O bom não exclui a possibilidade do mal. Isso porque o mal não é algo em si, senão a ausência do bem. Não são duas “forças”, “energias” que coexistem e se maculam mutuamente. Dessa forma, podemos entender a perfeição como o Sumo Bem, ou seja, Deus, o único bem que é pleno, e portanto não dá margem para a possibilidade do mal. Tudo o que é criado, por mais que seja bom (visto que foi criado pelo Sumo Bem, obrigatoriamente será bom) não é perfeito, pois a própria necessidade de ter sido criado para existir exclui a possibilidade de perfeição.
Logo tudo o que é criado é bom, pois que veio de Deus que é o Sumo Bem. Porém, nada do que é criado pode ser perfeito, por ser criação. E, por não ser perfeito, dá margem para a possibilidade do mal.
O ser humano é bom por natureza, mas esse “bom” não se refere à distância da possibilidade do mal; refere-se, ao invés, à dignidade com a qual Deus revestiu o homem, por ter -lhe conferido a faculdade do conhecimento e participação da própria bem-aventurança divina. Nesse sentido é que o homem é bom.
Logo tudo o que é criado é bom, pois que veio de Deus que é o Sumo Bem. Porém, nada do que é criado pode ser perfeito, por ser criação. E, por não ser perfeito, dá margem para a possibilidade do mal.
O ser humano é bom por natureza, mas esse “bom” não se refere à distância da possibilidade do mal; refere-se, ao invés, à dignidade com a qual Deus revestiu o homem, por ter -lhe conferido a faculdade do conhecimento e participação da própria bem-aventurança divina. Nesse sentido é que o homem é bom.
No sentido da pecabilidade, o homem é fraco, é débil, e por isso sua inclinação para o mal é forte. Por isso Deus conferiu ao homem os chamados dons preternaturais, ou seja, que não fazem parte da natureza original do homem, embora não estejam além dessa mesma natureza. Nossos primeiros pais Adão e Eva possuíam estes dons, que já conhecemos: um profundo intelecto e conhecimento de Deus e das coisas da criação, um profundo domínio das paixões, e a privação da dor e da morte. Estes dons confeririam ao homem uma menor possibilidade de pecar, mas não extinguiria essa possibilidade (tanto é que, como sabemos, o homem pecou). Deus poderia ter conferido um dom sobrenatural ao homem de lhe vedar totalmente a possibilidade do pecado, mas isso lhe interfiria no seu livre-arbítrio. Seria, de certa forma, algo que o impediria de viver sua plena liberdade, e, portanto, seria como que um atentado à sua própria natureza.
Após a queda perdemos os dons preternaturais, e por isso nos vemos nessa condição de inclinação para o mal, o que reflete, em última instância, a nossa fraqueza e debilidade originais, mas evidentemente mantemos a nossa dignidade de Filhos adotivos de Deus. Tanto é que o próprio Deus se dignou a se fazer homem e morrer por nós em Cristo.
Resumindo: toda e qualquer criatura de Deus que tenha sido agraciada com o dom do próprio conhecimento divino, por ser criatura e imperfeita, terá a possibilidade de exercer sua imperfeição através do mal moral. Com os anjos, arcanjos e toda a ordem celeste ocorreu o mesmo, e com o homem não podia ser diferente.
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Após a queda perdemos os dons preternaturais, e por isso nos vemos nessa condição de inclinação para o mal, o que reflete, em última instância, a nossa fraqueza e debilidade originais, mas evidentemente mantemos a nossa dignidade de Filhos adotivos de Deus. Tanto é que o próprio Deus se dignou a se fazer homem e morrer por nós em Cristo.
Resumindo: toda e qualquer criatura de Deus que tenha sido agraciada com o dom do próprio conhecimento divino, por ser criatura e imperfeita, terá a possibilidade de exercer sua imperfeição através do mal moral. Com os anjos, arcanjos e toda a ordem celeste ocorreu o mesmo, e com o homem não podia ser diferente.
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Deus não nos obriga a rejeitarmos os desejos da carne, mas a praticá-los de forma equilibrada, ordenada e visando a santidade.
Algumas pessoas enxergam a concupiscência como “algo”, como a “estadia do mal” no coração do homem, ao passo que, como eu disse acima, a concupiscência pode ser melhor definida pela fraqueza humana, que acaba por buscar ao mal pela imperfeição humana. Não é um “atributo” que Deus colocou no homem com alguma “utilidade ”, muito embora Ele a utilize, após a queda, para um bem maior, como foi falado. É, antes, a ausência de algo, a ausência de todo o domínio do bom e do correto. E isso porque somos criaturas, somos imperfeitos, então essa ausência é mais do que compreensível.
Em relação à concupiscência vir de algo inanimado a questão já foi resolvida: não é a carne, por si, que corrompe, mas o desejo desordenado de desejá-la, desejo este que nasce da concupiscência e reside na alma, e não na carne. Se eu vejo uma mulher bonita passando pela rua e desejo ter uma relação com ela, não é a mulher que sustém a causa primeira do meu pecado, e sim a forma como eu a vi.
Em relação à concupiscência vir de algo inanimado a questão já foi resolvida: não é a carne, por si, que corrompe, mas o desejo desordenado de desejá-la, desejo este que nasce da concupiscência e reside na alma, e não na carne. Se eu vejo uma mulher bonita passando pela rua e desejo ter uma relação com ela, não é a mulher que sustém a causa primeira do meu pecado, e sim a forma como eu a vi.
A carne não é de natureza pecadora, ela é neutra e inanimada. Ao mesmo tempo, é sagrada por ter sido criada por Deus e se compor parte de nossa essência enquanto criaturas.
A auto-flagelação só pode ser louvável se for direcionada à purificação do espírito, ou seja, da maior adesão aos princípios morais bons tendo como mortificação (uma espécie de “auto-punição”, apesar de eu não gostar deste termo) a dor corporal. De forma alguma ela pode ser vista como um ato de se purificar a carne em si. Este pensamento é puritano, por incrível que pareça, pois confere a algo inanimado uma natureza má.
A auto-flagelação só pode ser louvável se for direcionada à purificação do espírito, ou seja, da maior adesão aos princípios morais bons tendo como mortificação (uma espécie de “auto-punição”, apesar de eu não gostar deste termo) a dor corporal. De forma alguma ela pode ser vista como um ato de se purificar a carne em si. Este pensamento é puritano, por incrível que pareça, pois confere a algo inanimado uma natureza má.
Ouve-se, comumente, que a pessoa que está em pecado mortal se priva da graça de Deus, e portanto todas as suas orações são feitas em vão. É claro que aí entra toda a questão de que, mesmo sem receber o sacramento da penitência, o pecador pode ter uma contrição perfeita, ou ao menos sincera, e se utilizar da oração como pedido de perdão a Deus, se ainda não teve chance de se confessar, e creio que certamente será atendido.
Mataremos essa questão com as palavras do confrade Rafael Vitola Brodbeck:
A eficácia da oração NÃO depende do estado de graça. O que tem relação com o estado de graça é o mérito. Ou seja, não tens mérito por rezar em pecado mortal, não aumenta a graça santificante. Mas isso não significa que a oração seja ineficaz, i.e., que ela não alcance o que pede.
Sobre a eficácia da oração.
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Para que a oração dê seu fruto próprio, requer-se que:
* pureza de coração;
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* recolhimento do espírito: "Ademais, devemos procurar orar com recolhimento. A alma frívola, dissipada e sempre distraída, a alma que não sabe ou não quer se esforçar por atar a 'louca da casa', isto é, reprimir os desvarios da imaginação, não será nunca uma alma de oração." (MARMION, D. Columba, OSB. Jesus Cristo, vida da Alma, II-B, 10, 6);
* abandono;
* humildade: "Deus resiste aos soberbos, mas dá sua graça aos humildes." (Tg 4,6; cf. Pr 3,34);
* reverência
Quais os frutos da oração? Há os frutos gerais: chegar mais perto de Deus, aumentar a graça santificante, conseguir graças atuais que nos ajudem na salvação, confirmar e desenvolver a graça habitual. E os frutos específicos: conseguir as graças atuais que se pedem ou, conforme a vontade de Deus, outras em seu lugar, que são mais convenientes para nos levar ao céu.
Toda oração é frutuosa e nos permite lucrar algum fruto, alguma graça. A oração de louvor, de adoração, de agradecimento, mesmo não pedindo nada a Deus, faz com que ganhemos algo: o crescimento interior e o conhecimento mais profundo de Cristo, Nosso Senhor.
Até a oração explicitamente de petição, ainda que não consigamos o que pedimos a Deus, nos dá frutos valiosíssimos. Se pedirmos algo ao Senhor, mesmo que não nos dê, teremos fruto nessa prece, quer pelo contato com Deus, que sempre nos santifica, quer porque aprendemos a conformar nossa vontade à d'Ele, sabendo que a negação de nossas petições é benéfica, quer porque rezar nos faz ter mais ânimo para amá-Lo e obedecê-Lo.
Sob determinadas circunstâncias, todavia, a oração é infalível, totalmente eficaz. "A oração, revestida das devidas condições, obtém infalivelmente o que pede em virtude das promessas de Deus." (ROYO MARIN, Fr. Antonio, OP. Teologia de la perfección cristiana, Madrid: BAC, 1955, p. 183)
As condições, segundo Santo Tomás de Aquino, para que a oração seja infalível, para que consiga inevitavelmente de Deus o que pede, explicitam-se a seguir: "São quatro as condições para que, estando reunidas, alguém sempre consiga o que pede: a saber, (1) que peça para si mesmo (2) coisas necessárias à salvação, (3) piedosamente, e (4) com perseverança." (S. Th., II-II, q. 83, a. 15, ad 2)
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Reunidas as condições Deus nos atende exatamente como pedimos. Foi o que houve com a viúva diante do juiz iníquo. É certo que muitas vezes pedimos algo para nós com piedade e perseverança, mas o objeto da oração é próprio à nossa salvação. Só Deus conhece todas as coisas, e se o que pedimos nos afasta da vida eterna, não nos dará, por mais que pensemos que o objeto é neutro ou mesmo santo. O que achamos que nos pode auxiliar na salvação pode nos afastar dela, e o contrário é igualmente verdadeiro.
Depende de nós, com a ajuda da graça, a reunião de três das quatro condições. A primeira: pedir para nós mesmos – "A razão é que a concessão de uma graça divina exige sempre no sujeito disposto, e o próximo pode não o estar. (...) Não queremos dizer com isto que a oração pelos demais seja sempre ineficaz. Pelo contrário, obtém de fato muitíssimas vezes o que pede. Porém, não podemos ter segurança infalível de que isso ocorra, por não sabermos com certeza as disposições de nosso próximo." (ROYO MARÍN, Fr. Antonio, OP. op. cit., p. 184) A segunda: piedosamente – com humildade, com confiança firme, com atenção e em nome de Cristo, ainda que estejamos em estado de pecado mortal, confirme ensina Santo Tomás, cf. S. Th., II-II, q. 83, a. 16, ad 2; e S. Th., III, Suppl., q. 72, a. 3, ad 4). E a terceira: com persverança – Deus"quer que perseveremos na oração até que sejamos importunos." (Cornélio a Lápide. In Lc 11)
Comentando a primeira condição, que oferece maior dificuldade, já nos iniciamos nas demais, bem mais simples de serem compreendidas:
"1ª condição: 'pro se petat' (que peça para si) A razão é que a concessão de uma graça divina exige sempre um sujeito disposto, e o próximo pode não o estar. Não queremos dizer com isto que a oração pelos demais seja sempre ineficaz. Pelo contrário, obtém de fato muitíssimas vezes o que pede. Porém, não podemos ter segurança infalível de que isso ocorra, por não sabermos com certeza as disposições de nosso próximo. Podemos pedir a Deus que o disponha por um efeito de sua misericórdia infinita, mas isso Deus não o prometeu a ninguém, e não podemos, em conseqüência, obtê-lo infalivelmente." (Fr. Antonio Royo Marin, OP. op. cit., p. 184)
Para que sejamos atendidos infalivelmente, é preciso que essas quatro condições estejam reunidas. Todavia, mesmo que falte alguma delas, pela infinita misericórdia de Deus, podemos alcançar o que pedimos, ainda que dessa forma não nos seja garantida tal resposta.
"Estas são as condições para eficácia infalível da oração. De fato, na prática, obtemos muitíssimas coisas de Deus sem reunir todas estas condições, por um efeito superabundante da misericórdia divina. Porém, reunindo tais condições, obteríamos, infalivelmente - pela promessa divina - inclusive aquelas graças que ninguém absolutamente pode merecer." (Fr. Antonio Royo Marin, OP. op. cit., p. 186)
As condições de número 1, 3 e 4 podemos saber se as implementamos. Quanto à segunda, acerca das coisas necessárias à salvação, não o sabemos, pois isso pertence somente à ciência divina, que, entretanto, pode, por um efeito de Sua graça e Onipotência, nos revelar em casos excepcionais. A situação normal, contudo, é que apenas pensemos que tal ou tal coisa é ou não necessária ou, ao menos, não contrária à nossa salvação eterna, mas que deixemos para Deus a palavra final: só Ele sabe e conhece tudo!
“ Pode alguém estranhar por que motivo assim dispôs quem já de antemão conhece a nossa necessidade. Temos de entender que o intuito de nosso Senhor a Deus não é ser informado sobre nossa vontade, que não pode ignorar. Mas despertar pelas orações nosso desejo, o que nos tornará capazes de conter aquilo que prepara para nos dar. Isso é imensamente grande, mas nós somos pequenos e estreitos demais para recebê-lo.” Santo Agostinho
O bem aí é subentendido o bem sobrenatural. O homem pode fazer o bem natural só com suas forças naturais movido pelo concurso divino natural. E a graça do Espírito Santo age, mas não somente nos batizados, uma vez que Deus ilumina e move a cada homem não cristão para reconheça a verdade.
Se você está em pecado mortal não perca tempo: vá ao sacerdote o mais rápido possível e busque a Confissão e obtenha o perdão do Pai.
Se você está em pecado mortal não perca tempo: vá ao sacerdote o mais rápido possível e busque a Confissão e obtenha o perdão do Pai.