Alguns católicos que lutam contra o irenismo e relativismo religioso que impregnou na Igreja por causa do “Espírito do Concílio” acabam confundindo zelo apostólico com a forma de tratar seus semelhantes. Seitas e heresias devem ser extirpadas, mas não é agredindo verbalmente os outros que iremos fazer com que eles percebam o erro que se encontram e convertam para a a verdadeira religião e a única Igreja de Cristo sob qual todos os homens e sociedades devem se submeter ( Dignatatis Humanae 1,2 ).
Será que se chegarmos a um protestante nestes termos “Você está no erro, cara, seu filho da p***, não entende ?” ele entenderá e converter-se-á? Ou a um muçulmano, um budista, um espírita? Ou ainda, até mesmo a um católico que não segue nem as normas, nem a Doutrina da Santa Igreja?
Por ação extraordinária de Deus, bem poderia acontecer (a Ele nada é impossível). Mas, ordinariamente, não é assim que acontece.
O ser humano muitas vezes precisa de convencimento; outras vezes, de cativação. E não há mal nenhum nisso. Nós mesmos buscamos as razões de se crer (apologética) em nossa caminhada de fé. É natural.
Se fôssemos nós a estar no erro já há um bom tempo, vivenciando uma fé que julgássemos ser 100% correta, como reagiríamos diante de uma abordagem agressiva, criticista? Certamente não cederíamos tão fácil. Careceria uma explicação convincente, de um modo adequado.Modo adequado! Que modo será este, para nós que somos católicos, e, como tais, vivemos buscando a imitação de Cristo?
É o Doutor da Graça quem nos norteia, com sua costumeira genialidade: “Não se imponha a verdade sem caridade, mas não se sacrifique a verdade em nome da caridade”. O “modo adequado” do católico é a caridade. É a calmaria e delicadeza de Cristo ao repreender os fariseus no almoço relatado por São Lucas (XIV,1-14).
Se realmente preocupamo-nos com a salvação das almas, buscaremos que os que estão no erro nos entendam. E como esperar que nos entendam, se o meio que empregamos é também errado? Quem quer, de fato, contribuir para o bem das almas, tomando parte na missão da Igreja, procurará ser polido e não faltará com esmero.
Iluminar com nossa fé e com nosso amor, e assim apagar o rastro viscoso e sujo dos semeadores de ódio, como nos ensina São Josemaría Escrivá. Exalar a pessoa de Cristo!
Cada caso é um caso? De fato, sim. E cada diferença deve ser tratada na medida em que difere. Mas não é necessário arrogância, tampouco agressividade. A Verdade, por si só, é soberana.
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Frases de Santos x Magistério da Igreja
Santo Agostinho: “os hereges e os cismáticos, uma vez separados da unidade da Igreja, põem-se ao serviço de Satanás”.In: Catena Aurea
Santo Toríbio de Astorga: “os hereges são como os ladrões”. (S. Toríbio de Astorga, Ep. ad Idac. et Cep.,3, PL 54, 693-694; Cf. Josep Vilella, Mala Temporis Nostri: La actuación de León Magno y Toribio de Astorga en contra del maniqueísmo-priscilianismo hispano, Separata Revista Helmática, LVIII, Universidade Pontifícia de Salamanca, Enero-Abril 2007, 175, Salamanca).
Santo Inácio de Layola “Aos hereges se há de chamar pelo seu nome, para que produza horror até nomear aos que o são e não se cubra o veneno mortal com o véu de um nome salutar.” (Cartas de Sto. Inácio de Loyola III, Edições Loyola, 1993, p. 102).
.“Levemos em conta que a própria tradição, ensinamento e fé da Igreja Católica, desde o princípio, dadas pelo Senhor, foi pregada pelos Apóstolos e foi preservada pelos Pais. Nisto foi fundada a Igreja; e se alguém se afasta dela, não é e nem deve mais ser chamado Cristão.” Santo Atanásio, Carta a Serapião de Thmuis, 359 D.C.
Quantas pessoas esses católicos já levaran para a Igreja sendo grosseiros assim? Zero. E queren passar “pito” nos outros com ares doutorais ao mesmo tempo que assassinam a língua portuguesa.
Outro erro grosseiro, é achar que o fato dos santos mencionarem a condição canônica dos que negam as verdades da fé católica implica em tratar os hereges com hostilidade e rispidez. Aula de semântica para esse povo!
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Ouvi de um católico em um debate no facebook que o fato de serem hereges não os tornam cristãos nem nossos irmãos. Nada mais falso. Quando um protestante é batizado validamente com a fórmula correta ego te baptizo in nomine patris et filii et spiritus sancti ele se torna cristão é é inserido na Igreja, ainda que não esteja materialmente no Corpo Místico mas estando em sua Alma pela comunhão imperfeita através dos elementos católicos que existem nas seitas. Isso não anula a nossa militância em anunciar a Verdade para eles abjurem do erro protestante e passem a estar de forma plena na Igreja Una Santa Católica e Apostólica. Isso é doutrina católica.
O que o Magistério pré conciliar diz sobre isso?
Papa Leão XIII diz o seguinte:
“Finalmente, pede também, precedidos por nossa oração, que a docilidade dos armênios e sua volta a unidade católica sirvam de estímulo e exemplos aos demais, que adoram certamente a Cristo, mas se apartaram da Igreja romana, de modo que retornem ao lugar de onde partiram, e haja um só rebanho e um só pastor.” (Paterna caritas, 25 de julho de 1888)
Pio XII:
“Nada desejamos mais que todos os que se agrupam com nome cristão, a exemplo e com o patrocínio de São Cirilo, promovam mais e cada dia mais a feliz volta dos irmãos orientais separados dissidentes a Nós e a única Igreja de Jesus...” (Orientalis Ecclesiae, 9 de abril de 1944)
Leão XIII sobre os anglicanos:“Oh bem-aventurada Virgem Maria, Mãe de Deus, Rainha nossa e Mãe dulcíssima!,... intercede pelos irmãos dissidentes, para que, conosco em um único rebanho verdadeiro, juntem-se ao Sumo Pastor, Vigário de teu Filho na terra.” (Oração indulgenciada à Virgem Maria pelos dissidentes ingleses; carta apost. Amantissimae voluntatis, 14 de abril de 1895)
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Patrística, a fonte anti-protestante.
O estudo da Patrística tem seu valor no sentido de comprovar a tradição apostólica, mas não podemos esquecer que alguns Padres dão um testemunho contrário a essa própria tradição, e isso é explorado, seja por protestantes, seja por ortodoxos. Um exemplo é que muitos Padres aceitaram um cânon bíblico, com a exclusão dos livros deuterocanônicos. Outros, interpretaram a rocha de Mt 16,18 como sendo a confissão de Pedro.
Portanto, o estudo da Patrística é útil, mas deve ser unido ao da Escolástica.
O consenso unânime dos Padres tem caráter de infalibilidade:
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“Em segundo lugar, a Igreja nunca entendeu ou ensinou que o consentimento unânime significa que os pais são individualmente infalíveis ou que os vários pais nunca ensinaram uma opinião alternativa. Qualquer passagem dada da Escritura pode ter diversas aplicações válidas e todas foram apropriadas pelos pais dependendo da matéria em estudo. Assim, um padre pode se referir a Jesus como a rocha, ou à confissão de Pedro como a rocha, ou ao próprio Pedro como a rocha . Isto em não é incomum ou inesperado. Certamente não nega a intenção literal de Mateus, nem invalida o consentimento unânime dos pais”
É proibido pela Profissão de Fé Tridentina interpretar a Escritura contra o consenso unânime dos Padres, proibição que pesa, não só sobre os protestantes, mas também, hoje em dia principalmente, sobre modernistas:
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“Aceito e abraço firmemente as tradições apostólicas e eclesiásticas, bem como as demais observâncias e constituições da mesma Igreja. Admito também a Sagrada Escritura naquele sentido em que é interpretada pela Santa Madre Igreja, a quem pertence julgar sobre o verdadeiro sentido e interpretação das Sagradas Escrituras. E jamais aceitá-la-ei e interpretá-la-ei senão conforme o consenso unânime dos Padres.”
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É unânime entre os Padres que o uso da apologética deve ser sistemática e catequética com objetivo a conversão dos hereges e não uma confronto verbal doutrinário. FRANGIOTTI, Roque. Padres apologistas. Coleção Patrística. São Paulo: Paulus, 1ª ed., 1995.
Cristãos não católicos, inimigos?
“Et alias oves habeo quæ non sunt ex hoc ovili et illas oportet me adducere et vocem meam audient et fiet unum ovile unus pastor.” Evangelium secundum Ioannem, 10
Jesus seria condenado como modernista por esse povo por dizer que os cristãos não católicos também são suas ovelhas. Mas Ele menciona que é preciso que se voltem para a sua única Igreja. Cristo já faz cair por terra todo relativismo religioso impregnado na sentença “Deus é um só. Todo caminho leva a Ele”.
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Pio XII “Todos aqueles que, sem pertencer ao corpo visível da Igreja Católica, estão próximos de nós pela fé em Deus e em Jesus Cristo” (Natal, 1941)
“Olhe a Santíssima Virgem a todos aqueles que se gloriam de ser cristãos, unidos ao menos pelos vínculos da caridade, voltem a ela seus olhos, corações e orações, pedindo aquela luz que ilumine as mentes com esplendor celeste, e demandando aquela unidade com a que, por fim, haja um só rebanho e um só Pastor.” Pio XII (Encíclica sobre o ano mariano no primeiro centenário do dogma da Imaculada Conceição, Fulgens corona, 8 de setembro de 1953)
Papa PIO IX: “Não aconteça, porém, que os filhos da Igreja católica sejam de algum modo inimigos dos que não são unidos a nós pelos mesmos vínculos de fé e caridade; ao contrário, procurem sempre socorrê-los e ajudá-los com todos os serviços da caridade cristã, na pobreza, na doença e em todas as outras desgraças com as quais são afligidos; ocupem-se sobretudo em tirá-los das trevas dos erros nas quais miseravelmente jazem, reconduzindo-os à verdade católica e à amantíssima mãe Igreja, que não cessa nunca de estender-lhes afetuosamente suas mãos e de reconvocá-los ao próprio seio, para que, reforçados e firmes na fé, esperança e caridade, e frutificando em toda boa obra, obtenham a salvação eterna.” (Quanto Conficiamur Moerore, 9)
O decreto do Santo Ofício sobre o Ecumenismo em 1949 diz: “No entanto, algumas das iniciativas que têm sido até agora tomadas por vários indivíduos ou grupos , com o objetivo de conciliar os cristãos dissidentes à Igreja Católica...”
Pio XI “O que Nós poderíamos desejar mais vivamente do que ver a todos os cristãos, fazendo cessar seu antagonismo hereditário, restabelecer entre eles a perfeita unidade da Igreja católica...? Este desejo o dirigimos com um especial amor ao imenso povo da Rússia.” (Equidem verba. 21 març, 1924)
Leão XIII:
“Verdadeira União entre os cristãos é o que Jesus Cristo, o Autor da Igreja, instituída e desejada, e que consiste em uma Unidade da Fé e Unidade de Governo.” (Praeclara Gratulationis Publicae)
“Parte porque estão privados de toda sabedoria evangélica, parte porque, enquanto estão designados sob o nome cristão, dissentem da fé católica.” (Praeclara Gratulationis Publicae)
Bento XV:
.“Com muito gosto confirmamos as preces que vão continuar e que tem por fim conseguir que os povos cristãos do Oriente firmem de novo um só rebanho com a Igreja romana...” (Cum Catholicae, 15 abril de 1916)
“Oh Senhor, que haveis unido às diversas nações na unidade de vosso nome!, rogamos pelos povos cristãos do Oriente. Recordando o lugar eminente que tem tido em vossa Igreja, os suplicamos que lhes inspireis o desejo de voltarem a ocupar para formar conosco um só rebanho sob a guia de um só pastor” (Cum Catholicae, 15 de abril de 1916)
Pio XI:
“O que Nós poderíamos desejar mais vivamente do que ver a todos os cristãos, fazendo cessar seu antagonismo hereditário, restabelecer entre eles a perfeita unidade da Igreja católica...? Este desejo o dirigimos com um especial amor ao imenso povo da Rússia.” (Equidem verba. 21 març, 1924)
Pio XII:
“Nada desejamos mais que todos os que se agrupam com nome cristão, a exemplo e com o patrocínio de São Cirilo, promovam mais e cada dia mais a feliz volta dos irmãos orientais separados dissidentes a Nós e a única Igreja de Jesus...” (Orientalis Ecclesiae, 9 de abril de 1944)
Concílio Baltimorense VII, 1849:
“Oremos para que seja quitada toda discórdia e disputa e todos os que professam o nome cristão se associem na comunhão da religião, cuidadosos de guardar a unidade de espírito no vínculo da paz ” (Ef 4,3)
Eugenio IV:
“... demos graças por tão grandes dons orando e rogando que do mesmo modo os gregos e armênios se façam uma só coisa com a Igreja romana, assim o façam também as demais nações, sobretudo as distinguidas com o nome cristão” (Exultate Deo)
Uma leitura da Carta Encíclica MORTALIUM ANIMOS do Papa XI:
.“16. A única maneira de unir todos os cristãos
Assim, Veneráveis Irmãos, é clara a razão pela qual esta Sé Apostólica nunca permitiu aos seus estarem presentes às reuniões de acatólicos por quanto não é lícito promover a união dos cristãos de outro modo senão promovendo o retorno dos dissidentes à única verdadeira Igreja de Cristo, dado que outrora, infelizmente, eles se apartaram dela.”
O Papa Leão XIII diz que não só os armênios “adoram certamente”, mas também os demais que estão separados da Igreja. Ele é muito claro “aos demais, que adoram certamente a Cristo, mas se apartaram da Igreja romana”. E que tipo de concessão é essa aos armênios que NEGAM que em Cristo há duas naturezas; enquanto os próprios protestantes ACEITAM essa doutrina. A mesma lógica (!?) que usam para negar que os protestantes adoram a Cristo deveria servir, com muita mais razão, para os armênios, que negam a definição do Concílio de Calcedônia.
Usando o mesmo raciocínio absurdo poderia ser dito “se o Deus dos armênios é o mesmo Deus teu... ambos são mentirosos... você também pertence a Igreja Apostólica Armena”
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De modo que ficou provado que os protestantes são cristãos, irmãos separados e que também adoram a Cristo. O Papa Leão XIII com os protestantes da Escócia não deixa margem para dúvidas de que eles são nossos irmãos. O próprio sobre os anglicanos (frutos da mesma Reforma ou Deforma, como queiram) diz que são “irmãos separados” .
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O Papa Pio XII chama de irmãos separados os que negam a divindade de Nosso Senhor. Onde está o ultraje? Leão XIII usa a designação de cristão para todos os que dissentem da fé católica (embora, tenham recebido o batismo) na Praeclara. E sério... qualquer Teologia fundamental, mesmo antes do Concílio, sempre chama os protestantes de cristãos. Pelo amor de Deus!Quando é dito que os protestantes, gregos, armênios adoram a Cristo (Deus), não obriga que tenham as mesmas doutrinas da Igreja fundada por Ele. De fato, todos direcionam o culto de latria a Ele, embora não seja necessário que tenham conhecimentos perfeitos de sua natureza e de seus ensinamentos. Santo Tomás negou a Imaculada Conceição, conforme definida pelo Papa Pio IX, mas isso não quer dizer que ele em sua vida deixou de prestar culto de hiperdulia - muito melhor que nós - a Santíssima Virgem! Uma compreensão errada sobre o objeto de culto não faz o culto ser vão. Em suma: Não crer crer em alguma verdade revelada por Deus não faz a pessoa deixar de adorar a Cristo.
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Dom Antonio de Castro Mayer, a última carta na manga
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Entretanto, ainda assim, vi católicos no desespero de manter a sua postura egoísta e individual que não tem nenhuma base no Magistério bimilenar da Igreja, recorrendo aos escritos deste grande apologeta que foi o Leão de Campos contorcendo o sentido de seus escritos como se o bispo mandasse ofender aos ao outros gratuitamente. Quando ele reforça o apostolado do combate das heresias pelos leigos.
“A condenação dos erros dos heresiarcas em geral... foi sempre precedida de uma polêmica esclarecedora travada entre os inovadores e alguns beneméritos defensores da Fé, eclesiásticos ou leigos...” Por um Cristianismo Autêntico
Por fim, São Gregório Magno também pede para evitar palavras ásperas que mais afastam do que aproximam pessoas da Igreja.
Vamos nos mirar mais em Cristo, Aquele que nunca precisou ser violento para mostrar a Verdade. Amém!
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