diz a história. Para a tradição lendária e popular, já existiam igrejas e sinos em Belém no momento do nascimento de Jesus para anunciá-lo.

Pelo menos é assim nas cantigas tradicionais de Natal:  Bate o sino pequenino, sino de Belém, já nasceu Deus Menino para o nosso bem! ou ainda: Os sinos tocam, lá em Belém! O repicar dos sinos de todas as igrejas de Belém, visitadas por turistas cristãos no Tempo do Natal, é um espetáculo sonoro de grande beleza. E chegam a dar a impressão que estão lá, desde o começo do mundo, badalando a criação.
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O que tocam os sinos de Natal ?

O Natal está asscociado ao ressoar dos sinos. Eles emitem sons agradavéis e podem ser escutados a grandes distâncias. No passado, antes das existências dos relógios, o povo se guiava pelo repicar dos sinos na igreja matriz. O sino é como um relógio popular. Esse senhor do tempo tem participação no anúncio das grandes festas cristãs. seu toque é festivo. No natal, do campanários das igrejas, os sinos anunciam uma das maiores festas cristãs: o nascimento de Jesus. na noite de Natal, os sinos tocam e anunciam o desejo de paz na terra pelos homens de boa vontade: Paz na terra, toca o sino, alegre a cantar. Abençoe Deus Menino esse nosso lar.

Qual o significado da guirlanda na porta?

Um dos sinais mais visíveis do Natal é a guirlanda, colocada na porta de entrada das casas, feito uma coroa. essa guilanda circular é feita de ramos vegetais entrelaçados e enfeitados com fitas, sinos e objetos. O entrelaçamento desses dois ramos simboliza o Mistério da Encarnação do Verbo Divino. Deus se fez carne e habitou entre nós. Ele tomou corpo humano. Para os cristãos, Jesus é verdadeiramente Deus e verdadeiramente homem. As duas naturezas, divina e humana, se entrelaçam, como dois ramos que se buscavam num mesmo jardim.

Como proteger a sua casa contra raios e trovões ?

Além de pára raios e um bom aterramento, a tradição católica recomenda a guirlanda de Natal. O certo seria colocar a guirlanda no batente superior da porta da entrada e não na porta propriamente dita. Quem entrar ou sair passará sob a guirlanda. Na tradição popular, esse círculo natalino é um verdadeiro seguro. Ele protege a casa contra bruxas, mau olhado, raios e trovões, vendavais, tempestades e até gente ruim. O Tempo do Natal, no Brasil, é época de  grandes chuvas, tempestades, coriscos e relâmpagos. A guirlanda traz uma proteção solar e sem fim para quem passa sob ela. Mesmo se for meio quadrada.

Qual o significado das coroas?

A guirlanda, a Coroa do Advento, as coroas de flores, todas significam: vitória. Nomes como Estéfano, Estêvão e Stefane, por exemplo, vêm do grego stephanos, coroa, e evocam uma vitória, um coroamento. Antes, o nome designava a coroa de louros, simbolo da vitória de atletas e guerreiros, ainda entregue nos dias e hoje aos vencedores do automobilismo, hipismo e, especialmente, nas Olimpíadas. Com o sacrifício do primeiro mártir do cristianismo, Santo Estêvão, ela passou a significar a coroa martírio ou testemunho ( At, 7,54-60). A guirlanda do Natal representa um coroamento do lar, da família, da sua união e do fim do ano.

Dá para coroar o tempo?

Dá, E os católicos gostam de coroar o tempo. A Coroa do Advento, um outro simbolo natalino, é feita de ramos verdes entrelaçados. Eles formam um círculo, no qual são colocadas quatro grandes velas, de preferência da cor roxa. Elas representam as quatro semanas do Advento, O Tempo do Natal. Nas igrejas, esse coroa deve ser colocada em um lugar evidente no presbitério, bem perto do altar ou do púlpito, sobre uma mesinha, um tronco de árvore ou em qualquer outro lugar bem visível. Essa colocação é recomendada até pelo Pontifício Instituto Litúrgico de Santo Anselmo de Roma. Nas casas, a Coroa do Advento costuma ser colocada numa mesa da sala ou num lugar bem central.

Como acender a Coroa do Advento?

Além do uso do fósforo ou isqueiro, um rito natalino acompanha a Coroa do Advento: a ordem do acendimento das suas velas. A cada domingo, em geral a noite, uma vela é acesa. No primeiro domingo uma, no segundo duas, até serem acesas as quatro velas no quarto domingo. Essa luz nascente indica a proximidade do Natal, quando Cristo salvador e luz do mundo brilhará para toda a humanidade. A cor roxa das velas, a mesma do período da Quaresma, convida a purificar os corações para colher o Cristo que vem. Ás vezes exitem coroas com velas de cor rosa. elas evocam a alegria: O Senhor está próximo. Os detalhes dourados, como em todos os áures símbolos natalinos, prefiguram a glória do Reino que virá

Onde surgiu a tradição da Coroa do Advento?

A tradição da Coroa do Advento surgiu no norte da Alemanha a na Escandinávia, no século XVI, para preparar os cristãos para a Festa de Natal, quatro semanas depois. Na Suécia, a Coroa do Advento é reservada para a Festa de Santa Luzia no dia 13 de dezembro. Do norte da Europa, o costume ganhou o mundo, como uma nova maneira de atualizar o antigo tema do Natal de Jesus.

Qual o simbolismo das quatro velas ?

Ao ser colocada na casa, ela recorda a experiência de escuridão do pecado. A primeira vela lembra o perdão concedido a Adão e Eva. A segunda simboliza a fé de Abraão e de outros patriarcas, a quem foi anunciada a Terra Prometida. A terceira lembra a alegria do rei Davi que recebeu de Deus a promessa de uma aliança eterna. A quarta recorda os profetas que anunciaram a chegada do Salvador.
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Papai Noel era turco ?

Era. O rechonchudo Papai Noel é amado por crianças e adultos, com suas barbas e cabelos brancos, óculos redondos e um saco ás costas. O personagem do Papai Noel foi inspirado em São Nicolau taumaturgo,arcebispo de Mira, no século IV, São Nicolau nasceu em 280 em Patara, na atual Turquia, e morreu aos 41 anos.

Ele costumava ajudar, anonimamente, quem estivesse com dificuldades financeiras. bondoso e generoso, nas várias histórias a seu respeito, São Nicolau sempre oferecia presentes aos pobres e salvava marinheiros vítimas de tempestades. Foi declarado Santo após muitos milagres lhe serem atribuídos. São Nicolau virou também padroeiro das crianças e dos marinheiros. E ao Papai Noel as crianças passaram a pedir os presentes com antecedência, para ganhá-los no Natal.

Quais os nomes do Papai Noel

Seu nome original era Nicolau, mas surgiram vários apelidos. A fama do Papai Noel de dar presentes ás crianças chegou aos Países Baixos pelos marinheiros, gente poliglota por ofício e não de profissão. Eles transmitiram o nome de São Nicolau como puderam. O nome Nicolau cresceu pela Alemanha e Europa, atravessou séculos, até chegar aos Estados Unidos, onde é chamado de Santa Claus.

O nome Santa Claus vem da evolução paulatina do nome de São Nicolau: St. Nicklauss, St Klaus e Santa Claus. O nosso Papai Noel vem do francês Père Noel. Em portugual, onde fala-se o melhor português e sem sotaque, ele é chamado de Pai Natal. A palavra Noel é mais poderosa do que muitos imaginavam. Ela vem do hebraico imanu'el e significa Deus conosco. em português, Emanuel deu origem a Manuel. Por aqui podemos ter evoluído para Papai Mané. Bom, melhor fica com a versão francesa.
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De onde vem a fama de Papai Noel ?

De um escritor. Quem deu força á lenda de Papai Noel foi Clemente C. Moore, um professor de literatura grega em Nova Iorque, com o poema Uma visita de São Nicolau, escrito para seus seis filhos em 1822. Moore divulgou a versão de que ele viajava num trenó puxado por renas e ajudou a popularizar outras características, como o fato de ele entrar pela chaminé. A explicação da chaminé vem da Finlândia, uma das fontes de inspiração do poema. Os antigos lapões viviam em pequenas tendas, como iglus, cobertas com pele de rena. A entrada era um buraco no telhado. de personagem real da Turquia, o Papai Noel imaginário passou a vir do Pólo Norte.

Quem desenhou as roupas do Papai Noel ?

Um cartunista. A última e mais importante característica incluída na figura de Papai Noel é sua roupa vermelha e branca. Antigamente, ele vestia-se como bispo ou usava cores próximas do marrom, com uma coroa de azevinhos na cabeça ou nas mãos. Mas não havia padrão. Seu visual foi obra do cartunista Thomas Nast, na revista Haper's Weeklys , em 1886, numa dição especial de Natal. em alguns lugares na Europa e no Canadá ele ainda é representado com os paramentos eclesiásticos de bispo e, ao invés de gorrinho vermelho, tem uma mitra episcopal.

O que a Coca-Cola tem a ver com o Papai Noel ?

A Coca Cola seria a responsável pelo atual visual do Papai Noel: roupas vermelhas com detalhes em branco? Não. Isso é totalmente infundado. O Papai Noel já apareceu com essas roupas na obra de Thomas Nast e em publicidades da Colgate, RCA Victor e Merchelin, muito antes das capanhas da Coca-Cola com o Papai Noel foi em 1930,  quase 50 anos depois de Thomas Nast ter desenhado a imagem do atual bom velhinho.

Por que meias e sapatos na janela no dia de Natal?

A Tradição de pendurar meias na lareira ou deixar sapatos na janela originou-se de uma das muitas histórias sobre São Nicolau, em quem se inspira a figura do papai Noel. No passado, para uma moça era indispensável dispor de um dote para se casar. São Nicolau sobe da triste situação de uma família, sem recursos para o dote de suas filhas. secretamente, ele jogou três pequenos sacos com moedas de ouro pela chaminé da casa da família. Os sacos caíram dentro das meias das moças, penduradas na lareira para secar. Em outras versões foi pela janela, e caíram dentro de uns sapatos,

Enfim São Nicolau era generoso e bom de arremesso.

Quem nunca participou de uma ceia de Natal?

É difícil, mas se for o seu caso, não sabe o que está perdendo. No passado, após a Missa do Galo, celebrada á meia noite do dia 24, era servida nas igrejas uma refeição furgal ao presentes. Com o tempo, essa refeição foi transferida para as casas dos fiéis e tornou-se mais sofisticada. Muitas famílias reúnem-se para uma ceia mais alegre, com pratos tradicionais, assados, doces, frutas cristalizadas, bolos e pudins.

Os lares são enfeitados e iluminados para a ceia de Natal e são comuns as velas acesas. Essa celebração estreita os laços familiares e é uma liturgia doméstica, ao som de música natalina. Os familiares cantam, fazem leituras, representam pequenos autos de Natal em que crianças menores e idosos representam a chegada do Papai Noel, tocando sinos e entregando presentes ao mais pequeninos.

No Natal você prepara a comida dos 13 mendigos ?

Algumas famílias de origem mediterrânea mantêm a tradição dos treze mendigos. São 13 doces e frutos servidos no final da ceia de Natal e deixados à disposição para consumo sobre uma mesa, durante três dias, até o dia 27.

Os 13 mendigos são: nozes, avelãs, amêndoas, pistaches, castanhas, pinhões, tâmaras, figos secos, uvas passas, damascos, marmelos (marmelada), maçãs e peras. Eles representam Jesus (tâmara) e os 12 apóstolos. Podem ser também treze doces diferentes, depende da tradição familiar. Esses 13 mendigos prolongam a alegria e os sabores da ceia de Natal até pertinho da passagem de ano.

Por que a troca de presentes no Natal ?

O costume de dar e trocar presentes é o resultado de vários aspectos ligados ao nascimento de Jesus. Pelo Mistério da Encarnação, Deus se faz presente, dar presente é uma forma de estar presente na vida do outro. Esse gesto evoca a presença dos Reis Magos junto a Jesus e á Sagrada Família, entregando presentes. O presente é uma lembrança, é lembrar-se do outro, mesmo quando é uma lembrancinha. A compra de presentes, a mobilização do comércio e aos apelos ao consumo, aliados á disponibilidade do 13º salário e vários outros mecanismos, deram um impulso consumista e nada cristão ao Tempo de Natal.

Por que deixar os presentes ao pé da árvore?

Em muitas casas, os presentes natalinos são colocados aos pés da árvores de Natal, para serem trocados, depois da ceia, entre amigos e familiares. esse costume teria começado durante o reinado de Elizabete I, filha de Henrique VII, na Inglaterra, no século XVI. Ela promovia grandes festas natalinas e recebia muitos presentes, noblesse oblige. Como era praticamente impossível receber diretamente todos os presentes, adorou-se o costume de deixá-los sob uma grande árvore natalina, montada nos jardins do palácio.

Os presentes do Papai Noel têm hora para chegar ?

Sim. Antes ou depois da ceia de Natal, algumas casas representam a chegada do Papai Noel. As crianças são interrogadas sobre seu comportamento durante o ano. Os presentes correspondem aos pedidos feito por escrito, ou oralmente em alguma loja, para o papai Noel. Ele confere a lista e faz sua distribuição diretamente entre risos, medo e até choro dos mais pequeninos.

Para essa missão, montada em segredo nas famílias, algum adulto se engaja através de uma fantasia mais ou menos bem montada. Em outras casas, Papai Noel deixa os presentes dos filhos ao lado de suas camas, junto aos pares de sapatos ou ainda no pé da árvore de Natal. Eles serão encontrados quando os filhos despertarem. O aniversário é de Jesus e todos ganham presentes.

Qual a origem dos cartões de boas festas ?

A profana e sagrada Inglaterra. No passado, os votos de Natal eram expressos através de cartas, algumas decoradas, enviadas pelo correio. Os cartões de Natal, de origem anglo - saxônica, começaram já no século XVI e desenvolveram-se muito por volta de 1850, graças á litografia e ás gráficas. Foram várias iniciativas paralelas. Algumas pessoas reproduziram cenas de quadros famosos sobre a Natividade, para enviarem a seus amigos e familiares. Alguns solicitaram novas criações sobre temas natalinos para diversos artistas.

Sir Henry Cole, por exemplo, diretor do Museu Britânico, sem tempo para escrever a mão as felicitações natalinas, mandou fazer um desenho com um espaço onde escrevia breves palavras. O advento da Internet trouxe toda uma gama adicional de cartões e mensagens de Natal, escritas, sonoras e até com pequenos filmes.

Você conhece as lapinhas ?

Não? Bem, além das celebrações natalinas dentro das casas e igrejas, o povo católico gosta de levar isso para as ruas e praças. Nas regiões Norte e Nordeste, o Tempo do Natal é marcado lapinhas, realizadas ao som de maracás, flautas, pandeiros, violões e cavaquinhos. As lapinhas são apresentadas na frente dos presépios ou lapinhas das igrejas na noite de Natal e em seus adros e escadarias, antes da Missa da Meia-Noite. seus integrantes vestem-se de pastores, cantam e louvam o nascimento de Jesus.

A apresentação da lapinha constitui-se de duas alas: a do cordão encarnado, da mestra e a do cordão azul, da contramestra e de vários personagens ( Linda Rosa, lindo Cravo, Borboleta, Ciganas... ) Religiosas e até litpurgicas na sua origem portuguesa, as lapinhas foram sendo substituídas em muitos lugares pastoris, sem toda a religiosidade das primeiras.
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Quem imaginaria um presépio bailado ?

Nisso, nem São Francisco podia pensar: bailar o presépio. Pois no Brasil isso acontece todo anos, com muitas alegria e animação. Os bailes pastoris, também chamados de presépios bailados, são animados por pastores e *pastorinhas*. Eles não fundam igrejas, nem fazem negócios. Apenas exaltam o nascimento de Jesus e organizam desfiles pelas ruas e dramatizações de episódios religiosos como a anunciação, o nascimento de Jesus e a visita dos pastores.

Os bailes pastoris no Nordeste brasileiro, como em Salvador, na Bahia. Lá, jovens do Bairro da Lapinha se apresentam todos os dias 25 de dezembro na Praça da Sé. No interior do estado destacam-se cidades como Sapeaçu, Gentio do ouro, São Félix, São Francisco do Conde e outros municípios do Nordeste que também preserva essa manifestação e alegria pelo fato de o Menino-Deus estar entre os homens. Também não era para menos.

Por que a Bíblia não gosta de magos ?

As sagradas Escrituras não transbordam de exemplos de tolerância religiosa ou ecumenismo. e os magos são muito criticados na Bíblia. Naturalmente. Eles são considerados perigosos feiticeiros ( Gn 41,8; Ex 9,8; Dt 18,11; At 8,9 e 13,6 ). Como podem os magos se tornarem adoradores no nascimento de Jesus? Já seria um milagre de Jesus, logo de entrada? O termo grego do Evangelho de Mateus para referir-se ao magos ( Mt 2) não designava apenas feiticeiros mas também os homens sábios, de ciência. Para a maioria dos estudiosos, os magos do  Oriente seriam persas.

Eles eram sacerdotes do zoroastrismo, estudiosos dos astros, uma classe privilegiada e influente sobre o Estado. Eles conheciam as escrituras sagradas (Mt 2,5-6), a astronomia e, graças a sua matemática celeste, seguiram com precisão o movimento da estrela dos céus ( Mt 2,7).

Como os magos viraram Reis ?

Lentamente. Não é fácil destituir uma dinastia e coroar três monarcas de uma só vez. Na tradição católica, a visita á manjedoura de Belém por uns magos do Oriente foi tornando-se uma visitação feita por reis, já a partir do século III. Essas crenças, ampliadas por evangelhos apócrifos, forma incorporadas omo verdades no séculos VIII. Os reis sempre tiveram uma reputação melhor que a dos cientistas e também favoreceram as ciências. Os magos viraram reis, com coroa, séquito e tudo. Os Reis Magos receberam até nomes: Melquior, Baltazar e Gaspar. E ganharam camelos e roupagem suntuosas.

Como os Reis Magos viraram santos ?

Pelo senso dos fiéis, o sensu fidelis, uma espécie de plebiscito consensual e popular para determinadas decisões na Igreja Católica. Esses reis viajantes, desejosos de conhecer Jesus e a quem os anjos dos céus faziam revelações, logo passarem a ser venerados como santos pelos católicos. existem muitas fábulas maravilhosas contando os milagres e prodígios supostamente ocorridos durante a viagem dos Reis Magos até Belém, e também no seu retorno á terra natal.

Canonizados popularmente, com o tempo eles foram devidamente listado no hagiológio, o catálogo dos santos da Igreja Católica. Ao fixar-se a Festa do Nascimento de Jesus Cristo a 25 de dezembro, marcou-se a data da visitação dos Reis Magos omo sendo o dia 6 de janeiro. Mais um dia santo. O primeiro do calendário civil.

Quem disse que eles eram três ?

Sobre os Reis Magos, o Evangelho de Mateus não diz se eram três, nem reis e muito menos seus nomes. O texto relata como eles vieram do oriente a Belém, guiados por uma estrela, para adorar Jesus, evocar suas aventuras com Herodes e como encontraram Maria com o  Menino Jesus, o adorarame lhe entregaram como presentes ouro (natureza real, presente dados a reis), incenso ou olíbano (natureza divina, empregado no culto e altares) e mirra (para embalsamar os mortos, evocando os sofrimento e a morte futura, sinal de imortalidade) (Mt 2,11).

Segundo a tradição, Gaspar (branco) trouxe o ouro, Melquior (moreno) o incenso e Baltazar (negro) a mirra. O número de três magos  terá sido influenciado ou deduzido pelos três presentes oferecidos.
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Qual o significado dos nomes dos Reis Magos ?

Os nomes de Melquior, Baltazar e Gaspar surgiram no século VII. Beda o Venerável considera-os representantes da Europa, Ásia e África, os três continentes conhecidos naquele tempo. Na origem, os evangelhos apócrifos do século IV, como o pseudo-Mateus e sobretudo o evangelho armênio da Infância, transformaram os magos em doze reis e lhe atribuíram os nomes.

Talvez para mostrar a realização das previsões do Antigo Testamento ( Sl 72,10; Is 60,6). Mesmo sendo persas, ganharam nomes judaicos. Em hebraico, este autor hipotetiza que: Melchior significaria rei da luz (melech-or), Baltazar, senhor do tesouro (baal-otasr) e Gaspar, o tesoureiro (gisbar).

Um dos Reis Magos era cacique indígena ?

Se não era, logo virou, devido ao descobrimento do Brasil. A necessidade urgente de evangelizar os índios influenciou rapidamente a cultura portuguesa, e encontrou eco imediato na arte. Vasco Fernandes, no célebre quadro Adoração dos Magos ( 1501-1506 ), substituiu o tradicional Rei Mago negro, Baltazar, por um ameríndio, com indumentária europeizada e cocar, revelando a esperança na rápida cristianização dos índios do Brasil.

Além de colocar um cacique indígena no presépio, Vasco Fernandes também aproveitou e colocou um navegador lusitano, ajoelhado em frente á Virgem e o Menino: Pedro Álvares Cabral. E, assim, os continentes americanos, africano e asiáticos passaram a adorar Jesus na figura dos três Reis Magos.
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Por que os Reis Magos viajaram rapidinho ?

Mágica, magia e magos andavam juntos, E rápido. com alguma urgência, a Igreja Católica celebra a rápida chegada dos Reis Magos no local do nascimento de Jesus, já em 6 de janeiro, Festa da Epifania. A pressa é porque os Reis Magos eram bem rapidinhos, Se viessem da Pérsia ou Babilônia, teriam levado semanas ou meses para percorrer mais de 1.500 km, a camelo.

Isso sem evocar um eventual rei americano, pelo jeito os Reis Magos vieram voando, em algum tapete mágico. O evento astronômico por eles observado deve ter sido considerável para alimentar tal determinação e rapidez. Chegaram em Belém em menos de 15 dias.

Os Reis Magos ainda não pararam de viajar ?

Ainda não. segundo a tradição, os Reis Magos retornaram anos depois a Palestina e seguiram sempre viajando. Um deles, Baltazar, até foi para a França, acompanhando Maria Madalena en embocadura do Rio Ródano e na região de Baux-en-Provence. Depois de mortos, os Reis Magos foram se juntando. E os seus corpos continuaram viajando. Deixaram o Oriente, fizeram uma escala em Constantinopla e atualmente estão na Alemanha, depois de uma paradinha em Milão, na Itália.

Na Legenda Dourada, Tiago de Voragine menciona como seus corpos foram tranferidos de Constantinopla para Milão pelo bispo Santo Eustórgio, e depois terminaram na Catedral de Colônia, na Alemanha.  Também continuam viajando nas fábulas e na literatura. Os restos dos  Reis Magos são evocados no romance de Umberto Eco Baudolino.

Como foi a chegada dos Reis Magos ao Brasil ?

Os Reis Magos chegaram no Brasil com os portugueses, grandes viajantes. Vieram antes de muitos santos. Logo em 1501, na primeira expedição demarcadora e exploradora da Terra de Vera Cruz foram designados seguindo o calendário litúrgico.Descendo pelo litoral, ele foi mapeando o nomeando com os santos do dia. No início de janeiro, o navegador chamou de Rio de Janeiro o rio que pensou encontrar na Baía de Guanabara. e depois, mais ao sul no dia de Reis, designou como Angra dos Reis, dos Reis Magos, a encontrada.

O monumento aos Reis Magos em Natal, no Rio Grande do Norte, atesta a veneração por estas figuras da tradição católica no Brasil, Ali fica também o belo Forte dos Reis Magos, ao qual o rei de Portugal. D. José I, em 1752, doou as imagens da Capela dos Reis Magos. São tidas como milagrosas.

Você conhece as Folias de Reis ?

Não? Não sabe o que está perdendo. As Folias de Reis, os Santos Reis ou Reisados, festejos de origem portuguesa, são uma das mais expressivas tradições religiosas e populares do interior do Brasil ligadas ás comemorações do Natal. Em Portugal, as Folias de Reis tinham como principal finalidades divertir o povo e relembrar a peregrinação dos Reis Magos até a cidade de Belém para adorar o Menino Deus.

No Brasil, a partir do século XVIII, a festividade passou a ter um caráter mais religioso com características próprias. A Folia de Reis é uma manifestação popular de rara beleza, sonora e colorida, comemorada em cidades do interior do Nordeste, Sul e Sudeste e nas periferias de grandes capitais. Enquanto pastoris e lapinhas terminam na Festa de Reis, as Folias de Reis podem durar do Natal até o Carnaval.

Quais os ritos e personagens das Folias de Reis ?

São muitos, sonoros e coloridos. Do Dia de Reis até a Festa de São Sebastião em 21 de janeiro, ou ás vezes até o Carnaval, grupos de cantadores e instrumentistas percorrem bairros, vilas e fazendas entoando versos relativos á viagem e á visita dos Reis Magos ao Menino Jesus. O ritual vem de longe e seus versos foram preservados de geração em geração, pela tradição oral.

São dramatizadas passagens bíblicas do nascimento de Jesus, da visitação dos Reis Magos e da fuga da Sagrada Família para o Egito. Os foliões caraterizam-se como os personagens de suas imaginativas histórias bíblicas. Os coloridos palhaços fazem acrobacias e teriam originalmente a função de distrair os soldados de Herodes enquanto a Sagrada Família fugia para o Egito. Hoje, os palhaços barbados representam os soldados de Herodes, figurado de forma monstruosa etc. E tudo comandado por um mestre, com a bandeira dos Santos Reis e seu grupo de músicos. A criatividade é grande e os grupos são espontâneos e até caóticos em suas apresentações.

No Brasil, rei mago é quem ganha presente ?

Sim, é assim. Nesse ritual da visitação as casas, ao contrário dos Reis Magos da tradição evangélica, o objetivo não é o de entregar presentes, mas o de recebê-los. Tudo em nome dos Santos Reis. A folia em muitos anos é organizada para agradecer uma graça atendida ou desejada. Estes presentes são dados pelo dono da casa visitada: dinheiro para a manutenção do grupo, bebidas e comidas natalinas. As diversas formas de Folias de Reis apresentam muita variedade mas mantêm componentes imutáveis.

Sempre têm um mestre, chefe respeitado dos foliões que decide as vestimentas, o roteiro, as músicas de sua autoria, a bandeira, a disciplina, a guarda dos donativos e a festa. Na canção de chegada, é o líder quem pede permissão ao dono da casa para entrar. Na canção da despedida, ele costuma agradecer a acolhida e se despedir do burro manco de um olho só. Vai entender...
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Quais são as verdadeiras relíquias natalinas ?

Sobre relíquias, do latim reliquiae restos, o cristianismo possui referências bem antigas. Uma carta do ano 160 relata a morte do Bispo Policarpo de Esmirna que conheceu o Apóstolo João. A carta descreve seu martírio, sua morte na fogueira e conclui: Mais tarde nós pudemos recolher seus ossos, mais preciosos do que pedras preciosas de grande preço e mais preciosas do que o ouro, para depositá-los num lugar conveniente.

É lá, sempre que possível, que o Senhor nos dá de nos reunirmos na alegria e no regozijo, para celebrar o aniversário de seu martírio, de seu nascimento, em memória dos que combateram antes de nós, e para exercer e preparar aqueles que devem combater no futuro. Se, para a Igreja, as relíquias de santos valem muito, imagine uma relíquia do próprio Jesus, do seu Natal. E existem duas bem metafóricas: o Santo Umbigo de Jesus e o leite de Nossa Senhora.

Ainda existe o Santo Umbigo de Jesus ?

Os católicos já veneraram duas relíquias dos primeiros momentos da vida de Jesus: um pedaço de seu cordão umbilical e amostras não pasteurizadas do leite de Nossa Senhora. O Santo Umbigo era uma relíquia natalina de primeira ordem. Como o Santo Prepúcio, o Santo Sangue, os cabelos etc., era uma relíquia física do Cristo. Hoje permitiriam conhecer seu genoma, seu DNA. E, no caso do cordão umbilical, talvez até uma imaginária clonagem. Entre 1305 e 1314, o papa Clemente V dividiu em três pedaços um cordão umbilical atribuídos a Jesus.

Deu um para Constantinopla, outro para a Basílica de São João de Latrão e o outro para a Catedral de Notre-Dame -en-Vaux. Talvez para diminuir a dimensão desse incômoda metáfora. Contudo, a Igreja de Clermont-Ferrand também possuía um Santo Umbigo, inteirinho. Em seu humanismo, Voltaire defendeu á crença em realidades que mais parecem fábulas: Não saltará ao olhos que ainda seria mais razoável adorar o santo umbigo, o santo prepúcio, ou o leite e as vestes da Virgem Maria, do que execrar e perseguir o nosso irmão?

A Igreja garante alguma relíquia ?

Sim, umas poucas e recentes, cheias de laudos e atestados. O resto a Igreja só garante que são coisas muitos velhas, viajadas e antigas. a Igreja sempre recomendou o respeito pelas relíquias e a confiança em suas virtudes, mas nunca interveio para confirmar ou negar a autenticidade de nenhuma. Os papas, salvos raríssimas exceções, assim como os concílios, sempre limitaram-se a recomendações gerais, freqüentemente negativas sobre as relíquias, visando coibir os abusos.

O canôn 62 do Concílio de Latrão, de 1215, determinou: Os bispos não permitirão mais que se empreguem vãs ficções ou peças falsas para enganar aqueles que vêm ás suas igrejas honrar as relíquias, como acontece em muitos lugares visando o lucro. O mesmo cânon proibiu que as relíquias fossem retiradas de seus relicários e expostas. Uma sábia decisão.

A Igreja não sabe se o Natal é no dia 25 ?

Não, ela são sabe. Nem se é no dia 24. O Evangelho de Lucas informa: o nascimento de Jesus ocorreu em Belém de Judá, terra do Rei Davi ( Lc 2,4-7 ). Diz onde, mas não diz quando. Muito cedo, os cristãos buscaram uma dia para festejar o nascimento de Jesus. era um aniversário que merecia uma festa. Cada comunidade eclesial o festejava numa data, segundo suas tradições.

Na tentativa de unificar a celebração do Natal, no início do século IV, a Igreja Católica já havia fixado o dia 25 de dezembro para festejar o nascimento de Jesus. A Igreja não afirma, nem nunca afirmou, que Jesus nasceu nesse dia. Ela apenas fixou um dia para os cristãos, na unidade, celebrassem o nascimento de Jesus. A data pegou. Documentos indicam essa data já sendo festejada em Roma no ano 336.

Em que dia nasceu Jesus ?

Só Deus sabe. Que Jesus nasceu num belo dia, isso é certeza. Daí a definir ou conhecer a data real do seu nascimento... é muito mais difícil. Naquele tempo não havia um sistema de registro de nascimentos. Ninguém sabe sequer a data de nascimento de reis e imperadores daquele tempo, quanto mais de um israelita da longínqua Galileia.

Os poucos relatos disponíveis sobre o nascimento de Jesus não são da época. Foram escrito quase um século depois do seu nascimento. A principal fonte é o Evangelho de Lucas (Lc 2,4-7), mas ele não chega a  tais detalhes. Então, não se tem idéia dessa data? Não. Não se tem a menor ideia.

Em que mês nasceu Jesus ?

Para alguns é pouco provável que Jesus tenha nascido em dezembro, em pleno inverno boreal. O inverno é frio na Palestina. Chove bastante, ocorrem geadas e até nevascas. O Evangelho de Lucas fala de pastores dormindo com suas ovelhas em pleno campo... um programa mas de primavera ou de verão do que para o período de inverno lá no Hemisfério Norte.

Apesar de que pastores, com suas tendas, seguem suas ovelhas pelos campos, mesmo no inverno da Judeia. Pela tese do inverno rigoroso, Jesus deveria ter nascido no final do primeiro semestre ou começos do segundo, entre maio e setembro, evitando, paradoxalmente, o frio período do Natal. Pela tese dos pastores e ovelhas resistentes ao frio, em dezembro, em pleno Natal.

Em que ano nasceu Jesus ?

Essa resposta parece fácil: os anos do calendário são contados a partir do nascimento de Jesus, quando teve início a Era Cristã. Basta saber o ano que estamos e saberíamos há quanto tempo nasceu Jesus. Não é bem assim, porque essa raciocínio, Jesus teria nascido no ano zero do nosso calendário. contudo, por interferência da Igreja no calendário, Jesus acabou nascendo uns anos depois da verdadeira data do seu nascimento!

Para historiadores e estudiosos, Jesus nasceu de fato em torno do ano 6 antes de Cristo. Não é um milagre Jesus nascer seis anos antes ou depois do seu nascimento. Foi um erro de cálculo, ocorrido cinco século depois da sua natividade.

O que é a Era Cristã ?

Vivemos no Terceiro Milênio da Era Cristã. Ela começou com o nascimento de Jesus. Esse evento tão original deu início a uma nova era, a Era Cristã. O tempo histórico é dividido e calculado entre datas antes de Cristo (a.C) e depois de Cristo (d.C). Só que no tempo de Jesus ninguém suspeitava que essa nova era estava começando. Talvez nem Ele.

Vivia-se na Era Romana, cujos anos eram contados a partir da fundação de Roma, em 753 a.C. Apenas cinco séculos depois do nascimento de Cristo, após a evangelização do Mediterrâneo e de grande parte da Europa pela Igreja Católica, é que um papa teve a brilhante ideia de repensar o tempo e as eras.

Qual foi o erro da Era Cristã ?

Nossa era erra quando por volta do ano 520 o Papa Hormisdas decidiu estabelecer, como primeiro ano da Era Cristã, o ano do nascimento de Jesus. Ele encarregou Dionísio o Exíguo, assim chamando por ser de pequena estatura, de fazê-lo. E o pequeno Dionísio calculou mal. Ele deduziu que Jesus nascera no ano 753 da fundação de Roma, quando na verdade isto se deu em 748.

Pelo atual calendário, o Rei Herodes-aquele que os Reis Magos visitaram e que desejava matar Jesus-teria morrido quatro anos antes de Jesus nascer! Há muitos estudos históricos e astronômicos sobre isso. Em resumo: se você quer saber a quantos anos Jesus nasceu, agregue cinco anos aos dois mil e tantos do seu calendário.
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O que o Natal tem a ver com o solstício ?

A data escolhida pela Igreja para o Natal coincide com o tempo do solstício de inverno, lá no Hemisfério Norte. O dia 23 de dezembro é o mais curto do ano e vem acompanhado da noite mas longa. Parece que uma vitória máxima das trevas sobre a luz. Mas, a partir do dia 24 de dezembro, a duração da luz do dia começa visivelmente a aumentar.

No dia 25, já vai ficando evidente a vitória da luz sobre as trevas. E daí para frente os dias são cada vez mais longos. Para os católicos, é uma vitória cósmica que o nascimento de Jesus concretiza um definitivo. No Brasil, é o contrário. O Natal ocorre em pleno tempo do solstício de verão, um período de calor e iluminação, durante os dias mais longos do ano.

O Natal esconde uma festa pagã ?

Para alguns, a data de 25 de dezembro foi escolhida pela Igreja como forma de substituir, por uma festa cristã, e terrível festa pagã do natalis solis invictis. . Ai que medo! Essa comemoração romana do nascimento do sol invicto foi instituída pelo Imperador Aureliano em 274 e era celebrada no solstício de inverno.

Essa teoria não se sustenta, Nos séculos II e III, antes do Imperador Aureliano decretar a festa romana ao deus sol, os cristãos já celebravam a data de 25 de dezembro, inclusive em zonas do império em que nunca se implementaria essa festividade. Os judeus e os cristãos já tinham descoberto os solstícios, os equinócios e a importância da espiritualização dos ciclos cósmicos, antes mesmo da criação do Natal.

A Teoria do Cômputo definiu a data do Natal ?

Parece que sim. A hipótese mais provável e plausível para a antiga fixação dos festejos do Natal do Senhor em 25 de dezembro decorre da denominada Teoria do Cômputo. Do que se trata, esse cômputo, bem anterior aos computadores? Os primeiros cristãos acreditavam que Jesus morreu em 25 de março de 29 d.C., mo equinócio da primavera. Para a tradição judaica, a data do início da criação era a do equinócio da primavera a 21 de março, e o dia da criação do sol, o do quarto dia criativo (21+4)o 25 de março.

Na Antiguidade, pessoas de notoriedade deviam ter vindo um número inteiro, perfeito, de anos. Assim, fazia-se coincidir a data da sua morte com a da sua concepção. deste modo, num jogo de números e tempos perfeitos, tendo Jesus falecido a 25 de março, também teria sido concebido a 25 de março e, portanto, teria nascido nove meses depois, a 25 de dezembro.

Há outros dias para festejar o Natal ?

Sim, vários. Bem que a Igreja Católica tentou unificar a Festa do Nascimento de Jesus. Mas os diversos calendários, os cismas, e as divisões dos cristãos conspiraram contra isso. Outras Igrejas preferiram ou acabaram fixando a celebração da natividade em outros momentos. Na Igreja Ortodoxa o Natal é celebrado no dia 7 de janeiro e em muitas Igrejas do Oriente, no dia 6, desde o século V. Até os costumes variam.

Apenas numa parte dos países latinos a troca de presentes ocorre no dia do Natal. Em países hispânicos, como a Argentina, é na Festa dos Reis Magos, em 6 de janeiro, que as crianças ganham presentes e se trocam lembranças nas famílias, Atualmente é a força do comércio pagão e o profano que estão trazendo as festividades ( e as compras e os presentes ) para a semana do 25 de dezembro.

Quantas são as missas do Natal ?

Natal é dia de muitas missas. E não só da Missa do Galo, como pensam alguns desavisados. A festança nos lares e comunidades cristãs é grande. O Natal é um dos maiores dias festivos do calendário católico. Nesse dia, seguindo uma tradição de mais de 1.600 anos, a Igreja celebra ( com intenção livre ) três missas: a da Aurora (desde o século VI ) e a do Dia (instituída no século IV ). Recentemente, foi acrescentada mais uma, para a celebração vespertina do dia 24.

Que há de comum entre o Natal e a Rua 25 de março?

Para saber, leia até o fim. Rigorosamente. a entrada do Filho de Deus na história dos homens não aconteceu no Natal. Para os católicos, o Mistério da Encarnação é festejado no dia da anunciação, quando Maria disse o seu sim para Deus ( Lc 1,38 ). Maria teve gestação e parto normais. Jesus não nasceu prematuro. A Igreja celebra a sua concepção nove meses antes do Natal, no dia 25 de março. A data da anunciação, concepção e do Mistério da Encarnação do Verbo Divino é lembrada em nome de praças e ruas.

No Brasil, muitas fundações e inaugurações históricas ocorreram nessa data, para colocar-se em sintonia com esse começo. Isso criou um colar de eventos datados de 25 de março em muitas cidades brasileiras. E em São Paulo é no impressionante comércio da Rua 25 de Março que pessoas do Brasil inteiro vêm comprar seus presentes de Natal. Santa coincidência!

Qual diferença entre Tempo de Advento e do Natal?

Com tanta festa de fim de ano é bom não misturar os tempos. Para a Igreja existem dois tempos: o do Advento e o do Natal. O calendário litúrgico da Igreja Católica, equivalente ao ano civil, começa com o Advento, em novembro.

O tempo do Advento inicia-se quatro domingos antes do Natal e termina no dia 24 de dezembro com a comemoração do nascimento de Cristo. Já o Tempo do Natal vai da véspera do Natal até o primeiro domingo depois da Festa da Epifania. No ciclo do Natal são celebradas as festas da Sagrada Família ( 30 de dezembro ), da Circuncisão do Senhor (1º de janeiro ), de Santa Maria Mãe de Deus (1º de janeiro ), dos Santos Reis ou Reis Magos (6 de janeiro ) e do Batismo de Jesus (primeiro domingo após a Epifania ).

Todas as festividades de Natal acabam na Epifania, Queimam-se as palhinhas do presépio na Amazônia e no Nordeste e como se diz na Itália: LÉpifania tute le feste a porta via. A Epifania leva embora todas as festas. Ms o Carnaval as traz de volta. E, no Brasil, o Carnaval, já dá seus brados no réveillon de 1° de janeiro, em plena Festa da Circuncisão de Jesus.
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O que festeja a Festa do Réveillon ?

Em francês, réveiller significa acordar, despertar. Na passagem do ano, no Réveillon, entre 31 de dezembro e 1º de janeiro, são celebradas grandes festividades nas cidades de todo o mundo. Ocorrem queimas de fogos, chuvas de papel picado e festas na passagem do ano.

As pessoas ficam acordadas até tarde, vestem-se de branco (cor das vestes batismais) e na virada formulam votos de bom ano, de muita saúde e paz. Nas áreas rurais, na noite de passagem do ano celebra-se em muitos lugares o mistério do tempo, com exposição do Santíssimo Sacramento, orações de agradecimento pelo passado e súplicas de bênçãos para o futuro. desde 1967, o dia Mundial da Paz, o dia da Fraternidade Universal. A data de 1º de janeiro é um importante feriado nacional e também o primeiro dia santo do ano, consagrando a Maria, a Santa Mãe de Deus. Não dá para começar o ano dormindo, e, sim, desperto!

Fim! Quem gostou por favor me enviem panetones, veganos, de preferência! 
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PARA CITAR ESTE ARTIGO:


Curiosidades católicas sobre o Natal

David A. Conceição, 12/2011 Tradição em Foco com Roma RJ.


Domine Iesu, quem velatum nunc aspicio, Oro, fiat illud, quod tam sitio, Ut te revelata cernes facie, Visu sim beatus tuae gloriae. Amem.
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CRÍTICAS E CORREÇÕES SÃO BEM-VINDAS:

tradicaoemfococomroma@hotmail.com

 

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