Salve a Fé Católica! Íntegra, coerente,
harmônica, incorrupta, eterna, imutável, um refrigério para a alma, um consolo
para os que sofrem, e um estímulo para os corajosos, a fim de que nela vivam e
morram.
Estive considerando que este blog tem muitos leitores inteligentes, e pensei em propor uma espécie de summa em que podem ser colocadas as objeções
dos ateus para serem respondidas. Até porque tenho curiosidade em melhorar meus
argumentos quando forem necessários.
Para começar, um “clássico”
I – Dawkins X Provas da existência de Deus de Sto. Thomas.
Sto. Thomas - “A quarta via se toma dos graus que se encontram nas coisas. Encontra-se nas coisas algo mais ou menos bom, mais ou menos verdadeiro, mais ou menos nobre, etc. Ora, mais e menos se dizem de coisas diversas conforme elas se aproximam diferentemente daquilo que é em si o máximo. Assim, mais quente é o que mais se aproxima do que é sumamente quente. Existe em grau supremo algo verdadeiro, bom, nobre e consequentemente o ente em grau supremo, pois, como se mostra no livro II da Metafísica, o que é em sumo grau verdadeiro, é ente em sumo grau. Por outro lado, o que se encontra no mais alto grau em determinado gênero é causa de tudo que é desse gênero: assim o fogo, que é quente, no mais alto grau, é causa do calor de todo e qualquer corpo aquecido, como é explicado no mesmo livro. Existe então algo que é, para todos os outros entes, causa de ser, de bondade e de toda a perfeição: nós o chamamos Deus.” (I, q. 2, a. 3, rep.)
Richard Dawkins - “Isso é um argumento? Também seria possível dizer: as
pessoas variam quanto ao fedor, mas só podemos fazer a comparação pela
referência a um máximo perfeito de fedor concebível. Tem de haver, portanto, um
fedorento inigualável, e a ele chamamos Deus. Ou substitua qualquer dimensão de
comparação que quiser, derivando uma conclusão igualmente idiota.” (DAWKINS,
Richard. Deus, um delírio. tradução de Fernanda Ravagnani — São Paulo:
Companhia das Letras, 2007. Edição e-book. p. 90).
Minha opinião: Eu
penso que ambicionar provar a impossibilidade de Deus ser sumo bem,
desrespeitando sua própria definição é desonesto. Digamos, é o mesmo que dizer
– e seria mais honesto que Dawkins usasse essa analogia – que “as pessoas
variam quanto à maldade, mas só podemos fazer a comparação pela referência a um
máximo perfeito de maldade concebível. Tem de haver, portanto, um maldoso
inigualável, e a ele chamamos Deus”. No entanto sabemos que em Deus não há
maldade, Sto. Agostinho dissera que “Deus, soberanamente bom, não permitiria de
modo algum a existência de qualquer mal em suas obras, se não fosse poderoso e
bom a tal ponto de poder fazer o bem a partir do próprio mal”. Logo, só podemos
dizer de Deus que ele é o bem máximo, e isto está na própria definição de sumo
bem.
Quando alguém se pergunta ‘unde malum’ ‘onde está o
mal? ’, a Igreja responde: o mal não existe, ele não é um ser. O
mal é a ausência do bem ou da ordem, diria Sto. Agostinho. Assim como a
sombra, o mal não existe, mas é a ausência de algo, assim como a sombra é a
ausência de luz. A doença é a ausência de um bem e de uma ordem interna num
organismo, que é a saúde. Do mesmo modo, não há um “ser” que é mal, mas existem
atos maus, porque quando alguém se desvia do bem, age de forma má, ou seja: o
SER é bom, mal é desviar-se do Ser agindo de forma má, desordenada.
Assim, o mal não existe, não é. Da mesma forma, pode-se questionar Deus
somente por aquilo que ele pode ser. Um máximo de maldade é algo que em
metafísica não é, logo, não pode ser.
Vejam que, se pensarmos bem, qualquer coisa pode
ter o seu absoluto. Se há diversos graus de perfeições nos vegetais, esses
graus relativos o são em comparação com uma planta absoluta. Se há diversos
tipos de mineral, é porque há um mineral absoluto, e por aí vai. Pensar assim é
absurdo, mas foi justamente o que concluiu Dawkins. Dawkins não sabe Filosofia.
Se eu sei pouco, pelo menos me consolo em saber que sei mais do que ele. Até o
trambiqueiro Seu Madruga deve saber mais na sua filosófica arte de não-pagar o
aluguel.
Os diversos graus de perfeição, explicados por Santo Tomás se referem aos transcendentais
do ser, que são aquelas qualidades inerentes ao ato de existir. Em outras
palavras, é o ser visto em seus aspectos: verdade, bondade, beleza,
unidade... Os transcendentais têm este nome porque todo o ser, pelo simples fato
de ser, os possui. Afinal, como eu disse acima, é o ser visto em seus aspectos.
Estes aspectos transcendem este ou aquele ser. Todo o ser os possui.
Por esta razão é que o argumento de Dawkins não faz o menor sentido. Não
especulamos haver uma planta absoluta, uma pedra absoluta...a pedra e a planta
possuem o ser em certa quantidade, em certo grau de recepção do ato de existir,
que é pleno em Deus. Portanto, para que o argumento faça sentido, não dá para
buscar uma planta ou uma pedra “absolutas”, visto que a planta e a pedra apenas
possuem o ser, e o que buscamos é o Ser absoluto, e não a pedra [forma
relativa de ser] absoluta, o que seria contraditório e estranhíssimo.
O nosso argumento precisa tomar consciência de um fato. Se o ateu,
por definição, não crê em Deus, não adianta em nada dizer a ele que não existe
um fedor “absoluto” porque “Deus é bom”, logo, nEle não há
imperfeição ou maldade. Primeiro você precisa destruir o argumento
errôneo dos ateus, e mostrar a coerência da Quarta Via de Sto. Tomás. Depois,
provando-se existir Deus, e provando ser Ele, naturalmente, bom, o ateu deixa
de pensar dessa forma absurda.
Observe que os argumentos ateus são tão infantis que só
podem vir de pessoas mau intencionadas mesmo. Afinal, a absurdidade é gritante
e flagrante.
Os argumentos ateus de Dawkins quase nunca falam de Deus. Falam de
Religião. O marxismo faz o mesmo: “A religião é o ópio do povo; logo, Deus
não existe”. Isso é o mesmo que dizer: “O mercado da esquina é
corrupto; logo, seus produtos não prestam”. Ou então: “logo, seus
produtos não existem”.
Toda a vez em que Dawkins critica certos deuses, religiões, doutrinas... isso em
nenhum momento constitui um ataque a Deus, visto que ele apenas tratou da
religiosidade humana. Dizer que a Igreja era sanguinolenta, que os incas
praticavam sacrifícios humanos, que os egípcios enterravam escravos vivos para
servirem ao Faraó na outra vida...isso são ataques à religiosidade e, quando
muito, à Religião. Mas isso, nem de longe, prova que Deus não existe.
Ele apenas atacou certas formas de se conceber o ser de Deus por parte das
religiões.
Santo Tomás, em suas Cinco Vias, provou a existência de Deus racionalmente.
Porque é o único meio de fazê-lo. Empiricamente, isto é impossível. E foi o que
ousadamente Dawkins quis fazer. Dizer que a ciência prova a não-existência
divina é estúpido. Pois se Deus é o absoluto, e sendo a ciência uma
inteligibilidade que seleciona alguns fenômenos para estudá-los e compreender a
sua causa...como pode a ciência compreender o Absoluto--Aquele que transcende
ao Universo--por meio de um método que não compreende nem o Universo por inteiro?
Afinal, a ciência só seleciona fenômenos para a sua análise.
A própria gravidade nunca vai deixar de ser uma mera teoria. Afinal, não tem
como levar o planeta para um laboratório e testá-la. No entanto, a sua
existência é inquestionável.
A ciência é uma forma de conhecimento limitadíssima, reservada para certos
fenômenos, e que necessariamente devem ser materiais, físicos. Como podem ter a
pretensão de provar que Deus existe/não-existe com uma ferramenta tão
impotente?
Aula do tomista Padre Elílio sobre a questão III da Suma
Teológica (a existência de Deus):
Parte I http://www.mediafir e.com/download. php?gdmzwj5mzyk
Parte II http://www.mediafir e.com/download. php?4ghztbguixm
(Perdeu-se um artigo no início da parte II)
Programa do Olavo de Carvalho no qual ele respondeu a um ateu (a partir dos
9'30''): http://www.olavodecarvalho.org/midia/090323true.html