Essas são qualidades de Deus: onipresente, onisciente e onipotente. Mas como muitas pessoas quando acontece qualquer coisa de errado atribuem ao demônio? Teria ele as mesmas atribuições de Deus?
Contudo, o poder de Satanás não é infinito. ele não passa de uma criatura, poderosa pelo fato de ser puro espírito, mas sempre criatura. Não é capaz de impedir a edificação do Reino de Deus. embora Satanás atue no mundo por ódio contra Deus e seu Reino em Jesus Cristo, e embora sua ação cause grves danos - de natureza espiritual e, indiretamente, até de natureza física - para cada homem e para a sociedade, esta ação é permitida pela Divina Providência, que com vigor e doçura dirige a história do homem e do mundo. A permissão divina da tividade diabólica é um grande mistério, mas "nós sabemos que Deus coopera em tudo para o bem daqueles que o amam" (Rm 8,28). (Catecismo da Igreja Católica - § 395)
Segundo o Apocalipse de São João, um terço dos anjos caíram, liderados por Satanás.Alguns demonólogs (inclusive Pe. Gabriele Amorth, e por experiência própria) distinguem Satanás de Lúcifer. Este estaria subordinado àquele.
Demonólogo é o que estuda os demônios, aplicado à demonologia.
Há em fontes ocultistas a idéia de que Satanás e Lúcifer fossem demônios diferentes, mas nada em fonte cristã.
Mas há uma boa fonte. Ei-la:
“Em muitos interrogatórios os demônios são classificados segundo uma dupla divisão inspirada no capítulo 9 do Apocalipse: se as pupilas estão para cima, trata-se de escorpiões, se estão para baixo, trata-se de serpentes.
Os escorpiões têm por chefe lúcifer (nome extra-bíblico, mas profundamente enraizado na tradição), e as serpentes têm por chefe satanás que dá ordens também a lúcifer (contudo poderia ser o mesmo demônio) e a todos os demônios. Gostaria de frisar que na Bíblia a palavra “diabo” não tem um sentido genérico como demônio, mas indica sempre e só satanás; o outro nome de satanás é belzebu. Para muitos, lúcifer é sinônimo de satanás. Não aprofundei a questão. Segundo a minha experiência pessoal, trata-se de dois demônios diferentes.”
As primeiras bênçãos, Escritos do Padre Amorth
(Para quem não sabe Pe. Amorth teve São Padre Pio como Pai espiritual).
Isso é segundo a experiência pessoal do Pe. Amorth, que, aliás, tem grande valor, todavia, epreferimos acreditar, como eu penso que sempre se acreditou, que Lúcifer e Satanás são a mesma pessoa do chefe dos anjos caídos, ou seja, demônios.
O próprio Pe. Amorth diz que não aprofundou o assunto, e que há probabilidade de serem a mesma pessoa, enfim, toma por base unicamente a sua experiência pessoal.
Um concílio ecumênico professou a existência do diabo. Lê-se no IV Concílio de Latrão, em sua definição contra os albigenses, aliás, em forma de profissão de fé:
Creador de todas las cosas, de las visibles y de las invisibles, espirituales y corporales; que por su omnipotente virtud a la vez desde el principio del tiempo creó de la nada a una y otra criatura, la espiritual y la corporal, es decir, la angélica y la mundana, y después la humana, como común, compuesta de espíritu y de cuerpo. Porque el diablo y demás demonios, por Dios ciertamente fueron creados buenos por naturaleza; mas ellos, or sí mismos, re hicieron malos. El hombre, empero, pecó, por sugestión del diablo.
Além de um concílio ecumênico ter professado a existência do diabo, e este é só um exemplo pescado dentre outros que existem no magistério da Igreja, há o magistério ordinário universal que é tão infalível quanto um concílio ecumênico.
- Pode o Diabo, sendo um ser que tem o conhecimento da Onipotência Divina, como nenhum de nós temos, desafia-La? Algum homem é estúpido o suficiente de entrar em uma jaula com 1000 leões ? Como o Diabo, a quem é creditado grande inteligência e astúcia, pode se colocar em permanente oposição ao Deus Todo Poderoso ?
O diabo não desafiou a onipotência divina. Estudemos o tratado sobre anjos na Suma Teológica, que está tudo ali explicado de modo que não agrida à razão.
No mais o Credo Niceno-Constantinopolitano, é um resumo da fé professado durante os concílios de Nicéia e de Constantinopla, mais exatamente um ataque as heresias condenadas por estes concílios ... O credo é apenas uma síntese da Fé Católica, a verdadeira fonte da fé é o Catecismo, e aliás veja o que o Compêndido nos dis, em seus comentários sobre o Pai Nosso:
597. Porque concluímos pedindo: «Mas livra-nos do Mal»?
2850-2854
2864
O Mal indica a pessoa de Satanás que se opõe a Deus e que é «o sedutor de toda a terra» (Ap 12, 9). A vitória sobre o diabo já foi alcançada por Cristo. Mas nós pedimos para que a família humana seja libertada de Satanás e das suas obras. Pedimos também o dom precioso da paz e a graça da esperança perseverante da vinda de Cristo, que nos libertará definitivamente do Maligno.
O catecismo não deixa dúvida alguma sobre a existência de satanás e sobre suas obras .
Senão, qual a necessidade de se renunciar a satanás e a suas obras durante o batismo?
Ainda no compêndido encontramos:
74. O que é a queda dos anjos?
391-395
414
Com esta expressão indica-se que Satanás e os outros demónios de que falam a Sagrada Escritura e a Tradição da Igreja, de anjos criados bons por Deus, se transformaram em maus, porque, mediante uma opção livre e irrevogável, recusaram Deus e o seu Reino, dando assim origem ao inferno. Procuram associar o homem à sua rebelião contra Deus; mas Deus afirma em Cristo a Sua vitória segura sobre o Maligno.
em demonologia ocultista se encontra, às vezes, a diferença de Samael (Satanás) e Heilel Ben Shachar (Lúcifer).
Mas nem em tais fontes a diferença é unânime.
Como disse, Pe. Amorth o diz por experiência e Pe. Fortea não concorda.
Se eu achar algo mais de demonologia católica, posto aqui.
Pe. Fortea e Pe. Amorth dizem que os pactos com anjos maus existem, sim. Os demônios não cumprem o pacto e depois pedem a alma da pessoa. Mesmo que ela a venda, é possível se redimir com arrependimento no sacramento da confissão.
Diferente das demais demonologias, a budista defende que os céus são protegidos dos asuras apenas pelos garudas (que são tratatos por vezes como os devas mais inferiores) e não por todos os devas (que são tratados por deuses ou anjos).
No judaísmo, Satanás não é considerado o Anjo caído, mas apenas o responsável por tornar as coisas difíceis para que o homem consiga vencer os obstáculos para alcançar a santidade. O consideram com um ser Sagrado devido sua natureza angelical, tal doutrina se assemelha com a dos Testemunhas de Jeová que apresenta Satanás sendo um filho espiritual de Deus como Jesus.
Sobre o pacto com o diabo, existe até rito para isso no livro de São Cripriano capa preta.
São Cipriano, ex-mago, é santo mesmo, e comemorado no calendário tradicional (forma extraordinária), junto com Santa Justina, em 26 de setembro. Mas os livros que atribuem a ele são invenções do ocultismo.
Não confundir São Cipriano, que foi mago de Antioquia, com São Cipriano de Cartago.
Se Satanás não é onipresente como poderiam os Santos atender nossas preces se não fossem onipresentes?
Todos os milagres realizados pelos santos, só são realizados porque é Deus quem opera atravez deles. "Pelas mãos dos apóstolos faziam-se numerosos sinais e prodígios no meio do povo... levaram os doentes...ao passar Pedro, ao menos sua sobra encobrissem algum deles" (At 5,12-16). A sombra de um homem, "pecador", curava, as mãos de homens curavam. Se Deus agia neles, age nos mesmo Pedro, passado para a outra vida já goza do visão beatifica face a face com Deus e pode agir atravez da intercessão secundária dele, secundária pois não se está falando da mediação da Salvação que só Jesus realiza, só Jesus, só Jesus, só Jesus realiza a Mediação da Salvação e mais ninguém, mas pela intercessão secundária como fez na terra, faz agora no céu.
Agora, existe hierarquia entre os demônios também? Nos relatos bíblicos há a menção de Legião e de Belzebú.
Satanás (sendo diferente de Lúcifer ou não) não é onipresente.
Mas os demônios são muitos, por isso estão sempre a nos tentar (em aparição [não me lembro qual], nossa Senhora disse que a maioria deles não estão no Inferno, mas na terra – e por isso um demônio questiona a Cristo sobre o tempo, eles ainda estão livres, mas no Fim dos Tempos serão jogados no abismo).
E, sim, eles estão dispostos em hierarquia.
Pe. Amorth diz que às vezes, em exorcismo, o demônio revela nome e coro pertencente.
Os santos e os anjos não estão em todos os lugares, mas em um único – na presença de Deus.
É por esta comunhão que Deus permite que todas as nossas preces cheguem aos santos.
Nem demônios, nem anjos, nem santos lêem nossos pensamentos.
Os demônios nos acusarão pelo que fazemos e dizemos, por isto devemos ter muito cuidado com nossas ações.
Nossos anjos custódios são como nossos psicólogos, eles nos entendem pelo que fazemos e falamos (sem conhecer nosso interior), e rogam a Deus por nós, mesmo que nós não lhes pedimos.
Já quando dirigimos preces (mentalizadas ou vocalizadas) a eles, aos outros coros angélicos e aos santos é pela plena comunhão com Deus que eles têm conhecimento destas.
Deus ama o diabo?
Sim, Deus ama tudo o que existe. Basta que uma coisa exista para que Deus a ame. Ou melhor, é o contrário: como todo ser provém de Deus, o amor de Deus é causa de que exista alguma coisa. Logo, tudo que existe é amado por Deus. Esse ensino pode ser encontrado na Suma Teológica, Primeira Parte, questão XX, artigo 2.
Apesar de Deus amar tudo o que existe, esse amor de Deus é desigual, de sorte que ninguém seria melhor do que o outro se, para isso, não fosse amado por Deus de uma maneira superior. Como tudo o que temos é devido a Deus — "Que tens tu que não tenhas recebido?" (1 Cor 4,7) —, os santos e os predestinados são aqueles mais amados por Deus, e, portanto, que mais receberam d'Ele (S. Th, I, q.20, a.3).
"Como a substância divina e o bem comum em Deus são uma mesma coisa, todos os que vêem a essência divina se encaminham com um só movimento de amor até a mesma essência de Deus, enquanto é distinta das demais e enquanto é bem comum. E porque enquanto bem comum é amado naturalmente por todos os que vêem a Deus, por essência é impossível que não o amem." (S. Th, I, 60, a.5, ad.5)
Esse trecho da Suma fala sobre os demônios, pelo entendido na letra, os demônios podem amar a Deus porque viram a Sua face. Não soaria meio contraditório com o ensinamento que recebemos de que os demônios não podem se converter depois que escolheram com a lucidez sua opção de rejeitar a Deus ,que lhe é própria e com plena liberdade?
Na verdade, os demônios não amam a Deus porque viram a Sua face; eles, de fato, não viram. Do contrário, não pecariam de forma alguma, pois estariam na glória. Eles o amam enquanto é bem comum de todos. Mas também odeiam. Mais tarde, vou trazer mais citações da Suma.
O ato meritório constitui a primeira ação dos anjos (bons e maus).
É após esta provação que os bons vão à presença de Deus e os maus se ausentam d’Ele.
Quem vê Deus diretamente já está em estado de glória. Ninguém cai em estado de glória, pois a vontade glorificada não pode apartar-se do Bem supremo. Os anjos maus caíram em estado de graça.
Mas antes da queda eles já não contemplavam a Deus? Esse fato já não poder ser considerado estado de glória?
Não, eles podiam ter um alto conhecimento de Deus, de acordo com a sua natureza, mas não a contemplação da divina essência.
Dúvida quanto ao amor de Deus: ele é desigual ou nossa mente limitada o percebe desigual?
Segundo Santo Tomás, ele é desigual: ninguém seria melhor do que o outro, se isso não se devesse ao fato de que é mais amado por Deus. Pois tudo o que temos recebemos d'Ele. Essa doutrina é contra todo orgulho próprio.
S. Tomás diz que se pode odiar a Deus considerando-o como autor dos efeitos que são contrários à nossa vontade (S. Th., II-II, questão 34, artigo 1), mas os anjos, mesmo aqueles que não veem a Sua essência — em outras palavras, os demônios — O amam naturalmente, mais do que a si mesmos, enquanto é bem comum de todos (S. Th., I, q.60, a.5, ad.5).
Os demônios, por natureza, logo, tal como os anjos, têm poder preternatural (além da natureza, mas sem modificá-la) e agem por fato de ordem preternatural e natural.
Então podem, sim, conceder habilidades naturais.
O exorcista e demonólogo Pe. Fortea diz que os demônios sempre que concedem algo, pedem a alma da pessoa.
Ele diz também que a maioria dos pactos são feitos a partir da busca de uma pessoa por espiritismo e ocultismo. Após isto, o demônio se revela e propõe o pacto.
O mesmo artigo da Suma Teológica distingue entre o amor de concupiscência e o amor de amizade. Amor de concupiscência é o amor de desejo por alguma coisa, é o amor, por exemplo, que se devota às coisas que possuímos. Já o amor de amizade é mais do que desejar alguma coisa. É desejar o bem para aquilo que se ama. Esse amor é o amor digno das criaturas racionais. E Santo Tomás diz que Deus ama com amor de amizade aos seres racionais, o que inclui também os demônios.
Todavia, catequeticamente e metaforicamente, não está excluído dizer que Deus odeia o diabo ou os pecadores. No entanto, deve-se ter o entendimento de que isso não é mais do que pura expressão metafórica. Há uma semelhança de efeito entre o ódio, sentimento de um ser composto como nós, sujeito a paixões de nossa própria carne, e o efeito de Deus punir os maus. Ora, o castigo de Deus guarda semelhança com algo que nos é familiar. Por isso, usamos metáforas para descrevê-lo. Daí falarmos na ira de Deus, ou no ódio de Deus.
Alguns afirmam que o demônio é capaz de "conceder" dons, talentos, bens, etc. (já ouvi até um caso de um homem que após o pacto começou a tocar violão maravilhosamente bem. Até certo ponto duvido. Talvez ele tenha se acabado de ensaiar depois do "pacto" e atribuem isto ao fato ). Já outros afirmam que o demônio não é capaz de criar nada, somente desvirtuar os dons e talentos que Deus já concedeu. Como procede esta questão?
Os demônios, por natureza, logo, tal como os anjos, têm poder preternatural (além da natureza, mas sem modificá-la) e agem por fato de ordem preternatural e natural.
Então podem, sim, conceder habilidades naturais.
O exorcista e demonólogo Pe. Fortea diz que os demônios sempre que concedem algo, pedem a alma da pessoa. Ele diz também que a maioria dos pactos são feitos a partir da busca de uma pessoa por espiritismo e ocultismo. Após isto, o demônio se revela e propõe o pacto.
Essa pacto pode ser feita de um modo indireto e inconsciente? Como por exemplo quando uma pessoa faz aqueles rituais de entrega para as entidades africanas?
A resposta da pergunta poderia ser: sim.
"Pois todos os deuses dos pagãos são demônios" Salmo 95,5
O que não quer dizer que deuses existem e são demônios. O que o salmista diz e Santo Tomás confirma é que o culto prestado a um deus inexistente torna-se de uma forma indireta um culto demoníaco.
Servindo-se Satanás também desse culto.
Pe. Fortea diz que, pelos falsos cultos, os demônios começam a influenciar a consciência da pessoa, de pouco em pouco. E, então, o pacto e o culto satânico são propostos.
Ele ressalta que o PACTO é DESTRUÍDO no Sacramento da Confissão.
Santo Afonso de Ligório, advogado e doutor da Igreja, em "As Glórias de Maria" relata a história de um senhor que havia feito há muitos anos um pacto com o demônio, e quando estava para morrer Nossa Senhora mandou um sacerdote para confessá-lo. Várias vezes o sacerdote foi, e ele sempre se recusava. Afinal, perdendo a paciência, o bom padre lhe disse que pouco estava se lixando pra ele, que poderia apodrecer no inferno, e se ainda ia lá era só porque Nossa Senhora mandava. Ouvindo isto, o homem começou a chorar, emocionado, e fez uma boa confissão. Ele jé se tinha por irremediavelmente perdido. -"Está contente?"-perguntou-lhe o padre- "Sim, mas eu assinei com meu sangue um documento que Satanás tem em seu poder" O padre disse que devia confiar em Nossa Senhora e rezar. No dia seguinte o papel foi encontrado perto da porta e imediatamente queimado.
Demônios: a Biblia dá nome de alguns:
Belzebu, o prince dos demônios;
Asmodeu, que assediava Sara, a filha de Raquel e foi subjugado pelo anjo rafael (Tb 3,8; 6,14;8),
Astaroth citado no A.T como deusa da fertilidade;
Azazel, de acordo com o livro de Enoque, um dos 200 anjos que se rebelaram contra Deus. O livro das revelações descreve como uma criatura impura e com asas;
Belial (2Cor 6,15), o mais imoral de todos os diabos. Num dos pergaminhos do mar morto aparece como Chefe das forças do mal. É o demonio da pederastia e cultiva a sodomia;
Mamon, demonio da avareza, riqueza e iniquidades (Mt 6,24). No Alcorão tem outros nomes e na cabala judaica também. Segundo o exorcismo romano, não convém sabermos os nomes dos demônios e nem conversar com eles, a não ser coisas objetivas como fazem os Padres exorcistas.
Podemos encontrar os outros nomes na literatura e na filosofia.
Mas é nas escolas de mistério e magia que eles aparecem.
Eles aparecem em cultos depravados. No México, Tlacolteuel, é a deusa do pecado e comedora de excrementos; Ciuacoatl, de rosto metade vermelho e metade preto, que surge na noite prevendo calamidades. E o que falar do nome dos Orixás no culto afro? Tipo o nome de Exu caveira?
Há também a Lilith, da tradição judaica, que seria a primeira esposa de Adão, e depois de se ajuntar a Samael (o anjo caído – Satanás) teria tentado Eva em forma de serpente.
Pe. Amorth diz que os demônios que têm nome de tradição bíblica são os mais fortes.
Do México – da mitologia asteca –, “gosto” do Quetzalcóatl. [risos] É o chefe de tal panteão.
O Livro de Mórmon diz que O Cristo, entre a Ressurreição e Ascensão, teria vindo às Américas e tais aparições teriam resultado no culto a Quetzalcóatl.
Realmente há semelhanças, mas as entendo via a tradição adâmica, que permeia, de modo geral, as mitologias.
Ainda na asteca, o mais baixo nível do mundo dos mortos, chamado Mictlan, é governado por Acolnahuacatl, representado por um jaguar.
Os orixás não são entendidos como nós entendemos os seres espirituais (que a fé nos diz ser os anjos – bons e maus). Eles seriam seres naturais a auxiliar Olorun.
A maioria dos nomes são do idioma iorubá, e tem significado em tal.
Os exus de Umbanda (entre eles, Exu Caveira) não são orixás.
Os nomes são resultado da experiência ocorridas nas sessões, nas quais pode acontecer auto-sugestão ou fatos de ordem preternatural provocados pelos demônios (como nós entendemos).
Se bem entendidos, os elementos culturais (nomes, características étnicas e físicas, fauna e flora da região etc.) dos povos introduzidos na cosmovisão das mitologias podem cooperar na apologética.
Monsenhor Corrado Balducci defendia a possibilidade de vida extraterrestre, queria ser ele via os extraterrestres como demônios. Já que fantasmas podem ser almas do purgatório que pedem orações.
Há várias possibilidades que a teologia contempla para o caso dos ET's serem seres racionais, portanto, homens, constituídos de alma espiritual e corpo material (não importando a forma física que tenham).
Se Deus os criou num estado de natureza pura, isto é, sem a graça, e sem destiná-los à visão beatífica, eles são imortais por natureza (posto que possuem alma racional, se forem seres racionais), todavia seu destino depois da morte é a felicidade natural. Provavelmente, ressuscitarão por causa da ressurreição de Cristo, que trouxe a vitória sobre a morte para todos os homens. Caso Deus os tenha criado nesse estado, não precisam ter fé sobrenatural, apenas fé natural em Deus, e praticar a religião natural.
A outra possibilidade é Deus tê-los criado em graça, e destinando-os à visão beatífica, mas eles nunca terem pecado. Nesse caso, não precisaram de um Redentor, embora acidentalmente alguns merecimentos de Cristo possam tê-los beneficiado.
Na última hipótese, Deus os criou em graça e eles pecaram. Nesse caso, Deus pode ter-lhes propiciado um Redentor, na Pessoa de Cristo, que encarnou-se no planeta deles, assumindo uma outra natureza humana, numericamente diferente da que assumiu aqui na Terra. É possível, segundo Santo Tomás, que o Verbo encarne-se uma segunda vez.
Há ainda a possibilidade de que Deus lhes aplique os merecimentos de Cristo, já que se diz que Cristo morreu por todos os homens, sem especificar, se são ou não de linhagem adâmica. Mas o pecado original eles não herdam, pois o pecado original transmite-se, segundo as fontes da Revelação, por geração natural.
Ainda a respeito dos ET's contrairem ou não o pecado original, há gente que defende que sim, argumentando com base na solidariedade de todos os homens, e usando a geração natural, citada nas fontes do magistério, apenas como "condição sine qua non" o pecado não pode ser contraído.
Contudo, as fontes da revelação aplicam o pecado original apenas à descendência de Adão, e o intitulam cabeça da humanidade (vide o Catecismo de São Pio X, nº 62). Para que Adão fosse o cabeça, é necessário que fosse o primeiro de sua linhagem. Portanto, eu não admito, em hipótese alguma, que os ET's, caso existam, sejam capazes de contrair o mesmo pecado original que os da linhagem adâmica. A despeito disso, necessitam da graça para alcançar a visão beatífica, caso Deus os tenha destinado ao fim sobrenatural.
Ainda sobre ETs há três posições possíveis com base em um artigo de Francis Connell no Catholic Standard, citado por D. Estevão Bettencourt:
1) Os homens extraterrestres terão sido, como Adão e Eva, prendados originalmente de dons naturais, preternaturais e sobrenaturais. Sujeitos a uma provação inicial (análoga à dos anjos e da nossa espécie), te-la-iam superado fielemnte a Deus, conservando, em conseqüência, as prerrogativas originais (coisa que os terrestres perderam). Sendo assim, vivem num bem-estar, espiritual e material, a nós desconhecido; não experimentam nem o sofrimento nem a morte e tudo que é derivado deles.
Quanto à religião, tais homens teriam em comum conosco dogmas muito sublimes: Unidade e Trindade de Deus, existência dos anjos, a graça, etc., mas de modo nenhum viveriam da redenção e dos sacramentos, que nos salvam.
2) Os homens extraterrestres, submetidos à provação, pecaram... Neste caso, pode-se pensar ou que Deus os tenha deixado para sempre entregues à sua triste sorte ou que os haja resgatado por outra via que a nossa ou que os queria remir pelos méritos de Cristo; nesta última hipótese, dar-lhes-ia a conhecer a Redenção realizada na Terra e deles exigiria a Fé como meio indispensável para a salvação.
Dado o pecado inicial, a vida dos homens extraterrestres se desenvolveria em meio às mesmas dificuldades morais e espirituais que experimentamos. Os seus conhecimentos científicos poderiam ser superiores ou inferiores aos nossos conforme as condições somáticas e climáticas favorecessem ou entravassem o desenvolvimento natural da inteligência. É interessante notar que Cornnell não pondera a conjectura de uma Encarnação de Deus noutro planeta, embora a união de Deus e do homem numa só pessoa, por muito maravilhosa que seja, possa ser repetida pela onipotência divina. Os teólogos, seguindo Santo Tomás, não vêem impossibilidade dogmática nem metafísica na conjectura de uma nova Encarnação:
“Pelo fato da Encarnação do Filho, em nada foi diminuído o poder do Pai e do Filho. Por conseguinte parece que, depois da Encarnação, o Filho possa assumir outra natureza humana...” (S. Tomás, S. teol. III 3, 7, sed contra; cf. III Sent. Dist. 1, 2, 5).
3) Pode-se admitir também que Deus nunca tenha elevado os homems extraterrestres à ordem sobrenatural. O seu último fim, portanto, consistiria em conhecer e amar a Deus proporcionalmente ao exercício de suas faculdades espeirituais; depois da morte gozariam de felicidade natural, análoga à que se julga ser a das crianças no Limbo.
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Possivel é, mas fica muito difícil imaginar criaturas semelhantes a Deus, ou seja, inteligentes, que não têm a graça. Por que seria possível Deus criar seres semelhantes a Ele e depois privá-los de participarem da Igreja (e aqui falo da Igreja militante e gloriosa)? Aí é que não entra a existência de ETs para mim. Há mais perguntas nisso: Se os ETs existem de fato e se são seres semelhantes a Deus, porque não entram em contato formal conosco? Seria possível uma contaminação pecaminosa com um contato entre ser humano e ET?
É um assunto extenso mesmo, mas diante da colocação da possibilidade de que os ETs não tenha pecado, já não teriam necessidade da redenção de Cristo nem da sua Igreja, e a visão beatífica seria plena.
Sobre comunicação com eles, Deus é tremendamente sábio para separa os pólos, tanto que aqui não temos condições de se comunicar com quem está em outro plano (Céu e Purgatório) também a mesma regra se aplicaria aqui com eles.
Se houve comprovação de bactérias no meteorito Allen Hills vindo supostamente de Marte ou outro planeta e sabemos que elas podem se desenvolver orgânicamente nada impede que dali se origina algo, ainda que um microorganismo.
A separação dos mortais com os mortos é exclusivamente no plano sobrenatural. Se os ETs são de fato naturais, eles podem sim se comunicar conosco, uma vez que "o céu é o limite" para a nossa inteligência e tecnologia.
E encabeçando ainda na possibilidade da vida extra-terra, se fomos levar em consideração na atribuição dos OVNIs aos ETs, viríamos que a tese de que são seres dotados de inteligência seria válida, já que o avanço da tecnologia em fazer um transporte mais pesado que o ar pudesse levantar voo, não seria difícil uma possível comunicação.
Quanto aos ET's não se comunicarem conosco, há uma explicação: as distâncias são imensas. Viajando na velocidade da luz, que é a maior velocidade possível de acordo com a teoria da relatividade de Einstein, o homem levaria 100.000 anos.
Agora, imaginem um superaglomerado de galáxias, com milhares de galáxias!
Assim, sendo otimistas, para que os ET's mantivessem contato conosco, teriam que ter, em primeiro lugar, tecnologia suficiente para captar nossas radiomensagens, e se estivessem a distâncias longínquas, teriam que ter desenvolvido alguma forma de viajar numa velocidade pelo menos próxima à da luz.
O argumento dos cientistas de que provavelmente não há vida em outros problemas baseia-se na probabilidade da vida desenvolver-se espontaneamente, sem recurso à Criação ou à Providência, por isso, ele não pode ser totalmente válido para nós, cristãos.
Para viagens longínquas, mesmo dentro da nossa galáxia, a velocidade da luz é um passo de tartaruga. Nossa esperança é conseguir ultrapassar esse limite. Parece que há uma partícula chamada táquion, de existência não comprovada, que viajaria à velocidade maior. Ou mesmo fótons, segundo vi numa pesquisa no Google.
Não levo muito à sério a possibilidade de viagens utilizando-se de “distorções” no tecido espaço-tempo, já que ninguém se arriscaria a entrar num buraco negro, que provavelmente o estaria levando para a morte.
O filme mais católico sobre assombrações e exorcismo foi "A casa das almas perdidas" (The Haunted). A devoção da família e outras pessoas retratadas no filme é mostrada explicitamente, mas a Igreja demorou a autorizar o exorcismo, pelas razões que também são mostradas no filme:
http://www.interfilmes.com/filme_1
É possível converter o demônio?
Deus lhe dará graças suficientes, mas também sabe que o mesmo não se converterá, e será um grande instrumento do diabo. Todavia, Deus saber não implica em necessidade antecedente (aquela que tira a liberdade), mas em necessidade consequente (que não tira a liberdade).
Um livro sobre escatologia, do Pe. Emmanuel, "O drama do fim dos tempos", que diz algumas coisas interessantes:
"O homem do pecado, o Anticristo, será um homem, um simples viajante para a eternidade. Alguns autores supuseram nele a encarnação do demônio; essa imaginação é sem fundamento. O diabo não tem o poder de tomar e se unir a uma natureza humana, de macaquear o adorável mistério da Encarnação do Verbo."
(...)
"Apesar do Anticristo ser chamado o homem do pecado, o filho da perdição, não se deve pensar que ele será votado fatalmente e irremissivelmente ao mal. Ele receberá graças, conhecerá a verdade, terá um anjo da guarda. Terá os meios de alcançar a salvação, e se perderá por sua própria culpa.
No entanto, São João Damasceno não hesita em dizer que ele será impuro desde seu nascimento, todo impregnado do hálito de Satã. E é de crer que desde a idade da razão ele entrará em relação tão constante e tão estreita com o espírito das trevas, se voltará para o mal com tal teimosia que não deixará penetrar em sua alma nenhuma luz sobrenatural, nenhuma graça do alto. Ele ficará imutavelmente rebelde a todo bem."
Demônio pode ressucitar um corpo, ler pensamentos?
Ressuscitar é fato de ordem sobrenatural. Só Deus o faz.
Mover um corpo sem alma (fato de ordem preternatural), imagino que um anjo (bom ou mau) consiga, de acordo com a doutrina Santo Tomás de Aquino. Os demônios não têm poder de vivificar.
Considerando que o pensamento é imaterial, e o imaterial só pode ser conhecido de outro imaterial se for iluminado por ele (se não me engano, os anjos conhecem apenas por conhecimento infuso ou por iluminação), um anjo só pode saber o nosso pensamento se Deus lhe manifestar.
Os anjos conhecem o ser sensível (pelas espécies inteligíveis infusas), mas ficou a dúvida de como ele sabe dos movimentos desse ser sensível (será que é pelas mesmas espécies inteligíveis infusas? Parece que sim). Os anjos poderiam, como responde Santo Tomás, conhecer os futuros necessários nas suas causas, mas como eles sabem os futuros condicionados pelo livre arbítrio humano? Ou seja, os atos livres dos homens?
Com respeito aos pensamentos, Santo Tomás responde o seguinte: os pensamentos não podem ser conhecidos conforme estão no entendimento, a não ser por Deus, a quem estão submetidos, mas podem ser conhecidos pelos sinais que eles provocam no ser corporal, e isso é passível de ser conhecido até pelo homem. Os anjos e os demônios podem esquadrinhar o nosso cérebro materialmente, e ver os impulsos elétricos com mais facilidade do que qualquer máquina inventada pelo homem, ver nossas alterações corporais ocultas.
Apesar do pensamento ser imaterial, ele é produto de estímulos materiais (não digo todos -- pois a alma também possui participação na formação dos pensamentos -- mas pelo menos alguns), logo os anjos, conhecendo perfeitamente como funciona um cérebro humano e, mais ainda, conhecendo como as pessoas reagem a certos estímulos (psicólogos conseguem prever isso para alguns casos usando a mera intuição, anjos poderiam fazê-lo num grau muitíssimo maior), não poderiam facilmente prevê-los?
Há ainda outra nuance, que é o pensamento não como produto de estímulos e instintos naturais, mas de consequências materiais do pensamento. Lembro-me certa vez, não sei se é lenda ou realidade, que certo exorcista precisava analisar uma caso de um suposto possesso. Ele lhe faria algumas perguntas que, conforme fossem respondidas, indicariam que a possessão era real.
Porém, ele estava acompanhado de uma pessoa, e esta pessoa teve que se ausentar à sessão, porque ela poderia saber as respostas de algumas perguntas, e então o pretenso demônio ali presente poderia sondar alguns estímulos corporais dessa pessoa (as cordas vocais, que "falam" a resposta quando a pessoa pensa nela, a língua e o palato que se movem instintivamente quando pensamos em alguma palavra, etc). Isso se aproximaria, em tese, de uma quase "leitura de pensamento".
Não, quanto ao conteúdo formal do pensamento, mas podem sabê-lo na medida em que é expresso pelo corpo. Em outras palavras, o anjo ou mesmo o homem não tem acesso à "fala" secreta do pensamento, pois isso só está sujeito a Deus, mas pode, saber, pelas expressões corporais, a matéria na qual o pensamento é depositado, os desejos, as intenções do coração.
Não há como dimensionar a capacidade que possam possuir os demônios, dada a sua experiência de séculos, observando o homem. Se o homem é capaz de descobrir mil coisas sobre a alma e sobre os nossos segredos mais íntimos, imagine-se, então, uma inteligência extremamente superior, tendo todo esse tempo para esquadrinhar e observar o homem, nas mais diversas situações.
Agora, se, de alguma forma, for possível saber indiretamente, pelos efeitos que deixa na matéria, todo o conteúdo de um pensamento (pois, se isso for possível, não é o pensamento mesmo que se estará conhecendo, mas os seus efeitos ou impressões na matéria, como quando um alto-relevo bate sobre um monte de areia molhada), com certeza, um anjo será capaz de descobrir o conteúdo de um pensamento. São Tomás já o indicava na Suma Teológica.
Há coisas que não encontram sustentação na matéria, como por exemplo, se eu estou pensando neste triângulo retângulo especificamente. É impossível isso ser traduzido num código material.
Na verdade, "este triângulo especificamente" encontra sustentação na matéria, pois é um triângulo individualizado, e a matéria atua exatamente como princípio da individualização. O que não encontra sustentação na matéria é o universal, o triângulo retângulo, por exemplo, sem notas individualizantes.
Aí entra mais no campo da ciência do que da metafísica, e ciência é um campo que se pode indefinidamente explorar e se fazer descobertas.
Só um adendo: quando pensamos em algo, várias intelecções se puperpõem e agem conjuntamente. Por exemplo: quando você pensa no triângulo, não está pensando somente na forma abstrata "triângulo", mas está pensando em uma imagem desenhada em um plano de fundo (de borda preta num fundo branco, p. ex.), com um certo tamanho, em determinada posição (com a base retanglar paralela ao eixo do horizonte, p. ex.), e dependendo do caso pode-se pensar mentalmente na expressão semântica "triângulo retângulo de base 6 cm e altura 10 cm", o que já pode manifestar sinais na boca e nas cordas vocais, e assim por diante. Creio ser muito difícil haver um pensamento abstrado de qualquer coisa.
Salvo engano, existem três níveis de influência demoníaca: vexação, infestação e possessão, mas não pontuar todas as diferenças entre as três.
As ciências empíricas não podem ir além do particular. Elas, certamente, são capazes de tangenciar questões metafísicas, mas não avançam sobre elas. As razões disso são muito simples: o próprio fundamento dessas ciências é a metafísica.
O próprio reconhecimento do universal, já que se está a pensar no triângulo, e não naquele triângulo, já um pensamento abstrato, independente das imagens das quais se sirva.
Quando se fala de abstração, não se entende como sinônimo de generalização. Veja, toda abstração é um recorte da realidade: mantêm-se alguns elementos de realidade presentes, enquanto ignora-se outros. Ao falarmos de algo genérico, estamos ignorando a limitação de espaço e tempo (embora isso não se aplique muito bem a formas geométricas), mas conservando outros aspectos. O que eu disse é que não pode haver abstração total, porque seria o recorte total da realidade, sem sobrar nada. Quando transformamos algo em pensamento, esse algo já incorpora inúmeros outros pensamentos, inclusive a própria consciência de se saber estar pensando sobre tal coisa.
Esse recorte da realidade, ignorando alguns elementos e mantendo outros é feito considerando que esses elementos mantidos caracterizam o objeto, independente do tamanho, posição, cor, etc. É a forma, a essência do objeto que se procura. Abstração é, portanto, a apreensão da forma imaterial de algo, separando-as das notas de individualização que lhe dá a matéria.
A ciência empírica nunca irá refutar isso, como não pode refutar a existência de Deus. Conhecer uma coisa é recebê-la, de certo modo, em nós, dar-lhe existência no nosso espírito. Mas o modo como algo existe na inteligência é totalmente diferente de como existe no objeto, posto que separado de suas notas individualizantes, que lhe confere a matéria. Assim, o homem deve, por alguma faculdade, receber a forma na sua universalidade. Uma vez que essa só existe imaterialmente no espírito, somente pode recebê-la uma faculdade imaterial. Então, se prova a espiritualidade da alma.
É claro que o exercício do raciocínio não pode ser feito sem o recurso a imagens, mas o recurso a imagens apenas é parte do processo. A abstração vai além: ela compreende o ser de forma totalmente à parte do que ele realmente existe e se apresenta às faculdades sensíveis.