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Catequese básica da Missa Tridentina [4] Tempo de Páscoa e Ascenção


O povo católico já não conhece mais a Fé da Igreja, e precisa de nova catequese, para não haver falta de entendimento por motivo tolo. Se a Missa cai de pára-quedas na paróquia, é evidente que algumas "lideranças", já doutrinadas na Teologia da Libertação ou qualquer outra espécie de progressismo vão se opor. Uma solução é a paróquia oferecer uma exposição da Missa, que pode ser ministrada por qualquer leigo bem informado. 

Vários padres bem intencionados resolvem aprender o Rito. Porém, foram educados no Modernismo, e apesar de se admirarem muito com a Missa, mal conhecem a doutrina ortodoxa da Igreja sobre o Sacrifício eucarístico. Como a lex orandi é inseparável da lex credendi, os fiéis leigos tradicionais devem ajudar os sacerdotes na explicação do Rito que enfatizasse toda a doutrina subjacente na celebração, a fim de que os padres compreendessem profundamente que aquele Rito é a expressão de uma Fé, e não uma mera cerimônia vazia.

Por isso, faremos uma sequência catequética sobre a Missa da Forma Extraordinária do Rito Romano, e você leitor pode indicar essa catequese ao seu pároco e amigos, para uma maior difusão dela como pedia constantemente o Papa Emérito Bento XVI. A primeira, segunda e a terceira parte da catequese você pode ver aqui , aqui e aqui .


Tempo de Páscoa

Espiritualidade

Dá-se o nome de Tempo Pascal ao período de cinco semanas que vai desde o Domingo de Páscoa até o sábado depois de Pentecostes. Esta porção do ano litúrgico é a mais sagrada, e para ela converge todo o ciclo litúrgico: é a Ressurreição, a vitória de Cristo Nosso Senhor.

A eternidade feliz é a verdadeira Páscoa. É por essa razão que a Páscoa da terra é a festa das festas, a solenidade das solenidades. O gênero humano estava morto, e Nosso Senhor, ressuscitado, lhe devolve a vida. A Igreja quer, então, que nos olhemos sempre como ressuscitados com Cristo, como já em possessão da vida eterna. Dizem os Santos Padres que os cinqüenta dias do Tempo Pascal são figura da eternidade. Eles são consagrados inteiramente à alegria, e a Igreja não sabe dizer nenhuma palavra a Seu Esposo sem misturá-la com o Aleluia.

A prática do Tempo Pascal se resume na alegria espiritual que este santo tempo deve produzir nas almas ressuscitadas com Cristo, alegria que é um antegozo da felicidade do Céu; o cristão deve manter-se nele, buscando sempre mais ardentemente a vida que está no Divino Mestre, fugindo com energia constante da morte, filha do pecado. Nos diz São Paulo que "Cristo, ressuscitado dentre os mortos, já não morre; a morte não O dominará. Morto uma só vez, Ele morreu para o pecado; mas, agora Ele vive, e vive para Deus” (Romanos IX, 10). Ora, nós somos membros de Cristo e, portanto, Sua sorte deve ser a nossa.
Estrutura e normas litúrgicas

a) A oitava da Páscoa é toda de primeira classe, não permitido nenhuma outra festividade: toda a semana deve apresentar ornamentação festiva.

b) O Tempo Pascal é todo tempo de alegria. Os dias feriais são comuns, de quarta classe.

c) Círio Pascal: permanece em seu candelabro do lado do Evangelho durante todo o Tempo Pascal. Deve ser aceso nas missas paroquiais e missas cantadas. Pode ser aceso em todas as missas que se celebram com certa solenidade ou até em todas as santas missas. Acende-se primeiro o círio e depois as velas do altar; após a Missa é o contrário, o círio é a último a ser apagado.

Celebrações de destaque

a) Domingo de Páscoa e sua Oitava: são os oito dias de maior festa da Igreja.

b) Ladainhas Maiores (25/04): dia de Procissão com o canto da Ladainha de Todos os Santos.

c) Dia do Bom Pastor: é o segundo domingo depois da Páscoa; dia de orações pelas vocações sacerdotais.

d) Festa de São José Operário (01/05).

e) Ladainhas menores ou Rogações: são celebradas nos três dias que precedem a festa da Ascenção; procissão com o canto da Ladainha de Todos os Santos.

f) Festa de Nossa Senhora Rainha (31/05): deve-se fazer a consagração ao Imaculado Coração de Maria, composta pelo Papa Pio XII.



Espiritualidade

A festa da Ascensão pertence às mais antigas da Igreja. Eusébio (+ 339) chama-a um dia soleníssimo. A vigília é do século IV. A solenidade de hoje é o complemento dos mistérios de Nosso Senhor, e é do número das festas instituídas pelos próprios Apóstolos, como diz Santo Agostinho. Por fim, ela veio santificar mais uma vez a quinta-feira, dia já especial pela instituição da Eucaristia.

O dia de hoje respira alegria e triunfo. O triunfo de Nosso Senhor é a causa da alegria de Seus discípulos; por isso diz São Lucas que os discípulos voltaram a Jerusalém “cheios de uma viva alegria”.

Estrutura e normas litúrgicas

a) São as mesmas normas gerais do Tempo Pascal.

b) Na Santa Missa da Ascensão, após a leitura do Evangelho, apaga-se o círio pascal.

Celebrações de destaque

a) Festa da Ascensão (primeira classe): dia de grande solenidade (ornamentação e música festiva).

b) Novena ao Divino Espírito Santo: começa na sexta-feira, dia seguinte à Ascensão. Aconselha-se fazer em todas as paróquias.

c) Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos: celebra-se em todo o Brasil desde o domingo depois da Ascensão até o dia de Pentecostes. São dias de orações especiais pela conversão dos cismáticos e hereges, para que haja "um só rebanho e um só Pastor". Recomenda-se celebrar uma Missa votiva pela unidade da Igreja.

Continua na próxima sequência. Referência do corpus textual fórum de debates Google+ Apologética Católica.

PARA CITAR ESTE ARTIGO:

Catequese básica da Missa Tridentina [4] Tempo de Páscoa e Ascenção David A. Conceição 03/2013 Tradição em Foco com Roma.

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