Sexo nunca poderia ser a causa do pecado original, porque contraria todo o
mandamento de Deus de povoar a terra, a não ser que tenha outra maneira
de fazê-lo. Pecado original é o reato de culpa transmitido a todos os descendentes de Adão.
O Denzinger que foi na V sessão do Concílio de Trento dá uma “marretada” nos hereges que estavam querendo reconduzir os errantes e confirmar os vacilantes sobre a doutrina da Igreja sobre o Pecado Original.
Para aqueles que não conhecem, o livro do Denzinger-Hünermann é foi publicado no Brasil pela Paulinas e Loyola e tem o nome: Compêndio dos símbolos, definições e declarações de fé e moral. Nesse livro (edição de 2007), o decreto sobre o pecado original está na página 397- 400.
Para aqueles que não conhecem, o livro do Denzinger-Hünermann é foi publicado no Brasil pela Paulinas e Loyola e tem o nome: Compêndio dos símbolos, definições e declarações de fé e moral. Nesse livro (edição de 2007), o decreto sobre o pecado original está na página 397- 400.
Decreto sobre o pecado original
787. Para que a nossa fé católica, sem a qual é impossível agradar a Deus (Heb 11, 6), purificada dos erros, permaneça em sua pureza íntegra e ilibada; e para que o provo cristão não se deixe agitar por qualquer sopro de doutrina (Ef 4, 14) – pois aquela antiga serpente, que foi inimiga do gênero humano desde o princípio, entre os muitos males que perturbam a Igreja de Deus em nossos tempos, também suscitou a respeito do pecado original e do seu antídoto, não só novas mais ainda antigas dissenções – o sacrossanto Concílio Ecumênico e Geral de Trento, legitimamente reunido no Espírito Santo, presidindo-o os mesmo três legados da Sé Apostólica, querendo tratar logo de chamar [à fé] os que laboram em erro e confirmar os vacilantes, tendo seguido os testemunhos da Sagrada Escritura, dos Santos Padres e de Concílios autorizadíssimos bem como o juízo e o consenso da própria Igreja, estabelece, confessa e declara o seguinte a respeito do mesmo pecado original:
788. 1) Se alguém não confessar que o primeiro homem Adão, depois de transgredir o preceito de Deus no paraíso, perdeu imediatamente a santidade e a justiça em que havia sido constituído; e que pela sua prevaricação incorreu na ira e indignação de Deus e por isso na morte que Deus antes lhe havia ameaçado, e, com a morte, na escravidão e no poder daquele que depois teve o império da morte (Heb 2, 14), a saber, o demônio; e que Adão por aquela ofensa foi segundo o corpo e a alma mudado para pior – seja excomungado.
787. Para que a nossa fé católica, sem a qual é impossível agradar a Deus (Heb 11, 6), purificada dos erros, permaneça em sua pureza íntegra e ilibada; e para que o provo cristão não se deixe agitar por qualquer sopro de doutrina (Ef 4, 14) – pois aquela antiga serpente, que foi inimiga do gênero humano desde o princípio, entre os muitos males que perturbam a Igreja de Deus em nossos tempos, também suscitou a respeito do pecado original e do seu antídoto, não só novas mais ainda antigas dissenções – o sacrossanto Concílio Ecumênico e Geral de Trento, legitimamente reunido no Espírito Santo, presidindo-o os mesmo três legados da Sé Apostólica, querendo tratar logo de chamar [à fé] os que laboram em erro e confirmar os vacilantes, tendo seguido os testemunhos da Sagrada Escritura, dos Santos Padres e de Concílios autorizadíssimos bem como o juízo e o consenso da própria Igreja, estabelece, confessa e declara o seguinte a respeito do mesmo pecado original:
788. 1) Se alguém não confessar que o primeiro homem Adão, depois de transgredir o preceito de Deus no paraíso, perdeu imediatamente a santidade e a justiça em que havia sido constituído; e que pela sua prevaricação incorreu na ira e indignação de Deus e por isso na morte que Deus antes lhe havia ameaçado, e, com a morte, na escravidão e no poder daquele que depois teve o império da morte (Heb 2, 14), a saber, o demônio; e que Adão por aquela ofensa foi segundo o corpo e a alma mudado para pior – seja excomungado.
789. 2) Se alguém afirmar que a prevaricação de Adão prejudicou a ele só
e não à sua descendência; e que a santidade e justiça recebidas de
Deus, e por ele perdidas, as perdeu só para si e não também para nós; ou
[disser] que, manchado ele pelo pecado de desobediência, transmitiu a
todo o gênero humano somente a morte e as penas do corpo, não porém o
mesmo pecado, que é a morte da alma – seja excomungado, porque contradiz
o Apóstolo que diz: Por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo
pecado a morte e assim a morte passou para todos os homens, no qual
todos pecaram. (Rom 5, 12).
790. 3) Se alguém afirmar que esse pecado de Adão – que é um pela origem e transmitido pela propagação e não pela imitação, mas que é próprio de cada um – se apaga ou por forças humanas ou por outro remédio, que não seja pelos méritos de um único mediador nosso Jesus Cristo, que nos reconciliou com Deus por seu sangue, fazendo-se para nós justiça, santificação e redenção (I Cor 1, 30); ou negar que o mesmo mérito de Jesus Cristo, devidamente conferido pelo sacramento do Batismo na forma da Igreja, é aplicado tanto aos adultos como às crianças – seja excomungado, porque sob o céu nenhum outro nome foi dado aos homens, pelo qual devamos ser salvos (At 4, 12); daí aquela palavra: Eis o cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo (Jo 1, 29); e esta outra: Todos vós que fostes batizados em Cristo, vos vestistes de Jesus Cristo (Gl 3, 27).
790. 3) Se alguém afirmar que esse pecado de Adão – que é um pela origem e transmitido pela propagação e não pela imitação, mas que é próprio de cada um – se apaga ou por forças humanas ou por outro remédio, que não seja pelos méritos de um único mediador nosso Jesus Cristo, que nos reconciliou com Deus por seu sangue, fazendo-se para nós justiça, santificação e redenção (I Cor 1, 30); ou negar que o mesmo mérito de Jesus Cristo, devidamente conferido pelo sacramento do Batismo na forma da Igreja, é aplicado tanto aos adultos como às crianças – seja excomungado, porque sob o céu nenhum outro nome foi dado aos homens, pelo qual devamos ser salvos (At 4, 12); daí aquela palavra: Eis o cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo (Jo 1, 29); e esta outra: Todos vós que fostes batizados em Cristo, vos vestistes de Jesus Cristo (Gl 3, 27).
791. 4) Se alguém negar que se devam batizar as crianças recém-nascidas,
ainda mesmo quando nascidas de pais batizados; ou disse que devem ser
batizadas, sim, para a remissão dos pecados, mas que nada trazem do
pecado original de Adão que seja necessário expiar-se no lavacro da
regeneração para conseguir a vida eterna, donde resulta que neles a
forma do batismo não deve ser entendida como em remissão dos pecados –
seja excomungado, porque não é de outro modo que se deve entender o que o
Apóstolo: Por um só homem entrou o pecado no mundo e pelo pecado a
morte e assim a morte passou a todos os homens naquele em que todos
pecaram (Rom 5, 12), senão do modo que a Igreja Católica, espalhada por
todo o mundo, sempre o entendeu; porquanto, em razão desta regra de fé,
segundo a tradição dos Apóstolos, ainda as criancinhas que não puderam
cometer nenhum pecado, também são verdadeiramente batizadas para a
remissão dos pecados, a fim de ser nelas purificado pela regeneração o
que contraíram pela geração, pois, se alguém não renascer da água e do
Espírito Santo, não pode entrar no reino de Deus (Jo 3, 5).
792. 5) Se alguém negar que pela graça de Nosso Senhor Jesus Cristo,
conferida no Batismo, é perdoado o reato do pecado original. Ou se
afirmar que não é tirado tudo o que tem verdadeira e própria razão de
pecado, mas disser que este é tão somente riscado ou não imputado (sed
illud dicit tantum radi aut non imputari) – seja excomungado. Pois Deus
nada odeia nos regenerados, visto nada haver de condenação nos que foram
verdadeiramente sepultados com Cristo pelo batismo para a morte (Rom 6,
4), os quais não andam segundo a carne (Rom 8, 1), mas despojando-se do
homem velho, e revestindo-se do novo que foi criado segundo Deus (Ef 4,
22 ss; Col 3, 9 s), se tornaram sem mancha, imaculados, puros,
inocentes, filhos amados de Deus e herdeiros de Deus (Rom 8, 17), de
maneira que nada os impede de entrarem logo no céu. Que fique, porém,
nos batizados a concupiscência ou o "estopim", [fomes], isto o santo
Concílio confessa e sente; mas tendo sido isto deixado para a luta, não
pode prejudicar aos que não consentem e lutam varonilmente [auxiliados]
pela graça de Jesus Cristo. Mas, pelo contrário, só será coroado quem
legitimamente combater (2 Tim 2, 5). O santo Concílio declara que a
Igreja Católica jamais entendeu que esta concupiscência – pelo Apóstolo
denominada pecado (Rom 6, 12 ss) – se chame "pecado" por ser verdadeira e
propriamente pecado nos renascidos, mas por se originar do pecado e nos
inclinar ao pecado. Se alguém entender o contrário, seja excomungado.
6) Este mesmo santo Concílio também declara não ser de sua intenção neste decreto, em que se trata do pecado original, incluir a Bem-aventurada e Imaculada Virgem Maria, Mãe de Deus, mas que se devem observar as Constituições do Papa Xisto IV, de feliz memória, sob as penas contidas naquelas mesmas Constituições, que [este Concílio] renova
6) Este mesmo santo Concílio também declara não ser de sua intenção neste decreto, em que se trata do pecado original, incluir a Bem-aventurada e Imaculada Virgem Maria, Mãe de Deus, mas que se devem observar as Constituições do Papa Xisto IV, de feliz memória, sob as penas contidas naquelas mesmas Constituições, que [este Concílio] renova
Se o leitor não encontrou a palavra sexo no decreto de Trento sobre o pecado
original... isso deve significar que a palavra sexo não aparece no
documento, logo, a teria do sexo como pecado original está errada.
E a essência de Trento é a mesma de sempre, basta entender o pecado original.
A Igreja jamais disse que o sexo era o pecado original. O que Santo
Agostinho julgara era que a concupiscência no ato sexual era a causa
eficiente da transmissão do pecado original nos descendentes de Adão. Santo Agostinho quem propunha que a concupiscência atual que tinha seu
lugar no ato reprodutivo era a causa eficiente da transmissão do pecado
original. Na realidade, a causa eficiente da propagação é o próprio
pecado de Adão (pecado original originante). A opinião de Santo Agostinho está em De nuptiis et concup. 123, 25; 24, 27.
Se a teoria acima estivesse certa, e, havendo meios de reproduzir o homem sem concupiscência (os meios artificiais, por exemplo), geraríamos crianças sem o pecado original. A geração natural é causa instrumental, porque representa a vinda ao mundo de um novo filho de Adão, e não por causa da concupiscência envolvida no ato sexual. O Concílio de Trento ensinou claramente que Adão transmitiu aos seus descendentes não só a vulnerabilidade da natureza, mas também o reato de culpa, que é a essência do pecado original, perdoada no batismo (Sessão V, 2; 5).
Se a teoria acima estivesse certa, e, havendo meios de reproduzir o homem sem concupiscência (os meios artificiais, por exemplo), geraríamos crianças sem o pecado original. A geração natural é causa instrumental, porque representa a vinda ao mundo de um novo filho de Adão, e não por causa da concupiscência envolvida no ato sexual. O Concílio de Trento ensinou claramente que Adão transmitiu aos seus descendentes não só a vulnerabilidade da natureza, mas também o reato de culpa, que é a essência do pecado original, perdoada no batismo (Sessão V, 2; 5).
Reato significa condicão de réu.
Alguns teólogos ortodoxos aceitam que o pecado original consista na vulnerabilidade da natureza, mas negam a culpa original. Um amigo ortodoxo, no entanto, diz não ser esta a verdadeira posição da Igreja Ortodoxa. Em suma, além dos dons perdidos, o pecado de Adão nos deixou também uma dívida, que precisava ser sanada.
Alguns teólogos ortodoxos aceitam que o pecado original consista na vulnerabilidade da natureza, mas negam a culpa original. Um amigo ortodoxo, no entanto, diz não ser esta a verdadeira posição da Igreja Ortodoxa. Em suma, além dos dons perdidos, o pecado de Adão nos deixou também uma dívida, que precisava ser sanada.
Herdamos o pecado de Adão, não o de Eva. Os textos da Escritura
e do Magistério são bem claros em dizer que é o pecado de Adão, e não o
de Eva, que se transmite aos seus descendentes. Se Adão não tivesse
pecado, não haveria pecado original. Se só Eva houvesse pecado, seu pecado só teria prejudicado a ela
própria.
O pecado de Eva não foi maior do que o de Adão. Apenas, não é causa da transmissão do pecado original.
O fundamento disso é bem claro na Escritura:
Se pelo pecado de um só homem reinou a morte (por esse único homem), muito mais aqueles que receberam a abundância da graça e o dom da justiça reinarão na vida por um só, que é Jesus Cristo!
Portanto, como pelo pecado de um só a condenação se estendeu a todos os homens, assim por um único ato de justiça recebem todos os homens a justificação que dá a vida.
Assim como pela desobediência de um só homem foram todos constituídos pecadores, assim pela obediência de um só todos se tornarão justos (Romanos 5, 17-19)
Adão pecou como cabeça da humanidade.
O fundamento disso é bem claro na Escritura:
Se pelo pecado de um só homem reinou a morte (por esse único homem), muito mais aqueles que receberam a abundância da graça e o dom da justiça reinarão na vida por um só, que é Jesus Cristo!
Portanto, como pelo pecado de um só a condenação se estendeu a todos os homens, assim por um único ato de justiça recebem todos os homens a justificação que dá a vida.
Assim como pela desobediência de um só homem foram todos constituídos pecadores, assim pela obediência de um só todos se tornarão justos (Romanos 5, 17-19)
Adão pecou como cabeça da humanidade.
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Eva apenas cooperou para a queda de Adão, mas não é
por causa do seu pecado que nascemos pecadores, da mesma forma que não é
pelos méritos de Maria Santíssima que somos redimidos, mas apenas pelos
de Cristo. O diabo e Eva cooperaram na queda de Adão, assim
como Maria na Redenção, mas o pecado original deve-se ao pecado de um
só, Adão, assim como a Redenção deve-se aos méritos de um só, Cristo.