Tenho notado nas Missas do rito novo que uma parcela significativa talvez mesmo a maioria dos presentes na Missa comunga. Isso a ponto de serem necessários vários “ministretes” para distribuir a comunhão, durante um tempo considerável da celebração. A princípio isso nos parecia perfeitamente natural; até que um dia reparamos que, como nas paróquias só há um padre disponível para confissão - e quando não tem preguiça ou “tempo” para atender o povo antes da Missa - não permanece no confessionário muito tempo para atender, era um tanto improvável que todas aquelas pessoas estivessem devidamente confessadas e em estado de graça.
Sem contar do modo ambíguo como os presbíteros muitas vezes chamam-nos à mesa de comunhão dizendo “quem se sentir preparado aproxime-se etc”. Ora, o critério para sabermos se podemos ou não comungar não é um “sentimento”, é algo bastante objetivo. Então questionamos: será que muitos católicos que por vício ou alguma dificuldade não se informam por iniciativa própria da doutrina da nossa Santa Igreja? Aqueles que só sabem da religião do que ficou de uma longíqua catequese na infância e do que é dito na Missa, será que muitos destes não andam comungando sacrilegamente toda semana? É claro que a culpa destes é nenhuma ou só indireta. Eu não me recordo de ter ouvido jamais numa Missa Nova alguém aludir claramente à condição da comunhão - o estado de graça -, mesmo pelos padres conservadores.
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Existe também aquele pensamento popular que é preciso “tomar a hóstia” obrigatoriamente sempre que se vai à Missa.
A Comunhão Espiritual é tão válida quando a Comunhão Sacramental, esse momento é de oração e quem não pode comungar sacramentalmente pode dobrar seus joelhos e fazer sua oração também.
Há bons padres que disponibilizam tempo para atender confissões 1 hora antes da Missa, como seria bom se todos adotassem essa postura.
Cada pecado confessado com as devidas disposições, está perdoado e estes de fato não precisam mais serem confessados. Se houver reincidência, confessa-se novamente.
A regra é: pecou? Confesse.
Tudo bem que não tem como ver na testa de todo mundo quem está em estado de graça ou não, mas caso como por exemplo um não-católico, como um umbandista DE BRANCO ou um maçon se aproximando na fila a Eucaristia deve ser negada.
Nem nas seitas protestantes que não há consagração é bagunçado assim. É avisado sempre quem pode ou quem não pode participar da “Santa Ceia”.
Considerando que para se receber a Sagrada Comunhão as disposições são: estado de graça, reta intenção e devida devoção, um alcoolizado não tem condições de recebe-la e neste caso, alguém deve retirá-lo da fila, sem maiores problemas.
Quanto aos doentes mentais, Del Greco nos diz que poderão recebe-la aqueles que tem intervalos lúcidos e neste estado manifestam a vontade e devoção. Aos que tiveram uso da razão e foram instruídos na fé, e presentemente não o tem, não poderá recebe-la. Poderá recebe-la em perigo de morte, mas não há obrigação.
Em ultima analise, é o padre quem decidirá sobre cada um deles.
De fato quando estamos em pecado precisamos de Cristo, e esse veio para os pecadores... veio e perdoou o pecado de vários, inclusive dos 12 Apóstolos.
Curioso é que Cristo aparece várias vezes durante os Evangelhos perdoando pecados de pessoas arrependidas e apenas uma vez Ele consagra o pão e dá APENAS AOS 12 que estavam em estado de graça.
Quando Ele multiplica o pão e dá a multidões ele não dava seu corpo, esse Jesus guardou para aqueles que estavam na graça.
E quando a Judas receber o pão:
Cristo queria dar o exemplo aos sacerdotes, para que não negassem a comunhão aos pecadores sem um motivo grave. Só se pode negar a comunhão a um pecador público, e Judas tinha um pecado velado. É fato que Cristo sabia do pecado, pois Cristo é Deus, mas os outros Apóstolos não sabiam, e se escandalizariam.
Judas já tramava no momento da Ceia, diferentemente de São Pedro e São Tomé que, ainda que, respectivamente, tenham negado e desacreditado, só o fizeram após.
Se fôssemos pautar o estado de pecado pelos nossos atos futuros, então seria falsa a nossa condição de estado atual de graça mediante a confissão.
O Mandamento da Igreja é que o fiel se confesse ao menos uma vez ao ano, e comungue ao menos pela Páscoa. Fazer uma única confissão no ano não garante a comunhão para ele todo, exceto se o fiel se manter em estado de graça durante todo o ano. Seria uma espécie de católico super homem.
A onisciência divina não imputa um estado de pecado perpétuo. O perdão atual de Deus é real. O fato de Deus já saber do meu pecado futuro não me torna antecipadamente responsável por ele, ainda que futuramente venha a ser.
Se nos confessamos, livramo-nos do pecado e encontramo-nos em estado de graça, independente de que Deus saiba que nós tornaremos a cair.
O Concílio de Trento nos ensina que a comunhão é o remédio que nos livra dos pecados veniais, das nossas faltas cotidianas e nos preserva dos mortais. (Sess.XIII,c.2). Diz-nos que somos livres das falhas cotidianas porque, segundo Santo Tomás, por meio deste sacramento, o homem é estimulado a fazer atos de amor e por eles se apagam os pecados veniais. Somos preservados dos pecados mortais, porque a comunhão nos confere o aumento da graça que nos preserva das faltas graves. (Summa Theol. 3p,q.79,a.4).
A comunhão não nos purifica do pecado mortal. É preciso ter cuidado para que esse pensamento não faça com que pessoas cometam sacrilégio em comungar sem confessar antes.
Infelizmente, não adianta nós gastarmos nosso latim se os progressistas continuam gritando que Missa é somente ceia. Com isso, fica muito atrativo para todos na assembléia ir participar do banquete.
O pão da vida, a comunhão, nos une a Cristo e aos irmãos. E nos ensina abrir as mãos, para partir, repartir o pão.
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Lá no deserto a multidão, com fome segue o Bom Pastor. Com sede busca a Nova Palavra, Jesus tem pena e reparte o pão.
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Na Páscoa Nova da Nova Lei, quando amou-nos até o fim, partiu o pão e disse: Isto é meu corpo por vós doado: Tomai, Comei.
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Se neste pão, nesta comunhão, Jesus por nós, dá a própria vida, vamos também repartir os dons, doar a vida por nosso irmão.
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Onde houver fome, reparte o pão, e tuas trevas hão de ser luz; Encontrarás Cristo no irmão, serás bendito do Eterno Pai.
Ato de desagravo de Pio XI aos sacrilégios
“Oh! dulcíssimo Jesus, cujo imenso amor aos homens não tem recebido pagamento, dos ingratos, mais que esquecido, negligenciado e menosprezado!
Vede-nos prostrados ante vosso altar, para reparar, com especiais homenagens de honra, a frieza indigna dos homens e as injúrias com que, em todas partes, ferem vosso amantíssimo Coração.
Mas recordando que também nós algumas vez nos manchamos com tal indignidade da qual nos doemos agora vivamente, desejamos, acima de tudo, obter para nossas almas vossa divina misericórdia, dispostos a reparar, com voluntária expiação, não apenas nossos próprios pecados, mas sim também os daqueles que, separados do caminho da salvação e obstinados em sua infidelidade, ou não querem seguir-vos como um Pastor e Guia, ou, pisando as promessas do Batismo, tem desprezado o suavíssimo jugo de vossa lei.
Nós queremos expiar tão abomináveis pecados, especialmente a imodéstia e a desonestidade da vida e dos vestidos, os inumeráveis ataques estendidas contra as almas inocentes, a profanação dos dias festivos, as imensas injúrias proferidas contra Vós e contra vossos Santos, os insultos dirigidos a vosso Vigário e a Ordem Sacerdotal, as negligências e horríveis sacrilégios com que é profanado o mesmo Sacramento do amor e, em fim, os públicos pecados das nações que opõem resistência aos direitos e ao Magistério da Igreja unica por Vós fundada.
Oxalá que nos fosse dado lavar tantos crimes com nosso próprio sangue!
Mas, entretanto, como reparação do honra divina ofendida, unindo com a expiação da Virgem vossa Mãe, dos Santos e das almas boas, Vos oferecemos a satisfação que Vós mesmo oferecestes um dia sobre a cruz ao Eterno Pai e que diariamente se renova em nossos altares, prometendo de todo coração que, em quanto nos seja possível e mediante o auxilio de vossa graça, repararemos os pecados próprios e alheios e a indiferença das almas ante vosso amor, opondo a firmeza na fé, a inocência da vida e a observância perfeita da lei, sobre tudo da caridade, enquanto nos esforçamos por impedir que sejais injuriado e por atrair a quantos possamos para que Vos sigam.
Oh! benigníssimo Jesus! Por intercessão da Santíssima Virgem Maria Reparadora, vos suplicamos que recebais este voluntario ato de reparação; concedei-nos que sejamos fiéis a vossos mandatos e a vosso serviço até a morte e dai-nos o dom da perseverança, com o qual cheguemos felizmente a glória, onde em união com Pai e com o Espírito Santo, viveis e reinais, pois sois Deus por todos os séculos dos séculos.