Alguns liturgistas progressistas exaltam a comunhão na mão pós-conciliar como se ela fosse um modo perfeito de piedade e devoção quando na verdade essa prática horrenda só fez mal à Igreja com os sacrilégios e profanações contínuas presenciadas na liturgia nova.
Contanto, para um combate à argumentação favorável dessa prática, farei um paralelo da defesa da comunhão na mão extraída do livro Liturgia, uma tradição criativa Editora Vozes 1982 (o título e sua editora dispensa comentários) com a disciplina tradicional católica do modo de comungar restaurada por sua Santidade Bento XVI.
Consequências significantes de mudanças insignificantes
Por Herman Wegan, [Nasceu em 1930, o livro informa que na época 1981, era professor de História da Liturgia e do Dogma na Faculdade Católica de Teologia de Utrecht, Holanda.]
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O modo de comungar (na visão progressista)
“Como e onde começou, é difícil de dizer; seria este fato interessante capítulo da história contemporânea. O certo é que na Holanda, a partit do surto da renovação litúrgica, pelos fins dos anos sessenta, surgiu de repente o costume de não se dar a comunhão na boca, mas na mão. Houve, é verdade, aqui e ali, reações de inquietação pela dessacralização dum evento sagrado, pela profanação de dons sagrados, contudo, a nova prática triunfou.
Foram aduzidas razões higiênicas, mas tudo o que marcou o triunfo definitivo do novo rito, foram sobretudo razões humanas. O rito trata os homens mais como pessoas humanas. As pessoas não se sentiam mais alimentadas com dons sagrados e intocáveis pelas mãos sagradas de uma pessoa consagrada e elevada; pelo modo de comungar, viam-se tratadas como pessoas como pessoas adultas capazes de agir, humanas.
A mudança do rito - não tão radical em si mesma - significou, de uma vez, que uma liturgia, até então em certo sentido alienante, se aproximava mais das pessoas. Comungar tornou-se um ato humano e esse gesto contribuiu para tornar possível uma participação mais estreita. Por própria experiência, sei muito bem que esta prática mudada da comunhão conquistou as paróquias holandesas. Turistas holandeses no exterior muitas vezes de admiravam de que ainda não se praticava este rito em outras partes.
O estender a mão para receber a comunhão era quase um gesto de desafio, uma forma de “holandite”; na Igreja Católica. Entretanto, o rito tornou-se comum no rito romano, e foi, ao mesmo tempo, ritualizado: a novidade e o gesto parece ter-se evaporado. Facilmente os ritos são realizados de forma ritualista. A rapidez na distribuição da comunhão alcança, ás vezes, récordes pré-conciliares.
Há uma variante nesse modo de comungar, uma forma alternativa do assim chamado “comungar na mão ”. O pão não é recebido na mão, mas é tirado da bandeja, que é representada pelo dirigente e/ou passada de um para o outro. É um gesto não de receber, mas de tomar. Liga-se, ás vezes, este gesto ao partir do pão. Um parte o pão para o outro e dá em seguida ao outro. O efeito deste simples gesto alternativo não é pequeno.
Deve-se notar, antes de mais nada, que o gesto esta bastante negligenciado na liturgia romana por razões práticas, mas propriamente não justificadas, apelando-se, por vezes, para um antiquado princípio teológico do Christus totus no pão. Os ritos da cdeia que são descritos nos Evangelhos e que forma a base da Eucaristia e em particular com a narrativa da instituição. “Ele tomou o pão... o deu... dizendo: Tomai e comei ”.
Jesus realizou, naturalmente, o rito judeu da ceia; este rito inclui não só oração, mas o partir do pão e o entregar aos comensais este pão partido e dividido. É um, quem preside à oração e aos gestos, mas preside a uma ceia comunitária, na qual todos são iguais. Os ritos determinam a solidariedade entre os participantes da ceia, e ao mesmo tempo, a particularidade de cada um. O gesto nada tem a ver com uma massificação, mas faz o contrário.
Cada qual é convidado a se servir , a tomar o pão e o cálice. O tomar o pão é o assentimento e a afirmação de que se quer participar. Este modo de comungar é um gesto próprio, cada um faz, por si mesmo, alguma coisa: toma o pão da bandeja e passa adiante. Não se recebe como criança o dom sagrado do Santo, mas cada um se sabe convidado a participar. Para usar, neste contexto, uma palavra muito comum: o gesto é democrático.
Este gesto já é empregado há muito tempo nos ritos da Reforma, embora tenha começado talvez por reação. O efeito dessa pequena mudança é múltiplo. Em primeiro lugar, a Eucaristia, se torna, de uma celebrada sagrada, a celebração de uma ceia comunitária, à qual cada um é um convidado pelo Senhor. O tomar o pão é um ato pessoal de participação e de aceitação do convite. Além disso, o gesto, aliado ao passar do pão, é um sinal de solidariedade.
Finalmente, esta variante no modo de comungar significa uma relativização do papel do dirigente. Este entrega a bandeja para fazê-la passar entre os outros participantes. Faz com que todos participem no papel de distribuir entre si. Ele mesmo é o último a tomar o pão da bandeja que lhe é entregue por um dos participantes. Ensina a experiência que este modo de comungar, aliado ao gesto do partir do pão, muda a imagem da Eucaristia, inclusive a vivência deste sacramento .” Páginas 76,77,78.
O modo de comungar (na discplina católica tradicional)
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Quanto ao texto de São Cirilo, podemos utilizar como analogia a seguinte hipótese: é como se eu utilizasse (como fazem os protestantes e cismáticos orientais) a passagem de São Tomás de Aquino em que ele afirma que Maria Santíssima pode ter sido purificada do pecado original após sua criação (diferentemente de como mais tarde foi definido no dogma da Imaculada Conceição), para dizer que Nossa Senhora não foi concebida sem pecado original. Isto é errado pois, o Dogma da Imaculada Conceição foi somente definido em 1854, ou seja, seis séculos depois de Santo Tomás. Ele não incorreu em heresia, porque não havia ainda dogma definido pela Igreja. E não podemos fazer tal afirmação pois tal questão já foi definida pela Igreja.
O mesmo se dá com São Cirilo, cuja prática da distribuição da Santíssima Eucaristia na mão era apenas local e não geral, e veio somente depois a ser universalmente condenada. E assim mantido por vários séculos, vindo somente a ser retomado como prática abusiva na Alemanha, sendo concedido indulto por medo de rebelião. Utilizá-lo como argumento é ignorância.
Quanto ao texto, estudos sérios indicam que provavelmente trechos desse documento não sejam de sua autoria, mas do Patriarca João, seu sucessor, de ortodoxia questionável. Afinal, como eles “devem” saber, escritos apócrifos são escritos cuja autoria não é certa, não necessariamente heréticos. Existem apócrifos que são aceitos pela Igreja, inclusive há vários na própria Bíblia (Salmos, Cânticos dos Cânticos, Macabeus...), porque a Igreja considerou-os inspirados pelo Espírito Santo. Há outros, em compensação, que são totalmente heréticos, como o Evangelho de Jesus Cristo segundo Maria Madalena.
Um estudioso que afirma ser esses textos apócrifos é o famoso liturgista Jungmann-Brunner, que afirma, em sua obra The Mass of the Roman Rite, vol. 2, p. 191, nº. 25 : “é provável que esse texto seja, na verdade, de autoria do Patriarca João, que o sucedeu na sé de Jerusalém”. Este João tinha uma ortodoxia questionável, como sabemos pelas correspondências de São Epifânio, São Jerônimo e Santo Agostinho”. Um dos argumentos utilizados por Jungmann é a estranha parte da catequese que afirma: “santifica-te também tomando o sangue de Cristo.”
E enquanto teus lábios ainda estão úmidos, roça-os de leve com tuas mãos e santifica teus olhos, tua fronte e teus outros sentidos”. Parte esta que você convenientemente omitiu, e que Jungmann (assim como Dom. Henri LeClerq) afirma ser adição do Patriarca João. Dom. LeClerq ainda afirma ser este trecho estranho dentro do contexto das obras de São Cirilo, pois tem uma certa característica de irreverência ou ainda de superstição, para com a Sagrada Comunhão – não havendo nada assim no resto de suas obras. Somente espero que os liturgistas progressistas, agora, não queiram vir a adotar a prática de beber no cálice, e tocar o Preciosíssimo Sangue com as mãos, tocando depois nos olhos etc.
O que eu defendo é o que a Igreja sempre ensinou. O que ocorre hoje é que muitas coisas, “autorizadas” na Igreja, vão contra a própria Tradição e o Magistério da Igreja, e é isso o que causa tanta polêmica.
Infelizmente, por causa do pensamento modernista e relativista - infiltrados na mente da maioria dos católicos - leigos e clérigos - estão cegos quanto às coisas abusivas que ocorrem na Igreja e inclusive as apóiam e as defendem. É óbvio que se for falar com qualquer padre que tenha traço modernista ele vai dizer que está “tudo bem” em tocar a Santíssima Eucaristia. Fale com um padre tradicional e você vai ver que tipo de resposta ele vai lhe dar.
É nossa obrigação de Cristãos defendermos Nosso Senhor dos ataques, abusos e profanações que Ele sofre. A desculpa de que algo é lícito só porque foi “autorizado” na Igreja não é válida. Se nós sabemos que isso é causa de profanação, se vai contra o que a Igreja SEMPRE ensinou, não devemos ser coniventes. Como já dito, a comunhão na mão foi “autorizada” na Igreja por causa de uma situação abusiva e de desobediência que, para não causar mais situações profanatórias e de revolta, foi “permitida”, mas não foi para o mundo todo, foi só para a Alemanha. O problema é que com o tempo, as Igrejas dos outros países foram pedindo circunstancialmente essa permissão, e ela foi concedida temporariamente (como no caso do Brasil), porém, o temporário virou “eterno”. Entretanto, essas permissões não tornam lícita a distribuição na mão da Santíssima Eucaristia para todo e qualquer momento.
874. “Ensina primeiramente o santo Concílio [de Trento] e confessa aberta e simplesmente que no augusto sacramento da Santa Eucaristia, depois da consagração do pão e do vinho, debaixo das espécies destas coisas sensíveis, se encerra Nosso Senhor Jesus Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, verdadeira, real e substancialmente [cân. l ][...]”
876. “[...]Assim, é bem verdade que tanto uma como outra espécie contêm tanto quanto as duas espécies juntas. Pois o Cristo todo inteiro está sob a espécie de pão e sob a mínima parte desta espécie, bem como sob a espécie de vinho e sob qualquer das partes desta espécie.”
883. “Cân. l. Se alguém negar que no Santíssimo Sacramento da Eucaristia está contido verdadeira, real e substancialmente o corpo e sangue juntamente com a alma e divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo, e por conseguinte o Cristo todo, e disser que somente está nele como sinal, figura ou virtude — seja excomungado [cfr. n° 874 e 876]”.
Sabendo-se que [Conforme o Concílio de Trento definiu] mesmo sob a mínima parte da Eucaristia está Nosso Senhor, essa experiência das luvas é uma grande prova das inúmeras profanações que ocorrem com a Santíssima Eucaristia entregue nas mãos das pessoas que assim comungam e que não tem a mínima noção da Santidade e Majestade Infinita de Nosso Senhor, pois com certeza pequeninas partículas consagradas ficam depositadas sobre as mãos dos comungantes, e estes, na maioria das vezes, tiram o “pózinho” depositado ali batendo e abanando as mãos sem nem perceberem em Quem tocaram! [Ó Jesus, tende piedade de nós!].
Na Missa Tradicional, chamada também de São Pio V ou “Rito Extraordinário”, o padre, depois de consagrar o pão e o vinho, fica com os dedos polegares e indicadores encostados um no outro e não os tocam em mais nada até purificá-los depois da comunhão, porque neles podem haver partículas consagradas, já que ele tocou na Santíssima Eucaristia. As pessoas que recebem Jesus na mão não purificam a mãos depois de comungar, aliás, encostam em Jesus com as mãos sujas, suadas, e depois de tocar em Nosso Senhor ainda limpam as mãos na roupa se duvidar. Não há como dizer que esse tipo de comunhão não é profanatória e até mesmo sacrílega.
Não defendo e jamais defenderei a comunhão na mão. Morrerei combatendo a distribuição de Jesus nas mãos das pessoas, porque isso é profanação com o Corpo de Nosso Senhor, querendo ou não, e como amo meu Senhor, não quero que pisem ou façam farofa dEle!
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Contanto, para um combate à argumentação favorável dessa prática, farei um paralelo da defesa da comunhão na mão extraída do livro Liturgia, uma tradição criativa Editora Vozes 1982 (o título e sua editora dispensa comentários) com a disciplina tradicional católica do modo de comungar restaurada por sua Santidade Bento XVI.
Consequências significantes de mudanças insignificantes
Por Herman Wegan, [Nasceu em 1930, o livro informa que na época 1981, era professor de História da Liturgia e do Dogma na Faculdade Católica de Teologia de Utrecht, Holanda.]
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O modo de comungar (na visão progressista)
“Como e onde começou, é difícil de dizer; seria este fato interessante capítulo da história contemporânea. O certo é que na Holanda, a partit do surto da renovação litúrgica, pelos fins dos anos sessenta, surgiu de repente o costume de não se dar a comunhão na boca, mas na mão. Houve, é verdade, aqui e ali, reações de inquietação pela dessacralização dum evento sagrado, pela profanação de dons sagrados, contudo, a nova prática triunfou.
Foram aduzidas razões higiênicas, mas tudo o que marcou o triunfo definitivo do novo rito, foram sobretudo razões humanas. O rito trata os homens mais como pessoas humanas. As pessoas não se sentiam mais alimentadas com dons sagrados e intocáveis pelas mãos sagradas de uma pessoa consagrada e elevada; pelo modo de comungar, viam-se tratadas como pessoas como pessoas adultas capazes de agir, humanas.
A mudança do rito - não tão radical em si mesma - significou, de uma vez, que uma liturgia, até então em certo sentido alienante, se aproximava mais das pessoas. Comungar tornou-se um ato humano e esse gesto contribuiu para tornar possível uma participação mais estreita. Por própria experiência, sei muito bem que esta prática mudada da comunhão conquistou as paróquias holandesas. Turistas holandeses no exterior muitas vezes de admiravam de que ainda não se praticava este rito em outras partes.
O estender a mão para receber a comunhão era quase um gesto de desafio, uma forma de “holandite”;
Há uma variante nesse modo de comungar, uma forma alternativa do assim chamado
Deve-se notar, antes de mais nada, que o gesto esta bastante negligenciado na liturgia romana por razões práticas, mas propriamente não justificadas, apelando-se, por vezes, para um antiquado princípio teológico do Christus totus no pão. Os ritos da cdeia que são descritos nos Evangelhos e que forma a base da Eucaristia e em particular com a narrativa da instituição.
Jesus realizou, naturalmente, o rito judeu da ceia; este rito inclui não só oração, mas o partir do pão e o entregar aos comensais este pão partido e dividido. É um, quem preside à oração e aos gestos, mas preside a uma ceia comunitária, na qual todos são iguais. Os ritos determinam a solidariedade entre os participantes da ceia, e ao mesmo tempo, a particularidade de cada um. O gesto nada tem a ver com uma massificação, mas faz o contrário.
Cada qual é convidado a se servir , a tomar o pão e o cálice. O tomar o pão é o assentimento e a afirmação de que se quer participar. Este modo de comungar é um gesto próprio, cada um faz, por si mesmo, alguma coisa: toma o pão da bandeja e passa adiante. Não se recebe como criança o dom sagrado do Santo, mas cada um se sabe convidado a participar. Para usar, neste contexto, uma palavra muito comum: o gesto é democrático.
Este gesto já é empregado há muito tempo nos ritos da Reforma, embora tenha começado talvez por reação. O efeito dessa pequena mudança é múltiplo. Em primeiro lugar, a Eucaristia, se torna, de uma celebrada sagrada, a celebração de uma ceia comunitária, à qual cada um é um convidado pelo Senhor. O tomar o pão é um ato pessoal de participação e de aceitação do convite. Além disso, o gesto, aliado ao passar do pão, é um sinal de solidariedade.
Finalmente, esta variante no modo de comungar significa uma relativização do papel do dirigente. Este entrega a bandeja para fazê-la passar entre os outros participantes. Faz com que todos participem no papel de distribuir entre si. Ele mesmo é o último a tomar o pão da bandeja que lhe é entregue por um dos participantes. Ensina a experiência que este modo de comungar, aliado ao gesto do partir do pão, muda a imagem da Eucaristia, inclusive a vivência deste sacramento .” Páginas 76,77,78.
O modo de comungar (na discplina católica tradicional)
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A existência das normas e de livros que norteiam a celebração exala para todos a unidade do Rito Romano, garantindo sua ortodoxia, isonomia e eficácia a todos os fiéis latinos. Trata-se de uma lente convergente, cujo ponto focal está no Sacrifício de Cristo e seguir as regras universais garante que os raios passarão pelo foco! Preveem-se gestos e orações para as diversas espécies de seres humanos que tomam parte na celebração em papéis distintos, fazendo com que sempre (e aqui empregado, talvez, no sentido mais próprio que o advérbio deva ter para o caso) e em todo lugar o Calvário se faça presente.
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Ora, como o elo visível que resplandece a unidade católica está em Roma, justo que seja a Sé Apostólica a autoridade competente para resguardar o espírito litúrgico e, de fato, assim se faz, para que se possa “oferecer em toda parte, do nascer ao pôr-do-Sol um sacrifício perfeito” (cf. OE III), permitindo ao povo de Deus “participar do mesmo pão e do mesmo cálice” (cf. OE IV). O que consta, pois, nos livros litúrgicos; o que foi previsto, é a essência do que é necessário ao Sacrifício. É altamente perigoso renegar às consciências individuais a autoridade sobre a legislação litúrgica e sua adequação à Tradição. E por isso, a norma oficial é exatamente a de que ninguém, sem a devida idoneidade, acrescente ou suprima nada em matéria litúrgica (cf. SC 22)!
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O problema da “permissão da comunhão na mão” foi por causa de bispos desobedientes da Alemanha. Eles deram na mão, o Papa Paulo VI mandou parar, eles não pararam, e para não dar “confusão” o Papa “autorizou” em determinadas circunstâncias, sob pedido. O problema é: a exceção virou regra. Por direito, nós, fiéis, temos por prioridade a comunhão na boca e de joelhos, mas por causa desses padres modernistas e contra-tradição eles insistem em dizer que a gente tem que comungar na mão, e que a comunhão na boca é uma “opção”.
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Nosso Senhor está sendo, a cada comunhão na mão, mais desrespeitado e ultrajado. Primeiro pela displicência, porque ninguém sabe o que está comungando. Segundo pela irreverência, porque o pegam de qualquer jeito. Terceiro pela profanação porque as mãos das pessoas estão sujas e é com a mão suja que tocam Nosso Senhor.
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Segundo Santo Tomás de Aquino, que segundo São Pio X é o Doutor de preferência da Igreja, somente os sacerdotes podem tocar em Nosso Senhor porque só eles têm as mãos consagradas. Portanto, leigos não podem tocar em Nosso Senhor!
. “Devemos, pois, ensinar que só aos sacerdotes foi dado poder de consagrar a Sagrada Eucaristia, e de distribuí-la aos fiéis cristãos. Sempre foi praxe da Igreja que o povo fiel recebesse o Sacramento pelas mãos dos sacerdotes, e os sacerdotes comungassem por si próprios, ao celebrarem os Sagrados Mistérios. Assim o definiu o Santo Concílio de Trento; e determinou que esse costume devia ser religiosamente conservado, por causa de sua origem apostólica, e porque também Cristo Nosso Senhor nos deu o exemplo, quando consagrou Seu Corpo Santíssimo, e por Suas próprias mãos O distribuiu aos Apóstolos.
De mais a mais, com o intuito de salvaguardar, sob todos os aspectos, a dignidade de tão augusto Sacramento, não se deu unicamente aos sacerdotes o poder de administrá-lo: como também se proibiu, por uma lei da Igreja, que, salvo grave necessidade ninguém sem Ordens Sacras ousasse tomar nas mãos ou tocar vasos sagrados, panos de linho, e outros objetos necessários à confecção da Eucaristia.
Destas determinações podem todos, os próprios sacerdotes e os demais fiéis, inferir quão virtuosos e tementes a Deus devem ser aqueles que se dispõem a consagrar, a ministrar, ou a receber a Sagrada Eucaristia”.
(Catecismo Romano)
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“Na comunhão sacramental sempre foi costume na Igreja de Deus receberem os leigos a comunhão das mãos do sacerdote, e os sacerdotes darem-na a si próprios, quando celebram [cân. 10]. Com razão e justiça se deve conservar este costume como proveniente da Tradição apostólica”.
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(Concílio de Trento, sess.XIII, cap.VIII)
.“No ato de receber a sagrada Comunhão, devemos estar de joelhos, com a cabeça medianamente levantada, com os olhos modestos e voltados para a sagrada Hóstia, com a boca suficientemente aberta e com a língua um pouco estendida sobre o lábio inferior. Senhoras e meninas devem estar com a cabeça coberta”.
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(Catecismo de São Pio X)
. “Ao mesmo tempo, falando da comunhão na mão, importa reconhecer que foi uma prática introduzida abusivamente e à pressa em alguns ambientes da Igreja, imediatamente depois do Concílio, mudando assim a secular prática precedente e tornando-se agora a prática regular para toda a Igreja.(...)
(...) Agora, eu creio que terá chegado o momento de avaliar bem a referida prática e de rever e, se necessário, abandonar a actual que, de facto, não foi indicada, nem na própria Sacrosanctum Concilium, nem pelos Padres Conciliares, mas foi aceite, depois de uma introdução abusiva em alguns Países. Agora, mais do que nunca, é necessário ajudar os fiéis a renovar uma viva fé na presença real de Cristo nas espécies Eucarísticas, com o fim de reforçar a própria vida da Igreja e de a defender, no meio das perigosas distorsões da fé que uma tal situação continua a causar”.
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(Dom Malcolm Ranjith – Secretário da Congregação do Culto Divino e da Disciplina dos Sacramentos – Prefácio à obra “Dominus est” de Dom Athanasius Schneider – Ed.Anunciai a Boa Nova – pp.10 e 12)
. Aliás, se não fosse pela CNBB essa regra da comunhão na mão não vigoraria no Brasil. Foi a CNBB quem pediu a “autorização” para que aqui a comunhão fosse dada na mão. Essa “concessão” da comunhão na mão não era para ter virado regra, pois foi uma exceção concedida somente para a Alemanha por causa da desobediência de determinados sacerdotes. Porém, os outros países foram, pouco a pouco, pedindo autorização também. O problema é que essa permissão era temporária, por causa da epidemia de meningite que ocorreu na década de 80 aqui no Brasil. Mas, infelizmente, e como sempre, o que era temporário virou regra e permanece até hoje.
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Para mostrar como a CNBB não está nem aí para os abusos e profanações da Santíssima Eucaristia cito a declaração feita na reunião de Itaici por Dom Clemente José Carlos Isnard, então na época Presidente da Comissão Nacional de Liturgia da CNBB:
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“... não é missão da Comissão Nacional da Liturgia reprimir quaisquer abusos; mas é missão desta entidade incitar e encorajar abusos, ainda que esses abusos cheguem à profanação do Corpo de Deus”. Dom Clemente diz no SEDOC de abril de 75, pág. 978: “julgo, porém, de meu dever repetir mais uma vez que os abusos em matéria litúrgica não podem ser medidos com a mesma escala. Há transgressões da disciplina vigente que embora ilícitas, estão na linha duma evolução facilmente previsível e que em pouco tempo poderão estar sancionadas por uma legislação proveniente de autoridade competente”.
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Aí dá pra ver o pensamento modernista sacrílego que esses liturgistas infelizes tem.
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Relembrando, os documentos sobre a comunhão na mão não foram feitos para trazer algo que era ideal, ou mesmo costume antigo da Igreja, mas foram feitos para “solucionar” a rebeldia da desobediência de um país em questão [Alemanha]. Se hoje é permitida a comunhão na mão, foi por causa do gesto grave e profanatório de alguns sacerdotes, e agora o que não era para acontecer, aconteceu.
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Cuidem os progressistas para não cair no historicismo, que diz que “o que seria verdade num tempo, já não o seria mais hoje”. Alegar que todos os documentos anteriores ao CVII já não são importantes e não valem mais pra hoje porque foram feitos para uma determinada época é heresia, e portanto, condenado pela Igreja na Fides et Ratio.
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Assim também cuidem para não cairem no arquelogismo, dizendo que porque a comunhão era dada antigamente na mão hoje deve ser uma prática retomada na Igreja como regra a esse exemplo (Veritatis Splendor). Isso é uma heresia condenada, e alegar que a comunhão na mão não é mau em si porque era costume antigo pode contribuir para esse tipo de pensamento.
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Se a comunhão na mão era feita no início dos tempos e depois foi proibida é porque existiram sérias razões para isso, e que hoje essas razões seriam fichinha comparadas aos verdadeiros absurdos que somos obrigados a ver e a presenciar dia após dia.
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Objeção modernista: No início do Cristianismo, até o Século IX, a forma ordinária de se comungar era recebendo na mão. A Igreja tem vários relatos sobre isso, dentre os quais o de São Cirilo de Jerusalém. Essa era a Tradição.
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NÃO, porque “pelo menos a partir do século VI, a Igreja começou a adoptar a modalidade de distribuir as sagradas espécies eucarísticas directamente na boca. Assim o testemunham: a biografia do Papa Gregório Magno (pontífice nos anos 590-604) e uma indicação do mesmo Papa. O sínodo de Córdova do ano 839 condenou a seita dos chamados “casiani”, por causa da sua recusa de receber a sagrada Comunhão directamente na boca . Depois, o sínodo de Rouen, no ano 878, confirmava a norma vigente da distribuição do Corpo do Senhor na língua, ameaçando os ministros sagrados de suspensão do seu cargo, se tivessem distribuído aos leigos a Sagrada Comunhão na mão”, segundo o livro Dominus Est, de D. Athanasius, p. 24
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Na Igreja antiga, os homens, antes de receber o pão consagrado, deviam lavar as palmas das mãos . Por outro lado, o fiel inclinava-se profundamente, recebendo o Corpo do Senhor com a boca, diretamente da palma da mão direita e não da mão esquerda. A palma da mão servia por assim dizer como patena ou corporal (especialmente para as mulheres). Assim se lê num sermão de São Cesário de Arles (470-542): “Todos os homens que desejem comungar, devem lavar as suas próprias mãos. E todas as mulheres devem trazer um pano de linho,sobre o qual recebem o Corpo de Cristo”, p. 39, não tocando diretamente em Nosso Senhor!
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Ainda existe outro estudo afirmando que a comunhão na mão não é prática antiga da Igreja. Isso foi espalhado pelos modernistas para fazer confusão na cabeça do povo. De acordo com R. Pe. Giuseppe Pace, que se pode encontrar o original aqui http://www.unavox.it/032b.htm, onde ele diz que:
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“Ao contrário, a alegação de que o uso da Comunhão na mão era o costume ordinário tanto na Igreja Ocidental como Oriental por mais de mil anos, é totalmente falsa”.
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Neste artigo o padre explica que a justificativa dos modernistas para difundir tal prática se baseia em um texto conhecido como Catequese Mistagógica, atribuída a São Cirilo. Este autor ainda apresenta uma série de argumentos mostrando que a prática comum da Igreja sempre foi receber as santas espécies diretamente na boca:
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“Temos ao invés os testemunhos de um costume totalmente oposto, ou seja, o costume ordinário de dispor as Sagradas Espécies diretamente sobre a língua do comungante e da proibição aos leigos de tocar as Sagradas Espécies com as próprias mãos. Somente em casos de necessidade extraordinária e em tempos de perseguição, nos assegura São Basílio, se podia derrogar a dita norma e era concedido aos leigos comungar com as próprias mãos (P. G., XXXII, coll. 483-486).”
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“Santo Eutiquiano, Papa de 275 a 283, para evitar que o Santíssimo Sacramento fosse profanado, proibia aos leigos até mesmo de portar as Sagradas Espécies aos doentes «Nullus præsumat tradere communionem laico vel femminæ ad deferendum infirmo» (Ninguém ouse entregar a comunhão a um leigo ou a uma mulher para porta-la a um enfermo) (P. L., V, coll. 163-168).”
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“Já no Ocidente é indubitável que o próprio São Gregório Magno administrava desse modo a Santa Comunhão aos leigos, pois já bem antes do Concílio de Saragoza no ano 380, havia lançado a excomunhão contra aqueles que ousassem tratar a Santíssima Eucaristia como se estivessem em tempos de perseguição, ou seja, tempos em que ao fiel leigo era permitido tocar as espécies sagradas caso se encontrasse numa situação de necessidade (SAENZ DE AGUIRRE, Notitia Conciliorum Hispaniæ, Salamanca, 1686, pag. 495).”
.“Não se deve reintroduzir um rito só por ser antigo, pois a Liturgia desenvolve-se organicamente ao longo dos séculos. (vide Mediator Dei de Pio XII)”
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Acontece que o Rito Novo não é algo organicamente desenvolvido aos longo dos séculos, mas totalmente criado, como citado pelo próprio Cardeal Ratzinger:
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“O que ocorreu após o Concílio é algo completamente distinto: no lugar de uma liturgia fruto de um desenvolvimento contínuo, introduziu-se uma liturgia fabricada. Escapou-se de um processo de crescimento e de devir para entrar em outro de fabricação. Não se quis continuar o devir e o amadurecimento orgânico do que existiu durante séculos. Foi substituído, como se fosse uma produção industrial, por uma fabricação que é um produto banal do momento”. (RATZINGER, Joseph in GAMBER, Klaus. A Reforma Litúrgica – edição virtual. Prefácio: ‘A Intrepidez de uma verdadeira testemunha’, p.8)
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I. Se os progressistas realmente entendessem o Quão Santo é Nosso Senhor, não seriam MESCE, porque só aos sacerdotes é outorgado o poder de tocá-Lo. Essa bagunça de “Ministro Extraordinário da Sagrada Comunhão” começou após o CVII, com o advento da Missa Nova. No Rito Antigo, rezado na Igreja até meados de 1960, isso não existia.
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II. Se eles realmente soubessem Quão Grande e Magnificente é nosso Deus, não diriam tamanhas tolices a cerca da “defesa” da comunhão na mão, mesmo com um dito-cujo documento que não foi criado para ser regra, mas sim para não dar oportunidades para maiores profanações por causa da desobediência de certos sacerdotes.
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Herege é quem nega uma Verdade de Fé, caindo num erro doutrinário-dogmático, condenado pela Igreja. Isso foi os progressistas quem fizeram quando cairam na heresia historicista, afirmando que São Cirilo e Santo Tomás tinham Tradições diferentes. Como sabemos, a Tradição da Igreja Católica Apostólica Romana é uma só, passada até hoje desde os Apóstolos. Não é à toa que temos como Guia e Depósito de Fé o Magistério e a Tradição da Igreja.
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Profanação é irreverência com o que é santo, é macular o sagrado, como tocar em Nosso Senhor sem ter a dignidade para tal, entre outras coisas. Como já falado milhões de vezes, somente o sacerdote tem dignidade para isso, porque somente ele tem as mãos consagradas. Leigos não tem mãos consagradas, portanto não podem tocar em Nosso Senhor. Toda vez que alguém toca em Jesus Eucaristia, que não seja um sacerdote, está desrespeitando-O, sendo irreverente e profanando-O. Isso Santo Tomás explicita muito bem.
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Situação de Necessidade: “é unicamente em tempo de perseguição, em caso de real necessidade e se o padre, ministro ordinário do Sacramento, estiver impedido, que os leigos podem manipular a Santa Eucaristia”.
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Costume Local como já diz, se referencia a determinada região e não se estende a todos os locais do mundo, muito menos se referencia à Tradição da Igreja.
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Ora, como o elo visível que resplandece a unidade católica está em Roma, justo que seja a Sé Apostólica a autoridade competente para resguardar o espírito litúrgico e, de fato, assim se faz, para que se possa “oferecer em toda parte, do nascer ao pôr-do-Sol um sacrifício perfeito” (cf. OE III), permitindo ao povo de Deus “participar do mesmo pão e do mesmo cálice” (cf. OE IV). O que consta, pois, nos livros litúrgicos; o que foi previsto, é a essência do que é necessário ao Sacrifício. É altamente perigoso renegar às consciências individuais a autoridade sobre a legislação litúrgica e sua adequação à Tradição. E por isso, a norma oficial é exatamente a de que ninguém, sem a devida idoneidade, acrescente ou suprima nada em matéria litúrgica (cf. SC 22)!
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O problema da “permissão da comunhão na mão” foi por causa de bispos desobedientes da Alemanha. Eles deram na mão, o Papa Paulo VI mandou parar, eles não pararam, e para não dar “confusão” o Papa “autorizou” em determinadas circunstâncias, sob pedido. O problema é: a exceção virou regra. Por direito, nós, fiéis, temos por prioridade a comunhão na boca e de joelhos, mas por causa desses padres modernistas e contra-tradição eles insistem em dizer que a gente tem que comungar na mão, e que a comunhão na boca é uma “opção”.
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Nosso Senhor está sendo, a cada comunhão na mão, mais desrespeitado e ultrajado. Primeiro pela displicência, porque ninguém sabe o que está comungando. Segundo pela irreverência, porque o pegam de qualquer jeito. Terceiro pela profanação porque as mãos das pessoas estão sujas e é com a mão suja que tocam Nosso Senhor.
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Segundo Santo Tomás de Aquino, que segundo São Pio X é o Doutor de preferência da Igreja, somente os sacerdotes podem tocar em Nosso Senhor porque só eles têm as mãos consagradas. Portanto, leigos não podem tocar em Nosso Senhor!
. “Devemos, pois, ensinar que só aos sacerdotes foi dado poder de consagrar a Sagrada Eucaristia, e de distribuí-la aos fiéis cristãos. Sempre foi praxe da Igreja que o povo fiel recebesse o Sacramento pelas mãos dos sacerdotes, e os sacerdotes comungassem por si próprios, ao celebrarem os Sagrados Mistérios. Assim o definiu o Santo Concílio de Trento; e determinou que esse costume devia ser religiosamente conservado, por causa de sua origem apostólica, e porque também Cristo Nosso Senhor nos deu o exemplo, quando consagrou Seu Corpo Santíssimo, e por Suas próprias mãos O distribuiu aos Apóstolos.
De mais a mais, com o intuito de salvaguardar, sob todos os aspectos, a dignidade de tão augusto Sacramento, não se deu unicamente aos sacerdotes o poder de administrá-lo: como também se proibiu, por uma lei da Igreja, que, salvo grave necessidade ninguém sem Ordens Sacras ousasse tomar nas mãos ou tocar vasos sagrados, panos de linho, e outros objetos necessários à confecção da Eucaristia.
Destas determinações podem todos, os próprios sacerdotes e os demais fiéis, inferir quão virtuosos e tementes a Deus devem ser aqueles que se dispõem a consagrar, a ministrar, ou a receber a Sagrada Eucaristia”.
(Catecismo Romano)
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“Na comunhão sacramental sempre foi costume na Igreja de Deus receberem os leigos a comunhão das mãos do sacerdote, e os sacerdotes darem-na a si próprios, quando celebram [cân. 10]. Com razão e justiça se deve conservar este costume como proveniente da Tradição apostólica”.
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(Concílio de Trento, sess.XIII, cap.VIII)
.“No ato de receber a sagrada Comunhão, devemos estar de joelhos, com a cabeça medianamente levantada, com os olhos modestos e voltados para a sagrada Hóstia, com a boca suficientemente aberta e com a língua um pouco estendida sobre o lábio inferior. Senhoras e meninas devem estar com a cabeça coberta”.
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(Catecismo de São Pio X)
. “Ao mesmo tempo, falando da comunhão na mão, importa reconhecer que foi uma prática introduzida abusivamente e à pressa em alguns ambientes da Igreja, imediatamente depois do Concílio, mudando assim a secular prática precedente e tornando-se agora a prática regular para toda a Igreja.(...)
(...) Agora, eu creio que terá chegado o momento de avaliar bem a referida prática e de rever e, se necessário, abandonar a actual que, de facto, não foi indicada, nem na própria Sacrosanctum Concilium, nem pelos Padres Conciliares, mas foi aceite, depois de uma introdução abusiva em alguns Países. Agora, mais do que nunca, é necessário ajudar os fiéis a renovar uma viva fé na presença real de Cristo nas espécies Eucarísticas, com o fim de reforçar a própria vida da Igreja e de a defender, no meio das perigosas distorsões da fé que uma tal situação continua a causar”.
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(Dom Malcolm Ranjith – Secretário da Congregação do Culto Divino e da Disciplina dos Sacramentos – Prefácio à obra “Dominus est” de Dom Athanasius Schneider – Ed.Anunciai a Boa Nova – pp.10 e 12)
. Aliás, se não fosse pela CNBB essa regra da comunhão na mão não vigoraria no Brasil. Foi a CNBB quem pediu a “autorização” para que aqui a comunhão fosse dada na mão. Essa “concessão” da comunhão na mão não era para ter virado regra, pois foi uma exceção concedida somente para a Alemanha por causa da desobediência de determinados sacerdotes. Porém, os outros países foram, pouco a pouco, pedindo autorização também. O problema é que essa permissão era temporária, por causa da epidemia de meningite que ocorreu na década de 80 aqui no Brasil. Mas, infelizmente, e como sempre, o que era temporário virou regra e permanece até hoje.
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Para mostrar como a CNBB não está nem aí para os abusos e profanações da Santíssima Eucaristia cito a declaração feita na reunião de Itaici por Dom Clemente José Carlos Isnard, então na época Presidente da Comissão Nacional de Liturgia da CNBB:
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“... não é missão da Comissão Nacional da Liturgia reprimir quaisquer abusos; mas é missão desta entidade incitar e encorajar abusos, ainda que esses abusos cheguem à profanação do Corpo de Deus”. Dom Clemente diz no SEDOC de abril de 75, pág. 978: “julgo, porém, de meu dever repetir mais uma vez que os abusos em matéria litúrgica não podem ser medidos com a mesma escala. Há transgressões da disciplina vigente que embora ilícitas, estão na linha duma evolução facilmente previsível e que em pouco tempo poderão estar sancionadas por uma legislação proveniente de autoridade competente”.
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Aí dá pra ver o pensamento modernista sacrílego que esses liturgistas infelizes tem.
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Relembrando, os documentos sobre a comunhão na mão não foram feitos para trazer algo que era ideal, ou mesmo costume antigo da Igreja, mas foram feitos para “solucionar” a rebeldia da desobediência de um país em questão [Alemanha]. Se hoje é permitida a comunhão na mão, foi por causa do gesto grave e profanatório de alguns sacerdotes, e agora o que não era para acontecer, aconteceu.
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Cuidem os progressistas para não cair no historicismo, que diz que “o que seria verdade num tempo, já não o seria mais hoje”. Alegar que todos os documentos anteriores ao CVII já não são importantes e não valem mais pra hoje porque foram feitos para uma determinada época é heresia, e portanto, condenado pela Igreja na Fides et Ratio.
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Assim também cuidem para não cairem no arquelogismo, dizendo que porque a comunhão era dada antigamente na mão hoje deve ser uma prática retomada na Igreja como regra a esse exemplo (Veritatis Splendor). Isso é uma heresia condenada, e alegar que a comunhão na mão não é mau em si porque era costume antigo pode contribuir para esse tipo de pensamento.
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Se a comunhão na mão era feita no início dos tempos e depois foi proibida é porque existiram sérias razões para isso, e que hoje essas razões seriam fichinha comparadas aos verdadeiros absurdos que somos obrigados a ver e a presenciar dia após dia.
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Objeção modernista: No início do Cristianismo, até o Século IX, a forma ordinária de se comungar era recebendo na mão. A Igreja tem vários relatos sobre isso, dentre os quais o de São Cirilo de Jerusalém. Essa era a Tradição.
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NÃO, porque “pelo menos a partir do século VI, a Igreja começou a adoptar a modalidade de distribuir as sagradas espécies eucarísticas directamente na boca. Assim o testemunham: a biografia do Papa Gregório Magno (pontífice nos anos 590-604) e uma indicação do mesmo Papa. O sínodo de Córdova do ano 839 condenou a seita dos chamados “casiani”, por causa da sua recusa de receber a sagrada Comunhão directamente na boca . Depois, o sínodo de Rouen, no ano 878, confirmava a norma vigente da distribuição do Corpo do Senhor na língua, ameaçando os ministros sagrados de suspensão do seu cargo, se tivessem distribuído aos leigos a Sagrada Comunhão na mão”, segundo o livro Dominus Est, de D. Athanasius, p. 24
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Na Igreja antiga, os homens, antes de receber o pão consagrado, deviam lavar as palmas das mãos . Por outro lado, o fiel inclinava-se profundamente, recebendo o Corpo do Senhor com a boca, diretamente da palma da mão direita e não da mão esquerda. A palma da mão servia por assim dizer como patena ou corporal (especialmente para as mulheres). Assim se lê num sermão de São Cesário de Arles (470-542): “Todos os homens que desejem comungar, devem lavar as suas próprias mãos. E todas as mulheres devem trazer um pano de linho,sobre o qual recebem o Corpo de Cristo”, p. 39, não tocando diretamente em Nosso Senhor!
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Ainda existe outro estudo afirmando que a comunhão na mão não é prática antiga da Igreja. Isso foi espalhado pelos modernistas para fazer confusão na cabeça do povo. De acordo com R. Pe. Giuseppe Pace, que se pode encontrar o original aqui http://www.unavox.it/032b.htm, onde ele diz que:
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“Ao contrário, a alegação de que o uso da Comunhão na mão era o costume ordinário tanto na Igreja Ocidental como Oriental por mais de mil anos, é totalmente falsa”.
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Neste artigo o padre explica que a justificativa dos modernistas para difundir tal prática se baseia em um texto conhecido como Catequese Mistagógica, atribuída a São Cirilo. Este autor ainda apresenta uma série de argumentos mostrando que a prática comum da Igreja sempre foi receber as santas espécies diretamente na boca:
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“Temos ao invés os testemunhos de um costume totalmente oposto, ou seja, o costume ordinário de dispor as Sagradas Espécies diretamente sobre a língua do comungante e da proibição aos leigos de tocar as Sagradas Espécies com as próprias mãos. Somente em casos de necessidade extraordinária e em tempos de perseguição, nos assegura São Basílio, se podia derrogar a dita norma e era concedido aos leigos comungar com as próprias mãos (P. G., XXXII, coll. 483-486).”
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“Santo Eutiquiano, Papa de 275 a 283, para evitar que o Santíssimo Sacramento fosse profanado, proibia aos leigos até mesmo de portar as Sagradas Espécies aos doentes «Nullus præsumat tradere communionem laico vel femminæ ad deferendum infirmo» (Ninguém ouse entregar a comunhão a um leigo ou a uma mulher para porta-la a um enfermo) (P. L., V, coll. 163-168).”
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“Já no Ocidente é indubitável que o próprio São Gregório Magno administrava desse modo a Santa Comunhão aos leigos, pois já bem antes do Concílio de Saragoza no ano 380, havia lançado a excomunhão contra aqueles que ousassem tratar a Santíssima Eucaristia como se estivessem em tempos de perseguição, ou seja, tempos em que ao fiel leigo era permitido tocar as espécies sagradas caso se encontrasse numa situação de necessidade (SAENZ DE AGUIRRE, Notitia Conciliorum Hispaniæ, Salamanca, 1686, pag. 495).”
.“Não se deve reintroduzir um rito só por ser antigo, pois a Liturgia desenvolve-se organicamente ao longo dos séculos. (vide Mediator Dei de Pio XII)”
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Acontece que o Rito Novo não é algo organicamente desenvolvido aos longo dos séculos, mas totalmente criado, como citado pelo próprio Cardeal Ratzinger:
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“O que ocorreu após o Concílio é algo completamente distinto: no lugar de uma liturgia fruto de um desenvolvimento contínuo, introduziu-se uma liturgia fabricada. Escapou-se de um processo de crescimento e de devir para entrar em outro de fabricação. Não se quis continuar o devir e o amadurecimento orgânico do que existiu durante séculos. Foi substituído, como se fosse uma produção industrial, por uma fabricação que é um produto banal do momento”. (RATZINGER, Joseph in GAMBER, Klaus. A Reforma Litúrgica – edição virtual. Prefácio: ‘A Intrepidez de uma verdadeira testemunha’, p.8)
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I. Se os progressistas realmente entendessem o Quão Santo é Nosso Senhor, não seriam MESCE, porque só aos sacerdotes é outorgado o poder de tocá-Lo. Essa bagunça de “Ministro Extraordinário da Sagrada Comunhão” começou após o CVII, com o advento da Missa Nova. No Rito Antigo, rezado na Igreja até meados de 1960, isso não existia.
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II. Se eles realmente soubessem Quão Grande e Magnificente é nosso Deus, não diriam tamanhas tolices a cerca da “defesa” da comunhão na mão, mesmo com um dito-cujo documento que não foi criado para ser regra, mas sim para não dar oportunidades para maiores profanações por causa da desobediência de certos sacerdotes.
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Herege é quem nega uma Verdade de Fé, caindo num erro doutrinário-dogmático, condenado pela Igreja. Isso foi os progressistas quem fizeram quando cairam na heresia historicista, afirmando que São Cirilo e Santo Tomás tinham Tradições diferentes. Como sabemos, a Tradição da Igreja Católica Apostólica Romana é uma só, passada até hoje desde os Apóstolos. Não é à toa que temos como Guia e Depósito de Fé o Magistério e a Tradição da Igreja.
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Profanação é irreverência com o que é santo, é macular o sagrado, como tocar em Nosso Senhor sem ter a dignidade para tal, entre outras coisas. Como já falado milhões de vezes, somente o sacerdote tem dignidade para isso, porque somente ele tem as mãos consagradas. Leigos não tem mãos consagradas, portanto não podem tocar em Nosso Senhor. Toda vez que alguém toca em Jesus Eucaristia, que não seja um sacerdote, está desrespeitando-O, sendo irreverente e profanando-O. Isso Santo Tomás explicita muito bem.
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Situação de Necessidade: “é unicamente em tempo de perseguição, em caso de real necessidade e se o padre, ministro ordinário do Sacramento, estiver impedido, que os leigos podem manipular a Santa Eucaristia”.
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Costume Local como já diz, se referencia a determinada região e não se estende a todos os locais do mundo, muito menos se referencia à Tradição da Igreja.
Utilizar São Cirilo para justificar a comunhão na mão é arqueologismo e historicismo, heresias condenadas pela Igreja. Isso porque ele se referia a uma prática local, que veio, pouco depois, a ser condenada universalmente pela Igreja. Pode-se, inclusive citar inúmeros exemplos de condenações a essa prática na mesma época do santo e ainda antes. Inclusive, São Basílio Magno (330-379) indica, em sua carta nº. 93, que a comunhão na mão foi uma liberdade estabelecida para as perseguições e aos monges do deserto: “If one feels he should in times of persecution, in the absence of a priest or deacon, receive Communion in his own hand, there should be no need to point out that this certainly shows no grave immoderation; for long custom allows this in such cases. In fact, all solitaries in the desert, where there is no priest, reserving Communion in their dwellings, receive It from their own hands.” (St. Basil's words in M. J. Rouët de Journel's Enchiridion Patristicum, n. 916-- Barcelona, 1946 - A.M.S., Editor).
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Com efeito, nessa mesma carta, São Basílio afirma ser “a comunhão na mão tão irregular, que não hesita em considerar uma falta grave”. No ano de 380, ainda, o Concílio de Seragozza decidiu punir com a excomunhão todos os que ousassem continuar com a prática da comunhão na mão, adotada por causa das perseguições.
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Com efeito, nessa mesma carta, São Basílio afirma ser “a comunhão na mão tão irregular, que não hesita em considerar uma falta grave”. No ano de 380, ainda, o Concílio de Seragozza decidiu punir com a excomunhão todos os que ousassem continuar com a prática da comunhão na mão, adotada por causa das perseguições.
O mesmo se dá com São Cirilo, cuja prática da distribuição da Santíssima Eucaristia na mão era apenas local e não geral, e veio somente depois a ser universalmente condenada. E assim mantido por vários séculos, vindo somente a ser retomado como prática abusiva na Alemanha, sendo concedido indulto por medo de rebelião. Utilizá-lo como argumento é ignorância.
Quanto ao texto, estudos sérios indicam que provavelmente trechos desse documento não sejam de sua autoria, mas do Patriarca João, seu sucessor, de ortodoxia questionável. Afinal, como eles “devem” saber, escritos apócrifos são escritos cuja autoria não é certa, não necessariamente heréticos. Existem apócrifos que são aceitos pela Igreja, inclusive há vários na própria Bíblia (Salmos, Cânticos dos Cânticos, Macabeus...), porque a Igreja considerou-os inspirados pelo Espírito Santo. Há outros, em compensação, que são totalmente heréticos, como o Evangelho de Jesus Cristo segundo Maria Madalena.
Um estudioso que afirma ser esses textos apócrifos é o famoso liturgista Jungmann-Brunner, que afirma, em sua obra The Mass of the Roman Rite, vol. 2, p. 191, nº. 25 : “é provável que esse texto seja, na verdade, de autoria do Patriarca João, que o sucedeu na sé de Jerusalém”. Este João tinha uma ortodoxia questionável, como sabemos pelas correspondências de São Epifânio, São Jerônimo e Santo Agostinho”. Um dos argumentos utilizados por Jungmann é a estranha parte da catequese que afirma: “santifica-te também tomando o sangue de Cristo.”
E enquanto teus lábios ainda estão úmidos, roça-os de leve com tuas mãos e santifica teus olhos, tua fronte e teus outros sentidos”. Parte esta que você convenientemente omitiu, e que Jungmann (assim como Dom. Henri LeClerq) afirma ser adição do Patriarca João. Dom. LeClerq ainda afirma ser este trecho estranho dentro do contexto das obras de São Cirilo, pois tem uma certa característica de irreverência ou ainda de superstição, para com a Sagrada Comunhão – não havendo nada assim no resto de suas obras. Somente espero que os liturgistas progressistas, agora, não queiram vir a adotar a prática de beber no cálice, e tocar o Preciosíssimo Sangue com as mãos, tocando depois nos olhos etc.
O que eu defendo é o que a Igreja sempre ensinou. O que ocorre hoje é que muitas coisas, “autorizadas” na Igreja, vão contra a própria Tradição e o Magistério da Igreja, e é isso o que causa tanta polêmica.
Infelizmente, por causa do pensamento modernista e relativista - infiltrados na mente da maioria dos católicos - leigos e clérigos - estão cegos quanto às coisas abusivas que ocorrem na Igreja e inclusive as apóiam e as defendem. É óbvio que se for falar com qualquer padre que tenha traço modernista ele vai dizer que está “tudo bem” em tocar a Santíssima Eucaristia. Fale com um padre tradicional e você vai ver que tipo de resposta ele vai lhe dar.
É nossa obrigação de Cristãos defendermos Nosso Senhor dos ataques, abusos e profanações que Ele sofre. A desculpa de que algo é lícito só porque foi “autorizado” na Igreja não é válida. Se nós sabemos que isso é causa de profanação, se vai contra o que a Igreja SEMPRE ensinou, não devemos ser coniventes. Como já dito, a comunhão na mão foi “autorizada” na Igreja por causa de uma situação abusiva e de desobediência que, para não causar mais situações profanatórias e de revolta, foi “permitida”, mas não foi para o mundo todo, foi só para a Alemanha. O problema é que com o tempo, as Igrejas dos outros países foram pedindo circunstancialmente essa permissão, e ela foi concedida temporariamente (como no caso do Brasil), porém, o temporário virou “eterno”. Entretanto, essas permissões não tornam lícita a distribuição na mão da Santíssima Eucaristia para todo e qualquer momento.
874. “Ensina primeiramente o santo Concílio [de Trento] e confessa aberta e simplesmente que no augusto sacramento da Santa Eucaristia, depois da consagração do pão e do vinho, debaixo das espécies destas coisas sensíveis, se encerra Nosso Senhor Jesus Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, verdadeira, real e substancialmente [cân. l ][...]”
876. “[...]Assim, é bem verdade que tanto uma como outra espécie contêm tanto quanto as duas espécies juntas. Pois o Cristo todo inteiro está sob a espécie de pão e sob a mínima parte desta espécie, bem como sob a espécie de vinho e sob qualquer das partes desta espécie.”
883. “Cân. l. Se alguém negar que no Santíssimo Sacramento da Eucaristia está contido verdadeira, real e substancialmente o corpo e sangue juntamente com a alma e divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo, e por conseguinte o Cristo todo, e disser que somente está nele como sinal, figura ou virtude — seja excomungado [cfr. n° 874 e 876]”.
Sabendo-se que [Conforme o Concílio de Trento definiu] mesmo sob a mínima parte da Eucaristia está Nosso Senhor, essa experiência das luvas é uma grande prova das inúmeras profanações que ocorrem com a Santíssima Eucaristia entregue nas mãos das pessoas que assim comungam e que não tem a mínima noção da Santidade e Majestade Infinita de Nosso Senhor, pois com certeza pequeninas partículas consagradas ficam depositadas sobre as mãos dos comungantes, e estes, na maioria das vezes, tiram o “pózinho” depositado ali batendo e abanando as mãos sem nem perceberem em Quem tocaram! [Ó Jesus, tende piedade de nós!].
Na Missa Tradicional, chamada também de São Pio V ou “Rito Extraordinário”, o padre, depois de consagrar o pão e o vinho, fica com os dedos polegares e indicadores encostados um no outro e não os tocam em mais nada até purificá-los depois da comunhão, porque neles podem haver partículas consagradas, já que ele tocou na Santíssima Eucaristia. As pessoas que recebem Jesus na mão não purificam a mãos depois de comungar, aliás, encostam em Jesus com as mãos sujas, suadas, e depois de tocar em Nosso Senhor ainda limpam as mãos na roupa se duvidar. Não há como dizer que esse tipo de comunhão não é profanatória e até mesmo sacrílega.
Não defendo e jamais defenderei a comunhão na mão. Morrerei combatendo a distribuição de Jesus nas mãos das pessoas, porque isso é profanação com o Corpo de Nosso Senhor, querendo ou não, e como amo meu Senhor, não quero que pisem ou façam farofa dEle!
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