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A vitrola incansável do sedevacantismo sobre a liberdade religiosa


Então disse Pedro: Ananias, por que encheu Satanás o teu coração, para que mentisse ao Espírito Santo? Assentasse no teu coração este desígnio? Não mentiste aos homens, mas a Deus. Atos 5, 3-4

Isso mesmo caro leitores. É incrível como existe certos adeptos de seita sedevacante que se contorce dia e noite para dar credibilidade a uma mentira. Deus não habita na mentira e por isso mesmo a seita não cresce. 

Óbvio, como toda seita apocalítica, a argumentação será de que segundo as profecias só haverá uns gatos pingados que serão salvos. Não por guardarem a fé, mas por serem obedientes aos Mestre Tchuc: Ide ao mundo e proclamai a vacância. 

Há indivíduos que por natureza são fanáticos, intolerantes, sectários, divisionistas, esses fatores patológicos e psicológicos influem na dificuldade de levá-los a Verdade. Como por exemplo há quem diga que irão para o Inferno quem usa calça e quem defende o uso modesto da mesma. Mas observando suas fotos no facebook  vemos suas parentes usando... calças! Será que elas são adoradoras do demônio e irão queimar como o carvão? Não... Claro que não! A Suprema Divindade Tchuc abrirá exceção nesse caso.

Qualquer pessoa que tenha um mínimo de conhecimento da Sã Doutrina certamente não terá dificuldades para compreender o emaranhado de erros e de interpretações falsas do sedevacantismo sobre o Concílio Vaticano II. Os sedevacantistas não conseguem chegar a um verdadeiro entendimento nesse sentido porque lhes é feita uma lavagem cerebral em que aprendem que os escritos das suas Vovós Mafalda são tão inspirados e insentos de erros como o Magistério. Se as vovós dizem, simplesmente crêem e obedecem.


Não nos devemos permitir a desrespeitosa deslealdade de distinguir, nele e no seu ministério, entre o que podemos considerar como humano e o que podemos reconhecer como divino. Devemos defendê-lo com toda a constância, com toda a energia, com toda a dedicação, com toda a extensão de ação que o amor sabe empregar para defender as coisas que para ele são sagradas. Devemos ajudá-lo com orações desinteressadas; devemos servi-lo com submissão inteira, cordial, alegre, e, sobretudo nestes abomináveis dias de acusações e de blasfêmias, com a mais evidente, com a mais cavalheiresca, com a mais intrépida fidelidade. Trata-se dos interesses de Jesus Cristo, e não devemos nem perder tempo nem enganar-nos de bandeiras. (P. William Frederick Faber, Da devoção ao Papa, p. 28, 1950)

Não há nada que deixa a sedevacantista Meany Ranheta tão neurótica, doentia, gorda e abobalhada sobre a Liberdade Religiosa. Se um tema em questão é sobre Pio XII, lá vem ela falar de liberdade religiosa. Se é sobre modéstia, de novo a criatura fala em liberdade religiosa. Nunca conseguiu convencer ninguém que sua visão sobre liberdade religiosa é a certa, mas parece que sua vida é dedicada a isso.

Não tem como negar que a questão da liberdade religiosa se desenvolveu doutrinariamente e para melhor.

O Concílio Vaticano II impõe justos limites à liberdade religiosa civil, que não são meramente os de uma ordem positivista ou naturalista, portanto, não se opõe ao que é ensinado por Pio VI. Quanto à liberdade religiosa moral, o Concílio não a defendeu, pois defendeu o dever moral dos homens de aderirem à verdade.

É ensinamento da Tradição que ninguém deve ser obrigado a aderir ao cristianismo (Inocêncio III confirma isso). Quanto ao culto público, Santo Tomás já ensina que se pode tolerar os ritos dos infiéis, quando eles não ofendem a fé, seja com palavras, seja com perseguição manifesta. Os ritos dos judeus são tolerados, ainda, por sua simbologia com a Nova Aliança. Assim, o princípio da liberdade religiosa como busca individual é afirmado na Tradição. As manifestações públicas podem ser toleradas desde que se tenha em vista um mal maior a se evitar ou um bem maior a se obter, como a conversão dos infiéis. Como o concílio afirma que há justos limites para a liberdade religiosa, e esses justos limites não são meramente os de uma ordem positivista ou naturalista, como afirma o  Catecismo da Igreja Católica, citando, inclusive, a Quanta Cura, não há contradição em que o Estado católico, visando o bem comum natural e sobrenatural, impeça algumas manifestações religiosas não católicas e tolere outras. Não há contradição entre o ensinamento do Concílio e o ensinamento anterior. Por fim, a liberdade do ato de fé exige que o indivíduo tenha verdadeira liberdade de busca da verdade.

Carta Maiores Ecclesiae causas, a Imberto, arcebispo de Arles, onde é dito:

É contrário à religião cristã que se obrigue alguém a receber e a observar o cristianismo sem nunca o querer e opondo-se radicalmente. (DH 781)

O Concílio não defende a liberdade moral de aderir à religião que se queira, mas a liberdade moral e civil de buscar a verdadeSem ela, seria impossível exercer com liberdade o ato de fé.
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A liberdade é para buscar a verdade. Se a Igreja ensina que ninguém pode ser obrigado a se tornar cristão, a tolerância com o culto privado é regra, é fundamental. Isso ela sempre afirmou. Então, a liberdade do erro existe no culto privado.

A celeuma existe em torno do culto público dos hereges e infiéis. E aí repete-se o que já foi dito, com base nos dois magistérios: o anterior e o do Vaticano II: o Estado tem o dever de proteger o bem comum natural e sobrenatural. Isso significa tolerar alguns cultos e proibir outros, que ofendem a fé. O Concílio Vaticano II não afirmou nada contrário a isso. A única razão para que os Estados católicos tomassem medidas contra os hereges e os infieis é o bem comum.

A Dignitatis Humanae quando interpretada em conjunto com a Quanta cura (interpretação essa que só foi feita anos depois, com o Catecismo da Igreja Católica), a contradição é passível de ser superada. 

Aqui vemos que a Doutrina Católica dá um golpe nas falácias sedevacantistas. Não há desenvolvimento teológico em suas teses anti-Dignitatis Humanae, usam sempre os mesmos argumentos sendo 10% de premissa A liberdade religiosa do Vaticano II permite o erro e 90% de citações do Magistério pré-conciliar na interpretação da ruptura. É por isso que eles não arrebanham neoconservadores porque é fácil desmontar suas teorias.
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O que se tolera, teologicamente falando, são os ritos dos infieis. Não podemos tolerar uma decisão da consciência de uma pessoa, porque não temos jurisdição sobre isso. Assim se resolve a contradição entre  direito e  tolerância. O direito é no nível da consciência, da liberdade de buscar a verdade. Sobre isso, o Estado não tem jurisdição para tolerar. O Concílio estende também a essa liberdade individual o direito de livre manifestação, talvez por entender que é inseparável do direito de formar sua própria consciência da verdade. 

Mas tudo isso está submetido a justos limites, que não são meramente os da tranquilidade pública. Onde o Estado passa a ter jurisdição, ele de fato pode começar a proibir, levando em conta a ordem pública natural e sobrenatural. Quando o Estado impede os cidadãos de exercer seus direitos fundamentais, entre eles, o de buscar a verdade, o Estado vai contra o fim para o qual está ordenado: o bem comum. Transforma-se numa tirania. 
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Sobre a tolerância (aos ritos dos infieis), Santo Tomás já ensina, por isso é doutrina tradicional. Isso deve ser feito sempre que houver um bem maior a se obter com a dita tolerância, ou um mal maior a se evitar, mas há casos como os judeus, que supõem um motivo a mais para a tolerância.

O Magistério, por sua vez, ensinou a tolerância com Pio XII na Alocução  Ci riesce.
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Mesmo assim ela não quer saber e questiona:
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Sua teoria por mais que possa se alinhar a forma tradicional não se alinha à interpretação dos Papas conciliares. O Papa Bento XVI disse com todas as letras que “A DOUTRINA DA TOLERÂNCIA, tal como fora pormenorizadamente elaborada por Pio XII, já não se mostrava suficiente”. Afirmou também que o CVII “corrigiu algumas decisões históricas tomadas pela Igreja no passado”
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Estou de acordo com o Papa, a doutrina da tolerância se mostrou insuficiente. Não tenho medo de estar de acordo com o Papa, o que temo é justamente o contrário. Em um e-mail que lhe mandei há bons meses eu escrevi: “Que podem existir revisões de pontos de algum documento não é contrário à fé católica. Por exemplo, Pio XII disse que a visão de Bonifácio VIII sobre de relação da Igreja e Estado com a comparação do Sol e da Lua e sua interpretação da doutrina das duas espadas era historicamente condicionada e devia considerar-se superada (Cf. Vous Avez Voulu, 19). Sobre o que Leão XIII diz na Immortale Dei, nº 5, Pio XII respondia assim:
 
“Quando Leão XIII escrevia estas palavras, faz setenta anos, seus olhos voltados para o passado, não podia adivinhar que provas lhe apresentariam o futuro imediato. Hoje, pensamos que podemos dizer que a Igreja durante estes setenta anos, tem sido fiel ao seu passado e que as afirmações de Leão XIII foram amplamente ultrapassadas.” (Vous Avez Voulu, 14) Isso é desenvolvimento doutrinal. (...) 

O próprio Papa Pio XII no mesmo documento já citado diz que a Igreja foi no conjunto da história inflexivelmente severa com certo instinto para o que caberia aos diferentes povos e que a Igreja no curso dos séculos experimentou diversas mudanças, não em sua essência é claro (Cf. Vous Avez Voulu, 13)” 

Em nenhum momento o Papa fala de correção substancial, que poderia nos causar sério espanto. Na verdade, ele nega essa heresia claramente em outros ditos sobre o desenvolvimento do Magistério:
 
“[A Instrução *Donum Veritatis*] *afirma – talvez pela primeira vez de maneira tão clara – que existem decisões do magistério que podem não constituir a última palavra sobre uma matéria enquanto tal, mas um encorajamento substancial em relação ao problema, e sobretudo uma expressão de prudência pastoral, uma espécie de disposição provisória. Sua SUBSTÂNCIA permanece válida, mas os DETALHES sobre os quais as circunstancias dos tempos exerceram uma influência podem ter necessidade de retificações ulteriores. Sob esse aspecto, pode-se pensar tanto nas declarações dos Papas do século passado sobre a liberdade religiosa, quanto nas decisões antimodernistas do começo deste século” (*L’Osservatore Romano Edição semanal em língua francesa, 10 de julho de 1990, p.9)
 
Na Instrução sobre a Liberdade Cristã e a Libertação:
 
“Especialmente orientada para ação, esta doutrina (social da Igreja) se desenvolve em função das circunstâncias mutáveis da história. Eis por que, com princípios sempre válidos, comporta também juízos contingentes.”
 
Quem teria faculdade para decidir o que é a substância e o que é detalhes mutáveis e corrigidos é o Magistério, não eu e você.
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A realidade ensinada é que o Estado católico deve negar direitos aos acatólicos de praticarem seus cultos e de pregarem sua religião.
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Tomando o direito no sentido de “faculdade moral de proceder” também eu estou de acordo que não é alguma coisa que o Estado poderia promover. Agora, “outro sentido é aquele, segundo o qual entende-se por direito a faculdade de exigir que alguém não seja obrigado a fazer, não seja proibido de atuar. Neste sentido, direito significa imunidade para obrar e exclusão de coações, sejam eles de força ou de impedimento. A palavra direito na presente Declaração é entendida somente neste sentido.” Daí ser possível falar de direito do homem para poder praticar seu culto.
 
Se olharmos para toda extensão do problema veremos que esse progresso vem desde o Papa Leão XIII. 
 
1. Leão XIII resgatando a doutrina gelsasiana e gregoriana da diarquia distingue formalmente a competência entre os dois poderes a sua ordem própria. Caberia ao Estado simplesmente a função de cuidar da liberdade religiosa.

Courtney-Murray sobre isso conclui: “Caso se leve muito a sério a sua declaração da autonomia da ordem temporal, de sua laicidade, dos limites do governo que daí defluem e de sua não competência na ordem da verdade e da prática religiosa [...], é correto dizer que a doutrina política essencial da Declaração do Vaticano II está implícita, ainda que de modo muito velado, na obra de Leão XIII.” (Vers une intelligence du développement de la doctrine de l’Église sur la liberté religieuse”, em: Laliberté religieuse, p. 126)

O mesmo Papa instruía que: “a liberdade pode também ser legitimamente entendida no sentido em que o ser humano tem no Estado, o direito de seguir, SEGUNDO A CONSCIÊNCIA DE SEU DEVER, a vontade de Deus e cumprir seus preceitos sem que ninguém possa impedí-lo.” (Libertas praestantissimum, DzH 3249-3250)
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De um lado estamos com essa declaração do Papa, do outro que seria possível a tolerância “para evitar um mal maior ou então obter ou conservar um bem maior.” Há uma tensão entre seus pensamentos, pois pelo outro lado ele deveria combater os partidários do Liberalismo “que atribuem ao Estado um poder despótico e sem limites e proclamam que não é preciso ter Deus em conta alguma no modo de nos conduzirmos na vida, desconhecem absolutamente esta liberdade de que falamos tão intimamente unida à honestidade e à religião; e tudo quanto se faz para a conservar, eles o consideram como feito em detrimento e contra o Estado. Se o que dizem fosse verdade, não haveria dominação, por tirânica que fosse, que se não devesse aceitar e sofrer.” Foi prudente, pois devia proteger os católicos dos ataques do liberalismo ideológico e sectário. E é óbvio que alguma verdade escondida lá no fundo do Liberalismo seria dificilmente percebidas naquele contexto.

Assim se pronuncia a Comissão Teológica Internacional sobre isso (Les chrétiens d’aujourd’hui..., pag. 44):

“Os papas dessa época não distinguiam ainda entre o conteúdo e a intenção ou a motivação. [...] Reconhecer o mérito do conteúdo, quando a motivação era hostil aos valores religiosos, era considerado como ficar indiferente diante do mal. Mostrou-se assim durante muito tempo má vontade para com o ideal significado pelos direitos do homem porque não se conseguia reconhecer neles a longínqua herança do Evangelho”

2. Pio XI na Encíclica Mit brennender Sorge estabelece o seguinte princípio:

“O homem crente possui o direito inalienável de professar a sua fé e praticá-la NAS FORMAS QUE LHE SÃO PRÓPRIAS. Toda lei que oprime ou dificulta a profissão ou a prática desta fé se acha em contradição COM UM DIREITO NATURAL.”

Na carta Firmissimam constantiam ao episcopado mexicano declara: “Deve se admitir que a vida cristã necessita apoiar-se, para seu desenvolvimento, em meios externos e sensíveis; que a Igreja, por ser uma sociedade de homens, não pode existir nem desenvolver se não goza de liberdade de ação, e que seus filhos tem direitos a encontrar na sociedade civil possibilidades de viver em conformidade com OS DITAMES DA CONSCIÊNCIA”. Não seria isso um argumento muito geral?

3. Pio XII infere alguma coisa que é essencial para a posterior Declaração do Concílio.

A função principal do governo é “Tutelar o campo intangível dos direitos da pessoa humana e fazer levar o cumprimento de seus deveres, deve ser ofício essencial de todo poder público”

4. João XIII: “Pertence igualmente aos direitos da pessoa a liberdade de prestar culto a Deus de acordo com OS RETOS DITAMES DA PRÓPRIA CONSCIÊNCIA, e de professar a religião, privada e publicamente. “ (Pacem in terris)
 
É claro que diante todas essas citações se pode relativizar e distanciar da doutrina do Concílio. Mas acredito que é meio forçado negar o que lemos a primeira vista. O que transcrevi é para mostrar que a própria Igreja estava em processo de crescimento nesse aspecto. Só o Concílio pôde desmembrar todas esses ditos “contraditórios”, pegar sua substância e corrigir seus paradoxos.
 

Mais uma citação que parece vir bem a calhar e condenar
indubitavelmente o VAticano II: “A Igreja não pode, de modo algum, admitir que se proclame, em tese geral e absoluta, que a liberdade concedida aos cultos heterodoxos e a propaganda do erro e do mal, seja o melhor e mais conforme a natureza humana do homem e a verdadeira civilização (CURSO DE APOLOGÉTICA CRISTÃ - Exposição arrazoada dos fundamentos da fé - Pe. Gualtero Deviver, C.J., obra esta aprovada e recomendada por São Pio X).
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Pe, Gualtero ainda continua com a noção presa de liberdade, levando em conta somente o aspecto vertical, relação do homem para com Deus, e não a relação entre os homens. Não é bom que cultos heterodoxos existam e se manifestem (subjetivamente), mas é bom que o homem tenha seu direito assegurado (objetivamente falando). É a partir do Concílio que se deu efetivamente a “virada” para a liberdade de não ser incomodado no tocante civil. Vai ser meio ruim trazer outros teólogos para falar de algo que foi desenvolvido com o tempo. E mais, não importa quantos teólogos trouxer eu estou com o Magistério antes de tudo. E como se diz na citação de F.C: “De fato, pouco importa se por vezes não podemos provar uma tese pela tradição precedente; basta que possamos prová-la pelo consenso hodierno, o qual também tem valor de tradição, igual ao consenso dos séculos passados, como sucedeu quanto à Imaculada e quanto à Assunção.”(CARTECHINI, Dall’Opinione al Domma, Roma: Ed. Civiltà Cattolica, 1953. Parte II, Cap. III.)

O sentido daquilo que a Igreja condena é um, mas aquilo que foi aprovado pelos conciliares possui outro sentido. Porém, esta é uma tática modernista também condenada pela Igreja, exatamente porque é assim que os modernistas conseguem introduzir suas heresias na Igreja. Foi o que ensinou Pio VI.
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Mas não esqueçamos que é verdade também que muitos deixaram a fé católica por não entender que uma proposição foi condenada ou abraçada em um sentido e não em outro. Fervilham exemplos nos concílios ecumênicos dessas atitudes.
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Ora, a doutrina da tolerância é absolutamente católica e infalível, ela serviu em toda a idade média, serviu no pós revolução francesa até Pio XII e foi defendida pelo MOU e por um documento Ex-cátedra (Quanta Cura).
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A questão da Idade Média pouco importa. A ênfase sobre os direitos do homem muda de registro a partir da idade contemporânea (é o próprio Pio XII que dirá depois). Não é bem assim para dizer que algo está no MOU. Os teólogos sempre dizem que é dificílimo determinar o que está e o que não está. Além dum consenso deve-se ainda ser tomado como revelado. É bem complicado chutar que é algo é do MOU. E, por último, a Quanta Cura nem menciona a tolerância.
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Vou lhe propor um exemplo: a minha religião é o nazismo. Vou lá exigir o direito negativo de promover meu culto, o direito de não ser impedido de agir. Ora, é claro que o Estado irá negar esta sandice, porque eu não tenho este direito. O nazismo ofende o Estado católico, ofende as pessoas católicas.
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O nazismo atenta contra a dignidade da pessoa humana, obviamente, não merece liberdade civil. Mas uma pessoa querer buscar a Verdade mesmo que passe por caminhos tortuosos e errôneos não pode ofender de maneira alguma. E mais, a liberdade religiosa não se baseia na disposição subjetiva, mas na própria natureza humana, assim que subsiste o direito mesmo nos de má fé. É a consciência religiosa que confere imunidade da coerção legal ou extralegal. A liberdade religiosa não pode ofender um Estado católico. O homem não pode exercer sua obrigação em relação a Deus e a fé católica se não goza “ao mesmo tempo de liberdade psicológica e imunidade de coacção externa. (DH)
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E você, e esta foi realmente muito boa (Leão XIII era liberal)... Prezado, por favor, vamos falar sério e não brincar, porque é a nossa alma aqui que está em jogo.
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Deixando de lado seu escárnio... Claro que eu e Courtney-Murray não defendemos nos ditos que o Papa Leão XIII defendia a liberdade religiosa tal qual se defendeu no Concílio. O que defendemos é que houve um desenvolvimento. Que os princípios de Leão XIII, Pio XI, Pio XII levados em suas últimas consequências são as luzes da Declaração. É a liberdade religiosa de modo tímido nos documentos de Leão XIII, apesar da tensão de suas ideias. Ainda com Courtney-Murray podemos trazer três sementes da doutrina conciliar: a tese dos dois poderes que põe no centro da preocupação a pessoa humana e a integridade de sua consciência; a dignidade do ser humano como fundamento dos direitos humanos; o começo de uma concepção política onde a função primordial do Estado é proteger e promover os direitos humanos. Além disso, a frase de Leão XIII que citei é de uma Encíclica que será resgata pela Declaração.
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Immortale Dei ensinou infalivelmente Leão XIII: 38...
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Fala-se da liberdade sem restrição de opinião e publicação.
Ela subtraída a toda regra. Com consequente de poder impunemente desviar os espíritos da verdade e as almas da virtude. A liberdade religiosa deve respeitar justos limites mesmo. Só pra constar nesse ítem o Papa fala de opiniões e publicações que não são necessariamente religiosas. Em outra encíclica no mesmo sentido:  Digamos agora algumas palavras sobre a liberdade de expressão e a liberdade de imprensa. É quase desnecessário afirmar que não existe o direito a esta liberdade quando se exerce sem moderação alguma, ultrapassando todo freio e todo limite. Porque o direito é UMA FACULDADE MORAL que, como temos dito já e convém repetir com insistência, não podemos supor concedida pela natureza de igual modo a verdade e ao erro, a virtude e o vício. (Libertas praestantissimum)
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E o número 41 e 42 vão falar da sujeição do Estado a Igreja.
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Por essa razão que deve existir  uma laicidade justa e sadia como disse Pio XII (João Paulo II e Bento XVI repetiram várias vezes)
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Leão XIII ensina também que a dignidade do ser humano errante é decaída e portanto ele não tem direitos no Estado de promover seus cultos, suas opiniões
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A inteligência e a vontade abdicam de sua dignidade nativa levando a um abismo de corrupção, isto porque o homem possui a inteligência para agir (vontade) em direção às leis divinas. O fim último do homem é a felicidade eterna. Como ensina Santo Tomás a dignidade de uma faculdade depende da dignidade de seu objeto, ora o objeto da vontade é o bem, então, a dignidade da vontade é o bem. Logo, usar esses dois instrumentos de modo contrário ao bem é não agir segundo a nossa dignidade nativa. Que não devemos pecar é pelo próprio fato de possuirmos dignidade natural. Essa dignidade devemos levar ao absoluto de natureza humana.
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A palavra liberdade pode ser bem compreendida, de uma maneira católica, e isso significa que um católico não pode ser impedido de fazer a vontade de Deus no Estado!
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Não era tanto a palavra liberdade que quis mostrar, mas principalmente o direito de seguir  SEGUNDO A CONSCIÊNCIA DE SEU DEVER, que será um ponto manifestado no Concílio para todos religiosos e não só católicos. Aí está o desenvolvimento. Reclama-se um direito aos católicos que pela própria lógica dele deve ser concedido a todos. Ou o que disse Pio XI praticar a fé  nas formas que lhe são próprias. Ainda Pio XII quando diz que o Estado deve permitir que possamos viver segundo os ditames de nossa consciência.
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Você mesmo diz que a doutrina da tolerância esta ultrapassada por ser insuficiente, logo, como poderá usa-la?
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Você não me entendeu. O que quis dizer é que há um confronto entre a tese de Leão XIII e aquilo que parece considerar como hipótese. Daí vir o Concílio para estabelecer isso, o princípio continua, a  tolerância” ultrapassada.
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Falso!!! Os papas não condenaram somente o liberalismo radical, mas também o mitigado. 
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Eu não faço defesa do liberalismo mitigado. O que eu disse está conforme a linha tradicional:  nas mesmas falsas afirmações se oculta por vezes um pouco de verdade; e, por fim, essas opiniões falsas incitam a mente a investigar e ponderar com maior diligência algumas verdades filosóficas ou teológicas. (Pio XII, Humani Generis, 9) É isso!
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NÃO QUERO SABER, SOU SEDEVACANTISTA ATÉ O FIM E  PIO XII ESTÁ COMIGO! VOCÊ NÃO É CATÓLICO POR DEFENDER O VATICANO II E NÃO VOU MAIS TENTAR REFUTAR SEUS ARGUMENTOS PORQUE EU NÃO TENHO MAIS ONDE TIRAR RESPOSTAS, PASSAR BEM! 
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Você sempre faz isso! sempre que não chego nas mesmas conclusões suas num debate você se revolta. Se eu, pelo menos, digo que não defendo o que foi condenado pelos papas, como deixo de ser católico? E se eu confundo entre substância e acessório, como deixo de ser católico? Não há pertinácia.

Conclusão

Cada vez mais me convenço de que o legalismo e o fideísmo andam de mãos dadas. Vejo isso em sites sedevacantistas, com alegações perfeitas do ponto de vista legalista, mas que se perdem quanto ao raciocínio lógico e natural.

Alguém que alegue que o católico está obrigado a nunca suspender seu assentimento, mesmo diante da mais clara evidência contrária, está tornando o catolicismo uma religião tão antinatural que impossibilitaria qualquer esforço apologético. Não haveria mais qualquer indício natural que favorecesse a fé, pois o catolicismo seria a antítese da razão. Mas, pelo contrário, o Concílio Vaticano I nos ensina que  o mesmo Deus que revela os mistérios e infunde a fé, dotou o espírito humano da luz da razão; e Deus não pode negar-se a si mesmo, nem a verdade jamais contradizer à verdade.

OBS: O debate original que foi público foi extraído do facebook. A oponente, frustada pela derrota, bloqueou o debatedor e com isso seus posts sumiram.

mistério ainda continua, não iremos dizer quem é a Meany Ranheta.

Fundo musical saindo do disco, foto de cabeçalho do artigo: The Smiths - Theres a light
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PARA CITAR ESTE ARTIGO:

A vitrola incansável do sedevacantismo sobre a liberdade religiosa
David A. Conceição 02/2014 Tradição em Foco com Roma.

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