Já fiz um post sobre o Reverendíssimo Pe Augusto Zanin, e fiquei sempre na esperança de que um dia ele pudesse entrar no templo sagrado, entoar o Asperge-me e em seguida iniciar a oração ao pé do Altar Introibo ad altare Dei, ad Deum qui laetificat juventutem meam!
Eis que o sonho se tornou realidade, Pe Augusto, da Fraternidade Jesus Salvador, de espiritualidade carismática, celebrou sua primeira Missa na forma extraordinária no dia 8 de dezembro em honra a Imaculada Conceição, rezada na Paroisse Sainte Anne, na cidade de Six Fours les Plages, sul da França, diocese de Fréjus - Touloneja. Que seja a primeira de muitas! Segue as fotos abaixo com um texto riquíssimo sobre a teologia do Santo Sacrifício da Missa.
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I. O eterno Sacrifício
I. O eterno Sacrifício
O homem é criatura de Deus, e criatura racional. Por essa razão, ele deve reconhecer espontaneamente, pela oração e pelo sacrifício, sua condição de criatura. Oferecer sacrifício é, pois, natural ao homem, é uma exigência de sua natureza.
Sacrifício é a oblação de uma coisa sensível, feita unicamente a Deus, para reconhecer Seu soberano domínio e nossa sujeição. O aspecto exterior do sacrifício existe somente para significar e rematar a oblação interior. [1. Lev XI, 1. “Quando a alma for apresentar a sua oferenda em sacrifício ao Senhor, ela se identificará com a sua oferenda”.]
Ora, pelo pecado original, o homem voluntariamente separou-se e afastou-se de Deus, e o sacrifício que ele oferece não é mais aprovado por Deus, ou ao menos não é mais aprovado por direito. Aí está uma consequência gravíssima do pecado original: o homem deve oferecer, por necessidade natural, um sacrifício, e no entanto esse sacrifício não é mais, por direito, aprovado por Deus. A gravidade desse efeito do pecado original é tamanha, que provocará o primeiro assassinato: Caim mata Abel porque o sacrifício deste é aprovado por Deus, e não o seu. [2. Gên IV, 3-8. Inspiramo-nos em um estudo do Rev. Pe. Guérard des Lauriers, O.P., L’offertoire de la Messe et le Nouvel Ordo Missæ (O ofertório da Missa e o n.o.m.) publicado em Itinéraires n.º 158 de dezembro de 1971.].
Nosso Senhor Jesus Cristo veio à terra para resgatar-nos do pecado. O aspecto primordial da Redenção que Ele realizou na Cruz é o que se refere à relação do homem com Deus. Consiste nisto: Deus restitui ao homem, gratuitamente e de maneira mais admirável ainda, a possibilidade de oferecer um sacrifício que seja agradável. É o sacrifício de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Tudo isso é, da parte de Deus, puramente gratuito. Deus não estava obrigado, nem a criar-nos, nem obrigado a resgatar-nos, nem obrigado a resgatar-nos com Seu próprio Sangue. É, de Sua parte, pura misericórdia, mas em harmonia com toda a Sua obra.
Ninguém é resgatado sem cooperar de modo inteiramente pessoal com o que o resgata, ou seja sem cooperar com a comunicação que lhe é feita do ato no qual se consuma a sua redenção, o ato de Nosso Senhor Jesus Cristo oferecendo-se a si mesmo.
Dado que não se coopera num ato a não ser exercendo-o, segue-se que para ser resgatado é preciso oferecer, a título de sacrifício pessoal, o sacrifício que o próprio Nosso Senhor Jesus Cristo oferece.
Voltaremos a isto mais adiante. Eis, porém, a razão da instituição do Santo Sacrifício da Missa: é preciso que nos seja comunicado o Ato de nossa Redenção, e que nós participemos nele.
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O Santo Sacrifício da Missa é o Sacrifício da Cruz consumado no Calvário na Sexta-Feira Santa, onde Nosso Senhor Jesus Cristo, Deus, sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque e vítima sem mácula, ofereceu-se, por sua morte, a Deus seu Pai, pela redenção do gênero humano. O Santo Sacrifício da Missa é esse mesmo sacrifício perpetuado e tornado presente sacramentalmente sobre o altar, em virtude da dupla consagração do pão e do vinho transubstanciados no Corpo e no Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo pelo ministério do sacerdote.
Retenhamos os pontos principais do ensinamento da Igreja:
– O Santo Sacrifício da Missa é um sacrifício.
– É o sacrifício de Nosso Senhor Jesus Cristo na Cruz.
– É o mesmo sacerdote: Nosso Senhor Jesus Cristo.
– É a mesma vítima: Nosso Senhor Jesus Cristo.
– Enquanto que, no Calvário, Nosso Senhor foi imolado de forma cruenta, Ele é imolado no altar de forma sacramental, incruenta.
– A Missa ocorre pelo ministério – instrumental – do sacerdote.
– Há sacrifício porque há transubstanciação e presença real de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Na Sexta-Feira Santa, Nosso Senhor Jesus Cristo ofereceu-se a si mesmo na Cruz por nossa redenção. Desse sacrifício, Ele foi não somente a vítima, mas também o sacerdote: ele morreu voluntariamente [3. Jo X, 18.]. Por esse sacrifício oferecido de uma vez por todas, Ele resgata todos os homens de todos os pecados passados, presentes e futuros, e isso de maneira definitiva e superabundante. Mas Nosso Senhor quis que esse sacrifício chegasse até nós, a fim de podermos participar nele e de que, assim, ele nos fosse aplicado. É por isso que na véspera, na Quinta-Feira Santa, Ele instituiu o Santo Sacrifício da Missa.
O Santo Sacrifício da Missa é o Sacrifício da Cruz. É o mesmo sacrifício. Tomemos cuidado, pois a palavra mesmo tem dois sentidos em vulgar: ela exprime uma similitude (nós temos o mesmo casaco) ou então a unidade (nós estamos no mesmo lugar). São o mesmo no sentido de que não são senão um só sacrifício.
Nosso Senhor imolou-se uma vez por todas. Os protestantes e modernistas deduzem disso que a Santa Missa não seja um sacrifício. Isso seria verdadeiro se ela fosse um outro sacrifício. Mas o Santo Sacrifício da Missa não “faz número” com o Sacrifício da Cruz. Eles são um só. E, no entanto, cada Missa, considerada em si mesma, é um verdadeiro sacrifício; mas é o sacrifício da Cruz.
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Para haver sacrifício, é preciso que haja sacerdote, vítima e imolação. Assim, por exemplo, no primeiro sacrifício oferecido pelo pecado do povo [4. Lev IX, 15], o sacerdote foi Arão; a vítima, um bode; e a imolação, a destruição pelo fogo, pois era um holocausto [5. Lev VI, 9.]. Ora, como a Santa Missa é um sacrifício? Como esse sacrifício se realiza? Aí, mais do que nunca, é preciso não se deixar levar pela imaginação. É a fé que deve procurar entender, perscrutar o mistério: Fides quærens intellectum.
No altar, há um sacerdote: Nosso Senhor Jesus Cristo agindo através de Seu ministro. Há uma vítima: Nosso Senhor Jesus Cristo verdadeiramente, realmente e substancialmente presente sob as aparências do pão e do vinho. E quanto à imolação? Não vamos imaginar, como alguns, uma punhalada mística, ou então a destruição pela fração da hóstia ou comunhão! Não. É suficiente recordar-se de que o Santo Sacrifício da Missa é um sacramento, e o maior de todos os sacramentos.
Um sacramento é um sinal sensível instituído por Nosso Senhor Jesus Cristo para santificar os homens comunicando-lhes a graça que ele significa. Um sacramento é um sinal que realiza aquilo que ele significa. No Santo Sacrifício da Missa, a imolação é sacramental; isso quer dizer que ela é significada. E é por ser significada que ela é realizada.
Após a consagração do pão, o Corpo de Nosso Senhor Jesus Cristo está realmente presente sobre o altar. É o Corpo de Nosso Senhor que está diretamente (ex vi verborum: pela eficácia das palavras) presente, e estão presentes também, por concomitância [6], seu Sangue, sua Alma e sua Divindade. [6. O termo em que se remata a transubstanciação é, segundo a significação das palavras, só o Corpo (ou só o Sangue) de Nosso Senhor. Mas tudo o que está atualmente unido ao Corpo (ou ao Sangue) de Nosso Senhor está também realmente presente. Essa presença é dita presença por concomitância.] Quando da consagração do vinho, o Sangue de Nosso Senhor, que estava presente por concomitância sob as aparências do pão, torna-se presente diretamente (ex vi verborum) sob as aparências do vinho. Sob essas mesmas espécies do vinho estão também presentes por concomitância o Corpo, a Alma e a Divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Assim a consagração do vinho traz uma mudança no modo de presença real do Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo: ele estava presente (realmente) por concomitância, ele se torna presente diretamente (ex vi verborum). Essa mudança significa a separação do Corpo e do Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo, ou seja Sua imolação na Cruz, e portanto a realiza.
Dito de outro modo: no Altar, pelas duas consagrações, são separados (em sentido ativo, transitivo) o Corpo e o Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo, não realmente mas em sinal, pela separação das espécies do pão e do vinho. A imolação de Nosso Senhor assim significada é verdadeiramente realizada. O Santo Sacrifício da Missa é o Sacrifício da Cruz porque é sinal sacramental deste. E um sinal sacramental realiza aquilo que ele significa. O Santo Sacrifício da Missa é o Sacrifício da Cruz tão realmente quanto a criança é purificada pela água do Batismo. O Santo Sacrifício da Missa é um sacrifício sacramental, verdadeiramente realizado por um sinal instituído por Nosso Senhor Jesus Cristo.
Por isso, se uma única consagração é suficiente para haver presença de Nosso Senhor Jesus Cristo inteiro, as duas são necessárias para haver o sinal, e portanto para que seja realizado o sacrifício. O sacrifício ocorre, pois, no momento da consagração do vinho, e nesse momento somente. É por isso que se faz menção do sacrifício (quod pro vobis effundetur) unicamente quando da segunda consagração [7. Cf. Santo Tomás de Aquino, Suma Teológica, IIIa, q.78, a.3 ad 2um.]. Se um sacerdote viesse a morrer entre as duas consagrações, haveria, sim, presença real, mas não sacrifício.
Como o Santo Sacrifício da Missa é o Sacrifício da Cruz, tudo o que vamos dizer da Missa é verdadeiro da Cruz, e reciprocamente. A única diferença entre os dois está no modo de imolação: cruento na Cruz, sacramental na Santa Missa.
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O oferecimento do sacrifício tem quatro fins principais: a adoração, a impetração (pedir a Deus novas graças), a propiciação ou expiação ou reparação ou satisfação pelos pecados, a ação de graças.
É de fé católica que a Santa Missa não é simplesmente um sacrifício de louvor ou de ação de graças: “Se alguém disser que o sacrifício da Missa é somente de louvor ou de ação de graças, ou mera comemoração do sacrifício consumado na Cruz, mas que não é propiciatório; ou que só aproveita aos que nele comungam; ou que não se deve oferecê-lo pelos vivos e defuntos, pelos pecados, penas, satisfações e outras necessidades: seja anátema.” [8. Concílio de Trento, sessão XXII, Cânon 3. Denzinger 950.]
O sacrifício é, pois, oferecido pelos pecados, para satisfazer perante Deus, para reparar a ofensa feita a Deus por todos os pecados do mundo, para quitar em nós a dívida devida em razão de nossos próprios pecados.
O Santo Sacrifício da Missa tem valor infinito, por causa da infinita dignidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, que é o oferente principal e a vítima oferecida. Ó mistério: por Nosso Senhor ser homem, ele pôde oferecer um sacrifício morrendo na Cruz, e por ele ser Deus, seu sacrifício é perfeito e de valor infinito. Nós, nós recebemos daí frutos limitados, porque nós somos limitados. Assim, todos os frutos do Sacrifício da Missa que não dependem de nós são infinitos: adoração reparadora, ação de graças, satisfação suficiente para expiar todos os pecados, e impetração suficiente para obter todas as graças necessárias à salvação.
Em nós esses efeitos não são infinitos, mas à medida de nossas disposições e de nossa devoção. [9. A devoção não é a “piedade” mas a prontidão e generosidade da vontade em pôr-se ao serviço de Deus, a se lhedevotar. A devoção não é, pois, sensível por natureza.] É por isso que a multiplicidade de Missas é necessária, pois a cada vez nos é aplicada a Paixão de Nosso Senhor. Senão, estaríamos em situação análoga à de um homem que tivesse à sua disposição uma quantidade de alimento suficiente para subsistir até ao fim de seus dias, mas sem poder fazer mais do que uma refeição: após a indigestão, seria a inanição.
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Como dissemos, é uma exigência natural para o homem a de oferecer a Deus um sacrifício. O pecado original destruiu para o homem a possibilidade de oferecer um sacrifício aprovado por direito. Nosso Senhor veio para nos resgatar oferecendo seu sacrifício perfeito e de agradável odor, aprovado de pleno direito por Deus, pois ele procede dele próprio. De resto, os sacrifícios do Antigo Testamento não foram agradáveis a Deus senão como prefigurações (imperfeitíssimas) do Eterno Sacrifício.
Não há mais do que um único sacrifício aprovado por Deus, é o da Cruz. Todavia, devemos por natureza oferecer a Deus um sacrifício. Para que o nosso sacrifício pessoal seja aprovado por Deus, é preciso, então, que ele e o da Cruz sejam um só, é preciso que ele se torne o Sacrifício da Cruz. Eis por que nós participamos no Santo Sacrifício da Missa.
A participação na Santa Missa consiste, pois, na imolação interior, em espírito e em verdade. Cumpre nos entregarmos de corpo e alma a Nosso Senhor Jesus Cristo, a fim de que Ele próprio nos integre em Seu próprio sacrifício. Aí então nosso sacrifício pessoal torna-se uma coisa só com o de Nosso Senhor; ele é, pois, aprovado por Deus. Nosso sacrifício pessoal é de certa maneira “transubstanciado” no de Nosso Senhor.
Aí está a razão de ser e o sentido do ofertório. Isso é manifestado especialmente pelo fato de que a mesma expressão (hostia immaculata) é empregada no ofertório para designar o pão (noSuscipe Sancte Pater) e após a consagração para designar o Corpo de Nosso Senhor Jesus Cristo (no Unde et memores); assim também, nosso próprio sacrifício, significado no ofertório em referência ao sacrifício de Nosso Senhor, é esse mesmo sacrifício de Nosso Senhor realizado na dupla consagração: o sacrifício de Nosso Senhor e o nosso são um só, assim como é una a hostia immaculata [10. Cf. o Rev. Pe. Guérard des Lauriers, artigo citado, pp. 56 sqq.].
O Santo Sacrifício da Missa é, portanto, o ápice e a unidade de nossa vida sobrenatural e de nossa vida natural: sendo resgatados na graça, nós realizamos nossa natureza.
É o Papa Pio XII mesmo quem ensina que a participação na Santa Missa consiste na imolação interior [11. Radiomensagem de 31 de outubro de 1948]:
“É ali, na contemplação do Modelo perfeitíssimo de toda a santidade e ao Seu misterioso contato, que se aprendem as virtudes que formam o verdadeiro cristão e se haurem energias para praticá-las. É ali, ao pé do santo altar, onde se renova o único sacrifício que apaga os pecados do mundo, que se vê como a genuína liturgia da Igreja é a que faz dos fiéis, em união com a Vítima imaculada, uma hóstia viva, santa e agradável a Deus, na imolação generosa dos vícios e das más concupiscências, e na imitação d’Aquele que fez, do trono da Cruz na terra, degrau obrigatório para o trono eterno da Sua glória.”
A participação interior e exterior no Santo Sacrifício da Missa é ofício do batizado, pois pelo Batismo somos feitos membros de Nosso Senhor Jesus Cristo, somos uma só coisa com Ele, particularmente na ação redentora. É por causa disso que São Pedro Apóstolo fala de um “sacerdócio real” [12. I Pdr II, 9.], que não é o sacerdócio ministerial dos padres.
Os sacramentos têm a sua fonte e o seu centro no Santíssimo Sacrifício da Missa; é assim que os três sacramentos maiores – os que imprimem caráter – se diversificam segundo sua relação com o Santo Sacrifício: o Batismo dá o poder de unir-se ao Santo Sacrifício; a Confirmação, de defendê-lo, de dar testemunho dele e de receber seus frutos com plenitude; a Ordem, o poder de oferecê-lo, o poder de ser Jesus Cristo renovando Seu sacrifício sobre o altar.
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O Santo Sacrifício da Missa é o Calvário no dia de Sexta-Feira Santa: nele tudo é recapitulado, sobre-elevado, rematado. É por isso que se pôde dizer com muita justiça que a Missa é o Catolicismo. É ela que é o Mistério da Fé, a fonte de todos os sacramentos e de todas as graças. Seus efeitos se irradiam, desde o íntimo da Santíssima Trindade, até aos fundamentos da sociedade humana [13. Pio XII, Alocução aos novos cardeais, 20 de fevereiro de 1946: “Veneráveis Irmãos, na Santa Missa a Igreja fornece o seu maior apoio ao fundamento da sociedade humana.” (N. do T. – Trad. br. em: PIO XII, Discurso “La elevatezza”, Sobre a função da Igreja na restauração do mundo, Coleção Documentos Pontifícios – n.º 75, 3ª ed., Petrópolis: Vozes, 1963, 16 pp., cit. à p. 15.)].
Ela é, ao mesmo tempo, o Sagrado Coração fonte de misericórdia e o Cristo Rei reinando pela Cruz; ela é Nosso Senhor Jesus Cristo crucificado, de que São Paulo dizia: “Não julguei saber entre vós coisa alguma senão a Jesus Cristo, e Jesus Cristo crucificado” [14. I Cor II, 2.].
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BOMBA! Padre carismático celebra Missa Tridentina
Texto reprodução parcial:
David A. Conceição 12/2014 Tradição em Foco com Roma.
Rev. Pe. Hervé BELMONT, A Missa sacrificada, 2011, trad. br. por F. Coelho, São Paulo, fev. 2012, blogue Acies Ordinata, http://wp.me/pw2MJ-1fl de: “La Messe sacrifiée”, blogue Quicumque, documento B-2 do dossiê “Sedevacantismo” (jul. 2011).
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