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A graça de Deus se oculta numa Missa porcamente celebrada?


O antropocentrismo que invadiu o Novus Ordo Missae deu liberdade para que liturgistas progressistas se sentissem donos dela à tal ponto de outorgar para si o direito de destruí-la com suas experiências de laboratório sobre os pretextos que estamos carecas de saber: inculturação, embelezamento, realidade cultural, etc.

Entretanto, sabemos que quando um artista realiza sua obra, além da expectativa de ter alcançado a aprovação de público em alvo que resulta no seu entretenimento quanto à matéria visual ou sonora utilizada, ele visa o seu reconhecimento pela ação feita.

Paralelamente é a mesma situação que envolve o liturgista progressista, o foco de suas mirabolantes manobras para profanar o Culto Sagrado além de ser voltada para a recreação da assembléia tem em vista o seu engradecimento pessoal pelo destaque da apresentação cometida.

Dentre todos os lixos criados em torno da Liturgia Nova, a Missa Campesina Nicaraguense é a campeã em sacrilégios e profanações. A letra e música das partes fixas deste Missa foi elaborada por Carlos Mejía Godoy, incorporando teologia da libertação e música folclórica da Nicarágua. Foi composta na comunidade artística de Solentiname e realizada pela primeira vez em 1975, sendo proibida dentro de poucos dias pelo Arcebispo de Manágua Miguel Obando y Bravo e ratificado pelo Papa João Paulo II, o que não impediu seu crescimento em seu país. (Zayda García Zeledón, "La Misa campesina de Carlos," El Nuevo Diario (Nicarágua: Dezembro de 2001).

“O Sacrifício da Missa é oferecido a Deus por quatro finalidades: para homenageá-lo corretamente, e por isso é chamado Latrêutico; Para agradecer a Ele por Seus favores, e por isso é chamado Eucarístico; Para aplacá-lo, dar-lhe a devida satisfação pelos nossos pecados, e para ajudar as almas do Purgatório, e por isso é chamado Propiciatório; Para obter todas as graças necessárias para nós, e por isso é chamado Impetratório.” Fundamental of Catholic Dogma, Ott, TAN, pg 414

A questão da dúvida é a seguinte: os defeitos de uma Missa sacrilegamente celebrada ou até mesmo de uma inválida, atrapalha em seus efeitos, deixamos de receber as graças de Deus por conta disso? 

As respostas serão dadas com a transcrição do capítulo XXXVIII seção III Defeitos ocorrentes na celebração da Missa do livro Curso de Liturgia Romana, Dom Coelho O.S.B Tomo II Liturgia Sacrifical 1950

As ilustrações a seguir são de uma Missa Campesina Nicaraguense realizada na Catedral de São João Divino em Nova Iork, 1984. Quem quiser ver como esse circo dos horrores aconteceu, há os vídeos no youtube divido em parte 1, parte 2 e parte 3


A Missa é a renovação do sacrifício incruento da última Ceia de Cristo, na quinta feira santa, e a perpetuação do sacrifício cruento da Cruz.

Na Missa não há renovação, repetição do sacrifício do Calvário; só o rito incruento é que é repetido; por esta esta repetição, persevera, permanece o santo sacrifício da Cruz. Portanto: o Sacrifício de Cristo não é repetido sobre os altares cada vez que o sacerdote celebra a Missa - seria isto um novo crime - mas persevera pela repetição do rito incruento, sem derramamento de sangue, de modo sacramental.

A mesma Hóstia é oferecida sob modos diferentes, um cruento na Cruz e outro incruento na Missa. Jesus quer que, depois da sua vinda, todos os homens estejam presentes ao Ato de Redenção da humanidade. Como nem todos puderam estar lá no Calvário, há quase 2 mil criou, criou o Senhor este modo inefável de estar conosco e nós com Ele: a presença rela eucarística no Santo Sacrifício da Missa.


DEFEITOS OCORRENTES NA CELEBRAÇÃO DA MISSA

Modo de suprir os defeitos e faltas a evitar

Observações gerais: Por defeito da Missa entende-se a carência dum elemento requerido para a celebração do Santo Sacrifício. Estes elementos podem ser essenciais ou acidentais.
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Elementos essenciais: são os requeridos para a validade do Sacrifício. Tais são: ordenação sacerdotal e intenção de celebrar da parte do Ministro; integridade da forma; validade da matéria – hóstias feitas com farinha de trigo amassada com água, não corrompidas, e vinho de uvas não corrompido.

Há obrigação grave de evitar e suprir um defeito essencial. A previsão dum defeito essencial inevitável obriga à abstenção da celebração do Santo Sacrifício. O defeito deve ser suprido logo que se note. Suprido este, o Celebrante continua a Missa a partir do lugar em que tiver parado.

 Elementos acidentais são aqueles que não entram na essência do Sacrifício. São requeridos para que a Missa seja celebrada licitamente. A falta destes não afeta a validade do Sacrifício. 

A obrigação de evitar os defeitos acidentais é mais ou menos grave conforme a importância do respectivo elemento. A previsão dum defeito acidental inevitável obriga ou não à abstenção de celebrar, conforme as circunstâncias – importância do elemento requerido, necessidade de celebração da Missa, escândalo dos fiéis, etc. Um defeito acidental, em regra geral , não se supre. Poderá ou deverá ser suprido em certos casos particulares, se for muito importante e notado imediatamente, se for uma fórmula recitada secretamente, se a rubrica o exigir – mistura da água e do vinho, oblação do cálix e da hóstia ( que devem ser supridas antes da Consagração ), consumpção dos fragmentos da hóstia esquecidos, que se deve fazer mesmo depois das abluções.

Quando ocorrer um defeito, o Celebrante procederá com toda a tranqüilidade, sem perturbação; evitará, tanto quanto possível, que o defeito seja notado pelos fiéis, para não provocar a estranheza e muito menos o escândalo. Sobre o modo de suprir o defeito, atenderá, antes de mais nada, à validade do Santo Sacrifício. As seguintes regras, traduzidas do Missal ( De defectibus in celebratione Missarum occurrentivbus ) lhe indicarão como deve proceder em casos ordinários.


Defeitos relativos à Matéria

HÓSTIA. O pão, para poder ser validamente consagrado, deve ser, como se disse, de farinha de trigo, amassada com água natural, não corrompido. Para que a Consagração seja lícita, é necessário que no pão não tenha mistura doutros grãos ou líquidos, que seja pão ázimo, feito recentemente, tênue, redondo, branco, sem manchas, de tamanho ordinário, íntegro.

A) Se o Celebrante notar, antes da Consagração, que a hóstia não é de trigo ou está corrompida, põe-na de parte, pega outra, faz a oblação mentalmente, e continua a Missa desde o lugar em que foi interrompida. Se a primeira hóstia já tiver sido oferecida, consome-a depois das abluções.

B) Se notar, depois da Consagração, a invalidade da matéria, pega noutra hóstia, oferece-a, com sagra-a, começando pelas palavras Qui pridie quam pateretur, sem fazer as genuflexões nem a elevação, e continua a Missa. Consome a primeira hóstia depois da Comunhão do Corpo e do Sangue, ou dá-a a receber a outra pessoa, ou depõe-a reverentemente na piscina para se corromper.

C)  Se notar a invalidade da Consagração só depois da Comunhão da hóstia, toma uma nova hóstia, oferece-a, consagra-a, comunga-a, e continua a Missa.

D) Se só notar depois da Comunhão do cálix, pega em nova hóstia e novo vinho, oferece-os e consagra-os, e comunga as duas espécies.

E)   Se, por qualquer motivo, a hóstia vier a desaparecer e se encontrar só parte dela, continua a Missa com esta parte; se não se encontrar nada, oferece e consagra outra hóstia.

VINHO. O vinho, para poder ser validamente consagrado, deve ser vinho de vide, feito de uvas maduras, não corrompido nem transformado em vinagre.

A Consagração seria ilícita se o vinho posso impuro, ou mosto, ou começasse a azedar ou a corromper-se, ou não lhe tivesse sido misturada algumas gotas de água natural.

A)  Se, antes da Consagração do cálix, embora depois da Consagração da hóstia, o Celebrante advertir que no cálix falta vinho ou água, ou uma outra coisa, que o vinho está azedo ou corrompido, deita o líquido defeituoso num vaso, põe outro vinho com água, oferece-o mentalmente e consagra-o, começando pelas palavras Simili modo. O líquido defeituoso, se tiver sido oferecido, toma-o com as ablusões dos dedos, ou deita-o na piscina.

B)  Se, depois da Consagração do cálix, mas antes do Pax Domini, o Celebrante advertir que no cálix há água em vez do vinho, ou que o vinho está azedo ou corrompido, precede como na alínea precedente.

C)  Se notar neste defeito unicamente depois de ter deitado a partícula no cálix ao Pax Domini, deita a partícula no cálix, deita o líquido defeituoso num vaso, e toma-o com a primeira ablução, ou, se não puder, deita-o na piscina; mas se no líquido ficarem fragmentos da partícula, ou o toma, ou o põe no sacrário até se corromper. No cálix deita vinho e água, oferece-o e consagra-o. Se no cálix tivesse havido apenas água, poderia conservar-se esta, com a condição de ajuntar vinho em quantidade três vezes maior.

D) Se notar o defeito unicamente depois da Comunhão da hóstia ou mesmo do cálix, pega em nova hóstia e em novo vinho com água, oferece-os, consagra-os e comunga-os. Mas se o fato de procurar e comungar nova hóstia provocar escândalo aos fiéis, poderá renovar unicamente a oblação, consagração e comunhão do cálix.

E) Se não tiver deitado as gotas da água e o notar antes da Consagração, ajunta  água e continua a Missa. Depois da Consagração já não deve deitar a água.

Observações:

1) Se não puder encontrar nova matéria para suprir o defeito, e se for antes da Consagração, o Celebrante não deve continuar a Missa; se for depois da Consagração da hóstia, ou mesmo do cálix, espera, se, esperando, se puder encontrar nova matéria; se de nenhum modo se puder encontrar, continua a Missa, mas omite todas as cerimônias e fórmulas concernentes à espécie que falta.

2) Se tanto o pão como o vinho forem matéria inapta para a Consagração: se for antes da Consagração, renova a matéria, oferece-a mentalmente e continua; se for depois da Comunhão, como não houve Sacrifício, nem sequer incompleto, e por outra parte já não está em jejum, o Celebrante retira-se, ou, para evitar escândalo, continua a Missa, com a condição de omitir as palavras que se referem ao Sacrifício; se não se pude encontrar matéria válida, não continua o Sacrifício para evitar atos de idolatria da parte dos fiéis.


Defeitos relativos à Forma
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FORMA. A forma da Consagração da hóstia são as palavras: Hoc est enim corpus meum. A forma da Consagração do cálix é a seguinte: Hic est enim Calix do Sanguinis mei, novi et aeterni testamenti: mysterium fidei: qui pro nobis et pro multis effundetur in remissionem peccatorum.

A omissão ou mudança das palavras essenciais – Hoc est corpus meum e Hic est Calix Sanguinis mei de maneira a alterar o sentido da frase, torna a Consagração inválida. Uma omissão ou mudança das palavras essenciais sem alterar o sentido da frase, ou qualquer omissão ou mudança das palavras acidentais, tornaria a Consagração ilícita, mas não inválida.

A) Se o Celebrante tiver a certeza de que omitiu alguma das palavras essências da Consagração, e estiver antes da Comunhão, repete essa fórmula, começando com as palavras Qui pridie ou Simili modo, conforme se trate da Consagração da hóstia ou do cálix. Se notar o defeito da Consagração da hóstia depois da Comunhão da mesma, mas antes da comunhão do cálix, oferece, consagra e comunga nova hóstia. Se notar o defeito essencial de uma das Consagrações depois da Comunhão, não houve Sacrifício, nem o pode haver porque já não está em jejum; mas para evitar o escândalo, pode continuar a Missa, omitindo as palavras que referem ao Sacrifício.

B) Se o Celebrante não tiver a certeza, mas unicamente uma dúvida prudente sobre a validade da Consagração, procede como fica dito, mas forma a intenção condiciona da consagrar, si matéria non est consecrata. Se houver apenas uma dúvida imprudente ou escrúpulo, deve tranqüilizar-se e continuar a celebração do Santo Sacrifício.

C)  Se tiver pronunciado sobre a hóstia a forma da Consagração do cálix ou vice-versa, renova a Consagração, como acima.


Defeitos relativos ao Celebrante
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INTENÇÃO. Para o Celebrante poder validamente deve ter, além da ordenação sacerdotal, a intenção de fazer o que faz a Igreja, isto é, de consagrar o pão e o vinho. A intenção deve ser pelo menos virtual e implícita. Também deve ser determinada quanto á matéria local, por exemplo, estender-se a todo o pão e a todo o vinho que se encontre per modum unius sobre o corporal.

Para poder consagrar licitamente, é necessário que o Celebrante tenha licença de celebrar, esteja em estado de graça por  virtude da Confissão sacramental, tenha a sobredita intenção de celebrar, cumpra as prescrições graves das rubricas, e esteja em jejum natural desde a meia noite. *A não ser que tenha obtido da Santa Sé a faculdade de tomar alguma coisa per modum potus antes da Missa.

Postas de parte as questões relativas à ordenação, estado de graça e jejum, tratar-se-á aqui apenas da intenção:

A) Se uma das Consagrações for inválida por falta de intenção, o Celebrante deve arrepender-se, formar a intenção, e repetir a Consagração. Se as duas consagrações forem inválidas e o Celebrante o reconhecer antes da Comunhão, deve arrepender-se, formar a intenção e repetir as duas Consagrações. Se só reconhecer depois da Comunhão, não pode repetir as Consagrações, mas pode continuar a Missa, para evitar o escândalo, omitindo as fórmulas que se referem ao Sacrifício.

B) Se o Celebrante, depois da Consagração da hóstia da Missa, notar a presença de partículas que não consagrou por falta de atenção, não pode repetir sobre elas a Consagração.

C) Se aparecerem fragmentos sobre o corporal, ou gotas de vinho no interior do cálix: se for antes da Consagração, o Celebrante deve retirá-los; se for depois, estarão consagrados ou não, conforme a intenção que tiver formado. Em caso de dúvida, deve consumi-los no momento da Comunhão.

D) Se o Celebrante tiver formado a intenção de consagrar todo o pão e vinho que estiver presente sobre o corporal, e não tiver retratado, deve ter por validamente consagradas todas as partículas que estiverem sobre o corporal, embora encerradas num vaso fechado, ainda que presença deles lhe tenha passado desapercebida.

E) Se o Celebrante tiver consagrado duas hóstias, pensando que era só uma, faz todas as cerimônias só com uma, mas consome-as ambas ao mesmo tempo. Mas se só notar depois da ablução, deve guardar no sacrário a que ficou, se não houver sacrário, deixa-a sobre o corporal decentemente coberto, para ser consumida por outro Sacerdote que porventura venha celebrar;   se não houver outra Missa, guarda-a num cálix, ou mesmo num vaso sobre o altar, pelos menos com duas velas acesas, até a poder guardar no Sacrário, ou consumi-la noutro Sacrifício; se nem isto puder fazer, consome-a antes de se retirar do altar.

F) Os fragmentos que aparecerem, consome-os antes das abluções, ou mesmo depois das abluções, enquanto estiver no altar, e até na sacristia enquanto estiver revestido dos paramentos da Missa e mesmo depois de ter tirado os paramentos, se não puder levar para o Sacrário ou guardar decentemente para outro Sacrifício.

G) Se por engano tiver oferecido duas hóstias, e o notar antes da Consagração, consagra uma só hóstia, e põe a outra fora do corporal para a tomar depois das abluções.


Acidentes que podem ocorrer durante a Missa

SOLUÇÃO DE VÁRIOS CASOS.

A) Em caso de profanação ou violação da igreja: se se der antes do Cânon, o Celebrante deve se retirar do altar; se for durante o Cânon, continua a Missa.

B) O mesmo observa se entrar ostensivamente um excomungado vitando, e não houver meio de o fazer sair.

C) Se ocorrer um perigo iminente ( ataque de inimigos, inundação, ruína da igreja ), o Celebrante, se ainda não tiver consagrado, retira-se; se já tiver consagrado, pode comungar imediatamente e omitir as restantes cerimônias.

D) Se antes da Consagração, ou depois da Comunhão, o Celebrante morrer ou cair numa enfermidade grave que não lhe permita concluir o sacrifício, este é suspendido. Se isto suceder entre a primeira Consagração e a Comunhão, a Missa deve ser continuada, a partir do lugar em que foi interrompida ( Se não souber ao certo o lugar em que o outro ficou, deve-se julgar segundo a posição do Missa, da hóstia, etc. Se se duvidar se tinha feito a Consagração, deve-se repetir a Consagração sub conditione, sobre a mesma ou nova matéria. ) por outro Sacerdote; em caso de necessidade, mesmo por Sacerdote que não esteja em jejum. Se o Sacerdote que adoeceu puder comungar, o Sacerdote que continua a Missa dá-lhe a comungar uma das hóstias, se houver duas, senão dá-lhe metade da sua.

Se o acidente sobrevier quando o celebrante estiver a meio da forma da primeira Consagração, não é necessário continuar a Missa. Se porém sobrevier a meio da forma da segunda Consagração, o Sacerdote que continuar a Missa repete a forma da Consagração a partir de Simili modo, ou sobre o mesmo cálix, ou sobre outro oferecido mentalmente; e neste caso toma o vinho do primeiro cálix, ou sobre outro oferecido mentalmente; e neste caso toma o vinho do primeiro cálix depois de comungar o Preciosíssimo Sangue, antes da abluções.

E) Se um inseto ou qualquer impureza cair no cálix antes da Consagração, o Celebrante deita aquele vinho num vaso que depois da Missa esvaziará na piscina; deita no cálix outro vinho e água, oferece-o mentalmente, e continua a Missa. Se for depois da Consagração e puder tomar sem repugnância aquela impureza juntamente com o Preciosíssimo Sangue, continua a Missa sem se perturbar; se sentir repugnância, extrai a impureza, põe-na num vaso, purifica-a com vinho ( se for inseto, tenha o o cuidado de não deixar fugir), e continua a Missa. Depois da Missa queima aquela impureza e deita na piscina a cinza e o vinho com que a purificou.

F) Se cair no cálix, antes da Consagração, alguma coisa venenosa ou que provoque vômitos, o Celebrante procede como na alínea anterior. Se depois da Consagração, ou se, tendo caído antes, só for notada depois da Consagração, o Celebrante feita o vinho consagrado noutro cálix, prepara novo vinho com água, oferece-o, consagra-o e continua a Missa. Depois da Missa, embebe o Preciosíssimo Sangue em linho ou estopa e põe-no no Sacrário até a espécie do vinho estar inteiramente seca. Queima-o depois e deixa a cinza na piscina.

G) Se alguma coisa venenosa tocar na hóstia, põe-na noutra patena ou num cálix, para a guardar no Sacrário até se corromper, e continua a Missa, depois de ter oferecido e consagrado outra hóstia. Depois de corrompida, deita a primeira na piscina.

H) Se, ao tomar o Preciosíssimo sangue, a partícula ficar no cálix, trá-la com o indicador até ao lábio do cálix, e toma-a antes da ablução; ou deita um pouco de vinho no cálix, e toma-a com vinho.

I) Se a hóstia aparecer partida ou fendida antes da oblação, o Celebrante põe-na de parte e pega noutra hóstia, a não ser que haja escândalo ou tenha de esperar muito. Se for depois da oblação e antes da Consagração, o Celebrante deve consagrá-la; mas, se isso escandalizar os fiéis, pega noutra, e consome a hóstia oferecida depois de ter tomado o Preciosíssimo Sangue.

J) Se por causa do frio, ou por descuido, uma parte da hóstia cair no cálix, o Celebrante continua a Missa, fazendo todas as cerimônias, se for possível, com a outra parte da hóstia. Se cair no cálix a hóstia inteira, o Celebrante não a extrai, mas omite na continuação da Missa as cerimônias que devia fazer com ela. Toma juntamente o Corpo e o Sangue de Jesus: Corpus et Sanguis Domini nostri, etc.

L) Se no inverno o Preciosíssimo Sangue congelar, cerca o cálix de panos quentes, e se for preciso, mete-o num vaso com água quente, junto do altar, até a espécie de liquefazer.

M) Se alguma gota do Preciosíssimo Sangue cair no pavimento ou em qualquer outro lugar de madeira, o Celebrante deve recolhê-la com a língua, sendo possível, senão com um pano de linho ou estopa; em seguida raspa a madeira, deixa enxugar as raspas e o pano; queima tudo e deita-o na piscina, bem como a água com que purificou o instrumento de que se serviu para raspar. Se cair na pedra de ara, ou na patena, ou na patena ou no pé do cálix, recolhe-a como acima, lava esse lugar, e deita a ablução na piscina. Se cair no corporal, nas toalhas, nos paramentos ou no tapete, lava por três vezes o dito lugar, e deixa a ablução na piscina.

N) Se se derramar a sagrada espécie de maneira a ficarem apenas algumas gotas, toma estas na Comunhão, e , quanto à parte derramada, procede como acima, Se não ficar nada no cálix, tem de preparar, oferecer e consagrar de novo vinho com água.

O) Se o Celebrante tiver um vômito depois da Comunhão e lançar as espécies eucarísticas do modo que as distingam, deve recebê-las de novo com toda a reverência. Se, porém, sentir repugnância, deve retirá-las e pô-las num vaso no Sacrário até ficarem corrompidas, deitando-as depois na piscina. Se as espécies não desaparecem, todo o vômito deve ser embebecido em estopa e queimado. A cinza deverá ser deitada na piscina.

P) Se uma hóstia ou fragmento cair no chão, recolhe-se com reverência, lava-se o lugar, raspa-se, e deitam-se as raspas na piscina. Se cair numa toalha ou em qualquer pano, lava-se o lugar com todo o cuidado, e deita-se a ablução na piscina.

Q) Se se encontrar sobre o altar, na patena ou num vaso, uma hóstia e houver dúvida se foi consagrada, guarda-se no sacrário, mas não na píxide, para ser consumida na Missa depois da Comunhão do cálix.

Nota – A solução deste casos inspirará ao Celebrante o modo como poderá resolver qualquer outro caso imprevisto que possa acontecer. Procederá segundo o ditame da prudência e do bom senso, e com a reverência devida a tão augusto Mistério.


Faltas a evitar na celebração do Santo Sacrifício

FALTA COM AS RUBRICAS. O Celebrante deve observar com exatidão as mais pequenas rubricas da Missa, quer seja prescritivas quer simplesmente diretivas. Para esse fim  Le-rá repetidas vezes o Cerimonial descrito nos capítulos precedentes, e pedirá a um colega, especialmente durante os retiros espirituais, para lhe assistir a Missa e fazer notar os defeitos.

Dá-se a seguir uma lista de faltas em que, por distração ou descuido, se pode cair mais frequentemente, a qual pode objeto de exame de consciência por certo muito proveitoso ( Cfr Solans – Vendrell, Manual Litúrgico, 12ª Ed., Barcelona, 1927, PP. 429ss ).

1) Falar inutilmente ou de coisa profanas depois de se ter preparado para a Missa e enquanto se paramenta.

2)  Lavas as mãos antes de registrar o Missal, ou depois de ter preparado o cálix.

3) Não pôr o amito na cabeça antes de o descer sobre os ombros.

4) Não dizer as devidas orações ao revestir os paramentos, ou dizer Amén no fim de cada uma, quando se deve dizer só no fim da casula.

5) Levar pendente do cinto um lenço de cor ou sujo, de modo a ver-se por fora da casula.

6)  Pôr o manípulo no cotovelo; deixar cair a estola para as costas e não a cingir no pescoço.

7) Andar paramentado pela sacristia, tanto antes como depois da Missa.

8) Descobrir-se ao fazer a reverência na sacristia, diante do Santíssimo Sacramento ou do altar-mor, quando levar o cálix na mão.

9) Levar o cálix muito alto ou muito baixo, ou leva em cima dele os óculos ou a chave do Sacrário.

10)   Permitir ao ajudante abrir ou fechar o Missal, ou mudar as folhas.

11)   Intercalar jaculatórias durante a Missa, ou parar a olhar para a Cruz.

12) Não guardar a devida gravidade e a modéstia, tanto à ida e à vinda como no altar: mover-se precipitadamente, olhar para a assembléia, falar, rir, compor o cabelo, etc.

13)   Começar a Missa antes de estarem as velas acesas, ou permitir que as apaguem antes de concluir o último Evangelho.

14) Não estender nem unir os dedos ao juntar as mãos e não cruzar o polegar direito sobre o esquerdo.

15)   Benzer-se imperfeitamente.

16)   Não distinguir bem as inclinações profunda, medíocre e de cabeça; encostar-se ao altar.

17)   Começar antes que o ajudante tenha concluído totalmente a resposta.

18)   Não se inclinar o tempo devido à oração Oramus te.

19)   Não beijar o altar no meio, ou não o beijar na realidade, ou torcer o corpo ou a cabeça ao beijá-lo.

20)   Executar as cerimônias antes o depois do tempo marcado, como rezar o Kyrie antes de chegar ao meio, dizer o Oremus antes de estar diante do Missal, mudar as folhas antes de terminar a oração, etc.

21)   Ler ou rezar precipitadamente, cortando as palavras, ou proferindo em secreto o que deve ser dito em voz alta, e vice-versa; ler em voz demasiado alta.

22)   Não pôr a mão esquerda no missal ao fazer o sinal da cruz sobre o princípio do texto do Evangelho, ou não pôr no peito ao persignar-se.

23)   Começar o sinal da cruz antes de dizer Cum Sancto Spiritu, etc. e Et vitam Venturi saeculi.

24)   Tirar o cálix do corporal e descobri-lo antes de ter concluído a antífona do Ofertório.

25)   Conservar os olhos levantados para a Cruz durante a oblação da hóstia.

26)   Limpar o cálix com força, ou enquanto vai para o lado da Epístola; começar a oração Deus qui humanae substantiae antes de entregar ao ajudante a galheta do vinho.

27)   Levantar de mais ou de menos a patena e o cálix durante a oblação.

28)   Inclinar a cabeça aos nomes de Jesus, Maria e dos Santos, estando mediocremente inclinado.

29) Fazer as cruzes sobre a hóstia e o cálix antes ou depois de pronunciar as fórmulas correspondentes; dobrar os dedos ao traçar as linhas, não manter a mão no mesmo plano, ou saltar com ela.

30)   Dizer o Orate frates em voz alta, e não em voz média; continuar no mesmo tom de voz ut meum ac vestrum sacrificium; ajuntar Amen ou começar a Secreta antes de o ajudante ter concluído a resposta.

31)   Inclinar a cebaça às palavras Per Christum Dominum nostrum, que servem de conclusão a várias orações do Cânon; pois as rubricas só prescrevem a inclinação ao Per Christum que precede imediatamente o Nobis quoque peccatoribus

32)   Dizer em voz alta qualquer palavra do Cânon quando a rubrica o não mandar.

33)   Não juntar as mãos antes de traçar as cruzes ou ter a mão esquerda levantada enquanto a direita faz algum movimento.

34)   Limpar os dedos no meio do corporal, e não nos quadrados extremos, ao Qui pridie.

35)   Tomar uma posição irreverente durante das duas Consagrações; proferir as palavras em voz alta, com força, ou separando-as; aproximar demasiado a boca da hóstia ou pô-la sobre a copa do cálix.

36) Não acompanhar com os olhos a hóstia ou o cálix à elevação; tê-los muito tempo elevados; baixá-los precipitadamente.

37)   Inclinar a cabeça ao fazer genuflexão simples.

38)   Não tocar co o joelho no chão ao genuflectir, ou fazê-lo com precipitação.

39) Dizer o Nobis quoque peccatoribus em voz alta, e não em voz média; inclinar a cabeça nesse momento, não tocar no peito com os três dedos inferiores unidos e um pouco curvados.

40)   Não olhar para a Sagrada Hóstia durante todo o Pater Noster.

41)   Tirar a patena de baixo do corporal e limpá-la antes de responder Amen ao Sed libera a malo.

42)   Limpar os dedos dos fragmentos, não um contra o outro, mas contra os lábios do cálix.

43)   Pousar as mãos no altar ao dizer o Agnus Dei nas Missas de Requiem.

44)   Exceder os limites da patena ao fazer o sinal da cruz com a hóstia antes da comunhão.

45)   Fazer demasiado ruído ao tomar o Preciosíssimo Sangue, e inclinar demais a cabeça para trás.

46)   Apoiar o cálix no altar ao apresentá-lo ao Acólito para a primeira ablução, ou apresentá-lo fora do altar para a segunda, a não ser que seja necessário.

47)  Permitir ao ajudante (embora seja clérigo) que cubra o cálix. Não cobrir inteiramente o pé do cálix com o véu.

48)   Fechar o Missal enquanto diz a conclusão da última Pós-comunhão.

49) Não tirar os paramentos sagrados por ordem; deixá-los em desordem, amontoados irreverentemente.

50)   Falar na sacristia e retirar-se sem dar a devida ação de graças.

Os sacerdotes desejos de celebrar digna e frutuosamente o Santo Sacrifício da Missa examinarão freqüente vezes, com a ajuda desta lista de faltas, a maneira como se desempenham do ato principal da sua missão sacerdotal, e procuração cumprir fielmente o conselho do Pontifical da sua Ordenação: Agnoscite quod agitis, imitamini qod tractatis.


A graça de Deus se oculta numa Missa porcamente celebrada?

Existe um Ecclesia Suplet para os fiéis que assistem a uma Missa inválida? O fiel não tem culpa. A intenção dele era ir a Missa e cumprir preceito. Deus está atento para a consciência de seus filhos. Segue a conclusão com um texto revigorante e esperançoso para nossas almas.

Conclusão: celebrar a Missa com fé e devoção

Dar aos Ministros do altar o conhecimento da sublimidade do Augustíssimo Mistério da Eucaristia, das razões históricas dos seus ritos, das leis que ordenam o empregam das suas fórmulas e a execução de suas cerimônias, tal foi o móvito que inspirou todas e cada uma das páginas deste tratado de Liturgia Sacrifical.

Para concluir, pede-se ao paciente leitor se detenha uns momentos na meditação dos seguintes considerações, tiradas dum livro preciso, verdadeiro manancial de doutrina profundamente teológica e solidamente ascética, onde todos os sacerdotes deviam ir beber ( Dom Marmion, O.S.B, Jesus Cristo, vida da alma. Braga, 1939, PP.370-372.) .

O altar em que Jesus Cristo se oferece e se imola é, na verdade, como diz São Paulo, falando justamente do pontífice excelente,m que por nós penetrou nos céus e que está cheio de compaixão para com aqueles que se digna chamar seus irmãos, o altar é o trono da graça, do qual nos devemos aproximar cheios de confiança, para conseguirmos misericórdia e alcançarmos a graça para sermos socorridos oportunamente ( Hebreus. IV, 16 ).

Notai estas palavras de São Paulo: Cum fiducia, com confiança. É a condição para ser atendido. Devemos oferecer o Santo Sacrifício... com fé e confiança. Este Sacrifício não atua em nós, como os sacramentos, ex opere operato. Os seus frutos são inesgotáveis mas dependem, em grande parte, das nossas disposições interiores. Há para nós, em cada Missa, possibilidades infinitas de perfeição e santidade; mas as graças que recebemos medem-se pela nossa fé e amor. Com certeza, já notastes que o sacerdote ao enumerar antes da consagração, aqueles que deseja recomendar a Deus, fala, para terminar, de todos os assistentes, mas indicando a disposição dos seus corações: Et omnium circumstantium quorum tibi fides cognita est et nota devotio. Lembrai-vos Senhor,... de todos os fiéis aqui presentes, cuja fé e devoção vos são conhecidas. Por estas palavras vemos que as graças que vêm da Missa nos são dadas conforme a intensidade da nossa fé e a sinceridade da nossa devoção.

É preciso fé para compreender o valor da Missa, aquela fé que é como uma participação do conhecimento que Deus tem de si mesmo e das coisas divinas. Pela luz da fé podemos encarar o altar como o vê o Pai celeste. Que vê o Pai eterno sobre o altar, onde se oferece o Santo Sacrifício? Vê o Filho do seu amor, Fillius dilectionis suae (Col. I,31), o Filho das suas complacências, presente, na verdade e realidade, vere et realiter, e perpetuando o Sacrifício da Cruz.

O que é a nota devotio? É a doação pronta e completa de nós mesmo a Deus, à sua vontade, ao seu serviço. Deus, que é o único a ler no fundo dos nossos corações, vê se é sincero o nosso desejo, a nossa vontade de lhe sermos fiéis. De sermos inteiramente para Ele. Se assim for, somos daqueles, quorum fides cognita est et nota devotio, pelos quais o sacerdote ora especialmente e que colherão largamente no tesouro dos merecimentos infinitos de Jesus Cristo, oferecido por eles.

Portanto, se tivermos a convicção profunda de que tudo nos vem de posso Pai dos céus que Deus depositou em Cristo todos os tesouros de santidade que os homens podem desejar, que esse Jesus está ali no altar com esses tesouros, não só presente, mas oferecendo-se por nós para glória de seu Pai; prestando-lhe, neste momento, a mais perfeita homenagem que lhe possa ser agradável; renovando, para continuar a aplicar-nos a sua soberana eficácia, o Sacrifício da Cruz; se tivermos, digo, esta convicção profunda, não há graça que não possamos pedir e obter. Porque, nesse momento, é como que estivéssemos com a Santíssima Virgem, São João e a Madalena aos pés da Cruz, na mesma fonte de toda a salvação e de toda a redenção. Oh! Se conhecêssemos o dom de Deus! Si scirs donun, Dei!... Se soubéssemos que tesouros podemos colher para nós mesmos, para toda a Igreja!
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PARA CITAR ESTE ARTIGO:
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A graça de Deus se oculta numa Missa porcamente celebrada?

David A. Conceição 02/2015 Tradição em Foco com Roma.

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