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Cigarro, meu parceiro, meu amigo.


A sociedade atual tende a estigmatizar alguns comportamentos lícitos, como o fumo, ao passo que absolve comportamentos gravíssimos. Como vivemos imersos nessa sociedade, é compreensível que absorvamos alguns desses valores, e nos escandalizemos quando não deveríamos fazê-lo.

O que não é o foco desse artigo, o mesmo não é doutrinário, mas sociológico. O ato de fumar é neutro mas não é incriticável. Uma mãe pode repreender seu filho ao descobrir que o próprio fuma. O médico pode mandar seu paciente parar de fumar. Assim um leigo pode criticar o ato sem implicações de que está indo *contra a doutrina*.

O vício é uma doença, que destrói a vida das pessoas, liberdade e autoconfiança são conceitos humanos, portanto não estão aliados a usos de produtos.

A fumo pode ser fruto, de fato, de uma compulsão, e por isso, uma forma de lidar e diminuir a ansiedade diante de algum temor próprio do imaginário da pessoa. Como o cigarro estimula receptores de prazer no cérebro, este pode compreender essa química como um refúgio.

Exercícios físicos acabam minimizando um pouco os efeitos nocivos de fumar com freqüência.

No entanto, muitos efeitos como no caso das mais de 4700 substância tóxicas do fumo não são compensadas pelo exercício, ou outros efeitos do álcool.

E também é sabido que o condicionamento será sempre mediano uma vez que é impedido de melhorar devido a combinação álcool e fumo.

Imagina só o esforço e a sobrecarga que o organismo recebe para se equilibrar recebendo doses de fumo e depois picos de estresse físico e ainda recuperação!

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É realmente correto proibir algumas pessoas de fumarem porque outras simplesmente não gostam do cigarro pelo simples motivo que proibir alguém de fumar perto dos outros é uma medida de preservação do direito de não fumar. Quem quiser fumar duzentos maços de cigarro por dia vai em frente, mas dá um jeito de engolir 100% da fumaça.

Muitos fumantes se consideram tolhidos por proibições de fumar, mas estes mesmos fumantes não consideram que estão tolhendo o direito que um não fumante tem de não respirar a maldita fumaça do maldito cigarro fedorento que eles acendem de cinco em cinco minutos.

O problema é que quem muitas pessoas que não fumam insistem no estranhíssimo ato de respirar, e não me parece muito justo que um não fumante seja obrigado a inalar a fumaça de um cigarro que não comprou nem acendeu.

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Cigarro é uma desgraça mesmo. Quem gosta de fumar, que fume, mas deve respeitar os ambientes fechados. Ninguém é obrigado a engolir fumaça alheia. Só quem não fuma pra saber o quanto é desagradável a fumaça de cigarro. Quando uma pessoa está fumando, sua fumaça vai na direção dos outros e não em si próprio.

Fumar na rua, ambiente aberto, não vejo mal. Mas acho certíssimo proibir o fumo em ambientes fechados, prédios públicos, lojas, restaurantes.

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Infelizmente, tem gente que não tem um pingo de educação e respeito e fuma em cima dos outros literalmente. Quem trabalha em comércio sabe que é comum nego se debruçar no balcão com cigarro e a a fumaça vindo direto na sua cara. Mesmo com plaquinha, eles não respeitam. Tem uns que até dão piti quando veem (mesmo sem a gente falar nada). Há quem peita dizendo que fumava aonde queria. Na casa dele e na rua, sim. Em ambientes particulares tinha regra.
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Há quem questione e fale que está num ambiente público. Esses são tão estúpidos que não acham que por ser uma loja, aberta ao público, o ambiente era público. É aquela coisa do brasileiro que não sabe diferenciar público do privado.
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Ao invés de acharmos ruins proibições de fumo, vamos incentivar os jovens a não iniciarem nesta porcaria. O cigarro é algo que não só prejudica o usuário, mas todos ao seu redor. Contamina os filhos, destrói até casamento.
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Nem cigarro de nicotina e nem de maconha. Pelo menos não em público. Só deve fumar quem quer. De cigarro eu não quero ser ativo e nem passivo. Este é o ponto mais negligenciado nas discussões sobre o fumo: quem é fumante começa a berrar contra as proibições de fumar em bares, restaurantes etc. “O Estado não pode me tirar o direito, o Estado não pode isso, não pode aquilo...” Mas o fumante pode desrespeitar à vontade o direito que os não fumantes têm de não respirar a fumaça do cigarro alheio. Isso pode. Ou seja, por este argumento pro diabo com o direito que o não fumante tem de não fumar, ele “que mude de bar, de amigos, de casa...
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Assim, quem tem a petulância de não querer respirar fumaça do cigarro dos outros passa a ser “trouxa, viadinho, criança”. É tão difícil compreender que o direito de fumar num local é absolutamente incompatível com o direito de não fumar? Será tão difícil compreender que fumar é um direito tão em vigor quanto o direito de não inalar à força a fumaça dos outros?
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Ninguém tem a opção de não respirar, então respirar a fumaça de cigarro num ambiente é algo imposto pelo fumante ao não fumante. E se disserem que o não fumante é que tem que mudar de bar, então causar incômodos aos outros passa a ser um direito.
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Ninguém discorda que uma pessoa que gosta de escutar música num volume ensurdecedor tem que ir a locais com tratamento acústico para não incomodar os outros. Mas quando o assunto é fumar, aí o fumante se considera perseguido porque tem viadinhos e trouxas que cometem o sacrilégio de se sentirem incomodadas.
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Ir a um bar e sair com cheiro de fritura ou uma uma churrascaria com cheiro de churrasco faz parte de uma escolha voluntária, e o cheiro da fritura e do churrasco são inerentes ao produto servido no bar ou churrascaria, produtos estes desejados por quem frequenta estes locais, ao contrário de inalar a fumaça do cigarro dos outros. O argumento é absolutamente impróprio porque as situações de escolha e falta de escolha nos casos em tela são diametralmente opostos.
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Os fumantes não sabem que o Estado pode, sim, interferir em centenas de condutas privadas. Todo, absolutamente todo o ordenamento jurídico consiste nisto.
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Aliás, se uma coisa percebi é que fumantes invertem sujeito e objeto. Chamam de viadinho, trouxa quem simplesmente não quer respirar fumaça de cigarro, mas não percebem que a viadagem é justamente deles, que ficam horrorizadinhos e chocadinhos se alguém reclama do incômodo que causam. 
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A Souza Cruz não perde tempo, visando uma futura legalização da maconha, ela registrou aqui no Brasil, em 93, a marca Marley. Quem quiser conferir, o site do Instituto Nacional de Propriedade Industrial, e procurar na seção Marcas o processo 817607064.
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Parabenizamos pela nova vida dos que abandonaram o vício do cigarro e pela maratona, os que param de usar o cigarro tem que encontrar novos interesses, pois sobra mais tempo pra isto, o cigarro talvez não se perceba mas ele rouba muito tempo do fumante.
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Todas as pessoas tem problemas, dúvidas, angústias, e as vezes quem está deixando o cigarro pensa que aquele momento esta acontecendo por este fato. Pode haver dúvida de sub-consciente criando situações, uma característica de muitas mentes é a tolice e indecisão.
Não quero dizer que a pessoa seja assim, nossa mente é assim pavorosa.
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Nós humanos somos um conjunto complexo, organismo, cérebro pensante, consciência, músculos, nervos, ossos, heranças genéticas, influências recebidas desde a infância, bom seria se tudo isto funcionasse em harmonia e organização.
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Ninguém irá tirar o cigarro de sua boca. Muitos ficam esperando isto, mas isto nunca acontece.
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Você é o dono de você, do que quer ou não quer.
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Isto não é uma brincadeira, trata-se de saúde, bem estar, qualidade de vida, escolhas. Suas escolhas fazem quem você é e o que quer. Intenções não fazem atitudes, mas atitudes realizam o desejo sincero.
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Para você, inteligente e guerreiro, que largou esse vício deprimente, agora é feliz e pode desfrutar de uma vida mais saudável, mais dinheiro no bolso, um hálito puro, mais auto-confiança, auto-estima, auto-controle..., dentes mais brancos, bonitos e saudáveis, menor possibilidade de ter câncer, infarto, doenças vasculares, gastrite, úlcera, etc (a lista é interminável), mais fôlego, mais disposição, parar de feder a cigarro e poder ser uma pessoa cheirosa, mais atraente, com a pela mais bonita, cabelos mais cheirosos, mão e roupas também., ser um exemplo para os outros de um vencedor, sentir mais os perfumes da natureza, das pessoas, da vida, sentir mais o gosto das comidas, do beijo da pessoa amada, menos rinite, asma, bronquite, alergias, não ter que se isolar para fumar, no frio, na janela, na chuva, no fumódromo, na ala de fumantes, não sofrer envelhecimento precoce...
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Comemore! Você venceu!
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PARA CITAR ESTE ARTIGO:

Cigarro, meu parceiro, meu amigo.

David A Conceição, 06/2014 Tradição em Foco com Roma.


Domine Iesu, quem velatum nunc aspicio, Oro, fiat illud, quod tam sitio, Ut te revelata cernes facie, Visu sim beatus tuae gloriae. Amem.
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