“A Suma Teológica de Santo Tomás de Aquino em forma de Catecismo” do Pe. Tomas Pégues, O. P., é uma excelente obra para aqueles que desejam iniciar o estudo da Obra Magna de Santo Tomás. Um tanto raro aqui no Brasil, haja vista que sua última edição em português data do início da década de 40, este livro é formulado como todos os catecismos tradicionais em perguntas e respostas e é de agradável leitura.
SEGUNDA PARTE: O HOMEM PROCEDE DE DEUS E PARA DEUS DEVE VOLTAR
PRIMEIRA SEÇÃO: NOÇÕES GERAIS ACERCA DO MODO COMO O HOMEM TEM DE VOLTAR A DEUS
XII. DO PECADO ORIGINAL E SUAS CONSEQUÊNCIAS, OU FERIDAS DA NATUREZA HUMANA
Existia a concupiscência no estado primitivo em que Deus criou o homem?
Não.
Por que existe agora?
Porque o homem se acha em um estado de natureza decaída (LXXXI - LXXXIII).
O que entendeis por estado de natureza decaída?
O estado que se seguiu como efeito e consequência do primeiro pecado do primeiro homem (LXXX, 4, LXXXII, 1).
Por que os efeitos e consequências daquele primeiro pecado do nosso primeiro pai se estendem a todos e a cada um dos homens?
Porque a nossa natureza é sua, e dele a recebemos (ibid.).
Se o primeiro homem não tivesse pecado, teria transmitido a nós a natureza em outro estado?
Sim; no estado de integridade e justiça original (LXXXI, 2).
O estado em que atualmente a recebemos é um estado de pecado?
Sim (LXXXI, 1, LXXXII, 1).
Por quê?
Porque nós a recebemos como ela é, e conforme ficou em consequência do pecado (ibid.).
Como se chama esta mancha do pecado que se nos transmite, junto com a natureza, efeito da queda do primeiro homem?
Chama- se pecado original (ibid.).
Logo, o pecado original transmite-se a todos os homens pelo fato de receber a natureza de Adão pecador?
Por este fato único fato se transmite (ibid.).
Que efeito produz em cada indivíduo da espécie humana o chamado pecado original?
A privação dos dons sobrenaturais e gratuitos que Deus misericordiosamente havia concedido à natureza, na pessoa do primeiro homem e pai comum dos mortais (LXXXII, 1).
Quais eram os dons de que nos privou o pecado original?
Em primeiro lugar, a graça santificante com as virtudes sobrenaturais infusas e os dons do Espírito Santo; além disso, o privilégio da integridade vinculado aos dons sobrenaturais.
Que efeito produzia o privilégio de integridade?
A subordinação perfeita dos sentidos à razão e do corpo à alma.
Que bens se conseguiam com tão perfeita subordinação?
Conseguia-se que as faculdades afetivas não podiam experimentar nenhum movimento desordenado, e que o corpo fosse impassível ou imortal.
Logo, a morte e as outras misérias corporais são o efeito próprio do pecado?
Sim (LXXXV, 5).
Como se chamam os efeitos do pecado na alma?
Chamam-se feridas.
Quais são?
Ignorância, malícia, fragilidade e concupiscência (LXXXV, 3).
O que entendeis por ignorância?
A condição a que ficou reduzida a inteligência quando perdeu a disposição infalível para a verdade, como a possuía no estado de integridade (ibid.).
O que entendeis por malícia?
A condição a que ficou reduzida a parte afetiva sensível, destituída da ordem conatural para com tudo o que é mau ou difícil e que ela possuía no estado de integridade original (ibid.).
O que entendeis por concupiscência?
A condição a que se reduziu a parte afetiva sensível quando sacudiu a autoridade que no estado de inocência a mantinha dentro dos limites do prazer sensível, moderado pela razão (ibid.).
Estas quatro feridas são efeitos do primeiro pecado do primeiro homem?
Sim (ibid.).
Podem agravá-las os nossos pecados pessoais e os dos nossos ascendentes?
Sim (LXXXV, 1, 2).
Alguns pecados pessoais têm a propriedade de produzir no homem disposições e inclinações especiais para cometer outros novos?
Sim; os chamados pecados capitais.
Quais são?
Soberba, Avareza, Gula, Luxúria, Preguiça, Inveja e Ira.
Apesar de todos estes motivos de pecado, herdados de nosso primeiro progenitor e ascendentes, devemos sustentar que o homem é livre quando executa atos morais, e jamais peca por necessidade?
Sim.
Como poderiam as ditas causas do pecado destruir a liberdade humana?
Privando o homem do uso da razão (LXXVII, 7).
Então, enquanto o homem conserva o uso da razão, é livre e depende dele evitar ou não o pecado?
Sim.
As causas preditas podem, apesar do exposto, entorpecer o exercício da liberdade até ao ponto de diminuir ou atenuar a gravidade do pecado?
Sim; exceto o caso em que as agrava o pecado pessoal (LXXVII, 6).
SEGUNDA PARTE: O HOMEM PROCEDE DE DEUS E PARA DEUS DEVE VOLTAR
PRIMEIRA SEÇÃO: NOÇÕES GERAIS ACERCA DO MODO COMO O HOMEM TEM DE VOLTAR A DEUS
XII. DO PECADO ORIGINAL E SUAS CONSEQUÊNCIAS, OU FERIDAS DA NATUREZA HUMANA
Existia a concupiscência no estado primitivo em que Deus criou o homem?
Não.
Por que existe agora?
Porque o homem se acha em um estado de natureza decaída (LXXXI - LXXXIII).
O que entendeis por estado de natureza decaída?
O estado que se seguiu como efeito e consequência do primeiro pecado do primeiro homem (LXXX, 4, LXXXII, 1).
Por que os efeitos e consequências daquele primeiro pecado do nosso primeiro pai se estendem a todos e a cada um dos homens?
Porque a nossa natureza é sua, e dele a recebemos (ibid.).
Se o primeiro homem não tivesse pecado, teria transmitido a nós a natureza em outro estado?
Sim; no estado de integridade e justiça original (LXXXI, 2).
O estado em que atualmente a recebemos é um estado de pecado?
Sim (LXXXI, 1, LXXXII, 1).
Por quê?
Porque nós a recebemos como ela é, e conforme ficou em consequência do pecado (ibid.).
Como se chama esta mancha do pecado que se nos transmite, junto com a natureza, efeito da queda do primeiro homem?
Chama- se pecado original (ibid.).
Logo, o pecado original transmite-se a todos os homens pelo fato de receber a natureza de Adão pecador?
Por este fato único fato se transmite (ibid.).
Que efeito produz em cada indivíduo da espécie humana o chamado pecado original?
A privação dos dons sobrenaturais e gratuitos que Deus misericordiosamente havia concedido à natureza, na pessoa do primeiro homem e pai comum dos mortais (LXXXII, 1).
Quais eram os dons de que nos privou o pecado original?
Em primeiro lugar, a graça santificante com as virtudes sobrenaturais infusas e os dons do Espírito Santo; além disso, o privilégio da integridade vinculado aos dons sobrenaturais.
Que efeito produzia o privilégio de integridade?
A subordinação perfeita dos sentidos à razão e do corpo à alma.
Que bens se conseguiam com tão perfeita subordinação?
Conseguia-se que as faculdades afetivas não podiam experimentar nenhum movimento desordenado, e que o corpo fosse impassível ou imortal.
Logo, a morte e as outras misérias corporais são o efeito próprio do pecado?
Sim (LXXXV, 5).
Como se chamam os efeitos do pecado na alma?
Chamam-se feridas.
Quais são?
Ignorância, malícia, fragilidade e concupiscência (LXXXV, 3).
O que entendeis por ignorância?
A condição a que ficou reduzida a inteligência quando perdeu a disposição infalível para a verdade, como a possuía no estado de integridade (ibid.).
O que entendeis por malícia?
A condição a que ficou reduzida a parte afetiva sensível, destituída da ordem conatural para com tudo o que é mau ou difícil e que ela possuía no estado de integridade original (ibid.).
O que entendeis por concupiscência?
A condição a que se reduziu a parte afetiva sensível quando sacudiu a autoridade que no estado de inocência a mantinha dentro dos limites do prazer sensível, moderado pela razão (ibid.).
Estas quatro feridas são efeitos do primeiro pecado do primeiro homem?
Sim (ibid.).
Podem agravá-las os nossos pecados pessoais e os dos nossos ascendentes?
Sim (LXXXV, 1, 2).
Alguns pecados pessoais têm a propriedade de produzir no homem disposições e inclinações especiais para cometer outros novos?
Sim; os chamados pecados capitais.
Quais são?
Soberba, Avareza, Gula, Luxúria, Preguiça, Inveja e Ira.
Apesar de todos estes motivos de pecado, herdados de nosso primeiro progenitor e ascendentes, devemos sustentar que o homem é livre quando executa atos morais, e jamais peca por necessidade?
Sim.
Como poderiam as ditas causas do pecado destruir a liberdade humana?
Privando o homem do uso da razão (LXXVII, 7).
Então, enquanto o homem conserva o uso da razão, é livre e depende dele evitar ou não o pecado?
Sim.
As causas preditas podem, apesar do exposto, entorpecer o exercício da liberdade até ao ponto de diminuir ou atenuar a gravidade do pecado?
Sim; exceto o caso em que as agrava o pecado pessoal (LXXVII, 6).