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Católico não é invulnerável à depressão


Enquanto sintoma, a depressão pode surgir nos mais variados quadros clínicos, entre os quais: transtorno de estresse pós-traumático, demência, esquizofrenia, alcoolismo, doenças clínicas, etc. Pode ainda ocorrer como resposta a situações estressantes, ou a circunstâncias sociais e econômicas adversas. 

Enquanto síndrome, a depressão inclui não apenas alterações do humor (tristeza, irritabilidade, falta da capacidade de sentir prazer, apatia), mas também uma gama de outros aspectos, incluindo alterações cognitivas, psicomotoras e vegetativas (sono, apetite). 

Finalmente, enquanto doença, a depressão tem sido classificada de várias formas, na dependência do período histórico, da preferência dos autores e do ponto de vista adotado. Entre os quadros mencionados na literatura atual encontram-se: transtorno depressivo maior, melancolia, distimia, depressão integrante do transtorno bipolar tipos I e II, depressão como parte da ciclotimia, etc. (Fonte

Existem trabalhos científicos que comprovam que pessoas que recebem oração, mesmo sem saber, curam-se com mais rapidez que os que não recebem oração.

Os remédios contra a depressão funcionam sim. A posição anti-remédio me parece no mínimo fanática. O paciente precisa fazer seu esforço pessoal, na sua medida é claro, e deve contar com o apoio de parentes e amigos. Mas a medicação é indispensável. Uma depressão prolongada pode comprometer seriamente a vida profissional de uma pessoa, e uma depressão não tratada pode durar muito tempo.

Não é bem visto a disputa entre os profissionais sobre o domínio sobre a depressão. O tratamento multidisciplinar é o que mais surte efeito. Num estágio moderado/grave fica muito difícil evitar a medicação e esta medicação não atrapalha a terapia, pelo contrário. Não sei como os psicanalistas lidam com a doença. Muitos analisandos são medicados, recordando alguns casos que li. Quanto o risco de suícidio é alto, além da medicação, tem um período que a família precisa vigiar mesmo. Os efeitos colateraiss, que são variáveis em cada organismo, são considerados na relação custo/benefício. Os benefícios normalmente, são maiores.

Os profissionais focalizam os fatores biopsicossociais. Eu também acredito na influência espiritual sobre alguns casos de depressão, um círculo vicioso de pecado, tristeza e pecado. Padre Paulo Ricardo deve explicar muito bem isto. Ainda ouvi pouco de suas palestras. O afastamento de Deus causa uma depressão espiritual.

Existe uma diferença enorme entre a depressão que precisa de tratamento psiquiátrico, a depressão de tratamento psicológico, e a depressão não diagnosticada.

A depressão psiquiátrica, que depende efetivamente de drogas e tem por origem distúrbios hormonais ou outras doenças é um assunto sério que precisa de uma profunda atenção.

As psicológica e a não diagnosticada (quando não é uma psiquiátrica não vista) muitas vezes são modismo... Está na moda estar depressivo, e o que antes se tratava com um bom grupo de amigos e vergonha na cara algumas vezes é diagnosticado como depressão.

Para esses, de fato uma espiritualidade profunda, uma aceitação do sofrimento como parte do processo de crescimento e de aproximação de Cristo seria suficiente para resolver o problema.

O que quero dizer é:

Para quem efetivamente sofre de uma patologia que tem entre seus sintomas um quadro depressivo o assunto é sério e a frase não tem efeito... mas tem muita gente por ai usando o termo que está na moda depressão para justificar coisas que de fato Deus no coração resolveriam.

Uma coisa que aprendi na Igreja é que esta nunca ignora a ciência. Elas caminham juntas. A abrangência da ciência é limitada, mas já bastante avançada. Vamos aprender pelo resto de nossas vidas na profissão que escolhemos. É saudável termos dúvidas, mais saudável ainda buscar aprender e as pessoas que sofrem de depressão e de outros transtornos mentais sofrem tb pelo preconceito que ainda existe. 

Depressão, histeria, toc, transtorno bipolar, psicose não são frescuras, causam sofrimento psíquico e acontece nas melhores famílias. Nem toda depressão é espiritual, apesar de afetar também o espírito. É possível separar físico, emocional e espiritual? Didaticamente sim, na teoria, mas eles se influenciam mutuamente. Uma pessoa religiosa pode ficar depressiva. Os estudos sobre esta doença são recentes. 

Aprendi, através da Igreja que, a oração deve iniciar e finalizar um tratamento, mas o tratamento, muitas vezes, é necessário (Eclo 38).

Reze como se tudo dependesse de Deus, trabalhe como se tudo dependesse de você. Santo Agostinho disse algo parecido.

Junto com a doença, podem estar associados outras características de nossa personalidade: medo, egoísmo, acomodação, narcisismo. Por isso, além de cura, precisamos também de libertação, de conversão. 

Como católicos, temos que aprender a separar o que é uma doença, o que é um momento de fragilidade explorado pela ausência do bem (o mal) que se instala em nós, e o que é apenas um momento ruim que nós damos um nome exagerado. 

Deus e sua Igreja são importantes em todas essas hipóteses. Mesmo assim, mesmo com Ela, é preciso saber qual o melhor tratamento

Santo Tomás de Aquino fala sobre momentos ruins, sem a expressão e o entendimento moderno (o certo e o errado) de depressão. Ele fala sobre expor seu problema (Manter algo que dói dentro de você dó mais se você a mantiver dentro). Fala inclusive em chorar, demonstrar a dor. E expor a Deus em palavras e sentimentos. Confissão e oração. 

Ele cita Aristóteles para falar em tentar aliviar a dor com prazeres simples. E coisas opostas às que lhe causam dor. 

Santo Tomás também fala em exercício físico simples, como caminhadas e observação da natureza, bem como banhos (nesse caso, trazendo para o nosso tempo, seria uma piscina, praia, rios. No tempo dele, era algo raro como um banho quente...). 

Não guardar para você. Exponha para amigos e pessoas próximas. Isso tem a ver com não se fechar em sua depressão. O Santo fala especificamente de amigos, e do bem que faz se sentir amado sinceramente. Outra boa sugestão é um grupo de oração. Do Santo Rosário, por exemplo. 

Acima de tudo, contemplar a Verdade e as coisas divinas. Pode-se falar em estreitar seu contato com Deus e sua Igreja. Leia sobre a Verdade. Nas palavras da Bíblia e nas orientações e interpretações de Sua Igreja. Descubra, como disse nosso Grande Papa João Paulo II nos ensinou: o Esplendor da Verdade.



PARA CITAR ESTE ARTIGO:

Católico não é invulnerável à depressão David A. Conceição 10/2013 Tradição em Foco com Roma.

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