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O jejum da Sexta Santa

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Católicos jejuam na sexta pelo fato de Jesus ter morrido numa sexta. Daí serem penitenciais todas as sextas do ano e o Tempo da Quaresma. 
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Como ensina o que manda a Igreja: Jejum 4º de Cinzas e Sexta Feira - Santa, abstinência de carne às sextas durante o ano. Só lembro que a abstinência, no Brasil, foi comutada, pela legislação complementar da CNBB aos can. 1251 e 1253, para alguma prática de piedade ou de caridade. Nem só de CIC vive a Igreja no Brasil... 

O jejum consiste em tomar uma refeição completa no dia e outras duas incompletas, as quais somadas não equivalam a uma completa. Esse é o máximo que se pode comer, quem quiser comer menos pode fazê-lo.

Na verdade, cumpre-se o preceito por obrigação e não há nada de mal em fazê-lo estabelecendo horários. É o dar a Deus o que é de Deus. Obviamente que quanto mais se realiza o jejum com compenetração e amor a Deus, tanto mais ele será eficaz.

Também quem come após meia-noite não peca, nem faz nada errado.

Sempre tomo as 24h exatas do dia que farei jejum, pois geralmente durmo após meia-noite. Por exemplo: farei o jejum na sexta, mas só durmo às 03:30h do mesmo dia, então, a partir da badalada da 00:00h daquele dia não tomo alimento e torno a tomá-lo após passada a sexta. Não seria recomendável para quem tem gastrite e não possa passar muito tempo sem comer.

Sobre o jejum, quis dar um molde segundo as normas da Igreja (não foi determinado no CDC atual, então segue-se a tradição jurídica anterior, conforme explica a nota de rodapé do Canôn 1252), pois, também, deixar de cumpri-lo deliberadamente consiste, em si, em pecado mortal.

Observar uma única refeição completa e duas refeições incompletas que somadas não equivalam a uma é condição para que o jejum seja válido (alguém mais douto me corrija, se me engano). Apenas quis deixar claro. 

É preciso separar jejum de abstinência:

Jejum é ficar sem se alimentar ou fazer apenas uma refeição(leve) durante o dia. Abstinência é se abster de algum alimento ou bebida que se goste ou se esteja abituado.

Sem dúvida essas duas práticas são de grande importância para a vida espiritual.  

"Carne vermelha" é conversa de nutricionista. Devemos abster-nos de carne de animais de sangue quente, ou seja, só o peixe pode mais o jejum, fazer uma refeição principal leve e excluir a outra. 

Anotem:

+ É obrigatória a abstinência de carne ou outro alimento, o que pode ser substituído por ato de piedade ou caridade, segundo prescrições canônicas com adendo legal da CNBB.

+ Tal preceito obriga gravemente, mas a apreciação não leva em conta transgressões isoladas (o que conta é a disposição habitual em cumprir).

+ Essa obrigação se estende a todas as sextas-feiras do ano, exceto dias santos de guarda.

+ Há prescrições especiais para a Sexta-Feira Santa e Quarta-Feira de Cinzas.

O propósito imanente do jejum é a penitência; a mortificação.

O Manual de Doutrina Católica de Boulenger diz que:
 O preceito do jejum e da abstinencia tem seu fundamento no Evangelho. Promulgou-o a Igreja no intuito de aplicar a grande Lei da Penitência, imposta por Nosso Senhor nestes termos: Se não fizerdes penitência, haveis todos de perecer (Lucas,VIII,3). Em boa hora advertiu a Igreja, que muitíssimos católicos olvidariam e descurariam esta obrigação capital. Logo, julgou azado relembrar o preceito divino, e para que fosse mais explícita, a prática da Penitência, ficou o modo e o tempo. Escolheu o jejum e a abstinência, porque os primeiros cristãos já tinham noção destas formas de mortificação. Não eram inovações. Os judeus, com efeito,costumavam jejuar, ora depois de algumas calamidades, para expiar as culpas, ora com o fito de alcançar benefícios, ou evitar castigos. Havia entre eles o dia do jejum público, por exemplo a Festa da Expiação, o 10 dia do setimo mes.(Levitico XVI, 29, 31; XXIII, 27, 32) Havia também dias de jejum particulares: Davi jejua um dia inteiro na ocasião da morte de Saul.

O Jejum e a abstinência assentam ainda na nossa natureza. É fato averiguado que estas privações impostas pela Igreja favorecem, em vez de prejudicar, a saúde preconizando hábitos de temperança. E a experiência mostra que a vida dos Trapistas e Cartuxos, duas ordens religiosas severas, nada sofre nem se abrevia, com a abservncia das leis mais inflexíveis do jejum e da abstinência


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O jejum é mais do que uma mera abstinência de nutrição e alimentos. O jejum é um símbolo, um sinal, um chamado sério e estimulante à aceitação e renúncia. Que renúncia? Renúncia ao 'ego', isto é, aos caprichos e às aspirações nocivas; renúncia aos próprios defeitos, às paixões e desejos impetuosos. Jejuar é ser capaz de dizer NÃO, de modo claro e firme, a tudo o que é sugerido ou exigido pelo orgulho, pelo egoísmo e pelo vício. É ser capaz de escutar a própria consciência, de respeitar o bem alheio, de permanecer fiel à Sagrada Lei de Deus. (Beato João Paulo II).

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PARA CITAR ESTE ARTIGO:

O jejum da Sexta Santa
David A. Conceição 02/2013 Tradição em Foco com Roma.

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