A busca pelos sacramentos faz o homem passar por um reconhecimento das próprias fraquezas e o cultivo da fortaleza. No mundo de hoje, é impossível escapar a todas as situações de pecado, pois elas estão em toda parte. Não podemos tapar os olhos e os ouvidos a tudo, por conta da própria dinâmica das relações sociais e da complexidade da vida moderna. Claro, ninguém irá se meter conscientemente numa situação de extremo perigo de pecar, pois seria tentar a Deus, mas há que se distinguir as ocasiões extremas e aquelas em que podemos resistir com nossas próprias forças.
A teologia diz que o homem tem certa capacidade natural de fazer o bem e evitar o mal, logo, as tentações. Mas não pode observar a lei natural durante um longo tempo e evitar todas as tentações graves, sem o auxílio da graça medicinal, chamada assim por atender a uma debilidade da natureza.
Assim sendo, como alguém da Religião Sedevacantista que não tem Missa, sacramentos, direção espiritual, graça sanante, devoção e oração pode estar em estado de graça e conseguir a salvação?
Houve um tempo sim, em que Adão e Eva estavam no jardim, e não tinham pecado. Depois da tentação da serpente, que eles pecaram.
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O decreto da Encarnação (no qual se inclui virtualmente Maria Santíssima) é posterior (na ordem lógica e não temporal) ao decreto de permissão do pecado original, na interpretação tomista. Já os escotistas ensinam que Deus quis, antes de todas as coisas, a Encarnação de Seu Filho. Eu defendo a interpretação tomista, pois a Encarnação de forma alguma é um bem necessário; é contingente, e necessário, apenas em razão do pecado original.
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Na mente de Deus, não há sucessão temporal. Deus quer tudo no Ato simples em que conhece a Si mesmo. Agora, na consideração pura do objeto, pode-se haver dependência lógica de um em relação ao outro. A escolha de Maria é dependente da Encarnação, e esta, por sua vez , é dependente de ter havido o pecado original (na interpretação tomista).
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Tudo foi criado para o Verbo, mas a humanidade de Cristo só existe por causa do pecado. Não podemos confundir a Pessoa de Cristo com a humanidade de Cristo, que foi criada.
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O fato de não ter pecado em si não dá o direito a criatura de participar da vida divina, mas o homem não foi criado apenas como um ser sem pecado (em estado natural), mas em estado sobrenatural, pela graça, sem merecimento algum, e nada indica que isso precisava ter lhe sido outorgado mediante um merecimento de alguém.
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O felix culpa! Parece que o precônio pascal seja de autoria de Santo Ambrósio, mas a ideia é bem augustiniana! Se não houvesse o pecado, não haveria, talvez, o Verbo Encarnado, e muito menos a Virgem Maria! *Pecado feliz de Adão!*
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Santo Tomás ensina que o diabo pecou ao recusar a graça para atingir seu fim sobrenatural, ou recusar seu próprio fim sobrenatural, apetecendo, como fim último de sua bem-aventurança, as coisas que podia alcançar só com sua natureza (S. Th., Ia, q.63, a.3, co.).
A teologia ensina que é moralmente impossível ao homem, em estado de natureza decaída, observar durante largo tempo a lei natural e evitar todas as tentações graves, sem o auxílio de uma graça atual sanante.
Com somente as forças naturais, o homem pode fazer o bem e evitar o pecado, mas não pode fazer isso durante largo tempo.
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Ainda que seja possível a alguém observar toda lei natural com o auxílio da graça atual sanante, sabemos que a graça atual não é a mesma graça da justificação (habitual), especialmente tratando-se da graça sanante, que se distingue da graça elevante, que eleva as potências humanas a realizar o compete à ordem sobrenatural.
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A graça sanante apenas sana uma deficiência da natureza.
Assim, pode-se perguntar se, extraordinariamente, um sedevacantista negativo poderia, com o auxílio da graça sanante, morrer sem pecados mortais, e ir para o limbo. Bem, considerando que a Providência divina cuida para que todos os homens tenham acesso aos meios de salvação, Sto. Tomás e outros teólogos julgam que, se existir algum homem nessa situação, Deus lhe revelará o que deve crer para merecer o Paraíso por meio de inspirações interiores ou lhe enviará um pregador da fé.
É meio óbvio dizer isso, mas a infidelidade negativa não é pecado. A infidelidade positiva, por sua vez, é pecado.
Sedevacantista negativo é aquele que está nesse estado por pura ignorância. (situação quase impossível)
Sedevacantista positivo é aquele que se distingue do negativo por não estar em ignorância, pelo menos, não invencível.
É sentença de fé que as penas do Inferno são proporcionais às culpas pessoais e que a culpa exclusivamente do pecado original é punida apenas com a pena de dano (comportando uma felicidade natural). É nisso que resume o dogma de fé.
O sedevacantista cortou os vínculos com a realidade, a nossa realidade normativa, logo as suas percepções mentais podem ser terríveis ou não, de acordo com o tipo dp grau da adesão às crenças fantasiosas. E a realidade cobra seu preço e o sedevacantista tem dificuldades de atender certas exigências.
O sedevacantismo é tão nocivo que altera a personalidade total que afeta a zona central do eu e altera toda estrutura vivencial. O ativista em questão representa o estereotipo do *especial* (Exército de Macabeus, Calcanhar da Virgem etc) , e que produz grande estranheza social devido ao seu desprezo para com a realidade reconhecida. Agindo como alguém que rompeu as amarras da concordância cultural, o ele menospreza a razão e perde a liberdade de escapar às suas crenças fantasiosas.
Agora na prática mostraremos dentro dessa análise semântica e não sintática, como reage um sedevacantista preso em sua *verdade* quando confrontado com a realidade. A parte II do artigo continuará com um debate real, e que ocultaremos o nome dos debatedores para não deixar o sedevacantista em situação embaraçosa e de constrangimento pela vergonha de sua conduta. Chamaremos então o sedevacantista de Meany Ranheta, e o católico oponente de Pequeno Príncipe.
Não é necessário haver conhecimento mútuo de teologia para compreender o conteúdo dentro das complexidades indagadas.
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Cara Meany Ranheta, peço desculpa pela demora na conclusão desta resposta. Na verdade, há muito ela estava quase pronta, mas as atividades e provas da faculdade me obrigaram a deixá-la de lado. Agora estou de férias e poderemos continuar o debate mais velozmente.
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Vi que você recuou bastante sobre a suposta salvação fora da Igreja Católica, que você havia admitido abertamente em sua última mensagem, quando disse: (...) Justamente por existir circunstâncias que possibilitam salvação fora da Igreja é que as comunidades podem ser usadas como meios indiretos de salvação para a pessoa que morreu na seita (...) Fora da Igreja não existe salvação nenhuma, como você disse acima, ainda que tacitamente.
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Eu não posso obrigá-la interpretar minhas mensagens no sentido que tenho em mente. Este trecho eu posso repeti-lo a qualquer momento, não tem nada de errado com ele. Quando falei fora da Igreja era no sentido de fora de sua estrutura, de suas fronteiras visíveis. Se quiser insistir nisso não poderei fazer mais nada, até citei São Pio X que diz o mesmo que eu na questão 170 do seu Catecismo:
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“170) Mas quem se encontrasse, sem culpa sua, fora da Igreja, poderia salvar-se?
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Quem, encontrando-se sem culpa sua - quer dizer, em boa fé - fora da Igreja, tivesse recebido o batismo, ou tivesse desejo, ao menos implícito, de o receber e além disso procurasse sinceramente a verdade, e cumprisse a vontade de Deus o melhor que pudesse, ainda que separado do corpo da Igreja, estaria unido à alma dEla, e portanto no caminho da salvação.”
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Veja que ele identifica estar fora da Igreja com estar separado do corpo da Igreja, como eu fiz. Além disso, se não fosse esta a interpretação dele, ele responderia negativamente a pergunta. Você poderá interpretar de forma ortodoxa o dito de São Pio X e o meu de modo contrário, mesmo eu explicando o que eu quis dizer, mas isso será uma pena para o debate....
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Esta questão do protestantismo como "meio" de salvação é uma afirmação de que fora da Igreja existe salvação, mas você não quer enxergar isso.
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Eu sempre faço questão pressupor ortodoxia no que você fala, mas o contrário não pode ser feito por ti. Você disse que um protestante pode se salvar “por meio de protestantes”. Concedeu que “os falsos cultos e práticas devocionais sirvam de meio para chegar-se a Igreja Católica”. Que “um protestante pode iniciar em uma pessoa o interesse pelas coisas celestiais, abrindo-o a orações e outros tipos de práticas religiosas.” Mas claro tudo é no maior sentido católico, só eu, segundo você, quando uso “meio”, “fora da Igreja” tem que ser em sentido herético. E outra, eu nunca falei que as comunidades protestantes em si são meios de salvação.
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Ora, Príncipe, onde antes do Vaticano II foi ensinado que o protestantismo é um meio de salvação? Nunca foi ensinado isso. O protestantismo é um meio de perdição, isso foi amplamente ensinado.
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Primeiro, quando eu falo de protestantismo considero as comunidades (grupo de pessoas) e não as doutrinas heréticas. Segundo, que uma pessoa pode se salvar fora da Igreja (de sua estrutura) foi ensinado, que as graças (como os sacramentos) provindas poderão ter instrumentos indiretos também foi, tu mesmo admitiste que em alguns casos elas operam perfeitamente. Para mim é indiferente se nenhum papa antes do Concílio disse isso explicitamente, mas é uma questão lógica que se tira das duas premissas que falei.
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Outra coisa: os protestantes devem ser evitados. Isso é doutrina católica. Insistir tanto como você insiste sobre a possibilidade de boa fé não serve para nada, porque somente Deus, e mais ninguém, sabe quem está de boa fé.
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Eu já falei de vários casos que permitem encontros, esforços salutares, etc, você mesmo concordou e falou sobre um caso interessante sobre sua vida pessoal. Insistir que pode haver gente de boa fé, mostra que as comunidades protestantes podem servir como meio de salvação. Por favor, “meio” no sentido que tenho em mente.
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De que adianta você ora admitir que quem nasce nas seitas está de boa fé para depois concordar comigo que aqueles que crescem nestas seitas podem já não estar de boa fé?
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Porque uma coisa não obriga a outra.
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Isso é apenas retórica, prezado Príncipe: na prática nós não temos olhos de raio-x espiritual para separar quem está de boa fé ou quem não está.
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Não é preciso de raio-x, é óbvio ululante, quem nasce em alguma comunidade protestante, continuando protestante, não tem culpa de separação. Ou seja, culpa de separação eles não têm, podem ter outras. Agora, quem nasce em alguma comunidade protestante, vira católico e depois volta ao erro tem culpa de separação.
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Por isso a doutrina da Igreja Católica diz o seguinte: a pessoa não professa exteriormente a fé católica? Não a receba em casa e não a cumprimente nas ruas. Reze por ela, lute contra os erros que ela professa, debata com ela e explique pacientemente para ela os seus erros. Ela te ouviu? Ganhou uma alma para Deus. Ela não te ouviu e não ouviu a Igreja? Seja para ti pagão e publicano, de acordo com Cristo.
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De acordo.
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Não importa se tais pessoas podem ser chamadas de cristãos temerários (Pio XI), cristãos dissidentes, de maus cristãos, porque o que importa é aquilo que Leão XIII ensinou na Satis Cognitum: que ainda que elas tenham muitos pontos em acordo comigo o fato de ter um único ponto discordante nos impede de nos unirmos.
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Por via de regra, só.
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Este ensinamento foi solenemente rejeitado pelo Vaticano II e você mesmo não consegue me explicar esta questão.
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Eu não acredito que foi.
“10) A isso tudo deve-se acrescentar a nota sobre o Ecumenismo. A Santa Sé louva aqueles que no espírito do Documento Conciliar sobre o ecumenismo, promovem empreendimentos para fomentar a caridade com os irmãos separados, e para atraí-los à unidade da Igreja, mas é doloroso saber que não faltam aqueles que, interpretando a seu modo o Decreto conciliar, querem uma tal ação ecumênica que ofende à verdade da Fé e aunidade da Igreja, favorecendo a um perigoso irenismo e indiferentismo, o que de fato é totalmente alheio à intenção do Concílio ( quod quidem a mente Concilii omnino alienum est).” (Congregação para a Doutrina da Fé, 24 de julho de 1966.)
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São Tomás fala de “certa fé” em Cristo.
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Na verdade, quem fala em certa fé em Cristo é o Padre Pietro Parente, Sto. Tomás fala que a heresia é própria de quem “professa a fé de Cristo”, mesmo que corrompendo seus dogmas. É claro que isso também é uma certa fé em Cristo. Certa fé em Cristo é alguma fé Nele, por isso, você está errado em dizer que os protestantes não têm “NENHUMA (as letras maiúsculas foram suas mesmo) fé em Cristo”
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O outro lá fala de “penitente” e não de hereges e assim sucessivamente.
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Aqui eu não entendi.
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Porém, a Igreja Católica Apostólica Romana não permite jamais que se una aos não católicos em matéria religiosa antes destes abjurarem de seus erros.
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Dizer jamais está errado, tanto é que você mesmo concordou com meus exemplos da Santa Sé permitindo. Casos precisos ou extremos justificam.
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E você sabe por que a eucaristia faz parte dos chamados “sacramentos de vivos”, prezado Príncipe? Porque somente os católicos em estado de graça podem recebe-la. Nenhum católico em pecado mortal professando a verdadeira fé pode comungar, mas os cismáticos (que além de tudo são hereges por negarem o dogma do supremo poder petrino), de acordo com você, podem!!!!
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Os hereges não podem, os que estão de boa fé podem, pois não pecam mortalmente neste sentido, como nos ensina o Concílio e o Doutor Roberto Belarmino deixa como provável isto.
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“(...) quem quer que como do cordeiro e não é membro da Igreja o profanou” (Orientalium Ecclesiarum - Decreto sobre os cismáticos orientais - 08/04/1862).
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Isso serve para os hereges, não para os que erram sem má fé fora do corpo da Igreja. E, aliás, muitos deles podem ser membros imperfeitos da Igreja, que é coisa diferente de ser membro do corpo da Igreja.
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Você diz que ministrar comunhão a cismáticos é "matéria disciplinar", que pode ser mudada. Porém, a Igreja não pode ensinar por dois mil anos que uma coisa é profanação e ensinar amanhã que tal coisa deixa de ser profanação.
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Só que ela nunca disse que é profanação, não force a barra... Só proibiu, como proibiu participar em cultos de hereges, ir a seus templos, depois admitiu em alguns casos. E o argumento de dois mil anos não tem nenhum valor, disciplinas podem ser mudadas seja o tempo que for desde que não afetem alguma doutrina.
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Isso é modernismo (que os que erram de boa fé podem receber comunhão), que infelizmente você defende.
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Hmm.. Então, o nosso Doutor S. Roberto Belarmino foi o pioneiro do modernismo.
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Dizer que leis imutáveis são meras matérias disciplinares faz de você um defensor de idéias modernistas, embora eu vejo em você certa heroicidade ao tentar justificar uma doutrina que para você é papal.
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Só que não foi isso que eu disse, não acredito que leis imutáveis são meras matérias disciplinares, logo, não me faço defensor de ideias modernistas.
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Tanto é matéria de direito divino que mesmo católicos em pecado mortal que comungam sem antes se confessar profanam o corpo de Cristo e são réus dele, como diz São Paulo. Da mesma forma cismáticos não podem comungar numa missa católica se antes não abjurarem seus erros e não confessarem com um padre os seus pecados.
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Os que estão de boa fé podem, o padre que ministrará não tem como saber se o católico que comungará terá pecados mortais, nem se o “cismático” estará de má fé, ele só esperará o contrário para os dois casos.
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A Igreja Católica Apostólica Romana jamais permitiria uma consagração no rito romano sem o Mysterium Fidei.
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E os ritos orientais, cara Meany? E a liturgia de São Basílio? Eu entendi o motivo de você frisar em rito romano, queres dizer que neste rito não é permitido nos outros sim. Isso não faz nenhum sentido, sinceramente. Eu conheço sua postagem sobre isso. Primeiro, se as suas passagens condenassem a falta do “Mysterium Fidei” em sentido de ausência da forma condenaria em qualquer rito e não só no rito romano.O que se condena é a má interpretação que fazem e o mau juízo em querer suprimir algo tentando sobrepor a autoridade da Igreja.
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E com a expressão “por todos”, porque a Igreja não pode errar gravemente.
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Não foi a Igreja Católica que errou, bispos da Alemanha, do Brasil, ou em qualquer outra parte, não representam a Igreja com suas traduções. Isso não tem nada a ver com a Missa promulgada por Paulo VI. Mas aí tu irás dizer “a Igreja Católica não pode errar por omissão”, mas não errou, não se omitiu, faz tempo que o Papa fala disso, se não o obedecem é outra coisa.
Na verdade historicamente a Igreja demorou em muitos casos para se pronunciar, isso não indica que o papa da época aprovou tal ou tal caso. E veja, que tu para defender o sedevacantismo tem que desistir do entendimento errôneo de omissão, pois neste caso a Igreja erraria com papa ou sem papa. E discordo que por todos seja herético em si mesmo, mas isso é outra discussão... Sto. Tomás dá duas interpretações: uma que Jesus morreu por todos, ou seja, que deu oportunidade a todos de salvação, e outra que Jesus morreu por muitos, no sentido que nem todos se unirão a seu sacrifício.
Distinguir entre suficiência e eficácia aproveitada. Mas a interpretação da passagem vai mais além disso, sabia? Santo Tomás, diz que é por muitos mesmo, e explica que o “vós” valeu para os judeus e “muitos” a multidão dos gentios. Ou seja, é uma interpretação bíblica apenas, que textualmente não tem nenhum problema por causa do semitismo. O erro está em supor algo e querer pôr em prática sem decisão da Sé Romana, é a Igreja que determina.
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Você diz que Lutero e os excomungados podem ser excomungados e irmãos ao mesmo tempo. Isso é um erro filosófico evidente: uma coisa não pode ser e não ser ao mesmo tempo.
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Só que eu não disse que eles são uma coisa e não são ao mesmo tempo, disse que são duas coisas (que diferem) ao mesmo tempo. Uma coisa pode ser algo e ser outro desde que não seja sob mesmo aspecto. Por exemplo, Lutero pode ser gordo e feio ao mesmo tempo. Ou melhor, não têm comunhão perfeita e mesmo assim são nossos irmãos.
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Se o herege é excomungado, ele é filho de Satanás, pois Satanás é o pai da mentira. Ora, como pode ser nosso irmão sendo filho do demônio, sendo que Deus é nosso pai?
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Eles são filhos de Deus adotivos uma vez que foram batizados, podem ao mesmo tempo serem filhos de Satanás pelo que seguem. Veja, o que tu faz é o mesmo que condenar S. Francisco por chamar o Sol de “irmão”, irmão porque é uma criação de Deus ( e nesses sentidos os hereges são nossos irmãos também). Não há nenhuma contradição. Ora em outro sentido São João diz que quando ele não pratica a justiça não é filho de Deus, mas filho do Diabo (cf. I, Joann., III, 10.) O Catecismo Romano diz: “Que el don de la adopción divina hace que todos los fieles cristianos sean hermanos, y deban amarse entre sí (Mt. 32 8.)”(Preambulo da Oração Dominical)
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Eu digo que você quer tradicionalizar o concílio, não quer admitir que o “ecumenismo de regresso” sempre praticado pela Igreja Católica foi condenado pela letra e pela prática conciliar (vide encontro de Assis, vide documento conjunto com os luteranos, vide João Paulo II receber merda de vaca na testa aplicada por sacerdotes voodus, etc).
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Eu até posso admitir que João Paulo II errou muitas vezes nesse sentido, mas dizer que isso fez parte de seu Magistério é uma coisa bem diferente. Por exemplo, o encontro de Assis como união pela paz e justiça no mundo não tem mal em si, o problema pode ser o que se deixa acontecer lá, o então Ratzinger criticou a forma que se deu o primeiro encontro, já papa tomou medidas para que tais sacrilégios não se repetissem. Eu vou continuar “tradicionalizando” até não poder mais. Se pude fazer isso em relação aos teus textos por que não faria com muita mais razão pelo concílio?
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Você sabe que o “Cardeal” Kasper repetiu por décadas em nome da Igreja Católica que o ecumenismo de regresso não era o objetivo da Igreja conciliar, e ele falou isso em nome de João Paulo II, em nome de uma congregação aprovada pelo suposto papa.
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Mas se você estiver certa, o que não repugno, resta perguntar: é pronunciamento pelo Magistério? Eu não conheço esse documento. Não adianta aludir que falou em nome de João Paulo II, em nome de uma congregação, pois pode errar se não falou bem. Eu sei que ele falava de substituição do ecumenismo de regresso em livros, mas ele não entendia que a reconciliação desejada daria no mesmo. Pra mim é só um jogo de palavras para suavizar. Antes de você me falar sobre isso eu já tinha salvado uns trechos de um discurso dele que pelo teor demonstra o contrário de uma do ecumenismo interpretação modernista, veja:
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“O Concílio não foi tão ingénuo, a ponto de ignorar o perigo que podia comportar a integração do movimento ecuménico na dinâmica escatológica da Igreja. Esta dinâmica como se pôde verificar com frequência na história da Igreja poderia ser erroneamente interpretada como um movimento progressista, segundo o qual a herança das antigas tradições é entendida como obsoleta e rejeitada em nome de uma concepção, por assim dizer, progressista, da fé. Quando isto acontece, existe um perigo concreto de relativismo e de indiferentismo, de um "ecumenismo barato", que acaba por se tornar supérfluo. Deste modo, o movimento ecuménico tornou-se por vezes alvo de movimentos críticos em relação à Igreja e foi instrumentalizado contra ela.” (NTERVENÇÃO DO CARDEAL WALTER KASPER, II)
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“Os princípios católicos do ecumenismo, enunciados pelo Concílio Vaticano II e mais tarde pelo Papa João Paulo II, são clara e inequivocadamente opostos a um irenismo e a um relativismo que tendem a banalizar tudo (cf. Unitatis redintegratio, 5, 11 e 24; Ut unum sint, 18, 36 e 79). ... O movimento ecuménico e a finalidade que ele mesmo se propõe, ou seja, a plena unidade dos discípulos de Cristo, permanecem inscritos no sulco da Tradição.” (NTERVENÇÃO DO CARDEAL WALTER KASPER, II)
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Isso é propriamente ecumenismo de regresso, querendo você e ele ou não.
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Em último caso, se você trouxer um documento de uma congregação dizendo que não é mais ecumenismo de regresso, direi que é uma questão conceitual, mas a doutrina continua a mesma, a realidade não mudou, como tantos textos conciliares mostram.
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Vou dizer uma última vez sobre esta questão do protestantismo ser meio de salvação: se ele é meio de salvação é porque Deus se utiliza do protestantismo, enquanto tal, como meio de salvação, o que significa dizer, quer você aceite, quer não, que fora da Igreja existem religiões que salvam, pois o protestantismo seria outra religião (que não a católica) que Deus usaria para salvar almas.
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Eu já expliquei isso inúmeras vezes. Já dei o sentido de “meio” e tudo... Já ficou cansativo. Duas coisas que afirmei:
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1. Só a Igreja Católica pode levar à salvação
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2. O protestantismo (seria melhor falar em comunidades para não confundir elas com as doutrinas protestantes) é utilizado por Deus para que a Igreja Católica salve. As comunidades não são meios enquanto tais, mas de modo indireto e contingente.
Espero que não precisemos mais voltar nisso, pois você falou que alguém poderia ser salvo pela ignorância (Ou a Igreja ou a ignorância!!!), por meio de protestantes (por meio da Igreja ou por meio de protestantes!!!), que orações poderiam levar à Igreja Católica, uma vida íntegra a ponto de se salvarem, etc.É tudo isso que chamo de meio.
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Vamos avançar neste debate fraterno, onde lhe peço que se concentre em me provar que aquilo que antes era profanação é matéria disciplinar.
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O que foi profanação continuou profanação, é este meu argumento.
São Tomás diz sobre o batismo:
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Podemos dizer que o efeito próprio do batismo é o de abrir-nos as portas do céu? Sim, Senhor; porque, ao lavar o pecado e indultar-nos da pena devida por ele, aplaina o único obstáculo que, depois da paixão de Cristo, estorva a entrada no céu (LXIX, 7).
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Produz o batismo todos os sobreditos efeitos no adulto que o recebe sem as devidas disposições? Não, Senhor; só recebe o caráter sacramental, porém, como este é indelével, serve-lhe para que o batismo produza efeitos íntegros, desde o momento em que remova os obstáculos e se disponha convenientemente (LXIX, 9, 10).
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Ou seja, prezado Príncipe: o protestante só recebe o caráter sacramental, este sim indelével, mas o batismo só produz todos os demais efeitos a partir do momento em que o acatólico remova os obstáculos (seja eles quais forem, erros, heresias, etc), dispondo-se convenientemente. Enquanto isso não acontece, o batismo só produz o caráter, mas não a graça plena.
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Concordo.
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Outra coisa: na sua mensagem você fala que os protestantes aprendem a *caridade* nas seitas. Porém, a caridade só pode ser vivida na Igreja Católica, pois que *caridade* não implica em doar cestas básicas, mas principalmente em ensinar a verdadeira doutrina. Fé e obras são elementos essenciais para a verdadeira caridade. Nisso o Vaticano II também falseia a doutrina católica, atribuindo aos protestantes virtudes teologais que somente podem ser encontradas na Igreja Católica (as outras virtudes são fé e esperança, além da caridade).
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É verdade, até já escrevi um artigo sobre isso:
O que eu disse só faz sentido se esse protestante aprendeu caridade com um ou mais protestantes que estavam unidos à Igreja Católica.
Veja:
562. Quando o que se batiza é adulto, que disposições deve ter?
O adulto que se batiza deve ter, além da fé, a dor, ainda que imperfeita, dos pecados mortais que tenha cometido.
563. Se um adulto se batizasse em pecado mortal, sem esta dor, que receberia?
Se um adulto se batizasse em pecado mortal, sem esta dor, receberia o caráter do Batismo, mas não a remissão dos pecados nem a graça santificante; e estes efeitos ficariam suspensos, enquanto não fosse removido o impedimento pela dor perfeita dos pecados ou pelo Sacramento da Penitência.
Terceiro Catecismo da Doutrina Cristã: Catecismo Maior de São Pio X. Edições Santo Tomás, 2005, p. 146-147.
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Concordo. Mas para cristãos dissidentes isso não vale sempre, estes poderão ter a dor, e o batismo terá seus efeitos. Mas o caráter para o herege ou o dissidente ficará com ou sem a graça santificante.
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Daí você ver que um católico batizado não se assemelha em quase nada a um protestante batizado: a única semelhança é o caráter indelével do batismo que está na alma tanto de um como de outro.
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Dependerá do protestante.
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É lícito ouvir missa e receber a sagrada comunhão das mãos de sacerdote herege, cismático, excomungado ou notoriamente pecador e indigno?
Está absolutamente proibido, sob pena de pecado mortal, ouvir missa ou receber a sagrada comunhão das mãos de um sacerdote herege, cismático ou excomungado. Quanto ao indigno, se a sua indignidade é pública e notória por sentença da Igreja, privando-o das faculdades de celebrar, está compreendido na proibição anterior; no caso contrário, não senhor (LXXXII, 9).
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Cara, você deve saber que a Suma Teológica em forma de Catecismo não é de Santo Tomás. Ou seja, toda conteúdo que o Pe. Tomas Pégues quer resumir fazendo uma interpretação em uma forma de catecismo não pode ser atribuído como dito de Santo Tomás. A palavra “ABSOLUTAMENTE” é muito forte e inexiste no artigo 9 da questão 82 da terceira parte da Suma, onde ele trata da questão. Veja, que o padre põe ainda nas palavras de Santo Tomás que é absolutamente ilícito ouvir missa de hereges, enquanto que vários exemplos que dei do Santo Ofício permitiram em alguns casos. Ou ainda, para salvar a interpretação do grande teólogo podemos dizer que o absoluto se refere aos casos normais.
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E o Catecismo de São Pio X diz, prezado Príncipe, o seguinte sobre a devida forma de receber a sagrada comunhão:
629) Por que não basta o ato de contrição perfeita, a quem sabe que está em pecado mortal, para poder comungar?
Porque a Igreja ordenou, em sinal de respeito a este Sacramento, que quem é culpado de pecado mortal, não ouse receber a Comunhão, sem primeiro se confessar.
630) Quem comungasse em pecado mortal, receberia a Jesus Cristo?
Quem comungasse em pecado mortal, receberia a Jesus Cristo, mas não a sua graça; pelo contrário, cometeria sacrilégio e incorreria na sentença de condenação.
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Mas nem todos os “cismáticos” estão em pecado mortal.
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O xis da questão é que a Igreja exclui da comunhão eclesial todos aqueles que declaram exteriormente heresias, não importando se estão ou não de boa fé. Ela não fica repetindo em seus documentos e nem em sua prática esta distinção entre os de boa fé e os de má fé, porque somente Deus sabe quem são uns e quem são outros.
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Da comunhão perfeita, plena.
Sobre a comunhão imperfeita, veja o que nos apresenta o teólogo Michael Schmaus, muito antes do concílio:
"Pero sigue en pie la cuestión de si las comunidades eclesiales no católicas no pertencerán de algún modo a la única Iglesia romano-católica, de si no participarán en la única Iglesia romano-católica de modo análogo a como participan los individuos bautizados no-católicos. J. Gribomont, O.S.B (Du sacrement de l'Église et des ses réalisations imparfaites, en: "Irénikon" 22 (1949), 362; v. también G. Thils, Histoire doctrinale du mouvement oecuménique (Lovaina, 1955), y Th. Sartory, O.S.B., Die oekumenishe Bewegung und die Einheit der Kirche. Ein Beitrag im Dienste einer oekumenischen Ekklesiologie (Innsbruck, 1955), 188-194) cre poder contestar afirmativamente a nuestra pregunta. Habla de una unión visible, pero imperfecta, de los grupos cristianos no-católicos con la Iglesia. Para fundamentarlo aduce que tienen autênticos vestigia ecclesiae por ejemplo, el bautismo y la Escritura, así como otros sacramentos. La Iglesia greco-ortodoxa puede incluso celebrar validamente la eucaristía y consagrar sacerdotes y obispos. Los sacramentos, según la doctrina católica, desarrollan su eficacia en los grupos heréticos, si son administrados correctamente. Y este es el caso." (Michael Schmaus, Teologia Dogmática, IV. La Iglesia, Ed. 1960, p. 406) Tudo o que venho falando...
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Lendo a seqüência do texto, principalmente o final da página 182 e início da página 183, o bom padre diz exatamente aquilo que eu estou lhe dizendo desde o início de nosso debate fraterno: a religião protestante é um lixo, não tem nada de bom para oferecer, apenas destruição, e aquilo de bom que os protestantes encontram lá pertence somente a Igreja Católica.
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No último parágrafo da pág. 182, mais uma vez, fala-se da comunhão perfeita. Só indivíduos isolados poderão pertencer “ao Corpo Místico, embora de modo deficiente”. Isso é óbvio! No início da pag. 183 ele só repete o que nós já tínhamos concordado, os sacramentos são católicos, mesmo que possam ser distribuídos fora da estrutura visível da Igreja. O laço sacramental liga à Igreja Católica, por esta mesma razão, eles terão alguma comunhão com a Igreja, pois estão ligados à ela.
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Na mesma página 180 diz ser necessário distinguir ente as comunidades dissidentes e seus membros individuais e reconhece que nas seitas encontram-se dois tipos de protestantes, os realmente hereges e os de boa fé.
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Cumpre distinguir para não cairmos no indiferentismo. O fato de alguns “hereges” poderem estar unidos à Igreja não significa que a comunidade tem mesmo valor que a Igreja Católica ou que seja uma forma diversa da “mesma e verdadeira religião cristã”.
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E a partir daí ele demonstra aquilo que é a mais absoluta doutrina católica: os protestantes de boa fé podem se salvar apesar do protestantismo(primeiro parágrafo da página 183), porque o protestantismo é sempre constituido pela *vontade de cisma, mas de modo algum pelo vínculo sacramental*.
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É claro que o fato de estar DENTRO de uma comunidade protestante não faz ninguém pertencer à Igreja Católica em si mesmo. Pode levar a pertencer orações, práticas religiosas, que se iniciam lá, por isso, deve-se dizer que pode ser apesar e simultaneamente por tal comunidade. É a questão direta e indireta como venho lembrando.
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Padre Penido subscreve trechos de documentos papais dizendo que exteriormente os protestantes são todos vistos como excluídos da comunhão e que quando a pessoa está de boa fé ela ouve a voz do bom pastor, que insistentemente lança apelos para que as ovelhas retornem ao redio. E só pode retornar aqueles que estão fora, realça Penido (pg. 184).
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Ele diz que não pertencem ao organismo visível, isso é evidente.
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Porém, na página 170 esta distinção está condenada (Padre Penido diz que (...) é impossível ser membro de Cristo sem ser membro da Igreja.
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Lendo, vejo que ele relaciona a teoria de pertencer à alma da Igreja e do corpo dela com ser membro de Cristo e membro da Igreja respectivamente. Ele admite que é uma doutrina certa, mas a metáfora é falha. Após completando a frase que você citou ele diz: “estar ligado à cabeça e separado do corpo.” Ou seja, o erro dele é achar que para ser membro de Cristo é obrigatório ser membro do corpo. Mas se ainda eu estiver errado nisso, não estaria em dizer que os protestantes são incorporados a Cristo, como disse o concílio, veja o que o mesmo padre disse:
d) Quanto ao *caráter* sacramental - que é o primeiro efeito do batismo, induzindo uma disposição à graça justificante - devemos concebê-lo como um sinal que cria em nós um estado de pertença a Cristo, que nos consagra a ele, distingue-nos como sendo propriedades dele. Só a graça nos torna membros vivos, mas o caráter já por si faz de nós membros de Cristo, embora imperfeitos. Logo, não há Batismo válido, sem qualquer incorporação a Cristo.
Mais se nos confirma a opinião que, na presente matéria, a luz decisiva vem da doutrina do Corpo Místico. Essa comunhão sobrenatural entre Cristo e o homem batizado, afirmada com tanto vigor por S. Paulo, encontramo-la, como era de esperar, posta em grande relevo pelos Santos Padres.(Penido, Mistério dos Sacramentos, cap. II, pág. 128)
De um modo mais geral, podemos dizer que o Batismo incorpora a Cristo; ora, essa incorporação é tão indelével, na ordem espiritual, quanto na ordem carnal a incorporação a Adão. O renascer nos vincula a Cristo, como nascer nos liga ao primeiro pai (Rom. 5, 12-21; 1 Cor. 15, 20-22). (ibid, o caráter batismal, pág. 155) "... os teólogos medievais haviam tentado mostrar que ele (o caráter) inicia ou preludia à nossa *configuração* a Cristo, dando-nos feição incoativa de membros de Cristo." (pág. 157)
"i. o "caráter" batismal é um sinal espiritual e indelével, que marca para sempre nossa alma como pertencente a Cristo." (ibid, síntese, pág. 165)
Ou seja, o Concílio está certo quando diz que eles são incorporados a Cristo pelo batismo, a possibilidade seria errar em achar que incorporação a Cristo é o mesmo que ser membro de Cristo remetendo isto ao Concílio de Florença. Estranho, pois o Pe. Penido aceita o primeiro caso (que são incorporados)e nega o segundo (que são membros de Cristo).
Eu prefiro ficar com o Concílio do que com o teólogo, logo para mim incorporação a Cristo e ser membro de Cristo é a mesma coisa. Parece que para você também, pois sobre o Concílio de Florença tinha dito: “De acordo com o concílio de Florença os que ficam “incorporados” a Cristo e a à Igreja são os católicos, não os heréticos nem os cismáticos.”
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Por fim, você passou do Catecismo de São Pio X que é necessária à fé para que o indivíduo batizado receba a graça santificante e esta nos faz filhos adotivos de Deus.
Sobre isto, então, respondo: Como nós sabemos, há a possibilidade do dissidente ser salvo, sabendo nós, ainda, que sem a graça santificante ninguém se salva, podemos concluir que em alguns casos este efeito do batismo [a graça santificante] pode se dar mesmo nos protestantes. Logo, a fé deles, que eu gosto de chamar de mínima, serviu para tanto. Neste caso, poderemos chamá-los de irmãos, sim. Não esqueças que o próprio católico que peca mortalmente perde a graça santificante.
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Prezado Príncipe, salve Maria.
Acabo de ler a sua resposta e não tenho a menor intenção de responder-lhe mais sobre este assunto.
Se não nos encontrarmos neste mundo, nos veremos no dia do julgamento.
Meany Ranheta
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A busca da Verdade no sentido do ideal aristotélico, de passagem de um patamar de conhecimento inferior, para um patamar de conhecimento superior, é própria da natureza humana, quando o homem cessa sua busca pelo conhecimento, ele deixa de ser homem, ou seja, perde sua humanidade, logo, faz parte do homem a busca pelo conhecimento, pela Verdade.
A busca da Verdade tem sim uma roupagem de santidade, vista de fora parece que é algo completamente límpido e translúcido, mas observada de dentro, você percebe que não é isso. Vejam os exemplos de fraudes e de desonestidade que se sucedem.
A Verdade é uma dádiva de Deus, e buscar a Verdade é buscar a Deus. Se você tem verdadeiro espírito crítico agrada ao Criador, agora quando começa com orgulho insentato aí ja está tudo errado, não é mais uma busca da Verdade, é o culto do 'corretismo'.
O sujeito escreve sobre uma coisa, mas no seu íntimo faz outra completamente diferente: diz que a Sé está vacante, mas alimenta uma dúvida e insegurança terrível.
Com isso, finalizamos o artigo com reflexões aos dois grupos:
Aos sedevacantistas:
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O que dizer sobre a paranóia da vacância e suas consequências? Viver sob constante opressão causada por regras absurdas e que ninguém consegue obedecer... Conheço sedevacantistas mexicanos e argentinos com depressão, fadiga crônica, insônia e tudo causado pela constante pressão exercida pelas imposições da crença.
Tudo na vida do pobre e infeliz miserável sedevacantista é um constante “Inválido”, daí o sujeito desenvolve diversos transtornos mentais e vocês tem a audácia de dizer que a culpa é da Igreja Conciliar?
Mesmo que fosse a doutrina da vacância fosse verdade, que religião é essa que não consegue resolver um problemas sociais e pessoais de seus membros? Deixando a mercê da sorte?
O sedevacantismo é agente catalisador de emoções: Não importa o quão estável emocionalmente você seja; chega uma hora que o seu nível de envolvimento vai inevitavelmente conduzi-lo a agir feito um louco.
Vejam os exemplos patentes dos blogs sedes; vejam o “contorcionismo mental” que alguns fazem para tentar convencer os outros e a si mesmo, que a doutrina da vacância é legítima e católica.
Um Arcebispo coreano que proclama a vacância da Sé e sagra qualquer um que bate na sua porta, uma árvore e um satanista e aclamado por eles como Herói da Tradição.
Jamais sequer refutaram uma linha de tanto que já escremos nessa página e ainda fogem do debate como vimos na ilustração acima, isso é amor pela Verdade?
Thuc em sua “perfeita saúde mental” fez tudo isso e hoje seus seguidores; também gozando de “plena saúde mental”, assinam em baixo e se bobear, até te batem por causa desses “sábios ensinamentos”. Bom, ameaçar pelo menos nós já estamos cansados de ver...
Aos ex sedevacantistas:
Jesus ensinou-os no evangelho: Bondade com os pecadores mas firmeza com os obstinados no mal.
Há momentos em que precisamos ser ternos e outros em que necessitamos ser firmes como uma rocha.
Com os pecadores em geral devemos apresentar a verdade e o amor de Deus com caridade e doçura.
A aqueles que mesmo depois deste anúncio se obstinam no mal, na heresia e na recusa do Evangelho devemos ser claros e firmes aplicando a severidade da lei seja da Igreja, seja apresentando as penas do Inferno reservadas quem se rebela voluntariamente contra Deus pois se não foram capazes de crer por amor então devem ser conduzidos a verdade ao menos por temor.
É preciso imitar a caridade de São Francisco de Assis e o zelo de São Domingos e Santo Inácio de Loyola. Isso sim é equilíbrio. Escolher um só modo é não entender que a humanidade está dividida pela Cruz entre os que creem e os que não creem, entre o bom ladrão e o mau ladrão- Jesus só foi misericordioso com o primeiro pois se mostrou arrependido.
Pois "Quem crê no Filho tem a vida eterna; já quem rejeita o Filho não verá a vida, mas a ira de Deus permanece sobre ele" (João 3:36). A Verdade é o melhor método - e a Verdade é a palavra de Deus sem tirar nada.
O mundo de hoje precisa aprender a verdade em sua integridade.
É preciso falar do Inferno, do juízo, da morte e do pecado. Isso é que tem faltado.
Será que se chegarmos a um sedevacantista nestes termos “Você está no erro, cara, seu burro, não entende?” ele entenderá e converter-se-á? Ou a um muçulmano, um budista, um espírita? Ou ainda, até mesmo a um católico que não segue nem as normas, nem a Doutrina da Santa Igreja?
Por ação extraordinária de Deus, bem poderia acontecer (a Ele nada é impossível). Mas, ordinariamente, não é assim que acontece.
O ser humano muitas vezes precisa de convencimento; outras vezes, de cativação. E não há mal nenhum nisso. Nós mesmos buscamos as razões de se crer (apologética) em nossa caminhada de fé. É natural.
Se fôssemos nós a estar no erro já há um bom tempo, vivenciando uma fé que julgássemos ser 100% correta, como reagiríamos diante de uma abordagem agressiva, criticista? Certamente não cederíamos tão fácil. Careceria uma explicação convincente, de um modo adequado.
Modo adequado! Que modo será este, para nós que somos católicos, e, como tais, vivemos buscando a imitação de Cristo?
É o Doutor da Graça quem nos norteia, com sua costumeira genialidade: “Não se imponha a verdade sem caridade, mas não se sacrifique a verdade em nome da caridade”. O “modo adequado” do católico é a caridade. É a calmaria e delicadeza de Cristo ao repreender os fariseus no almoço relatado por São Lucas (XIV,1-14).
Se realmente preocupamo-nos com a salvação das almas, buscaremos que os que estão no erro nos entendam. E como esperar que nos entendam, se o meio que empregamos é também errado? Quem quer, de fato, contribuir para o bem das almas, tomando parte na missão da Igreja, procurará ser polido e não faltará com esmero.
Iluminar com nossa fé e com nosso amor, e assim apagar o rastro viscoso e sujo dos semeadores de ódio, como nos ensina São Josemaría Escrivá. Exalar a pessoa de Cristo!
O modo como viviam os primeiros cristãos atraía muita gente. Notava-se neles algo diferente dos demais grupos da época.
O *retorno às origens*, aplicado por muitas Ordens históricas de nossa Santa Igreja para resgatar a essência, deveria ser trabalhado também em nossas vidas. Pois seguir a Cristo exige um amor incondicional tanto à Verdade quanto aos irmãos; afinal Se alguém disser 'Amo a Deus', mas odeia seu irmão, é mentiroso. Porque aquele que não ama seu irmão, a quem vê, é incapaz de amar a Deus, a quem não vê (I Jo IV,20).
Que Deus, Aquele que por primeiro nos atrai a todos, nos ajude!
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