A novela “A Viagem”, de Ivani Ribeiro, será reprisada no Canal Viva a partir do dia 7 de abril de 2014, no lugar de “Água Viva”. O folhetim aborda a vida após a morte.
Na trama, Antonio Fagundes é o advogado poderoso Otávio Jordão, que se apaixona pela geniosa Diná pouco antes de morrer. Os dois se conhecem quando ele é chamado para defender o irmão da morena de uma acusação de assassinato. Alexandre se mata para não passar 20 anos na prisão e volta para atormentar Téo e Raul, que o entregaram à polícia.
Destaque para a trilha sonora Foreigner - Waiting for a Girl Like You e Roupa Nova - A Viagem
Ela será exibida de segunda a sábado à meia-noite e ao meio-dia.
Na trama, Antonio Fagundes é o advogado poderoso Otávio Jordão, que se apaixona pela geniosa Diná pouco antes de morrer. Os dois se conhecem quando ele é chamado para defender o irmão da morena de uma acusação de assassinato. Alexandre se mata para não passar 20 anos na prisão e volta para atormentar Téo e Raul, que o entregaram à polícia.
Destaque para a trilha sonora Foreigner - Waiting for a Girl Like You e Roupa Nova - A Viagem
Ela será exibida de segunda a sábado à meia-noite e ao meio-dia.
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Com se posicionar em relação ao que é passado ao povo através das novelas.
Muitas pessoas, inclusive figuras de intelectuais como Jô Soares, comumente usam o argumento “a sua televisão tem a fantástica opção de mudar o canal, e de ligar e desligar”, insinuando assim que nossas crenças pessoais jamais devem influenciar a “sagrada” e “imaculada” liberdade de expressão.
Engraçado isso... a nossa crença, que é o centro de nossas vidas, é algo que temos que guardar para nós, nós não temos a liberdade de exprimi-la aos outros, mas a TV tem toda a liberdade para transmitir as idéias que quiser, com os objetivos que quiser, sem nenhum escrúpulo...
Para melhor expor o que desejo, vou dividir o problema em duas partes: a primeira, em se tratando de conceitos que as novelas transmitem que não condizem com a fé católica mas que também não têm a intenção de difamá-la. Exemplo: a banalidade do sexo, o divórcio.
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Agora, temos sim, o direito (como cidadãos leigos) e o dever (como católicos) de nos posicionarmos contra um programa que transmita esses ideais. Não há nada de errado, por exemplo, em recomendar aqui, em um blog católico tradicionalista, que o mais prudente para um irmão de fé é abster-se desses programas. Pelo contrário, é muito louvável. Nesse sentido, sim, nos posicionamos contra, não contra a transmissão do programa, mas simplesmente contra a audiência.
A segunda parte diz respeito ao que é transmitido pelas novelas ou outros programas e que ofendem direta ou indiretamente a nossa fé. Aqui não faltam exemplos: imparcialidade de crenças (com o espiritismo sendo colocado como uma verdade), a difamação de qualquer personagem católico, comentários em relação à nossa fé que expressem inverdades etc.
Nesses casos, não há desculpa para a “liberdade de expressão”, visto que essa liberdade ultrapassa os limites do respeito à crença alheia. Tais fatos ferem diretamente a ética e a moral, e podemos sim, aliás devemos, como cidadãos, reivindicar contra a sua exibição. Certas coisas não são inaceitáveis apenas no ponto de vista da prática religiosa, mas também inaceitáveis que permitamos que continuem ocorrendo.
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Quando falamos sobre a vontade de Deus, não há espaço pra meio termo. Parece que a religião só existe para nos sentirmos melhor. Mas se cada doutrina tem uma maneira própria de chegar ao Pai, como vamos conseguir seguindo dois caminhos diferentes?
O espiritismo é um sistema irracional porque é injusto. Tudo aquilo que é irracional é injusto, pois a nossa razão foi dada por Deus para ser cumprida a justiça, ou seja a fim de pratiquemos a eqüidade em nossas ações, nos orientando para o bem, que representa a salvação não só do corpo como também da alma. Mas o que faz o espiritismo ser sumamente injusto?
O espiritismo agride a razão e só se sustenta em um emocionalismo piegas materialistas, de apego exageradíssimo à matéria ao mesmo tempo em que, paradoxalmente, tem a matéria como má, ou seja, um cárcere. Como é que tanta gente cae num conto assombroso desse?
O engano produzido pelos “espíritos” envolve sensações também. Não é pelo que sente a pessoa, que a Igreja aceita como verídica certa aparição de Nossa Senhora. Ela sabe que isso não é conclusivo; o mesmo se aplicaria ao espiritismo.
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O espiritismo só se baseia nos ensinamentos morais de Jesus; o próprio Kardec diz isso. Se baseia em coisas comuns a qualquer outra religião, o que não o identifica com a doutrina cristã. Há apenas a citação da figura de Cristo, que poderia ser substituída por outro personagem conhecido, como o dalai lama, por exemplo.
A ciência desmentiu um monte de suposições, incluindo algumas revelações dadas por “espíritos” ao Kardec, mas não conseguiu desmentir a doutrina católica.
Uma forma excelente de não pecar é esta: meditar nos novíssimos do homem: morte, juízo, inferno e paraíso! Eles servem para pensarmos em que pode nos acontecer se por acaso a gente morrer em pecado mortal! Nesse artigo iremos tratar do tema central da novela sobre o estado da alma de um condenado.
Os condenados na visão espírita
“160. Em que consistem os sofrimentos da alma depois da morte? Irão as almas criminosas ser torturadas em chamas materiais?
A Igreja reconhece perfeitamente, hoje, que o fogo do inferno é todo moral e não material; porém, não define a natureza dos sofrimentos. As comunicações espíritas colocam os sofrimentos sob os nossos olhos, e, por esse meio, podemos apreciá-los e convencer-nos de que, apesar de não serem o resultado de um fogo material, que efetivamente não poderia queimar almas imateriais, eles, nem por isso, deixam de ser mais terríveis, em certos casos.
Essas penas não são uniformes: variam infinitamente, segundo a natureza e o grau das faltas cometidas, sendo quase sempre essas mesmas faltas o instrumento do seu castigo; é assim que certos assassinos são obrigados a conservarem-se no próprio lugar do crime e a contemplar suas vítimas incessantemente; que o homem de gostos sensuais e materiais conserva esses pendores juntamente com a impossibilidade de satisfazê-los, o que lhe é uma tortura; que certos avarentos julgam sofrer o frio e as privações que suportaram na vida por sua avareza; outros se conservam junto aos tesouros que enterraram, em transes perpétuos, com medo que os roubem; em uma palavra, não há um defeito, uma imperfeição moral, um ato mau, que não tenha, no mundo espiritual, seu reverso e suas conseqüências naturais; e, para isso, não há necessidade de um lugar determinado e circunscrito. Onde quer que se ache o Espírito perverso, o inferno estará com ele.
Além dos sofrimentos espirituais, há as penas e provas materiais que o Espírito, se não está depurado, experimenta numa nova encarnação, na qual é colocado em condições de sofrer o que fez a outrem sofrer; de ser humilhado, se foi orgulhoso; miserável, se avarento; infeliz com seus filhos, se foi mau filho, etc.
Como dissemos, a Terra é um dos lugares de exílio e de expiação, um purgatório, para os Espíritos dessa natureza, do qual cada um se pode libertar, melhorando-se suficientemente para merecer habitação em mundo melhor. (O Livro dos Espíritos, nº 237: Percepções, sensações e sofrimentos dos Espíritos; idem, Parte 4. Esperanças e consolações, cap. 1, Penas e gozos futuros; — Revue Spirite, 1858, pág. 79: L’assassin Lemaire; idem, pág. 166: Le suicidé de la Sannaritaine; idem, pág. 331: Sensations des Esprits; idem, 1859, pág. 275: Le pére Crépin; idem, 1860, pág. 61: Estela Regnier; idem, página 247: Le suicidé de la rue Quincampoix; idem, pág. 316: Le châtiment; idem, pág. 315: Entrée d’un coupable dans Le monde des Esprits; idem, pág. 384: châtiment de l’egoïste; idem, 1861, pág. 53: Suicide d’un athée; idem, página 270: La peine du talion.)”
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Há teólogos que consideram que há casos em que Deus pode permitir sim, e isso tudo está na biografia e no exemplo dos santos, que aliás serviram para convencer Sto. Tomás de que era possível a aparição de almas do céu, do purgatório e do inferno. Ele não dá essa opinião como definitiva, porque também responde as objeções a essa opinião, mas a considera mais de acordo com o testemunho dos santos. Vejam abaixo um texto de Santo Tomás:
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“De dois modos podemos entender que uma alma saiu do inferno ou do paraíso. ─ Primeiro, absolutamente falando, de modo que saíam de um ou outro desses lugares, que deixará portanto de lhes ser a morada. Ora, assim, ninguém que tenha sido definitivamente destinado ao inferno ou ao céu, poderá dele sair, como mais adiante diremos. ─ Noutro sentido podemos entender a saída como temporária. E então devemos distinguir entre o que convém aos espíritos pela lei da sua natureza, e o que lhes convém pela ordem da divina providência. Pois, como diz Agostinho, uns são os limites das causas humanas, e outros os sinais do poder divino; uns são os fenômenos naturais e outros, os miraculosos.
Ora, segundo o curso natural das cousas, as almas separadas, uma vez nos lugares que lhes foram destinados, ficam completamente segregadas da convivência humana. Pois, pelo curso da natureza, os que ainda vivemos unidos ao corpo mortal não temos nenhum comércio imediato com as substâncias separadas, porque todos os nossos conhecimentos tem a sua origem nos sentidos. Ora, as almas dos mortos não poderiam sair das suas moradas senão para intervir nas cousas humanas.
Mas por disposição da divina providência, por vezes as almas separadas, saindo das suas moradas, apareceram à vista dos homens. Assim Agostinho conta, no livro referido, que o mártir Felix apareceu visivelmente aos cidadãos de Nola, quando esta cidade foi atacada pelos bárbaros. E também podemos crer tenha sido às vezes permitido aos condenados, para advertirem e aterrarem os homens, aparecerem aos vivos. Ou também para pedirem sufrágios, se se trata de almas do purgatório; ou por muitas outras razões aduzídas. Mas há entre os santos e os condenados a diferença, que os santos podem aparecer aos vivos quando quiserem, mas não os condenados. Pois, aqueles, enquanto ainda vivem neste mundo, recebem, pelos dons da graça gratuita, o poder de obrar curas e prodígios, maravilhas de que só o poder divino é capaz, e que não podem ser feitos por quem não recebeu os dons referidos. Assim também nenhum inconveniente há em, por virtude da glória, ser dada uma faculdade às almas dos santos, de modo a poderem, quando quiserem, aparecer aos vivos milagrosamente. O que os condenados não podem senão quando lhos for permitido.” (S. Th., Suppl, q.69, a.3, co.)
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Saul realmente conversou com Samuel, por intenvenção divina. O autor do livro Eclesiástico (livro este que não consta da Bíblia dos protestantes) ensina claramente que foi Samuel (e não um espírito maligno) quem falou com Saul.
Há uma cena da novela que no dito lugar estranho possui animais diversos. Segundo a doutrina de Santo Tomás, não haverá animais (como larvas) no Inferno (S. Th., Suppl., q.97, a.2). O verme é uma metáfora para o remordimento da consciência.
Se antes de morrer a pessoa for convertida apenas por atrição, ela pode se salvar sim. Agora, os que estão no Inferno sofrem castigos de diferente intensidade. Deus não pune, por exemplo, uma criança que pecou mortalmente (mas que não tem a mesma consciência de um adulto) da mesma forma que um adulto. Não houve dissolução alguma do limbo. Apenas os teólogos, em estudo aprovado pelo Papa, reafirmaram que se pode esperar que Deus salve essas crianças antes da morte, infundindo-lhe a graça santificante de modo não convencional. Mas isso não pode ser afirmado, pois tem a ver com a predileção divina: se Deus quiser Ele pode salvar desse jeito, pois não se encontra preso aos meios pelos quais a Igreja comunica a graça.
O Limbo, embora Deus possa ter predileção por alguma pessoa não batizada que não teve o uso da razão e destiná-la à bem-aventurança. Sem dúvida que pode, como pode ter por todas que estão nessa situação. Mas a simples vontade divina de que todos se salvem não é determinante para que Deus designe os meios necessários para que todos se salvem.
Os teólogos propuseram que pudesse haver leis gerais que dispensassem a graça para pessoas que nunca tiveram o uso da razão não batizadas. É interessante a tese de um teólogo que diz que Deus poderia conceder extraordinariamente o uso da razão a essa pessoa antes da morte. Mas já vi refutação a todas elas.
Ludwig Ott relaciona:
- A tese do batismo de desejo representativo (da mesma forma como a fé alheia dos pais e da Igreja complementa o batismo, ela pode ter utilidade mesmo quando a criança não é batizada);
- A tese da concessão da razão na hora da morte;
- A tese de que a morte serviria para remir a pena do pecado original.
Na absoluta falta de revelação acerca de qualquer desses meios, a única certeza é que não podem se salvar com o pecado original. Desta forma, como não se pode exigir de Deus que as salve, só esperar, nem sequer pode-se afirmar que Deus esteja, em razão de Sua vontade salvífica, obrigado a dispensar todos os meios para que essa se realize, não se pode repudiar a hipótese da existência do limbo.
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Poucos santos tiveram o uso da razão ainda no ventre, Jesus e São João Batista, e também se defende para Nossa Senhora.
Antes de Cristo, ainda não havia sido instituído o batismo com necessidade de meio, pois os sete sacramentos foram instituídos por Cristo. Eles eram salvos pela fé na promessa de um Redentor, e a circuncisão servia de ocasião para os adultos manifestarem essa fé, que redimia também as crianças sujeitas à circuncisão (no caso, os meninos). As meninas, obviamente, também recebiam os frutos da graça dada aos pais.
Santo Tomás ensina ainda que Deus pune os pecadores no inferno menos do que eles realmente merecem, sobretudo aqueles que, em vida, exerceram atos de misericórdia para com os outros (S. Th., Ia, q.21, a.4; Cf. Suppl., q.99, a.5).
Na minha opinião, esse ódio dos condenados é algo muito difícil de defender racionalmente. Embora seja opinião comum dos teólogos, há várias teses para explicar isso, e a opinião de Santo Tomás não tem aqui a fundamentação racional tão clara que encontramos em outras passagens.
Santo Tomás responde a essa passagem da parábola do rico e de Lázaro dizendo que os condenados no inferno invejam a glória até mesmo dos seus parentes e queriam que fossem condenados, mas, uma vez que sabem que alguns serão salvos, desejam menos a condenação deles do que do restante da humanidade, pois sua punição seria maior se todos os seus parentes fossem condenados (S. Th., Suppl., q.98, a.4, ad.1).
Bem, eu entendo que o ódio e a inveja como paixões não podem ser evitados, mas é um pouco difícil de defender que os condenados em algum momento não possam submetê-los à razão, uma vez que a condenação não lhes retira os dotes naturais. Até mesmo o arrependimento natural seria possível (a que pese tais ações não terem mais sentido, dado não existir mais mérito, nem demérito; e diante da perda irremediável do fim último).
Nós não podemos comparar o céu com o inferno como se fossem contrários em todos os aspectos. O céu é a visão do Bem infinito, mas o inferno não pode ser um mal infinito, uma vez que o mal infinito é absurdo. Também não existe uma “antigraça” que sirva de moção física do condenado para o mal (nem isso estaria de acordo com a santidade divina).
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O Inferno na doutrina católica
Depois da ressurreição, essas almas em seus corpos serão atormentadas por diversos agentes físicos, e não apenas pelo fogo, ensina Santo Tomás (S. Th., Suppl., q.97, a.1). As almas passarão da sensação do calor ao frio, embora sentindo diretamente a ação dos agentes fisicos, e não pela transmutação dos seus corpos materiais, razão pela qual na passagem do calor ao frio não mediará qualquer diminuição temporária da sensação de dor.
Muitos santos e teólogos creem que o inferno está localizado nas profundezas da terra, embora não seja dogma, e, em outros tempos, houvesse quem cogitasse que estaria em algum lugar na superfície da terra. A terra não será destruída ao fim dos tempos, e sim renovada.
A renovação da Terra é doutrina dos Padres e doutores da Escolástica. Na Suma Teológica, Suplemento, q.91, você encontra a doutrina de Santo Tomás sobre a renovação e estado do mundo renovado.
O Paraíso e o inferno são lugares físicos, e é possível, segundo o Pe. José Sagüés, autor do Tratado sobre os Novíssimos, da Suma da Sagrada Teologia Escolástica, que o Paraíso esteja na Terra após o juízo final.
Questão da Suma Teológica a respeito das qualidades do mundo renovado.
Catecismo da Igreja Católica:
“1042 No fim dos tempos, o Reino de Deus chegar à sua plenitude. Depois do Juízo Universal, os justos reinarão para sempre com Cristo, glorificados em corpo e alma, e o próprio universo será renovado:
(Parágrafos relacionados 769,670)
Então a Igreja será “consumada na glória celeste, quando chegar o tempo da restauração de todas as coisas, e com o gênero humano também o mundo todo, que está intimamente ligado ao homem e por meio dele atinge sua finalidade, encontrará sua restauração definitiva em Cristo[a35]”
(Parágrafos relacionados 310)
1043 Esta renovação misteriosa, que há de transformar a humanidade e o mundo, a Sagrada Escritura a chama de “céus novos e terra nova” (2Pd [a36]3,13). Ser a realização definitiva do projeto de Deus de “reunir, sob um só chefe, Cristo, todas as coisas, as que estão no céu e as que estão na terra” (Ef 1,10).”.
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O céu é um lugar físico, bem como o Inferno, pois lá arde um fogo material, segundo o entendimento comum de quase todos os santos e teólogos, com muito poucas exceções.
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Quanto aos corpos gloriosos de Nosso Senhor e de Maria Santíssima, tal não seria prova definitiva, dado que Santo Tomás dá a entender que Deus poderia, por milagre, fazer com que um corpo físico não ocupasse lugar (S. Th., Suppl., q.83, a.3, ad.3).
O céu e o inferno são estados de espírito e também lugares físicos. Que são estados de espírito se prova pelo fato de que nem todos os demônios condenados estão no inferno. Alguns estão em nosso ar tenebroso, para nos submeter à prova, embora seu tormento seja o mesmo, em vista de sua condenação. Após o juízo final, todos os maus, anjos e homens, estarão no inferno (S. Th., Ia., q.64, a.4).
Também os justos podem estar no céu, bem como podem vir até nós, sem que deixem por um só instante o seu estado de glória. Santo Tomás explica que essa situação é semelhante à do bispo cuja honra não diminui por não estar sentado em sua cátedra. Assim, as almas podem sair, por algum tempo, do céu (lugar físico) e mesmo do inferno (lugar físico), segundo o ensinamento de Santo Tomás, mas nunca deixarão o seu estado de glória ou de condenação (cf. S. Th., Suppl., q.69, a.3).
Do Tratado sobre os Novíssimos, da “Suma da Sagrada Teologia Escolástica”:
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“Los bienaventurados viven solamente para Dios y únicamente quieren cumplir su voluntad. luego no sufren por los males físicos de los hombres o de sus familiares. Más aún, no sufren por los pecados cometidos en otro tiempo por ellos mismos o por otros, por más que los aborrecen estos pecados, como los aborrece Dios: a) como se sufre por un mal propio, puesto que éstos son ya como si no existieran; b) como se sufre por el mal de los hombres, incluso parientes, puesto que, mientras que piden a Dios la salvación de ellos, sin embargo consideran enemigos de Dios a éstos, los cuales, si no se convierten, quieren que sean castigados, a fin de que se observe la justicia divina; de aquí que ni siquiera sufren por la condenación de éstos, puesto que ven claramente que Dios tiene motivos para permitirla, y que todas las cosas redundan en último término para la gloria de Dios (Sto. Tomás, Suppl. q.95).
Tampoco se entristecen los bienaventurados por el hecho de que demore la vuelta a unirse el alma con el cuerpo o porque llegue a cumplirse otro deseo eficaz. Por lo demás la tristeza contradice la bienaventuranza, no metafísicamente, como se ve en Jesucristo, pero con certeza físicamente, por consiguiente solamente de un modo milagroso puede coexistir la tristeza con la bienaventuranza.”
Conclusão:
Deus pode fazer com que a tristeza e a angústia coexistam no mesmo ser com a bem-aventurança essencial, que é a visão de Deus, desde que essa fique de tal modo retida na alma que não redunde para as faculdades sensíveis. Mas isso é um milagre que apenas existiu na Humanidade de Cristo. Caso Deus o fizesse com algum dos santos que estão no céu, teria que privá-los de sua bem-aventurança acidental, ou seja, de seus dotes de bem-aventurado, o que contradiz a eternidade da bem-aventurança.
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Finalizando com as palavras do Rafael Vitola Brodback:
“Além de rezar, é preciso usar a velha ferramenta da apologética: destruir os obstáculos intelectuais. Apologética não converte ninguém. O que converte é pregação. A apologética serve só para destruir os obstáculos intelectuais que impedem a pessoa de ouvir a pregação.
Como fazer apologética com judeus? Com o Antigo Testamento. E com protestantes? Com a Bíblia toda. E com os ortodoxos? Com a Bíblia e a Tradição Oral. Mas e com agnósticos, pagãos, espíritas, muçulmanos etc? COM A RAZÃO!
Essa “receita” é de Santo Tomás. Temos que achar um terreno comum. Os espíritas não aceitam a Tradição e a Escritura, como bem lembrou a Izabel. De nada adianta citar versículos bíblicos. A apologética, a remoção dos obstáculos intelectuais (preconceitos) se faz pelo apelo a argumentos puramente racionais.
Assim, que se sente chamado a evangelizar espíritas deve DOMINAR filosofia, não só teologia. Aliás, mais filosofia do que teologia. E conhecer muito do pensamento moderno, das escolas filosóficas, das correntes históricas. Do contrário, está fadado ao insucesso.
Debater com espíritas requer o pleno conhecimento de técnicas de argumentação, e também saber trabalhar quase que exclusivamente com apelos racionais. É preciso mostrar que os postulados kardecistas são contrários à lógica, mais do que contrários à doutrina. Argumentação religiosa não cola!”
Ora, segundo o curso natural das cousas, as almas separadas, uma vez nos lugares que lhes foram destinados, ficam completamente segregadas da convivência humana. Pois, pelo curso da natureza, os que ainda vivemos unidos ao corpo mortal não temos nenhum comércio imediato com as substâncias separadas, porque todos os nossos conhecimentos tem a sua origem nos sentidos. Ora, as almas dos mortos não poderiam sair das suas moradas senão para intervir nas cousas humanas.
Mas por disposição da divina providência, por vezes as almas separadas, saindo das suas moradas, apareceram à vista dos homens. Assim Agostinho conta, no livro referido, que o mártir Felix apareceu visivelmente aos cidadãos de Nola, quando esta cidade foi atacada pelos bárbaros. E também podemos crer tenha sido às vezes permitido aos condenados, para advertirem e aterrarem os homens, aparecerem aos vivos. Ou também para pedirem sufrágios, se se trata de almas do purgatório; ou por muitas outras razões aduzídas. Mas há entre os santos e os condenados a diferença, que os santos podem aparecer aos vivos quando quiserem, mas não os condenados. Pois, aqueles, enquanto ainda vivem neste mundo, recebem, pelos dons da graça gratuita, o poder de obrar curas e prodígios, maravilhas de que só o poder divino é capaz, e que não podem ser feitos por quem não recebeu os dons referidos. Assim também nenhum inconveniente há em, por virtude da glória, ser dada uma faculdade às almas dos santos, de modo a poderem, quando quiserem, aparecer aos vivos milagrosamente. O que os condenados não podem senão quando lhos for permitido.” (S. Th., Suppl, q.69, a.3, co.)
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É possível que Deus permita a um vivo comunicar-se com um morto extraordinariamente, mas Ele próprio proíbe a necromancia (consulta aos mortos).
Saul realmente conversou com Samuel, por intenvenção divina. O autor do livro Eclesiástico (livro este que não consta da Bíblia dos protestantes) ensina claramente que foi Samuel (e não um espírito maligno) quem falou com Saul.
Há uma cena da novela que no dito lugar estranho possui animais diversos. Segundo a doutrina de Santo Tomás, não haverá animais (como larvas) no Inferno (S. Th., Suppl., q.97, a.2). O verme é uma metáfora para o remordimento da consciência.
Se antes de morrer a pessoa for convertida apenas por atrição, ela pode se salvar sim. Agora, os que estão no Inferno sofrem castigos de diferente intensidade. Deus não pune, por exemplo, uma criança que pecou mortalmente (mas que não tem a mesma consciência de um adulto) da mesma forma que um adulto. Não houve dissolução alguma do limbo. Apenas os teólogos, em estudo aprovado pelo Papa, reafirmaram que se pode esperar que Deus salve essas crianças antes da morte, infundindo-lhe a graça santificante de modo não convencional. Mas isso não pode ser afirmado, pois tem a ver com a predileção divina: se Deus quiser Ele pode salvar desse jeito, pois não se encontra preso aos meios pelos quais a Igreja comunica a graça.
O Limbo, embora Deus possa ter predileção por alguma pessoa não batizada que não teve o uso da razão e destiná-la à bem-aventurança. Sem dúvida que pode, como pode ter por todas que estão nessa situação. Mas a simples vontade divina de que todos se salvem não é determinante para que Deus designe os meios necessários para que todos se salvem.
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Os teólogos propuseram que pudesse haver leis gerais que dispensassem a graça para pessoas que nunca tiveram o uso da razão não batizadas. É interessante a tese de um teólogo que diz que Deus poderia conceder extraordinariamente o uso da razão a essa pessoa antes da morte. Mas já vi refutação a todas elas.
Ludwig Ott relaciona:
- A tese do batismo de desejo representativo (da mesma forma como a fé alheia dos pais e da Igreja complementa o batismo, ela pode ter utilidade mesmo quando a criança não é batizada);
- A tese da concessão da razão na hora da morte;
- A tese de que a morte serviria para remir a pena do pecado original.
Na absoluta falta de revelação acerca de qualquer desses meios, a única certeza é que não podem se salvar com o pecado original. Desta forma, como não se pode exigir de Deus que as salve, só esperar, nem sequer pode-se afirmar que Deus esteja, em razão de Sua vontade salvífica, obrigado a dispensar todos os meios para que essa se realize, não se pode repudiar a hipótese da existência do limbo.
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Com a razão, as crianças poderiam entender como os adultos quem é Deus e optar por Ele. Essa tese se refuta facilmente, pois implicaria em que Deus houvesse que fazer um milagre a cada vez que uma criança recém-nascida estivesse para morrer sem o batismo. Seria melhor esperar que Ele as liberasse do pecado original sem o uso da razão.
Poucos santos tiveram o uso da razão ainda no ventre, Jesus e São João Batista, e também se defende para Nossa Senhora.
Antes de Cristo, ainda não havia sido instituído o batismo com necessidade de meio, pois os sete sacramentos foram instituídos por Cristo. Eles eram salvos pela fé na promessa de um Redentor, e a circuncisão servia de ocasião para os adultos manifestarem essa fé, que redimia também as crianças sujeitas à circuncisão (no caso, os meninos). As meninas, obviamente, também recebiam os frutos da graça dada aos pais.
Santo Tomás ensina ainda que Deus pune os pecadores no inferno menos do que eles realmente merecem, sobretudo aqueles que, em vida, exerceram atos de misericórdia para com os outros (S. Th., Ia, q.21, a.4; Cf. Suppl., q.99, a.5).
Na minha opinião, esse ódio dos condenados é algo muito difícil de defender racionalmente. Embora seja opinião comum dos teólogos, há várias teses para explicar isso, e a opinião de Santo Tomás não tem aqui a fundamentação racional tão clara que encontramos em outras passagens.
Santo Tomás responde a essa passagem da parábola do rico e de Lázaro dizendo que os condenados no inferno invejam a glória até mesmo dos seus parentes e queriam que fossem condenados, mas, uma vez que sabem que alguns serão salvos, desejam menos a condenação deles do que do restante da humanidade, pois sua punição seria maior se todos os seus parentes fossem condenados (S. Th., Suppl., q.98, a.4, ad.1).
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Bem, eu entendo que o ódio e a inveja como paixões não podem ser evitados, mas é um pouco difícil de defender que os condenados em algum momento não possam submetê-los à razão, uma vez que a condenação não lhes retira os dotes naturais. Até mesmo o arrependimento natural seria possível (a que pese tais ações não terem mais sentido, dado não existir mais mérito, nem demérito; e diante da perda irremediável do fim último).
Nós não podemos comparar o céu com o inferno como se fossem contrários em todos os aspectos. O céu é a visão do Bem infinito, mas o inferno não pode ser um mal infinito, uma vez que o mal infinito é absurdo. Também não existe uma “antigraça” que sirva de moção física do condenado para o mal (nem isso estaria de acordo com a santidade divina).
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O Inferno na doutrina católica
Depois da ressurreição, essas almas em seus corpos serão atormentadas por diversos agentes físicos, e não apenas pelo fogo, ensina Santo Tomás (S. Th., Suppl., q.97, a.1). As almas passarão da sensação do calor ao frio, embora sentindo diretamente a ação dos agentes fisicos, e não pela transmutação dos seus corpos materiais, razão pela qual na passagem do calor ao frio não mediará qualquer diminuição temporária da sensação de dor.
Muitos santos e teólogos creem que o inferno está localizado nas profundezas da terra, embora não seja dogma, e, em outros tempos, houvesse quem cogitasse que estaria em algum lugar na superfície da terra. A terra não será destruída ao fim dos tempos, e sim renovada.
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A renovação da Terra é doutrina dos Padres e doutores da Escolástica. Na Suma Teológica, Suplemento, q.91, você encontra a doutrina de Santo Tomás sobre a renovação e estado do mundo renovado.
O Paraíso e o inferno são lugares físicos, e é possível, segundo o Pe. José Sagüés, autor do Tratado sobre os Novíssimos, da Suma da Sagrada Teologia Escolástica, que o Paraíso esteja na Terra após o juízo final.
Questão da Suma Teológica a respeito das qualidades do mundo renovado.
Catecismo da Igreja Católica:
“1042 No fim dos tempos, o Reino de Deus chegar à sua plenitude. Depois do Juízo Universal, os justos reinarão para sempre com Cristo, glorificados em corpo e alma, e o próprio universo será renovado:
(Parágrafos relacionados 769,670)
Então a Igreja será “consumada na glória celeste, quando chegar o tempo da restauração de todas as coisas, e com o gênero humano também o mundo todo, que está intimamente ligado ao homem e por meio dele atinge sua finalidade, encontrará sua restauração definitiva em Cristo[a35]”
(Parágrafos relacionados 310)
1043 Esta renovação misteriosa, que há de transformar a humanidade e o mundo, a Sagrada Escritura a chama de “céus novos e terra nova” (2Pd [a36]3,13). Ser a realização definitiva do projeto de Deus de “reunir, sob um só chefe, Cristo, todas as coisas, as que estão no céu e as que estão na terra” (Ef 1,10).”.
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O céu é um lugar físico, bem como o Inferno, pois lá arde um fogo material, segundo o entendimento comum de quase todos os santos e teólogos, com muito poucas exceções.
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Quanto aos corpos gloriosos de Nosso Senhor e de Maria Santíssima, tal não seria prova definitiva, dado que Santo Tomás dá a entender que Deus poderia, por milagre, fazer com que um corpo físico não ocupasse lugar (S. Th., Suppl., q.83, a.3, ad.3).
O céu e o inferno são estados de espírito e também lugares físicos. Que são estados de espírito se prova pelo fato de que nem todos os demônios condenados estão no inferno. Alguns estão em nosso ar tenebroso, para nos submeter à prova, embora seu tormento seja o mesmo, em vista de sua condenação. Após o juízo final, todos os maus, anjos e homens, estarão no inferno (S. Th., Ia., q.64, a.4).
Também os justos podem estar no céu, bem como podem vir até nós, sem que deixem por um só instante o seu estado de glória. Santo Tomás explica que essa situação é semelhante à do bispo cuja honra não diminui por não estar sentado em sua cátedra. Assim, as almas podem sair, por algum tempo, do céu (lugar físico) e mesmo do inferno (lugar físico), segundo o ensinamento de Santo Tomás, mas nunca deixarão o seu estado de glória ou de condenação (cf. S. Th., Suppl., q.69, a.3).
Do Tratado sobre os Novíssimos, da “Suma da Sagrada Teologia Escolástica”:
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“Los bienaventurados viven solamente para Dios y únicamente quieren cumplir su voluntad. luego no sufren por los males físicos de los hombres o de sus familiares. Más aún, no sufren por los pecados cometidos en otro tiempo por ellos mismos o por otros, por más que los aborrecen estos pecados, como los aborrece Dios: a) como se sufre por un mal propio, puesto que éstos son ya como si no existieran; b) como se sufre por el mal de los hombres, incluso parientes, puesto que, mientras que piden a Dios la salvación de ellos, sin embargo consideran enemigos de Dios a éstos, los cuales, si no se convierten, quieren que sean castigados, a fin de que se observe la justicia divina; de aquí que ni siquiera sufren por la condenación de éstos, puesto que ven claramente que Dios tiene motivos para permitirla, y que todas las cosas redundan en último término para la gloria de Dios (Sto. Tomás, Suppl. q.95).
Tampoco se entristecen los bienaventurados por el hecho de que demore la vuelta a unirse el alma con el cuerpo o porque llegue a cumplirse otro deseo eficaz. Por lo demás la tristeza contradice la bienaventuranza, no metafísicamente, como se ve en Jesucristo, pero con certeza físicamente, por consiguiente solamente de un modo milagroso puede coexistir la tristeza con la bienaventuranza.”
Conclusão:
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Deus pode fazer com que a tristeza e a angústia coexistam no mesmo ser com a bem-aventurança essencial, que é a visão de Deus, desde que essa fique de tal modo retida na alma que não redunde para as faculdades sensíveis. Mas isso é um milagre que apenas existiu na Humanidade de Cristo. Caso Deus o fizesse com algum dos santos que estão no céu, teria que privá-los de sua bem-aventurança acidental, ou seja, de seus dotes de bem-aventurado, o que contradiz a eternidade da bem-aventurança.
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Finalizando com as palavras do Rafael Vitola Brodback:
“Além de rezar, é preciso usar a velha ferramenta da apologética: destruir os obstáculos intelectuais. Apologética não converte ninguém. O que converte é pregação. A apologética serve só para destruir os obstáculos intelectuais que impedem a pessoa de ouvir a pregação.
Como fazer apologética com judeus? Com o Antigo Testamento. E com protestantes? Com a Bíblia toda. E com os ortodoxos? Com a Bíblia e a Tradição Oral. Mas e com agnósticos, pagãos, espíritas, muçulmanos etc? COM A RAZÃO!
Essa “receita” é de Santo Tomás. Temos que achar um terreno comum. Os espíritas não aceitam a Tradição e a Escritura, como bem lembrou a Izabel. De nada adianta citar versículos bíblicos. A apologética, a remoção dos obstáculos intelectuais (preconceitos) se faz pelo apelo a argumentos puramente racionais.
Assim, que se sente chamado a evangelizar espíritas deve DOMINAR filosofia, não só teologia. Aliás, mais filosofia do que teologia. E conhecer muito do pensamento moderno, das escolas filosóficas, das correntes históricas. Do contrário, está fadado ao insucesso.
Debater com espíritas requer o pleno conhecimento de técnicas de argumentação, e também saber trabalhar quase que exclusivamente com apelos racionais. É preciso mostrar que os postulados kardecistas são contrários à lógica, mais do que contrários à doutrina. Argumentação religiosa não cola!”